Caríssimos fiéis,
Embora agosto não tenha o título de mês mariano como maio e outubro, no entanto ele é caracterizado por duas grandes festas da Santíssima Virgem: a Assunção, em 15 de agosto, e o Imaculado Coração de Maria, no dia 22.
O coração, símbolo do amor, faz-nos pensar que Maria é modelo do amor a Deus, um modelo de caridade.
Maria supera todas as outras criaturas no amor. Mais do que qualquer outra, Maria esteve em contato com a caridade infinita, tornou-se participante dela; Maria foi repleta dela: Ela era “cheia de graça”, o Senhor estava nela, o Senhor estava com ela; o Senhor, o próprio Amor, a graça, o manancial divino do seu Coração, do seu “Coração fornalha de caridade”. Foi porque Maria era “cheia de graça”, foi porque a caridade infinita estava nela e ela estava completamente aberta a essa caridade por meio da fé, fortalecida na esperança, que ela recebeu tal abundância e, ademais, foi capaz de corresponder ela, pois, em termos de amor, o que podemos retribuir a Deus que não tenhamos recebido dele?
Maria primeiro creu no amor misericordioso e incomparável de Deus por ela. Essa fé expandiu sua alma, abriu seu coração para receber tudo o que Deus queria derramar nela: ela recebeu na medida de sua fé.
Nós também recebemos o amor de Deus na medida em que cremos. Ele nos ama com um amor infinito, embora não possamos receber esse amor em sua plenitude, mas de acordo com a capacidade do nosso livre arbítrio. A fé no amor de Deus é a entrada de Sua vida em nossa alma. Se, por um lado, o Batismo nos dá a vida divina, por outro lado, devemos observar que o batismo também implica a necessidade da fé: “Aquele que crer e for batizado será salvo, terá vida em si mesmo”.
Seguindo o exemplo de Maria, creiamos no amor de Deus. Se tivermos fé no amor de Deus a nossas almas, ele, por sua vez, nos levará a amá-Lo.
Padre Jean-François Mouroux, Prior