JUDAS, A DERROTA DO ESPÍRITO

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Seria melhor que nunca tivesse nascido…”

Esta frase, esta sentença terrível, não temos o direito de dizê-la a mais ninguém. A exemplo de Jesus, se podemos e se devemos amaldiçoar o crime, se podemos e devemos qualificar os atos dos homens, sob pena de abolir a lei moral, cabe somente a Deus o julgamento definitivo das consciências. E este permanecerá em segredo até o Juízo Final. Exceto para Judas, para ele, seria melhor que nunca tivesse nascido.

Esse discípulo de Jesus, formado e amado com paciência assim como os outros, entregou seu Mestre a aqueles que queriam sua morte, por meio de um beijo… Ele matou Jesus. A traição foi sua única resposta à amizade divina. Ele vendeu o Filho do homem, por algumas moedas à vista, como um objeto, como uma cabeça de gado.

Estais limpos, mas não todos…

Em verdade, em verdade vos digo, um dentre vós me trairá… Aquele que põe comigo a mão no prato… Infeliz deste homem por quem o Filho do homem é entregue. Seria melhor que nunca tivesse nascido. – Sou eu, Mestre? Sim, tu o disseste.

Judas ouviu este último apelo à sua consciência: ele sabe que Jesus sabe o que ele vai fazer. De fato, ele o sabe há muito tempo. Mas esta resposta murmurada, este olhar do Amor eterno não penetra mais em sua consciência obscurecida, impermeável. A resposta do Mestre é compreendida apenas por ele e João, que sentiu o frêmito angustiante do Sagrado Coração.

Jesus designa o traidor, apresentando-lhe um pedaço de pão ensopado… e Satanás entrou nele. E Jesus disse: o que tendes de fazer, faze-o depressa. Nenhum dos convivas entendeu, Judas pegou o bocado… se levantou, interrompendo a refeição ritual. O Mestre lhe dissera para partir. Então, ele encarou o olhar de Jesus; o condenado é arrogante. Uma vez que tinha a bolsa, os outros pensaram que Jesus lhe pedira para ir comprar o que era necessário para a Páscoa.

Ora, era noite

Não somente no céu, mas em sua alma. Ali, todas as estrelas se apagaram, uma a uma. As trevas e a frieza do inferno o invadiram. Madalena fora liberta de sete demônios, e ele tinha aberto sua alma, pouco a pouco, a uma legião infernal. Possuído pelo demônio do orgulho e da inveja, sonhando com um papel principal, ele odiara este Jesus em Betânia, que lhe tinha trocado pela sabedoria de uma pobre mulher. Possuído pelo demônio da ambição, ele renegara este Jesus que anunciava a cruz e que se recusava a se fazer rei. Possuído pelo demônio da avareza, ele desobedecera a este Jesus que pregava o abandono à Providência. Possuído pelo demônio da ingratidão, ele vomitara tudo o que este Jesus lhe dera, atribuindo-lhe ser tudo o que ele era. Possuído pelo demônio do ceticismo, ele carregava em sua alma, desde Cafarnaum, este sorriso sarcástico sobre tudo o que Jesus fazia. Mais Jesus exaltava a pobreza, o sofrimento e a humildade, para melhor exaltar os valores espirituais, mais Judas ficava cético em relação a este mestre. Não ouvindo mais o grande desejo do Senhor de fazer de nossas almas filhos de Deus, ele sufocava em si toda possibilidade do Espírito.

E Satanás entrou nele…

Judas desapareceu na escuridão da ausência de Deus. A dor do Senhor era palpável, esta alma seguia seu novo amigo, aquele que não ficou até o fim.

Invocar a estúpida ganância de Harpagão seria suficiente para explicar a queda de Judas? Ele era avarento, diz-se. É verdade. Ele poderia ter escolhido uma função mais lucrativa, poderia concorrer a um posto de publicano ou voltar para a oficina do curtidor Simão de Keriot, seu pai. Contudo, ele escolhera seguir aquele que Pedro solenemente declarara, em nome de toda a humanidade, sois o Cristo, o Filho do Deus vivo. Ele escolhera ser pobre por causa do Senhor.

