São Pio X – Patrono da Fraternidade
Proferido na Missa do domingo, 07/09 (09:00h), no Priorado Padre Anchieta, em São Paulo/SP.
+
In festo Sancti Pii Decimi, Papae et Confessoris[1]
Patroni principalis Fraternitatis Sacerdotalis Sancti Pii X
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Amadíssimos irmãos,
Antes de tudo, gostaria de agradecer ao Padre Prior por me haver dado a honra de celebrar neste ano a solenidade do Patrono da nossa Fraternidade, o grande Papa São Pio X! Além disso, festejamos os vinte anos de fundação do nosso Priorado de São Paulo. Portanto, hoje, queridos amigos, é verdadeiramente um dia de ação de graças! Todavia, se temos muitos motivos para comemorar, caríssimos irmãos, temo-los também não poucos para nos preocupar.
Vivemos uma grande crise, que foi declarada, assinalada e até vislumbrada em seu desenvolvimento futuro por São Pio X. Podemos dizer que ele morreu de tristeza diante dos acontecimentos que se aproximavam. Não se tratava apenas da Primeira Guerra Mundial. O que ele via era algo ainda maior: toda essa sombra que adentrou a Igreja.
Sim, vivemos em densas trevas, mas o olhar cristão, quanto mais sombras enxerga, mais descobre nelas os sinais da Divina Providência. São tempos de grandes graças, pois o céu jamais permitiria uma crise tão profunda em sua Igreja sem preparar, digamos assim, “uma revanche”. São Pio X previu essa crise, e em seu pontificado, em sua pessoa, em suas ações, manifestam-se claramente dois princípios em combate: o modernismo, que ele condena, e o Papado, que ele representa. Esses são os dois princípios em confronto; combate terrível, que ainda hoje vivemos em episódios dramáticos.
Em São Pio X brilhou a santidade do Papado. Houve Papas santos, seja por seu martírio seja por sua piedade. Podemos dizer que, embora não tenha sido o único, em São Pio X brilhou de um modo especial a santidade própria do ofício papal. Trata-se de uma santidade como Papa, como Pontífice, como Sumo Pontífice. Ademais, brilhou nele a solene denúncia da gravidade do modernismo, feita de modo muito incisivo.
O grande golpe que São Pio X desferiu contra o modernismo foi desmascará-lo na Encíclica Pascendi[2], na qual ele expôs a verdadeira natureza e o modo de operação desta heresia. Então, trataremos nesse sermão sobre a gravidade do modernismo, esse adversário contra o qual o Papado e a Igreja devem combater[3]; e a importância e santidade do Papado.
A heresia modernista
O modernismo e sua gravidade foram denunciados por São Pio X com uma força que nenhum outro Papa demonstrou, queridos fiéis. Todos os Papas do fim do século XIX e começo do século XX combateram o modernismo, porém São Pio X o enfrentou de maneira singular. Ele agiu com firmeza para evitar a infiltração modernista, que visava corromper a própria autoridade eclesiástica, os sacerdotes e bispos. A palavra “modernismo” foi escolhida com precisão, pois toda a Idade Moderna se caracteriza por esse processo crescente de mundanização e tibieza, que levou séculos para invadir pouco a pouco a Cristandade.
Por isso, o modernismo se opõe diametralmente ao Papado. E isso não é difícil de compreender: numa família, o grande inimigo do filho preguiçoso é o pai, quem precisa despertá-lo, corrigi-lo, castigá-lo. Daí que todo esforço deste filho indolente é resistir, combater a autoridade. Essa revolução, que se chama modernismo, começou historicamente com o chamado Humanismo do Renascimento, e se manifestou, desde o início, como rebelião contra a autoridade.
Primeiro, os chefes políticos cristãos se rebelaram contra a autoridade da Igreja, dos Papas, dos bispos. Então, os bons cristãos, os mais fervorosos, ao longo desse processo de esfriamento da caridade e obscurecimento da fé, foram se agrupando em torno da Sé de São Pedro, em torno do Papa. Dois concílios marcaram esse tempo: o Concílio de Trento[4] e o Concílio Vaticano I[5]. Podemos dizer que cada um desses Concílios foi seguido por um Papa santo: a Trento, São Pio V; ao Vaticano I, São Pio X.
