UM CARDEAL: UM DIA D. LEFEBVRE SERÁ RECONHECIDO COMO DOUTOR DA IGREJA

Fonte: Santa Iglesia Militante – Tradução: Dominus Est

(Dra. Maike Hickson – Catholic Family News – 27/08/20) O professor Armin Schwibach, professor de filosofia e correspondente do site austríaco Kath.net. em Roma, relatou no Twitter que um cardeal lhe havia feito, recentemente, alguns comentários de apoio ao Arcebispo Marcel Lefebvre, falecido fundador da Fraternidade São Pio X (FSSPX).

Em 21 de agosto, Schwibach escreveu : “Como disse, recentemente, um cardeal: o Arcebispo Lefebvre, um dia, será reconhecido como Doutor da Igreja. Para tanto, os “outros” devem estar à altura dele.” O Catholic Family News se aproximou do professor Schwibach e confirmou que, de fato, um cardeal da Igreja Católica lhe havia dito recentemente essas palavras. Em outra ocasião segundo Schwibach, esse mesmo Cardeal acrescentou que Lefebvre era “profético”. No entanto, o Cardeal pronunciou essas palavras em particular e não quer dizê-las em público.

Este fato confiável, conforme revelado por Schwibach, é de grande importância para a Igreja Católica, pois mostra que existem outros prelados de alto escalão além do Arcebispo Carlo Maria Viganò e do Bispo Athanasius Schneider que estão vendo a validade das críticas sustentadas pelo próprio D. Lefebvre ao Concílio Vaticano II, de aspectos do Magistério pós-conciliar e da Missa Novus Ordo.

É hora de uma audiência respeitosa

É de se esperar que este Cardeal, assim como outros prelados que pensam de forma semelhante, venham a falar com franqueza ao público. É hora dessa posição tradicionalista, reprimida e condenada ao ostracismo por tantas décadas, agora seja ouvida com respeito. É um fato que a mente católica se encolhe quando não se permite olhar a realidade e fazer perguntas ou levantar objeções. Acostuma-se a usar antolhos, porém Nosso Senhor é a Luz e a Verdade, e podemos sempre ter a certeza que Ele nos abençoa quando buscamos agradá-Lo, buscando e falando a Verdade, sem nos preocuparmos com o respeito humano.

Além disso, também confio profundamente que só chegaremos a uma avaliação mais completa e proporcionada da nossa crise atual e de suas raízes quando nos comprometermos a ter um discurso intelectual em público, onde argumentos e contra-argumentos sejam apresentados com clareza, ampliando assim as perspectivas e abordagens da verdade. (…)

A refrescante sinceridade do Bispo Schneider

Em Christus Vincit (Angelico Press, 2019) – uma entrevista de um livro, D. Athanasius Schneider descreve com franqueza sua própria reação a D. Lefebvre e seu movimento quando disse que se sentia atraído por seus argumentos, mas logo ficou confuso porque os bispos locais advertiram aos fiéis contra este Arcebispo “desobediente”.

Eis como escrevi na minha crítica do livro:

Quando [o bispo Schneider] tinha 15 anos, ele começou a ler alguns textos escritos por D. Marcel Lefebvre, fundador da Fraternidade São Pio X e “ele viveu um dilema”. Sua própria veneração pelo Papa reinante estava em conflito com as idéias de D. Lefebvre que ele considerava “substancialmente corretas”. Como, nessa época, ele não leu diretamente os textos do Concílio de 1962-1965, mas apenas os comentários dos autores conservadores que os apresentavam, a princípio “não teve nenhuma preocupação ou suspeita de que pudesse haver problemas com os textos conciliares. “Nesse momento, ele colocou em prática uma “total ‘infabilização’ do Concílio”.

Agora o Bispo Schneider vê que essa conclusão estava errada. Disse ele: “Hoje em dia, percebo que ‘desliguei’ minha razão. No entanto, tal atitude não é saudável e vai contra a tradição da Igreja, como observamos nos Padres, Doutores e nos grandes teólogos da Igreja ao longo de 2000 anos”.

Tal atitude de “desligar” o motivo que o Bispo agora chama de “ultramontanismo extremo”, bem como uma “defesa cega de tudo dito pelo Concílio, que por vezes parecia exigir acrobacias mentais e uma ‘quadratura do círculo’”.

Este exemplo mostra que, em vez de discutir publicamente as objeções de D. Lefebvre – e de vários outros grupos e indivíduos tradicionais – muitos na hierarquia da Igreja o condenaram ao ostracismo e, assim, suprimiram seus argumentos sinceros e bem fundamentados. No entanto, esse método não durará para sempre, porque a verdade sempre se fará livre.

Eu ouvi, em um passado recente, de vários católicos conservadores, que ficaram longe das publicações do movimento tradicionalista porque lhes haviam dito que eram “cismáticos”. Porém, agora que começam a ler alguns de seus livros e críticas, dizem: Nunca soube disso! Oxalá tivesse sabido! Outros me dizem: Nos privaram de tantos belos elementos de nossa fé! Os novos livros de orações frequentemente são monótonos, enquanto os antigos são muito mais edificantes e inspiradores. Sentimos que roubaram nossa herança!

E assim vai. A verdade sempre liberta. E qualquer prelado que agora abordasse honestamente essas questões prestaria um grande serviço aos leigos e, dessa forma, nos ajudaria no sentido de um debate bem proporcionado e fundamentado, em prol da salvação das almas.