Alguns inventaram um romance para explicar o mistério Judas. A heresia Cainita imaginou um romance… Judas sabia pelas profecias que Jesus deveria nos resgatar ao morrer, traído por um dos seus. Discípulo antecipado de Lutero, ele teria traído para glorificar a fé, para cumprir as escrituras e exaltar a misericórdia de Cristo. Logo, seria um santo… melhor, seria um mártir da fé!

No mesmo delírio, em contradição com os evangelhos, certos racionalistas ingleses imaginaram algo diferente… Judas pecou, porém somente materialmente, por excesso de fé. Visto que acreditara na divindade de Jesus, ele o entregara para lhe dar a oportunidade de magnificar seu poder…

A versão judaica é mais simples, a exemplo do roubo do corpo do Senhor pelos apóstolos na manhã da Ressurreição. Mais perspicaz que os barqueiros do Lago, Judas descobriu a impostura de Jesus, e, como verdadeiro salvador, entregou Jesus para libertar um povo abusado. Melhor ainda… ele obedeceu à lei que ordena entregar os sedutores, e, em seu grande desinteresse, se preservou de ganhar algo com a sua dolorosa missão, devolvendo o butim. Também seu suicídio é uma lenda inventada pelos cristãos. Judas teria morrido, muito mais tarde, de causas naturais.

Mas nada disso é verdade para Judas, e nada disso pode ajudar a delimitar o mistério do pecado.

Cada um de nós carrega em seus lábios o beijo de Judas…

…com a possibilidade de dá-lo um dia, escrevia Dom Benson. Judas é tão atual e antigo quanto o própio mundo. Prefigurado em Caim, filho de Adão, assassino de seu irmão por ciúmes. Prefigurado nos irmãos de José, que vendem seu irmão aos Ismaelitas por vinte moedas de prata… a história não para de nos apresentar deveras verídicos e numerosos imitadores de Judas.

A explicação não estaria simplesmente no estudo atento dos textos do evangelho, completado pelos esclarecimentos que a psicologia dos apóstatas nos fornece? Os evangelhos, tão discretos em detalhes sobre a maioria dos apóstolos, são quase pródigos sobre o filho da perdição. Não se expõe por prazer os problemas familiares.

O Judas que a sinceridade dos evangelistas nos apresenta não é, em verdade, um monstro fora de série… Aparentemente ele não aceitava a pequeneza de suas origens. Era sua ferida. Mas que filho dos homens não carrega em si uma lasca do pecado original? Ele pertencia a uma humanidade clássica, medíocre, muito próxima da nossa.

Sabemos bem que, sob o pretexto da glória de Deus, o homem é capaz dos piores crimes. Saulo, que persegue os cristãos, é um terrorista de boa fé. Conhecemos as santas vítimas do carrasco, que, no papel, eram seus irmãos… São João da Cruz foi perseguido por seus irmãos, a nossa Joana foi condenada à fogueira por cento e vinte e cinco padres, prelados ou doutores de Sorbonne, que declararam agir sem ódio, em nome do Senhor…

Uma vocação abortada

Na noite que precedeu a escolha dos Doze, Jesus se retirou sobre a Montanha das Beatitudes. Ele orou ao Pai. Na aurora, ele retornou. Simão Pedro fora escolhido primeiro, e Judas Iscariotes foi o último.

Judas era originário de Keriot, um vilarejo a alguns quilômetros do Mar Morto. Era dessa Judeia que tinha a pretensão de ser a direção intelectual do país, e que considerava os habitantes das outras regiões, particularmente os Galileus, como rudes. Sua cultura relativa, seus talentos práticos o levaram, sem dúvidas, a se considerar superior aos onze outros que eram da Galileia.

