Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
Para responder a essa pergunta, reproduzimos a seguir trechos das cartas escritas pelos futuros seminaristas de Flavigny (Seminário da FSSPX na França). Classificamos esses extratos de acordo com seu conteúdo. Os senhores poderão assim descobrir o estado de espírito dos vossos futuros sacerdotes, no alvorecer da sua formação. É muito instrutivo.
Pe. Guillaume Gaud, Diretor
+ 11 de outubro de 2020,
na festa da Divina Maternidade da Santíssima Virgem.
UMA BUSCA PELA SANTIDADE
“Desejo desligar-me do mundo para melhor seguir a Nosso Senhor, pois uma infinidade de correntes nos impede de nos elevar. Tenho visto como é proveitoso para a alma desligar-se de um grande número de ferramentas modernas para melhor se concentrar no que realmente importa: o verdadeiro lugar que nos entregamos ao Senhor.”
“Durante a minha estada no Seminário Santo Cura d’Ars, fiquei tocado pela beleza dos ofícios, pela vida de oração, pela qualidade dos cursos e pela caridade que reina entre os seminaristas. Meu objetivo de vida é, pela graça de Deus, tornar-me um santo. Tenho a impressão de que os talentos que Deus me confiou podem permitir-me, com a graça, viver esta vida totalmente divina por meio do sacerdócio.”
“Tenho claramente diante dos meus olhos que sou indigno e incapaz de abraçar tal estado de perfeição de vida e de perseverar nele sem a graça divina, mas também estou certo de que o Bom Deus não me recusará se, renunciando a mim mesmo e confiando plenamente nEle, tornar-me dócil aos seus ensinamentos e à sua vontade. “
“Sendo a vocação um chamado a um generoso dom de si, sinto-me pronto a doar-me e a ser médico de almas, aspecto do sacerdócio que mais me atrai. “
“Eu gostaria que Deus brilhasse através de mim. “
“A primeira coisa que procuro ao querer me tornar sacerdote é a santidade; mas eu gostaria que a santidade de Deus irradiasse através de mim, para que eu seja usado por Deus como um instrumento de sua glória, a fim de torná-Lo conhecido e amado. Espero que quando me virem, uma vez sacerdote, as pessoas reflitam sobre a existência de Deus e compreendam melhor quem é Deus, para que compreendam que a obra principal da sua vida é salvar suas alma.”
“Muitos padres parecem sobrecarregados pela imensa tarefa que tem em mãos e pelas investidas do mundo. Quem disse que não serei como eles? Por que eu deveria ser mais santo do que eles? Não pretendo nada, mas quero apenas cumprir a vontade de Deus, deixar-me guiar pelas Suas santas mãos ao longo da minha vida, com a ajuda da Sua graça. Quero apenas ser um instrumento do Senhor. Ele me ajudará a aprofundar minha vocação no silêncio do seminário, na união da oração.”
“Os Retiros de Santo Inácio fizeram surgir em mim um forte desejo de viver unido a Deus, trabalhando para Ele. Rapidamente, surgiram-me limites verdaeiros nos compromissos profanos que havia assumido em favor de outros. Tudo é tão pouco em uma escala humana. O verdadeiro impacto é o de Jesus; o sacerdócio é, portanto, a melhor forma de servir a Deus e ao próximo.”
AS ESCOLAS E AS FAMÍLIAS DA TRADIÇÃO
“Tendo recebido tudo: uma família católica, pais amorosos, uma escola de princípios firmes e intransigentes, assistência espiritual, possibilidade de frequentar assiduamente os sacramentos e ainda outras graças, não posso deixar de me surpreender com a minha ingratidão. Vejo como é grande a distância entre os bens que recebi e o que realizei até agora. Devo dar, compartilhar tudo de bom que recebi e ajudar meu próximo. Passar adiante o que recebi.”
“Deus guiou meus Pais para me colocar em duas escolas católicas durante todos os meus anos escolares. Com a ajuda dos padres, pude me formar na doutrina católica, sua história, e com uma excelente introdução à filosofia. Eles me ensinaram a ter uma vida muito equilibrada, em meio à oração, trabalho, lazer e sono, nos momentos oportunos. Eles me ajudaram a adquirir um senso de esforço e de perseverança nas dificuldades.”
