A INFILTRAÇÃO DO MODERNISMO NA IGREJA – PARTE 5

5A influência dos comunistas em Roma

É preciso ler o livro Moscou e o Vaticano, do padre jesuíta Lepidi. É extraordinário. Ele mostra a influência que têm os comunistas em Roma e como eles chegam a fazer nomear bispos e até dois cardeais: o Cardeal Lekaï e o Cardeal Tomaseck. O primeiro, sucessor do Cardeal Mindszenty. O segundo, sucessor do Cardeal Beran, que foram heróis e mártires da Fé. Em seus lugares puseram os padres da Pax, ou seja, pessoas decididas, antes de mais nada, a se entenderem com os governos comunistas e que perseguem os padres tradicionais. Os padres que vão secretamente batizar alguém no interior ou fazer o catecismo escondido para continuar sua obra de pastores da Igreja Católica, são perseguidos por estes bispos que lhes diz: vocês não têm o direito de não respeitar as ordens dos governos comunistas. Vocês nos atrapalham agindo assim.

Esses padres estão prontos a dar suas vidas para preservar a fé de seus filhos, para preservar a fé das famílias, para dar os sacramentos aos que têm necessidade. É claro que nestes países é preciso sempre pedir autorizações, quando vão levar o Santíssimo Sacramento nos hospitais ou para qualquer outra coisa. Se eles saem de suas sacristias têm de perguntar ao P.C. se lhes autoriza. É impossível. As pessoas morrem sem sacramentos; as crianças não são mais educadas de modo cristão. Por isso eles fazem escondido. E quando eles são presos, são os próprios bispos que os perseguem. É assustador.

Não seriam o Cardeal Wyszynski, nem o Cardeal Slipyi, nem o Cardeal Mindszenty, nem o Cardeal Béran que fariam algo parecido. Eles, ao contrário, empurravam seus bons padres dizendo: vamos, partam. Se forem para a prisão terão feito seu dever de padre. Se for para serem mártires, sejam mártires.

Isso mostra a influência exercida sobre Roma e que temos dificuldade de imaginar. É difícil de acreditar.

Quanto a mim, nunca estive contra o Papa. Nunca disse que o Papa não era papa. Sou inteiramente pelo Papa, pelo sucessor de Pedro. Não quero me separar de Roma. Mas sou contra o Modernismo, contra o progressismo, contra toda esta influência má, nefasta, do protestantismo nas reformas, e contra todas as reformas que nos envenenam e envenenam a vida dos fiéis. Eles dizem: o senhor é contra o Papa. Ao contrário, eu venho socorrer o Papa, pois o Papa não pode ser modernista e progressista, é uma fraqueza ele deixar acontecer. Isso pode acontecer. São Pedro foi fraco também diante de S. Paulo, quanto aos judeus. E São Paulo o repreendeu duramente: «Não andas segundo o Evangelho», disse São Paulo a São Pedro. São Pedro era Papa e São Paulo o repreendeu. Ele disse com vigor: «Repreendi o chefe da Igreja que não andava segundo a lei do Evangelho» Era grave dizer isso ao Papa. E Santa Catarina de Sena, também fez críticas veementes aos Papas. Nós temos a mesma atitude ao dizer: Santíssimo Padre, o senhor não está cumprindo seu dever. É preciso voltar à Tradição se deseja que a Igreja refloresça. Se o senhor permite que esses cardeais, que esses bispos, persigam a Tradição, estará realizando a ruína da Igreja.

Tenho certeza que, no seu coração o Papa tem uma profunda inquietação e que ele procura um meio de renovar a Igreja, e eu espero que com nossas orações, com nossos sacrifícios, com as orações de todos os que amam a Igreja, todos que amam o Papa, tenho certeza que conseguiremos.

E principalmente com a devoção à Santíssima Virgem. Se nós rezarmos à Santíssima Virgem, ela não pode abandonar seu Filho, ela não pode abandonar a Igreja que seu Filho fundou, a esposa mística de seu Filho. Vai ser difícil, vai ser um milagre, mas nós vamos conseguir.