Contudo, Jesus o escolheu. Ele o escolheu não porque ele iria traí-lo, mas porque ele o amou com um Amor original, um Amor único. Seria ele, e não Mateus, o funcionário da aduana, o gestor financeiro da pequena companhia. Ora, Judas possuía as qualidades. Sem isso, Jesus não o teria preferido. Generoso, confiante… como os outros, Judas se doou de todo o coração ao profeta. Ele dividiu a dura vida do Mestre, seus combates, seus perigos e, como os demais, ao longo de suas campanhas missionárias, ele fizera milagres.

No início, Judas foi um discípulo correto. Frio, reflexivo – não são defeitos. A razão mandava em seu coração. Frio… isso não quer dizer que ele não tinha paixões. Há paixões terríveis naqueles em quem o fogo dorme sob as cinzas. Seus defeitos? Ele era mercenário, vaidoso, ambicioso, ele esperava de Jesus, assim como tantos outros, o restabelecimento do reino de Salomão, um reino que asseguraria o triunfo do verdadeiro Deus e, por redundância, o dele próprio. Essa ambição era compartilhada, sem exceção, por todos os apóstolos, e agravada em cada um, conforme seu próprio defeito. Para Judas, a ambição se desdobrará em cupidez e dissimulação.

Apesar disso, Jesus o apartou para se dedicar melhor a ele: havia nele a qualidade de um líder, de um príncipe da Igreja nascente, de um apóstolo e de um mártir! Além do mais, pode-se recriminar aos apóstolos e a Judas seus erros de principiantes? Deus se revela lentamente, ao seu ritmo, e de acordo com as disposições de cada um. Conhecer Deus tal como Ele se conhece requer muitas purificações interiores. Ó mistério da Providência divina a quem nada escapa, e da liberdade humana que pode resistir a Deus! Judas poderia cair como os demais, seguir laboriosamente como os outros o caminho ascendente… à medida que sua vontade livre fornecesse um mínimo de colaboração à graça, haveria, após o sopro de Pentecostes, um Santo Judas.

Indubitavelmente, Judas teve boas disposições. Tampouco, indubitavelmente, até o último suspiro, a decadência desta alma não era nem inevitável nem irreversível. Ele poderia ter voltado atrás. Na corte do pretório, com Pedro, ele também poderia ter pedido perdão.

Minha carne é verdadeiramente comida

Até o último ano de vida comum, Judas só se difere dos outros apóstolos por um comportamento mais discreto, uma diplomacia mais atenta. Se, como Tiago e João, ele ambiciona o primeiro lugar, ele não o diz. Se, como Pedro, ele se indigna ao ouvir Jesus anunciar a cruz, ele não o diz.

É em Cafarnaum que um tipo de clinâmen(1) o afasta, no segredo de sua alma, dos outros.

O anúncio da Eucaristia atiçou os corações dos discípulos e desencadeou o seu murmúrio. Judas misturara seus protestos aos dos outros, mas em um outro tom.

Enquanto boa parte dos discípulos se retirou, Jesus interrogou os apóstolos. Quereis partir também? Pedro, um pouco atordoado, respondera, Senhor, a quem iremos? Somente Pedro falara. Judas e os demais permaneceram em silêncio. Contudo, o Senhor notara a diferença do silêncio de Judas. Há alguns entre vós que não creem… Não fui eu quem vos escolhi, os Doze? Todavia, um dentre vós é um traidor.

O Senhor tinha falado de sua carne e de seu sangue, alimento eterno de nossas almas… Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes da carne do Filho do homem e não beberdes de seu sangue, não tereis a vida em vós. Nenhum dos discípulos, neste instante, podia entender estas palavras, de tanto que eram duras. Contudo, Pedro tinha aberto sua alma às palavras do Senhor como uma possibilidade, recusando, por aí, o vazio do escândalo. Judas, quanto a si, se recusara a crer, e, ao fazer isso, ele fechou a porta de sua alma ao Espírito. Quando a Fé vacila, é preciso contra-atacar, é preciso apresentar atos de Fé ainda maiores. É o que Pedro fez, tendes as palavras da Vida eterna, Senhor. A Fé em Jesus penetra todo o ser, é necessário acompanhá-la de obras. Judas abandona, renúncia… ele deverá encontrar uma justificativa para a sua deserção. Não terá nada além do que o seu nada.