“Passei por momentos difíceis de dúvidas sobre a fé católica. Anos críticos em que questionava tudo, tentando entender a religião por mim mesmo. Foi o apoio de outros jovens de um movimento da Tradição que me fez passar por essa provação.”
ZELO NO CONTATO COM O MUNDO
“As dificuldades encontradas no curso de meus estudos superiores não foram de ordem intelectual ou material, mas morais e éticas: a falta de interesse do ensino por essas coisas essenciais deixou-me insatisfeito. A falta de interesse pelo bem e pelo verdadeiro, numa época em que todos os desvios são permitidos e legislados, quando somos levados a creditar que o mal é não os aceitar. Espero não desistir dessa luta por covardia, convencido de que estou abandonando esse combate por agora para me juntar a outra, longe de uma vida fácil.”
“Esse ditado que meu pai costumava repetir para mim: dedique-se a fazer o que ninguém mais poderá fazer melhor do que você, me fez entender o dever de não falhar onde o bom Deus nos deu dons para sobressair. Há uma paixão que nunca me abandonou, presente em todos os caminhos que vivi: a da defesa do bem e da verdade. Talvez a missão mais importante da Igreja em nosso tempo seja lutar para preservar esses valores morais dos ataques do mundo moderno, caso em que já estou feliz por fazer parte desse combate! Por mais pretensiosas que essas palavras possam soar, espero que os senhores vejam apenas o ardor que as move.”
“Já estou feliz por fazer parte desse combate!”
“Ao longo dos anos, observei que a qualidade de padre nas famílias católicas padece de uma imagem mal compreendida, o que pode ser desanimador. Essa observação foi um gatilho quando entendi a beleza e a incrível graça que tal vocação apresenta. É assustador ver que o padre é visto dessa maneira, mesmo em nosso próprio meio, ao mesmo tempo que nos dizem que houve uma queda no número de vocações. “
“A insólita situação criada pela Covid-19 me deu um tempo maior que o habitual para ler, meditar e rezar, e foi assim que discerni que Deus estava me chamando para algo além da engenharia . Tive a oportunidade de conhecer um grande número de pessoas que vivem sem praticar nenhuma religião, que não acreditam em nada, e é surpreendente ver que muitas vezes são pessoas muito generosas e honestas. É triste ver como elas não têm fé. Portanto, quero entrar no seminário para me entregar aos outros, para levar as graças de Deus às pessoas que não O conhecem. Quero torná-lo conhecido, porque se as pessoas são católicas mornas é porque não O conhecem.”
A SANTA MISSA DE SEMPRE
“Fui tocado pela Missa, renovação do sacrifício da Cruz, e é um imenso privilégio poder participar plenamente neste mistério da Redenção. Para mim, se Deus me fez penetrar neste mistério, é porque gostaria de me ver ao Seu serviço como sacerdote.”
“É esta liturgia que foi o primeiro vetor de minha conversão. A profunda espiritualidade desta divina liturgia, expressa nos seus cantos e ritmos antigos, ajuda incessantemente a minha alma a elevar-se ao Altíssimo. Então veio a mim um amor ardente pela noção de sacrifício. Hoje espero apenas que meu desejo esteja de acordo com a Vontade do Senhor, é só isso que eu quero.”
“Após minha conversão, gradualmente desenvolveu em mim o desejo de me entregar totalmente a Deus, graças a 3 fatores principais: a leitura de autores católicos como o Padre Berthe, Santo Tomás de Aquino e Mons. Lefebvre; a descoberta de uma vida autenticamente cristã por meio do MJCF; e a revelação de que a liturgia tradicional foi para mim. “
POR QUE A FRATERNIDADE SÃO PIO X?