No Concílio de Trento, a Igreja reafirmou a autoridade Papal. Contudo, esse processo de degradação continuou. O dito “iluminismo” minou a filosofia, fomentou um espírito subversivo, que dispôs os ânimos para a Revolução Francesa. Então, os príncipes cristãos – que se deixaram contaminar pela tibieza – pagaram com a própria cabeça a rebelião contra Aquele que confirmava sua própria autoridade. Enquanto isso, milhares de clérigos e leigos eram perseguidos e guilhotinados, em nome dos supostos “direitos do homem”; em nome da liberdade, igualdade, fraternidade. Contra isso, a Igreja novamente – como sempre! – se reuniu em torno da autoridade suprema, a do Papa. O Concílio Vaticano I — embora não tenha concluído todos os seus trabalhos — teve um papel fundamental ao confirmar a autoridade do magistério papal, o dogma da infalibilidade papal[6], dentro das devidas condições.
Todas as forças se agruparam em torno da Sé de São Pedro, mas também todo o ataque se voltou contra ela — até que ocorreu aquele grande drama com o Concílio Vaticano II, no qual a própria autoridade foi contaminada pelo espírito do mundanismo, pela tibieza, que se infiltrou e atingiu todas as instituições eclesiásticas, deturpando a vida cristã autêntica, aquela ensinada por Nosso Senhor, a verdadeira vida do Evangelho, a verdadeira santidade cristã. Surge, então, o termo que temos usado e que reflete essa realidade: uma “nova Igreja”[7], isto é, uma tendência que começa a modificar todas as instituições eclesiais — o conceito mesmo da autoridade e seu exercício, a liturgia, o direito canônico, o catecismo, as Sagradas Escrituras etc.
O modernismo, numa definição breve, mas creio que exata, é uma justificação doutrinal da tibieza cristã. O pecador — como todos nós, seres humanos — tende sempre a se justificar. E o modernismo pretende ser justamente isso: uma justificação “teológica”, “filosófica” da tibieza cristã, da tibieza católica. São Pio X apontou sua gravidade com palavras duríssimas, especialmente na Encíclica Pascendi, mas também em muitos outros atos de seu pontificado, e na forma como combateu com firmeza essa heresia — verdadeira heresia! — que há muito já se infiltrava na Igreja.
E por que é grave? Porque, se o pecador chega a justificar plenamente seu pecado, humanamente já não há mais possibilidade de redenção. O arrependimento só existe enquanto se reconhece que se está fazendo o mal. Quando alguém passa a chamar o mal de bem, está perdido. Pois, ao justificar-se frente ao pecado, o homem perde a consciência do mal que está fazendo, perde a noção de sua tibieza. E passa a se convencer de que está bem, de que é um católico normal. É precisamente isso que o faz pecar contra o Espírito Santo — um pecado que, por sua natureza, torna-se irredimível, imperdoável, pois o indivíduo se fecha à própria ideia de seu estado espiritual[8].
Além disso, trata-se de uma heresia particularmente oculta, pois não parte de apóstatas ou inimigos declarados da Igreja, mas da tibieza daqueles que – contraditoriamente – desejam continuar sendo católicos. Isso foi algo que São Pio X também assinalou com clareza. O modernista deseja permanecer na Igreja; por isso, busca encobrir e disfarçar sua justificação, de modo que não seja apontado como herege — e isso é o que torna essa heresia ainda mais grave[9].
O modernismo é um magistério alternativo, uma justificação doutrinal com seus próprios “mestres” e “doutores”[10]. O homem sabe que sua justificativa pessoal não o convence plenamente — ele precisa de quem a confirme, de quem o apoie naquilo que quer pensar. E foi isso que o modernismo passou a oferecer: doutores com prestígio, sobretudo mundano, que foram dando forma a essa estrutura de sofismas para justificar a tibieza. Falo de tibieza no sentido próprio, mas poderíamos dizer também de mundanismo cristão, que é quase um sinônimo.
Trata-se de um pecado gravíssimo e oculto, pois este tíbio deseja continuar sendo tíbio e, ao mesmo tempo, católico dentro da Igreja. Por isso, ele não enfrenta diretamente a verdade nem argumenta contra os ensinamentos do magistério. O que o modernismo faz, como indica São Pio X, é introduzir o princípio do subjetivismo. É diluir a verdade para se acomodar, para não ser condenado diretamente. Ele não a enfrenta abertamente; destrói-a sem o declarar, esvaziando-a para adequar-se à própria atitude, à própria tibieza[11]. Este é o funcionamento dessa heresia e sua gravidade: ela permanece oculta, mantendo-se sob o título de “cristão normal”, enquanto destrói a fé, todos os princípios da fé, esvaziando tudo, caindo, assim, em todas as heresias, pois, ao negar a certeza da verdade e sua própria natureza, nega-se tudo[12].