A decepção de Judas começou a partir deste momento, era a desesperança dos carnais.

Todavia, o Senhor lhe dissera, é o espírito que vivifica, a carne pra nada aproveita. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida. A defecção de Judas foi precedida de uma deserção interior. Muitas serão as tentativas do Senhor para iluminar as trevas nas quais ele afundava. Jesus não pensava nele quando disse não podeis servir a Deus e a Mamon? Contudo, ele ainda escutava o Senhor? Quando indignar-se-á hipocritamente pelo preço do perfume que Maria Madalena derrama sobre os pés do Senhor, ele ouvirá o que Jesus acabara de dizer? Sempre tereis pobres convosco. Porém a mim não tereis sempre...

E Satanás entrou nele

A estadia em Jerusalém concluiu a ruína de sua alma. Ele não resistirá aos aparatos, ao poder e ao ouro dos sacerdotes locais. Sua traição consistirá essencialmente no fato dele se oferecer a guiar ele próprio um bando armado ao lugar solitário onde, ao cair da noite, tinha certeza de encontrar Jesus com seus poucos amigos… De amigo, ele não tinha nada além do nome, justo o que precisava para entregar os segredos compartilhados aos carrascos.

No sábado, véspera dos Ramos, Judas deixou Betânia com raiva no coração. Mais uma vez, esse Jesus tinha defendido essa mulher contra ele. A decepção e o desprezo obcecavam sua mente. Rápido, ele alcançou o vale de Josafá dos mil túmulos – vaidade, a vida do homem, recordava-lhe eles… mas ele também não os ouvia. Depois, a escadaria que conduzia ao Cedrón, ao Palácio de Caifás. Aos juízes do Sinédrio, ele propôs entregar-lhes Jesus. Discutiu um pagamento? O acordo foi concluído rapidamente por trinta moedas de prata, ou seja, nada… o preço de uma cabeça de gado, e a tempestade de trevas continuou a vencê-lo.

Judas não podia se deter. É próprio dos Judas não poderem se deter. Na noite da Quinta-feira Santa, transformado em informante da Polícia, ele guiou a tropa que deveria prender Jesus. E Jesus estava lá, no ponto de encontro. Encharcado de sangue, sobre o rochedo do lagar, esmagado pelo enorme peso de nossos pecados, ele era assediado pelo exército eterno dos Judas, negociantes de papéis sujos e de murmúrios caluniosos, mercadores de leis infames e de opiniões corruptoras, traficantes de dinheiro e de corpos, traficantes de impunidades humanas e alforjes de vaidades. Judas olhou esta aparência de homem, este nada… ele tinha razão, disse para si.

Então, com os braços estendidos na direção deste homem despedaçado, em um gesto de efusão, Judas beijou Jesus. Era o sinal sórdido que ele tinha combinado com os soldados. Um beijo… a única expressão de seu coração vazio. Seus lábios ficaram vermelhos de sangue e ele consumou sua revolta eterna. Amigo, é para isso que viestes? Judas, traístes o Filho do homem por um beijo…

O drama se precipita. Sexta-feira Santa, Pilates lava as mãos – não seria Pilates sem este gesto – e entrega aquele que ele acaba de proclamar justo. Judas assiste o gesto de Pilatos, assim como assistiu aquele dos legionários flagelando Jesus, o coroando de espinhos. Ele ouve o clamor da multidão… Crucifique-o! Agora está feito. Carregado de sua cruz, Jesus vai morrer no abominável suplício. Judas pode respirar. As ansiedades não deixaram de assediá-lo: o temor de que Pilatos não se controlasse, que o taumaturgo varresse com um gesto o formigueiro enraivecido. Não, ei-lo sangrando, desfigurado, que curva os ombros sob a cruz, que titubeia, cai e se levanta. Mais algumas horas e terá acabado.

