PEQUENO CATECISMO DA COMUNHÃO NAS MÃOS

la porte

Fonte: L’Hermine n ° 61 (em La Porte Latine) – Tradução: Dominus Est

Nestes últimos meses, as autoridades da Igreja “conciliar” se apoiaram na pandemia do Covid-19 para encorajar ou impor a prática de receber a Sagrada Eucaristia nas mãos. Em sentido inverso, circulam muitas publicações que pretendem provar que a comunhão sempre foi recebida na língua, mesmo nos primeiros séculos da Igreja. O que devemos pensar? Na Internet existem muitos documentos que, embora defendam a comunhão na língua, o fazem com base em argumentos falaciosos. É necessário, portanto, aprofundar a questão, sem, no entanto, abandonar o estilo simples do catecismo. Por isso, decidimos inserir no texto apenas as principais conclusões, relegando todo o aparato crítico das evidências às notas finais.

  1. O que é a comunhão nas mãos hoje?

A comunhão nas mãos é uma prática da liturgia romana reformada após o Concílio Vaticano II. O sacerdote (ou outro ministro da Eucaristia, que na nova liturgia também pode ser um leigo [1] coloca a hóstia sobre a palma da mão esquerda do fiel, que a pega com a mão direita e a leva à boca.

  1. Quando essa prática foi introduzida?

A prática atual da comunhão nas mãos foi introduzida oficialmente em 29 de maio de 1969 pela Instrução Memoriale Domini da Sagrada Congregação para o Culto Divino [2]. Este documento, embora exprima uma preferência pela comunhão na língua, confia às Conferências Episcopais, após consulta ao Vaticano, o poder de autorizar a comunhão nas mãos.

  1. Trata-se de uma simples tolerância ou uma autorização verdadeira?

Alguns autores, se apoiando na carta da Instrução Memoriale Domini, vêem a comunhão na mão como um mal que o Vaticano teria tolerado unicamente por causa das circunstâncias. De fato, em alguns países (especialmente Bélgica, Holanda, França e Alemanha) a comunhão na mão já havia sido introduzida abusivamente. Ao invés de deixar a porta aberta para uma experimentação anárquica, o Vaticano teria preferido aceitá-la e regulamentá-la. Esta interpretação benevolente é, no entanto, contrariada pelos fatos. De fato, se tivesse sido apenas uma mera tolerância, o Vaticano teria que desencorajar a comunhão nas mãos nos países onde ela não havia sido difundida. No entanto, aconteceu o oposto. Por exemplo, a comunhão nas mãos foi autorizada na Itália em 1989, na Argentina em 1996, na Polônia em 2005. Além disso, D. Annibale Bugnini, Secretário da Congregação para o Culto Divino, deixou claras as intenções do Vaticano em um artigo publicado em 15 de maio de 1973 no Osservatore Romano e revisado pelo próprio Paulo VI [3]: para não mortificar “um significativo número de bispos, que se referem a uma prática [comunhão na mão] igualmente válida na história da Igreja e que, em certas circunstâncias, pode ser útil ainda hoje”. Agora, “válido” e “útil” não se referem a um mal que é tolerado, mas a um bem que é autorizado. A conclusão é óbvia: não há mera tolerância, mas verdadeira autorização, embora restrita.

  1. A comunhão nas mãos foi praticada anteriormente na história da Igreja?

Sim, a comunhão na mão já foi praticada na história da Igreja. Como veremos, foi até a forma mais comum de receber a Eucaristia nos primeiros séculos. No entanto, no início da Igreja, a comunhão na mão era feita de uma maneira muito diferente em comparação com hoje. Além disso, a mudança da comunhão nas mãos para a comunhão na língua foi geral e se baseia em razões imperiosas, de modo que não há razão válida para voltar atrás.

  1. Como sabem que nos primeiros séculos da Igreja a Comunhão era recebida normalmente na mão?

Sabemos que, nos primeiros séculos da Igreja, a comunhão era recebida normalmente na mão, graças ao testemunho de vários Padres e escritores eclesiásticos. Por exemplo, São Cirilo de Jerusalém (313-387) escreve: “Quando se aproximar da Mesa Sagrada, não se aproxime com as palmas das mãos estendidas nem os dedos separados, mas faça da sua mão esquerda um trono para a sua mão direita, já que esta deverá receber o Rei, e na palma da sua mão receber o corpo de Cristo, dizendo: “Amém””. Este texto é retirado de sua quinta Catequese Mistagógica, que remonta ao ano 348 [4]. No Ocidente, Tertuliano (155-230) [5], Papa São Cornélio (180-253) [6], uma inscrição do início do século III [7], São Cipriano de Cartago (210-258) [8] e Santo Agostinho (354-430) [9] atestam a mesma prática. “Os testemunhos antigos, escritos ou arqueológicos, são unânimes neste ponto” [10].

