SANTO PADRE, BISPOS, PERCEBAM A ANGUSTIA DOS FIÉIS

LEF

Sermão não publicado de Mons. Lefebvre proferido em 15 de maio de 1978 em Genebra. (1)

Neste sermão, Mons. Lefebvre destaca o fato de que os fiéis pedem apenas uma coisa do Papa e de seus bispos: que eles possam permanecer católicos.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

RESUMO

Por que não podemos continuar com o que a Igreja sempre fez?

Mons. Lefebvre pede aos bispos que, finalmente, se dignem a ouvir seus fiéis, que sofrem perante a situação da Igreja. Os fiéis lhes pedem, unicamente, algo inédito… a permissão para poder continuar a viver a sua fé como a todos os seus antepassados, permissão de poderem ser católicos!

Os fiéis estão cientes de que podem colocar a sua fé em perigo se seguirem as novidades criadas desde o Concílio Vaticano II, novidades essas que tendem a uma confusão de religiões. O padre diz no momento do batismo: “a fé dá-nos a vida eterna”, portanto, é o tesouro que nos é mais caro aqui na terra, e não pode ser minimizado. Imploramos ao Santo Padre e aos Bispos que nos permitam continuar a viver a nossa vida católica.

Por que mudaram esta orientação tão profunda da Igreja, que nos recordam os Apóstolos que, depois de receberem o Espírito Santo, começaram a pregar a divindade de Jesus Cristo? Eles batizavam para trazer almas para a Igreja, para que recebessem a graça, eles pregaram até os confins do mundo então conhecido. Eles convertiam almas e exortavam-nas que permanecessem fiéis à fé que haviam ensinado: “Guardai o depósito da fé! “

Temos o direito e o dever de conservar nossa fé, é isso que queremos fazer. Queremos continuar. Por que nos deram um catecismo, uma Bíblia, uma Missa e sacramentos ecumênicos, que os protestantes também podem usar? Não queremos que as religiões sejam confundidas! A Igreja Católica sempre afirmou que é a única religião verdadeira, é um dogma da nossa fé porque foi Nosso Senhor Jesus Cristo, o próprio Deus, que a fundou. Ele se deu ao trabalho de vir se encarnar em nosso meio, de morrer na Cruz para fundar nossa santa religião. Temos o direito de hesitar, dizer que é uma das religiões entre as outras?

Desprezado, repreendidos por aqueles que deveriam ser nossos pais na fé

O rito da missa não é algo que possa ser experimentado, modificado de acordo com o pensamento de cada um ao longo dos tempos, caso contrário, não há mais nada fixo. Já temos um rito da Missa que foi declarado sagrado pelo Concílio de Trento, que é celebrado em suas partes essenciais desde os primórdios da Igreja, cujo cânon é provavelmente composto pelos próprios Apóstolos. O Papa São Pio V nada mais fez do que definir esta Missa dizendo que era santa e que nenhum sacerdote poderia ser impedido de celebrá-la até o fim dos tempos, precisamente porque ela havia sido dita antes dele durante quinze séculos.

Isso é o que exigimos da Igreja, não queremos outra coisa. Não queremos nos separar dela, pelo contrário, queremos que a Igreja continue. Os fiéis são a Igreja Católica quando continuam o que a Igreja sempre fez.

Dizem-nos: “Mas os senhores devem seguir as orientações dadas por Roma e por seus bispos”. Concordamos, podemos tomar novas orientações desde que correspondam à fé de sempre, à Tradição. Mas não quando se desviam dele, como é o caso do ecumenismo, pela interpretação agora oficial de certos episcopados do Decálogo, da lei moral. São coisas tão incríveis que, se não as tivéssemos diante dos olhos, por meio de documentos, não acreditaríamos. Não podemos concordar com estas coisas, e temos a certeza que um dia a verdade voltará, não é possível, o bom Deus não abandona a sua Igreja.

Esta reação extremamente saudável, justíssima e legítima dos fiéis contra o que destrói sua fé, o que divide suas famílias, existe em todo o mundo. Muitos são os que não querem aceitar estas novidades surgidas desde o Concílio Vaticano II. Muitos temem que seus filhos percam a fé, sentem a necessidade de ter uma voz que os apoiem, que os encorajem. O mundo só será salvo pela Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, precisamos da Santa Missa, precisamos dos verdadeiros sacramentos, precisamos do verdadeiro catecismo. Todos os problemas do mundo inteiro não serão resolvidos sem Nosso Senhor.

Estas são coisas dolorosas. Mesmo que tenhamos de sofrer, soframos por nossa fé. Não somos os primeiros, quantos foram martirizados antes de nós para guardar a fé! Se devemos sofrer o martírio moral de sermos de alguma forma desprezados, repreendidos por aqueles que deveriam ser nossos pais na fé, soframos, mas guardemos a fé, porque o bom Deus quer. É o que quer também a Santíssima Virgem Maria, Ela que é nossa Mãe. É porque somos da família da Virgem Maria que queremos manter a fé que ela sempre professou. Existe alguma coisa no coração da Virgem Maria além do nome de Nosso Senhor Jesus Cristo?

O SERMÃO

Para acessar o Sermão completo, clique aqui

Notas

  1. Por ocasião do primeiro aniversário do Priorado de Genebra.