Duas atitudes errôneas
Diante do modernismo, São Pio X, ao denunciar sua natureza, previne-nos contra dois erros extremos: um por excesso e outro por omissão. De um lado, o erro por excesso. Dado que a tibieza, após o pecado original e mesmo após a vinda de Cristo, é muito comum — são poucos os profundamente, heroicamente fervorosos — a maioria dos cristãos tende, em maior ou menor grau, a justificar sua conduta. Portanto, quase todos – de certo modo – possuem algo de conduta modernista.
O primeiro erro seria, então, rotular de modernista qualquer pessoa um pouco tíbia. Com isso, estaríamos afirmando que quase toda a Igreja, em quase todos os tempos, teria sido modernista… Considerar modernista – no sentido estrito da palavra – todo católico que não reagiu fortemente, que não percebeu tudo isso que tem ocorrido na Igreja; que estão de boa vontade no erro, por falta de formação, de bons exemplos; por uma obediência mal entendida (já que essa infiltração veio justamente através da hierarquia, que até então era o principal ponto de oposição ao modernismo), seria afirmar que a imensa maioria dos fiéis está formalmente na heresia, o que não é verdade.
O segundo erro, por defeito, bastante comum hoje, consiste em minimizar a gravidade do modernismo — especialmente após o último Concílio, quando se deixou de advertir contra esse perigo. Muitos passaram a vê-lo apenas como uma tendência, uma espécie de mundanidade normal entre os cristãos; pensava-se que se podia conviver com ele, que era apenas uma tendência teológica inconveniente, e que o melhor é ser tomista (enquanto se aceitam os erros)…
Não! O alerta de São Pio X continua atual: quando o erro — a tibieza — se institucionaliza como doutrina, torna-se perverso e causa de profunda corrupção. Para um médico, confundir um câncer com uma gripe é um erro gravíssimo! E esse é justamente o segundo erro a evitar. O modernismo é tão grave quanto indicou São Pio X. Não se trata de exageros de sua personalidade ou de seu temperamento… O modernismo é, de fato, a soma de todas as heresias, pois esvazia toda a doutrina. Não é uma teologia simplesmente inferior: é a pior de todas as heresias[13].
A importância do Papa
E aqui surgem dois novos erros a evitar: por uma parte, crer que o Papa, pelo simples fato de ocupar a Sé de São Pedro, é automaticamente um bom e santo Papa. Ora, isso jamais fora ensinado pela Igreja. Compreende-se, dada a grande confiança que devemos ter no Papado, que muitos tenham caído nessa ilusão.
Por outra parte, igualmente condenável é considerar um erro a Igreja ter se reunido em torno da Sé de São Pedro, julgando isso um exagero, uma espécie de “tridentinismo”, “vaticanoprimeirismo”, “piodecismo”. É ignorar que o Papado é precisamente a rocha sobre a qual Cristo fundou sua Igreja. É por meio da Sé de São Pedro, a Santa Sé, que a luz de Cristo, a doutrina, o ensinamento e a graça de Nosso Senhor se difundem na Igreja. Cristo reuniu suas ovelhas dispersas por meio da instituição do sacerdócio e do Papado — o Papa é a cabeça do sacerdócio. É a partir dessa autoridade que a verdade pode voltar a brilhar e dissipar as trevas do modernismo.
Há, realmente, um mistério nisto: sim, foram os Papas que se deixaram contagiar por esse espírito, sem embargo somente os Papas podem restaurar a Igreja, devolvê-la à saúde, ao vigor, e fazer com que a graça e a doutrina voltem a se difundir plenamente.
O nosso Superior Geral, Dom Davide Pagliarani, em seu sermão em Roma, no dia 20/08 passado, dizia: “como poderíamos resumir, em algumas palavras, a história dos Papas, do Papado? Eles tiveram apenas uma única coisa em mente; orientaram todos os seus esforços a um único propósito, um propósito muito simples: recapitular e restaurar tudo em Nosso Senhor. Eles consagraram todas as suas forças para dar a Nosso Senhor seu lugar, seus direitos. A impelir todos os homens a reconhecerem os direitos de Nosso Senhor. Tal foi o propósito, o objetivo de toda a obra do Papado através dos séculos: dar a Nosso Senhor a primazia em todas as coisas (…) contudo, essa ideia de restaurar, de recapitular tudo em Nosso Senhor, conduz a uma luta incessante: a luta contra o pecado, contra as consequências do pecado. E essa luta, esse esforço, durarão até o fim dos tempos, e devem continuar até o fim da história; só terminarão na eternidade (…) não existe, no homem ou neste mundo, uma esfera independente que não esteja submetida ao Reinado de Nosso Senhor. E essa ideia moderna [e poderíamos acrescentar, modernista], revolucionária, esse modo moderno de pensar, de que haveria no homem algo que não esteja submetido à autoridade e à Realeza de Nosso Senhor, eis precisamente o que os Papas buscaram destruir, combater. Esse combate de Nosso Senhor é o nosso combate”.
