O encontro entre o menino Jesus, com 40 dias de vida, e o velho Simeão no Templo de Jerusalém é, provavelmente, o único encontro no Evangelho que reúne duas idades tão extremas.
Fonte: Apostolo n°192 – Tradução: Dominus Est
A liturgia de 2 de fevereiro, que comemora esse evento, reflete sobre ele da seguinte forma: “O santo velho carregava o Menino, mas o Menino dirigia o ancião”. O velho concentra e resume em si a Lei e os Profetas: é um homem justo, fiel aos mandamentos de Deus; vive na expectativa do Salvador de Israel e, sob a inspiração do Espírito, anuncia o Salvador prometido. Quando Simeão carrega o Menino nos braços, acolhe o Messias, há muito aguardado e esperado, por milhares de anos, por todo um povo. E se o Menino, por sua vez, conduz o ancião, é por meio da Vida de Deus, como uma fonte jorrante, que o Menino Jesus traz consigo.
Embora esse encontro no Templo de Jerusalém represente a passagem da Antiga Aliança para a Nova, ela também representa a transição de uma geração para a seguinte. O ancião acolhe o recém-nascido e carrega-o, nos braços e em seu coração, com vistas ao futuro; a criança, com o frescor e a esperança de uma nova vida que carrega dentro de si, dá uma segunda juventude aos mais velhos.
Como não ver neste encontro de um dia, a aplicação de uma bela e sábia máxima – “Venerar os mais velhos; amar os mais moços” – extraído da Regra de São Bento, convidando-nos a estabelecer as relações entre os mais jovens e os mais velhos dentro da comunidade dos monges. Duas palavras escolhidas definem as atitudes de cada um em relação ao outro.
Há, na veneração, “uma mistura de amor, admiração, respeito, cheio de consideração por aqueles que atingiram a maturidade por meio de uma longa experiência de vida. E como os jovens ainda estão no início da jornada de experiência que os mais velhos já percorreram, estes últimos devem ajudá-los, acompanhando-os com um amor cheio de compreensão, valorizando até os seus menores esforços, confiando neles. Escolhendo-os com simpatia em seu próprio coração, tendo em vista das mais belas esperanças a serem realizadas no futuro” (Anna Maria Cànopi, Leitura da Regra).
Reflitamos…
Pe. Louis-Marie Berthe, FSSPX