Acabado? Não, tudo está começando, Judas… Quando tiverdes levantado o Filho do homem, então conhecereis o que sou. Tudo está começando, Judas: o reino do único eternamente amado e tua desesperança.

A psicologia do desesperado

Enquanto dura a ação, a vontade de terminar tudo bem esconde do homem a terrível realidade. Contudo, quando a realidade do crime está lá… Nero não compreendeu o horror de seu crime senão quando viu o rosto desfigurado do cadáver de sua mãe. Todavia, ele desejou, preparou essa morte. Certamente, ele não a amava, ele quem nunca amou. Ele a odiava, mesmo essa mãe de quem devia tudo. Porém, cuidado! Essa conscientização na alma criminosa não consiste em um coração despedaçado, mas no orgulho que é contrariado. Quantas vezes vimos um criminoso pedir que lhe perdoem ao invés dele pedir perdão à sua vítima? Certa forma de consciência permanece…. Não é tão fácil se desumanizar… mas essa consciência é fechada em si mesma.

Judas renegara Nosso Senhor, recusara a crer… Entretanto, também não é tão fácil que se pense em exterminar em si a Fé! Mesmo morta, ela permanece na alma, e o remorso que ela suscita, conduz o humilde ao arrependimento, como São Pedro, ou afunda ainda mais o orgulhoso nas trevas da desesperança. Os demônios também acreditam e tremem pela eternidade do inferno. Quando Judas saiu do Cenáculo com o demônio no coração, ele se perdeu? Não, ainda não. Nem mesmo quando ele traiu por um beijo. Tampouco, absolutamente falando, quando ele colocou o nó fatal no pescoço. Ele ainda pode se salvar, visto que ele ainda pode se arrepender. Porém isso se torna cada vez mais difícil. Para sair deste abismo à penitência verdadeira e completa, seria preciso, com uma graça verdadeira, um esforço prodigioso.

Judas começa essa penitência, ele a inicia. Materialmente falando, ela é até completa. Ele confessa seu pecado ao Sinédrio, o dinheiro lhe queima as mãos, ele não quer mais vê-lo. Todavia, o Sinédrio não pode reconhecer sua culpa, eles são cúmplices. E para Caifás, Judas foi e será o traidor, o instrumento de seus desígnios: ele não é ninguém. Por que ele vai vê-los então, senão para, instintivamente e praticamente, desafiar o coração de Jesus por ser deveras generoso para lhe perdoar sem outra implicação para si? Ora, a Fé incita à conversão e às obras. Judas nunca entenderá tua fé te salvou, pois ele se recusou a crer e a mudar. Menos ainda, ele não será tocado pelas palavras de Cristo, na boca de Davi ao seu filho, Absalão… se meu inimigo me ultrajasse, eu o suportaria, mas tu, com quem vivia como igual. Um de meus chefes, um de meus familiares, tu, com quem dividia o pão da amizade.

Que falta à sua contrição, à sua justificação, à sua salvação? A confiança e o amor.

Madalena entendeu que a vida de sua vida era Jesus. Ela entendeu que o coração de seu coração era Jesus. Judas foi, e será pela eternidade essa multidão surda ou furiosa toda vez que Jesus falar de Reino invisível, de Reino acessível, de Reino eterno. Pobre multidão, da qual Jesus teve piedade. A todo instante ela gritou liberte Barrabás! Mas, ele, crucifique-o. Pobre multidão que não entendeu a vaidade do sonho que é a vida humana. Pobre multidão que não entendeu a divina loucura do Amor de Deus: Deus existe, e sua glória é nos elevar a Ele, sua glória é perdoar.

Pe. Vincent Bétin, FSSPX

Nota:

(1) Termo latino que designa o desvio imprevisível dos átomos, conforme a doutrina atomista de Epicuro.