  1. Não há autores que, ao mesmo tempo, falem da comunhão na língua?

Foram apresentados os nomes de São Basílio (329-379), do Papa São Leão I (390-461) e do Papa São Gregório Magno (540-604). Seus testemunhos, no entanto, não parecem contradizer a prática geral da comunhão nas mãos [11].

  1. O rito da comunhão nas mãos nos primeiros séculos era o mesmo que o de hoje?

Não, o rito da comunhão nas mãos nos primeiros séculos não era o mesmo que o de hoje. Antigamente, os leigos tinham que lavar as mãos antes de receber a comunhão [12]. Além disso, as mulheres, pelo menos na Gália, só podiam tocar a hóstia com as mãos cobertas por um pequeno pano branco [13]. Tomava-se muito cuidado para garantir que nenhum fragmento caísse no chão, o que foi ainda mais fácil naquela época pois o pão eucarístico era fermentado. São Cirilo de Jerusalém (cf. n. 5) diz explicitamente: “Cuidai para não deixar cair nada, pois o que te escaparia seria como algo próprio que se perderia” [14]. Nenhuma destas disposições estão mais previstas pelo novo rito de comunhão na mão.

  1. Quando passamos da comunhão na mão para a comunhão na língua?

Passamos da comunhão na mão à comunhão na língua durante o século IX [15]. É possível que esta prática tenha iniciado um pouco antes, mas os testemunhos de que dispomos não são decisivos e provavelmente só dizem respeito a casos particulares, como a comunhão aos doentes [16].

  1. Por que a comunhão na mão foi substituída pela comunhão na língua?

Em primeiro lugar, porque, mais ou menos ao mesmo tempo, no Ocidente, passou-se a usar os pães ázimos para a Eucaristia [17]. Se por um lado este pão é mais fácil de manusear e adere facilmente à língua, por outro é provável que produza mais fragmentos. A isto devemos acrescentar que o fervor das origens havia diminuído e que o Cristianismo havia se tornado uma religião das massas: foi entre os séculos V e IX que a Igreja “generalizou a admissão das crianças ao batismo, sua perseverança não suscitava nenhuma outra preocupação” [18]. O risco de dispersão de fragmentos foi, portanto, aumentado. É por isso que a Igreja, tanto no Ocidente como no Oriente, passou muito rapidamente à prática da comunhão na língua, o que evitou este perigo [19].

Em segundo lugar, porque durante o século IX, assistimos a um aumento do respeito e da veneração pelo Santíssimo Sacramento. Este fenômeno é testemunhado também pela introdução, um pouco mais tarde, do costume de receber a Comunhão de joelhos [20]. Agora, a comunhão na língua faz parte desse movimento de fervor eucarístico. Deve expressar de forma mais direta e explícita o mistério da presença real, que os fiéis recebem pelas mãos do sacerdote ou do diácono, os únicos ministros deste sacramento.

  1. Visto que a Igreja autorizou a comunhão na mão até o século IX, não seria legítimo voltar a essa prática hoje?

Não, e por duas razões: 

Primeiro, porque seria fazer arqueologismo. O arqueologismo é a atitude daqueles “que desejam voltar aos ritos e costumes antigos, rejeitando as normas introduzidas pela ação da Providência, por causa da mudança das circunstâncias“. Estas são as palavras de Pio XII na Encíclica Mediator Dei (20 de novembro de 1947) (leia um excelente texto sobre essa Encíclica clicando aqui). O Papa condena esta mentalidade, comparando-a com a de quem gostaria de voltar às fórmulas dos primeiros Concílios, rejeitando expressões mais recentes da doutrina católica. “A liturgia da época antiga é sem dúvida – diz o papa – digna de veneração, mas o uso antigo não é, por motivo somente de sua antiguidade, o melhor, seja em si mesmo, seja em relação aos tempos posteriores e às novas condições verificadas. Os ritos litúrgicos mais recentes também são respeitáveis, pois que foram estabelecidos por influxo do Espírito Santo que está com a Igreja até à consumação dos séculos, e são meios dos quais se serve a ínclita esposa de Jesus Cristo para estimular e conseguir a santidade dos homens.” [21].