E esses continuam sendo os princípios que seguimos, queridos fiéis, até que a Divina Providência nos envie um Papa que verdadeiramente volte a assumir aquilo que ele é; que redescubra as graças e a força doutrinal imensas do seu cargo; o poder real, pois se trata do poder de Nosso Senhor. O Papa é o Vigário de Nosso Senhor Jesus Cristo. E Cristo venceu o mundo[14].
Portanto, um Papa pode vencer o mundo. Sim, pode vencê-lo, sendo ele mesmo mártir, e mártir seu sucessor, e talvez outros mais, como aconteceu com tantos dos primeiros Papas, uma lista de Papas mártires, que venceram o mundo. Pois a Sé de São Pedro possui essa força, e somente ela pode fazer a Igreja ressurgir desta densa escuridão, desta crise tão profunda em que se encontra.
A restauração de todas as coisas em Cristo — lema de São Pio X — só pode se realizar a partir da Sé de São Pedro. É ali que reside a força, pois é sobre essa pedra que a Igreja está edificada. A Igreja não se apoia em nenhuma outra base, nem em nenhuma outra instituição — nem mesmo na Fraternidade São Pio X! Pois a força da Igreja está — e sempre esteve — na Sé de São Pedro, na Santa Sé Apostólica. É por isso que Monsenhor Lefebvre, desde o começo, rechaçou o dito “sedevacantismo”[15]. Ele jamais deixou de acudir ao chamado do Papa[16], de rezar por ele e defender a sua autoridade, apesar de os últimos Papas o terem tratado como um Bispo rebelde, terem-no suspendido e excomungado, terem condenado a sua obra…
Apesar do que dizem os nossos inimigos, hoje – de fato – somos os únicos a defender verdadeiramente a Santa Sé, o Papado, a autoridade do Vigário de Cristo. E, se somos obrigados – em consciência – a desobedecê-lo, a resistir às suas ordens, isso ocorre unicamente porque ele – imbuído das ideias modernistas – não tem agido como Vigário de Cristo, mas contra Cristo[17], contra o Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo, contra o Magistério perene, contra as Sagradas Escrituras, enfim, contra tudo o que ensinaram e fizeram seus antecessores, em particular, São Pio X.
Foi isso o que nos ensinou Monsenhor Lefebvre: estar situados corretamente, sem cair em nenhum desses extremos: nem no orgulho de achar que somente nós estamos livres do modernismo, nem na indiferença de quem se acostuma a ele e o considera inofensivo. E quanto ao Papa, é preciso reconhecer que é dele que deve vir a resistência contra essa invasão do mal. O drama da crise atual é justamente que aquele que deveria se opor foi atingido, contaminado, ferido por esse modernismo. A nós, queridos filhos, compete rezar, oferecer nossos sacrifícios e lágrimas, nossas obras abnegadamente, heroicamente, mesmo derramar o nosso sangue, se assim o Bom Deus o pedir, para que esse Pai da Cristandade se levante novamente; que Roma volte a ser cátedra da verdade e farol que ilumine com a luz de Cristo.
Esse foi o combate de São Pio X. Este é o nosso combate. De tal modo, que até mesmo os adversários da Fraternidade nos identificam inteiramente com ele. Há, sim, uma identificação real, plena — histórica e doutrinal — desse combate. Mesmo os modernistas convictos reconhecem claramente que a Fraternidade continua no mesmo espírito, a mesma obra de São Pio X. Por isso, estão tão irritados tanto com ela quanto com ele. Trata-se do mesmo combate contra o modernismo.
E daí provém a nossa confiança de que São Pio X, nosso patrono, sempre nos assistirá e nos guiará neste combate tão difícil e tão superior às nossas forças. Peçamo-lo, também, pela intercessão da Santíssima Virgem Maria e do Glorioso Patriarca São José.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém
Notas:
[1] Este sermão é uma adaptação de duas homilias pregadas pelo Rev. Padre Álvaro Calderón, no Seminário de La Reja, Argentina, em 2013 e 2017.
[2] Encíclica Pascendi Dominici Gregis, 08/09/1907
[3] “Não se afastará da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja. Estes […] não já fora, mas dentro da Igreja, tramam perniciosos conselhos”, São Pio X, Encíclica Pascendi.
