Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est
Escrito por John Vennari (Catholic Family News)
Católicos de todo o mundo estão escandalizados com a mais recente manifestação da aberração Conciliar. O vídeo (que publicamos aqui), lançado pelo Papa Francisco, por suas intenções de oração para janeiro — uma celebração pan-religiosa com todas as religiões do mundo onde Francisco pede mais diálogo e afirma que nós,membros de todas as religiões, somos todos “filhos de Deus. “[1]
Naturalmente, não há no vídeo nenhum apelo à conversão dos acatólicos para a única e verdadeira Fé.
O vídeo gerou muita discussão em diversas páginas de redes sociais ecatólicoso modernismo e a heresia da apresentação. No entanto, talvez alguns sacerdotes bem-intencionadospareciam confusos com todo o transtorno: “Desculpe”, disse um deles, “o que precisamente é herético na declaração? Não vejo qualquer declaração afirmando que todas as religiões são iguais. (pluralismo?)”
Aqui está a chave para entender o que é verdadeiramente acontece.
O Modernismo raramente opera com “afirmações precisamente heréticas.” Seu método é uma práxis que aborda de maneira inédita o que está em conflito com o magistério perene.
As atividades ecumênicas de hoje dão a aparência de que todas as religiões são boas o suficiente para a salvação; esse provavelmente é o principal erro religioso do nosso tempo. Pessoas de todo o mundo vêem João Paulo II e o Papa Bento XVI em encontros de oração inter-religioso em Assis, lado-a-lado com budistas, hinduístas, judeus, muçulmanos, protestantes, e concluem que qualquer religião são mais ou menos agradáveis a Deus. É uma expressão visual do indiferentismo religioso que leva as almas a absorver a doutrina herética.
Apenas um exemplo: No dia da morte do Papa João Paulo IIrecebi um telefonema de uma jovem senhora da Nova Zelândia, uma amiga da família. Ela participou de uma situação em que interagiu com os muçulmanos e hindus. Quando ela disse a esses acatólicos, com mansidão e caridade, que deviam se converter à única e verdadeira Igreja Católica para salvar suas almas, os muçulmanos e hindus riram dela. “Seu Papa não acredita nisso”, disseram às gargalhadas, referindo-se a João Paulo II,
“Seu papa não ensina isso. As ações inter-religiosas do seu papa não transmitem isso. Seu Papa reza com o Dalai Lama e com os hindus. Seu Papa visita mesquitas e beija o Corão. Você está fora de sintonia com seu próprio papa. Por que deveríamos ouvi-la?”
Aqui nós vemos a evidência da nova hetero-praxis em relação à doutrina, que leva o indivíduo a pensar conforme ensina a doutrina herética.
Essa é a mesma tática que os progressistas empregaram no recente Sínodo, quando defenderam a mudança prática no divórcio e no recebimento da Comunhão aos recasados, para logo em seguida repetir o que apenas os mais ingênuos aceitariam: “Mas nós não mudamos a doutrina”
Não aprendemos nada nos últimos 50 anos? Toda a revolução do Vaticano II foi baseada na tática da elevação da “pastoral” acima da “doutrinal”, sem alterar explicitamente a doutrina, mas, mesmo assim, criando uma revolução nas atitudes católicas.
Outra tática do Modernismo e da revolução conciliar é o significativo silêncio sobre esses pontos de doutrina que desafiam a nova orientação.Nas palavras do eminente Pe. Edward Hanahoe, os ecumenistas “fingem que o magistério não falou a respeito“.
Você nunca vai ouvir os Papas conciliares, de João XXIII até o presente, reiterar a condenação clara do indiferentismo religioso que encontramos na Mirari Vos do Papa Gregório XVI:
“Outra causa que tem acarretado muitos dos males que afligem a Igreja é o indiferentismo, ou seja, aquela perversa teoria espalhada por toda parte, graças aos enganos dos ímpios, e que ensina poder-se conseguir a vida eterna em qualquer religião, contanto que se amolde à norma do reto e honesto. Podeis, com facilidade, patentear à vossa grei esse erro tão execrável, dizendo o Apóstolo que há um só Deus, uma só fé e um só batismo (Ef 4, 5): entendam, portanto, os que pensam poder-se ir de todas as partes ao porto da Salvação que, segundo a sentença do Salvador, eles estão contra Cristo, já que não estão com Cristo (Lc 11,23), e os que não colhem com Cristo dispersam miseramente, pelo que perecerão infalivelmente os que não tiverem a fé católica e não a guardarem íntegra e sem mancha.
“Fingem que o magistério não falou a respeito” e a elevação da hetero-praxis para um patamar acima da doutrina são as duas principais táticas modernistas da revolução Conciliar.
POSTSCRIPT: Antes que esqueçamos,a atividade pan-religiosa foi incentivada por todos os papas conciliares, incluindo o antecessor imediato do Papa Francisco. Apenas para dar um exemplo, a orientação inter-religiosa teve plena aprovação durante o pontificado do supostamente conservador Papa Bento XVI. Veja meu relatório (link abaixo) de quando assisti ao encontro pan-religioso do Papa Bento XVI em Assis, em 2011. Este foi o tipo de atividade que promoveu o lançamento das bases para abordagem mais ousada do Papa Francisco.
No evento de Assis em 2011, o Professor nigeriano Wande Abimbola, representante da religião africana Iorubá, subiu ao púlpito enquanto os membros de diversas religiões dividiram o santuário da Igreja Assis dos Santos Anjos com o Papa Bento XVI. Abimbola cantou uma oração e balançou um instrumento de percussão, dizendo aos delegados que a paz só pode vir com maior respeito pelas religiões indígenas.
Devemos sempre lembrar que nossa própria religião, juntamente com as religiões praticadas por outras pessoas, são válidas e preciosas aos olhos do Todo-Poderoso, que criou todos nós com essa pluralidade e diferentes caminhos de vida e de crença “, ele disse.
Clique aqui para: “Assis III: deuses pagãos invocadosna Basílica Católica com Bento XVI em 2011no Evento de Assis “
Nota de rodapé: (1) Estritamente falando, Francisco reivindicando sem ressalvas que os católicos e membros de todos os religiões são “filhos de Deus”, é um afastamento de verdadeira doutrina católica. As Escrituras nos dizem que sem o Batismo somos filhos da ira. “Porque nós somos por natureza filhos da ira.”(Ef. 2: 3). Nós apenas somos trazidos para a família de Deus pelo Batismo e assim somos membros da verdadeira Igreja estabelecida por Cristo, a Igreja Católica. Esta é a perene doutrina católica que o Papa Francisco sacrifica no altar de um ecumenismo conciliar falso.