VAIDADE ECLESIÁSTICA

Artigo originalmente publicado em outubro de 1992

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Conta-se que um pretensioso padre escreveu uma obra de história local em três volumes: Minha paróquia antes de minha pessoa, Minha paróquia durante minha pessoa, Minha paróquia depois de minha pessoa. O segundo foi, de longe, o mais volumoso. O terceiro volume não foi impresso por falta de Nihil Obstat do sucessor deste glorioso pároco.

Hoje, essa acusação contra a vaidade eclesiástica é facilmente aplicável no terreno mais amplo da era pós-conciliar em geral. Inovadores progressistas escrevem constantemente com a mesma arrogância de nosso presunçoso pároco. Praticamente os dois primeiros volumes já foram escritos e circulam em fascículos: A Igreja antes de nós (todo preto), A Igreja feita por nós (todo rosa). Mas do terceiro volume, o que diriam?

Não há necessidade, claro, de prever um terceiro volume intitulado: A Igreja depois de nós. De fato, não restará nada da Igreja depois deles, nem dogmas, nem liturgia, nem Direito Canônico, nem orações, nem imagens, nem coroinhas, nem sinos, e nem sequer a consolação de um De Profundis.

Pe. Philippe Sulmont, em Toujours curé