Mas para mim, não quero que me façam dizer que a Nova Missa é boa, que ela é simplesmente menos boa que a outra, mas que é boa. Não posso dizer isso. Não posso dizer que estes sacramentos são bons. Eles foram feitos pelos protestantes, eles foram feitos por Bugnini. E o próprio Bugnini disse, como podemos ler no Observatório Romano e na Documentation Catholique, que traduziram o discurso de Bugnini, de 19 de março de 1965, ou seja, antes de todas as reformas:

«Devemos tirar das nossas orações católicas e da liturgia católica tudo que possa ser sombra de choque para nossos irmãos separados, quero dizer, para os protestantes».

Será possível que se tenha de ir perguntar aos protestantes, sobre o Santo Sacrifício da Missa, dos sacramentos, de nossas orações, do nosso catecismo: em que vocês não estão de acordo? Vocês não gostam disso ou daquilo? Bom, vamos suprimir.

Não é possível. Talvez não nos tornemos heréticos, mas a fé católica será diminuída. É assim que não se acredita mais no limbo, no purgatório, no inferno. Não se acredita mais no pecado original, nem nos anjos. Não se acredita mais na graça, não se fala mais do sobrenatural. É o fim da nossa fé.

Então devemos manter inteiramente nossa fé e rezar à Santíssima Virgem porque, por nós mesmos… é um trabalho de gigantes que nós queremos realizar, e sem o socorro do Bom Deus não conseguiremos. Dou-me conta da minha fraqueza, do meu isolamento. O que posso fazer sozinho diante do Papa? Diante dos cardeais? Não sei. Vou como um peregrino, com meu cajado de peregrino. Vou dizer: guardem a fé, guardem a fé. Sejam mártires mas não abandonem a fé. É preciso manter os sacramentos e o Santo Sacrifício da Missa.

Não podemos dizer: ah! você sabe, se mudou não faz mal. Eu tenho a fé bem enraizada e não corro o risco de perder a fé.

Percebemos que os que estão habituados a freqüentar a nova missa e os novos sacramentos, pouco a pouco mudam de mentalidade. Alguns anos mais tarde, conversando com alguém que vai nessa nova missa, nessa missa ecumênica, percebemos que adotou o espírito ecumênico. Termina-se colocando todas as religiões no mesmo plano. Podemos perguntar-lhe: pode-se salvar pelo protestantismo, pelo budismo, pelo islamismo? Ele responderá: mas claro, todas as religiões são boas. E pronto! Tornou-se um liberal, protestante. Não é mais católico.

Só existe uma religião, não há duas. Se Nosso Senhor é Deus e se Deus fundou uma religião, a religião Católica, não pode haver outras religiões, não é possível. As outras religiões são falsas. É por isso que o Cardeal Ottaviani disse: «Da tolerância religiosa». Tolera-se os erros porque não se pode impedir que eles se espalhem. Mas não se os coloca em pé de igualdade com a Verdade. Ou então se acaba com o espírito missionário. Se todas essas falsas religiões salvam, então porque sair em missão, para quê? Deixem-nos em suas religiões e eles vão se salvar…Não é possível. O que fez a Igreja durante vinte séculos? Porque todos esses mártires? Porque todos os que foram massacrados nas missões? Os missionários perderam seu tempo, perderam seu sangue, perderam suas vidas! Não podemos aceitar isso.

Precisamos permanecer católicos e é muito perigoso escorregar no ecumenismo e embarcar numa religião que não é mais católica.

Desejo vivamente que todos sejam testemunhas de Nosso Senhor, da Igreja Católica, testemunhas do Papa, da Catolicidade, mesmo se devemos ser desprezados, insultados nos jornais, nas paróquias, nas igrejas. E daí! Somos as testemunhas da Igreja Católica, os verdadeiros filhos da Igreja Católica e os verdadeiros filhos da Santíssima Virgem Maria.