CREMOS NA IGREJA

Editorial: apesar das alarmantes perspectivas do Sínodo, persistimos em crer na indefectibilidade das promessas de Cristo 

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Extraído da Carta aos nossos irmãos Sacerdotes n° 99

Dentro de alguns dias (e, sem dúvida, no momento em que lerem estas linhas), será realizada a primeira sessão do “sínodo sobre a sinodalidade”. É de temer, infelizmente, que essa assembleia, longe de trabalhar para restaurar sua vitalidade e seu esplendor espiritual da Igreja, acabe por aumentar ainda mais os desvios.

Do ponto de vista humano, não se pode deixar de temer pelas perspectivas cada vez mais alarmantes que pairam sobre a Igreja. A perda da fé, a cessação da prática, a queda das vocações, a apostasia assumida continuam a acelerar. Assim, começamos a compreender melhor a enigmática frase de Jesus: “Quando o Filho do Homem voltar, ainda encontrará fé na terra?” (Lc 18, 8).

Para superar esse inevitável pessimismo humano, devemos manter uma visão de fé sobre a Igreja. A Igreja é humana, profundamente humana e, portanto, experimenta todas as deficiências e todos os pecados que os homens podem cometer em si mesmos. Mas a Igreja também é, sobretudo, fundamentalmente divina. Santificada pelo Espírito, governada por Nosso Senhor Jesus Cristo, consagrada ao culto do Pai celestial, não pode ser abalada nos seus fundamentos, que são santos, que são divinos.

É por isso que cremos na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. É por isso que cremos na Igreja Católica Romana como a única Igreja de Cristo, meio necessário para todos que são chamados à salvação e convidados a entrar nela sob pena de condenação.

Cremos na Igreja hierárquica, governada pelo Papa, sucessor de Pedro e vigário de Cristo, a quem cabe, não propor uma nova Revelação, mas guardar fielmente a Revelação de Jesus transmitida pelos Apóstolos e apresentá-la pelo seu Magistério, dotado do privilégio da infalibilidade, nas condições estabelecidas por Cristo.

Cremos na Igreja hierárquica, governada em cada diocese, sob a autoridade do Sumo Pontífice, pelos Bispos sucessores dos Apóstolos, e eles próprios assistidos por sacerdotes, diáconos e ministros.

Cremos que todos os fiéis, em virtude de seu batismo e dos demais sacramentos que receberam, sob a direção da santa hierarquia, agindo em virtude do mandato de Cristo e de acordo com seus mandamentos, que todos os fiéis, são chamados a santidade e uma vida em conformidade com o Evangelho.

E, finalmente, apesar da situação complexa, confusa, dramática que a Igreja vive hoje, e que explica a “peculiar” situação da Fraternidade São Pio X (uma situação que ela não queria, mas que lhe foi imposta), não obstante todas estas dificuldades humanas, aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade.

Pe. Benoît de Jorna, FSSPX