“Li a maioria dos livros de Mons. Lefebvre. Eles foram de uma importância decisiva na minha conversão. “
“Oferecer o santo sacrifício da Missa perpetuando a Tradição, tal como defendia Mons. Lefebvre, ser um instrumento de salvação das almas por meio dos sacramentos. O exemplo do nosso fundador é particularmente querido para mim, porque ele sempre quis seguir a vontade de Deus, deixando-se guiar pela Providência. Eu me sentiria egoísta se vivesse neste mundo onde, todos os dias, vejo a decadência em todos os níveis, sem me investir e transmitir esta Fé, esta Tradição recebida de meus pais e das escolas da Fraternidade. “
“Foi um dos meus professores da Universidade quem me apresentou ao mundo da Tradição Católica, para além do sentimentalismo e do modernismo que dominam a maior parte da Igreja. As razões para ser sacerdote, descobri-as escondidas nas contas do meu rosário: considerei a necessidade de ter uma vida totalmente ordenada à Glória e ao serviço de Deus. Conheci as glórias acadêmicas e as grandes perspectivas que outros tinham sobre mim, conheci o catolicismo modernista, pude pesar tudo, e o Senhor na sua inesgotável paciência deu-me uma determinação profunda para nesta vocação de padre. “
“Tornar-se sacerdote representa para mim a felicidade de dar o que recebi desde o meu batismo há 5 anos: a graça santificante, o puro Amor. Doravante, cheio deste Amor, testemunha viva das maravilhas divinas para conosco, tenho grande desejo de ser o instrumento de Deus para comunicar este dom. “
“Eu conheci o modernismo, pude pesar tudo. “
“Tal como Mons. Lefebvre, S. João e inúmeros cristãos, acredito na caridade, e é esta mesma caridade que desejo ardentemente transmitir. Recebi-a da Santa Igreja Católica e mais precisamente da Fraternidade de São Pio X, que conservou durante 50 anos o sagrado depósito da Revelação, da antiga liturgia, da sagrada doutrina e da validade dos sacramentos. Na Fraternidade, poderei contribuir livre e eficazmente para comunicar, em toda a sua pureza, a plenitude do Amor de Deus pelas almas. Especialmente porque é ela quem possui os meios e o carisma necessários para continuar a obra da Igreja em nosso tempo e responder eficazmente às exigências do Amor divino para a humanidade. “
“Eu fiz um dos acampamentos da FSSPX. Compreendi depois desse acampamento que não poderia continuar sendo um cristão medíocre e tomei a decisão de me comprometer com Deus e com o bem comum. Então, dentro do MJCF, entendi que a vida cristã é antes de tudo uma vida de oração e depois uma vida de ação pelo reinado de Cristo Rei. Dada a crise que atravessa a Igreja hoje, desejo de todo o coração continuar a luta da Tradição, seguida por D. Lefebvre, para transmitir fielmente o ensinamento da Igreja como sempre foi transmitido.”
“Tinha muito longe de mim a ideia de entrar na FSSPX, ou mesmo na São Pedro, inibido demais entrei no seminário de…. Lá, descobrindo que não havia tudo aquilo a que aspirava e que havia recebido, adaptei-me, sacrificando partes da Tradição. Tive contato com um padre da FSSPX que me fez descobrir a Carta Aberta aos Católicos Perplexos de Mons. Lefebvre, depois Mons. Lefebvre e o Santo Ofício (revista Itineraries), esclarecendo-me plenamente sobre o que realmente aconteceu entre ele e Roma. Em seguida, li os documentos fundamentais que mostram a luta dos modernistas contra a tradição multisecular, na qual qualificam os atuais defensores dela como cismáticos a fim de se livrarem dela. Quando descobri a vida na FSSPX, percebi que não é o que nos é mostrado na Igreja atual. Por isso, desejo, se Deus quiser, tornar-me sacerdote na Fraternidade São Pio X, para transmitir o que a Igreja sempre ensinou e para lutar contra a aceitação moderna dos erros que sempre foram rejeitados. “
Pelo Pe. Guillaume Gaud
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Nota do blog 1: Junte-se à FSSPX na Cruzada de Rosários pelas Missas e pelas Vocações (leia aqui)
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“Senhor, dai-nos sacerdotes,
Senhor, dai-nos santos sacerdotes,
Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,
Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,
Senhor, dai-nos famílias católicas,
São Pio X, rogai por nós”