A ordem dos sacramentos entre si é muitas vezes ignorada na prática contemporânea.
Fonte: Apostol, maio 2025 – Tradução: Dominus Est
Na Páscoa deste ano, novamente, os batismos de adultos e adolescentes aumentaram de forma exponencial. Essa é, sem dúvida, uma boa notícia, mas também reflete (como não é novidade) uma profunda descristianização do país (e, correlativamente, uma queda não menos espetacular no número de batismos de bebês), mas que também mostra que a graça de Jesus Cristo continua a trabalhar nos corações e que a fé católica não disse a sua última palavra, especialmente porque precisamos acrescentar a esses recém-batizados aqueles que, embora já batizados, estão agora chegando à fé e à Igreja porque não foram ensinados por suas famílias e/ou paróquias. A Igreja Católica na França poderia, portanto, encontrar um novo impulso se esses batismos fossem suficientemente bem-preparados e acompanhados.
Mas nada é menos certo: alguns tipos de relatórios (que, reconhecidamente, não têm a precisão e o rigor das estatísticas) mostram que o sacramento do batismo, às vezes, é conferido fora de qualquer lógica sacramental. Por exemplo: o matrimônio católico nem sempre é exigido daqueles que, embora já vivam como casal, solicitam o batismo ou a crisma. Muito frequentemente, a participação na Missa dominical não é condição sine qua non para quem pede o batismo, como se a lei da Igreja – ainda em vigor – não expressasse o vínculo essencial entre o batismo e a Eucaristia, com o batismo encontrando sua realização na comunhão na Missa e a Missa dominical fornecendo o alimento indispensável que permite que o batismo se fortaleça, floresça e dê frutos.
Essa desordem sacramental também é evidente na confissão, que nem sempre é exigida, ou mesmo oferecida àqueles que recebem a confirmação ou a Eucaristia. Pelo contrário, às vezes é dado a pessoas que vivem em uma situação conjugal irregular, de modo que os sacramentos da penitência e do matrimônio são desconectados e vividos separadamente (e, portanto, falsamente).
No entanto, a doutrina católica ensina que os 7 sacramentos estão tão interconectados que podemos falar de um organismo sacramental. Se cada um dos sacramentos permite que as pessoas, em diferentes situações da vida, sejam ligadas – e enxertadas em – a Jesus Cristo, ele não pode ser recebido, sob pena de falsidade e esterilidade, sem um vínculo com os outros. A unidade e a coerência entre os 7 ritos instituídos por Jesus Cristo explicam por que, juntos, eles formam uma ordem sacramental.
Com demasiada frequência, a prática atual nas dioceses infelizmente desorganiza o setenário: os sacramentos não estão mais sempre ligados entre si e oferecidos em coerência uns com os outros: eles estão desarticulados como as peças dispersas de um quebra-cabeça, cuja imagem – o homem vestido de Cristo – não aparece mais de forma clara.
Pe. Louis-Marie Berthe, FSSPX