[4] 1545-1563
[5] 1869-1870
[6] Constituição dogmática “Pastor Aeternus”, 18/07/1870
[7] “Esta nova religião não é a religião católica; é estéril e incapaz de santificar a sociedade e a família”, Mons. Lefebvre, Prólogo ao livro: “Itinerário espiritual, seguindo a São Tomás de Aquino em sua Suma Teológica”, Saint-Michel-en-Brenne, 29/01/1990
[8] Catecismo Maior de São Pio X, V Parte, Cap. VI, perguntas 961 e 962
[9] “Os fautores do erro já não devem ser procurados entre inimigos declarados; mas, […] se ocultam no próprio seio da Igreja, tornando-se destarte tanto mais nocivos quanto menos percebidos”, São Pio X, Encíclica Pascendi.
[10] De Lubac, Rahner, Urs von Baltazar, Congar, Ratzinger, etc; “Fazem promiscuamente o papel ora de racionalistas, ora de católicos, e isto com tal dissimulação que arrastam sem dificuldade ao erro qualquer incauto”, São Pio X, Encíclica Pascendi.
[11] “O fundamento da filosofia religiosa dos modernistas assenta sobre a doutrina, que chamamos agnosticismo […] a religião deve explicar-se como fenômeno da vida […] daqui procede o princípio da imanência religiosa […] o sentimento religioso […] é o germe de toda a [falsa] religião”, São Pio X, Encíclica Pascendi.
[12] “Fundam a religião na imanência vital […] o sentimento religioso é princípio de toda religião […] daí a evolução e mutabilidade dos dogmas”, São Pio X, Encíclica Pascendi.
[13] “E visto que os modernistas […] constituem um corpo de doutrina e, se ajuntadas todas, formam um só corpo, com suma razão se pode dizer que o modernismo é a síntese de todas as heresias”, São Pio X, Encíclica Pascendi.
[14] “Disse-vos estas coisas, para que tenhais paz em mim. Haveis de ter aflições no mundo; mas tende confiança, eu venci o mundo” (Jo. XVI, 33)
[15] “A questão da visibilidade da Igreja é demasiado importante para sua existência para que Deus possa omiti-la durante décadas. O argumento dos que afirmam a inexistência do Papa põe a Igreja em situação confusa. Quem nos dirá onde está o futuro Papa? Como poderia ser designado um Papa onde não há mais Cardeais? Este espírito é um espírito cismático, ao menos para a maioria dos fiéis, que se filiarão a seitas verdadeiramente cismáticas como a de Palmar de Tróia, a da Igreja Latina de Toulouse, etc. Nossa Fraternidade repudia absolutamente compartilhar desses raciocínios. Queremos permanecer aderidos a Roma, ao sucessor de Pedro, porém repelimos seu liberalismo por fidelidade a seus Antecessores. Não temos medo de dizê-lo respeitosa, porém firmemente, como São Paulo frente a São Pedro. Por isso, longe de repudiar as orações pelo Papa, aumentamos nossas preces e suplicamos para que o Espírito Santo o ilumine e fortaleça no sustentar e defender a fé. Por isso jamais recusamos ir a Roma a seu chamado ou ao chamado de seus representantes. A Verdade deve esperar-se de Roma mais do que de qualquer outro lugar. Pertence a Deus, que a fará triunfar”, Posição de Monsenhor Lefebvre sobre a Nova Missa e o Papa, publicado em Roma N° 67, 08/11/1979.
[16] “Por que vou a Roma?”, publicado no site www.fsspx.com.br, trecho da homilia pronunciada no Seminário de Zaitzkofen, em 26/02/1983, Cor Unum, nº 92 (2009).
[17] “Estando a Cadeira de Pedro e os postos de autoridade de Roma ocupados por anticristos, a destruição do Reino de Nosso Senhor alastra rapidamente no seio de seu Corpo Místico nesta terra, especialmente pela corrupção da Santa Missa(…)”, Monsenhor Lefebvre, carta aos futuros Bispos, 29/08/1987; “Então, (devido a) essa descristianização, penso que se pode dizer que essas pessoas que ocupam Roma hoje são anticristos. Não digo Anticristo, digo anticristos, como diz São João. “O anticristo já está presente em nosso tempo”, diz São João em sua primeira carta. O anticristo, os anticristos. Eles são anticristos, isso é certo, absolutamente certo. Então, diante de uma situação como essa, acredito que não devemos nos preocupar com as reações dessas pessoas, que, necessariamente, são contra nós. Como eu disse ao cardeal: “Nós somos totalmente a favor de Cristo e eles são contra Cristo. Como quereis que possamos nos entender?”, Conferência de Mons. Lefebvre no retiro de Padres, Écône, 04/09/1987.