– Em segundo lugar, porque a passagem de um rito que expressa mais reverência pela Eucaristia para um rito que expressa menos fé na presença real abre a porta a abusos e sacrilégios através da dispersão de fragmentos e roubo de hóstias. A experiência diária da liturgia pós-conciliar mostra isso muito bem. Para dar apenas um exemplo, em 1994, nos Estados Unidos, apenas 30% dos católicos com menos de 45 anos acreditavam na presença real [22].

  1. Não seria possível conceder a Comunhão nas mãos pelo menos em circunstâncias muito particulares, como no caso de uma epidemia?

Antes de qualquer coisa deve-se afirmar que não há nenhuma evidência científica que demonstre que a comunhão na língua expõe à contaminação mais do que a comunhão na mão. Mesmo que houvesse, não seria legítimo distribuir a comunhão nas mãos. As razões que demos no nº 10 superam quaisquer considerações sanitárias, porque evitando a dispersão de fragmentos, o sacrilégio, o perigo de enfraquecer a fé na presença real é um bem maior que a saúde do corpo. Somente no caso de ser demonstrado cientificamente que a comunhão na língua aumenta consideravelmente o risco de contaminação de uma doença muito grave, a autoridade eclesiástica poderia propor uma solução alternativa, sem nunca permitir, porém, o uso da comunhão na mão.

Pe. Daniele di Sorco, FSSPX

Notas:

  1. Apresentação geral do Missal Romano, n. 98 e 100.
  2. Tradução francesa, comentário e história do documento: cf. Comunhão na Mão, suplemento ao “Itinéraires”, n. 163, maio de 1972.
  3. “Sì sì, no no”, 30 de novembro de 1989, p. 3.
  4. Embora a maioria dos estudiosos acreditem que o autor das Catequeses Mistagógicasé São Cirilo, alguns preferem atribuí-las a seu sucessor na sé de Jerusalém, João († 417). Recentemente, sites tem afirmado que, sendo sua ortodoxia suspeita, o rito de comunhão nas mãos que ele descreve seria uma inovação própria. Certamente, João de Jerusalém simpatizava com Orígenes e protegia Pelágio, mas é no mínimo duvidoso que ele tenha aderido às doutrinas heréticas destes. Além disso, nenhum dos erros atribuídos a ele por seus contemporâneos diz respeito à Eucaristia. Consequentemente, mesmo que se sustente que o autor das Catequeses Mistagógicas seja João, não há evidência de que o rito de receber a Comunhão na mão foi introduzido por ele em oposição à prática litúrgica comum. Tal mudança não deixaria de suscitar críticas de seus oponentes, especialmente daqueles, como São Jerônimo, que se opuseram a ele na polêmica origenista. Observou-se que no rito de comunhão descrito na Quinta Catequese Mistagógica se refere a uma prática estranha. Esta seria a prova de que este texto não expressa a prática normal da Igreja. Eis o trecho em questão: “Depois de ter prudentemente santificado seus olhos pelo contato com o Corpo Sagrado, coma-o”. O argumento, no entanto, tem pouco valor pois esse costume, por estranho que pareça, também é mencionado por São Clemente de Alexandria (150-215) e por Afraates da Síria (280-345). Cf. M. RIGHETTI, Manual de história litúrgica, vol. III, Milão, Ancora, 1949, p. 423; J.-A. JUNGMANN, Missarum sollemnia, t. III, Paris, Aubier, 1958, p. 312, nota 35. – Sobre toda esta questão, cf. J. QUASTEN, Iniciação aos Padres da Igreja , tr. fr., t. III, Paris, Cerf, 1963, pp. 512-517; B. ALTANER, Patrologia, tr. it, Turin, Marietti, 1981, pp. 321-322; A. FLICHE-V. MARTIN (dir.), História da Igreja , t. IV, Paris, Bloud e Gay, 1937, pp. 31-46 e 94-98.
  5. “[…] gemendo ao ver um cristão […] aproximar-se do corpo de nosso Senhor com as mãosque dão corpos aos demônios” (De idolatria, VII). Tertuliano fala aqui dos fabricantes de ídolos que se tornaram cristãos sem abandonar seus ofícios.
  6. “De fato, quando [o herege Novato] fez as ofertas eucarísticas e distribuiu a porção a cada um e a entregou a ele, obriga os infelizes a jurarem ao invés de agradecer; ele toma em ambas as mãos as de quem recebeu sua parte, e não as deixa ir até que façam um juramento com essas palavras – uso suas palavras -: “Jurai-me, pelo sangue e pelo corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo, que jamais me abandonareis e que não retornareis a Cornélio”. E o infeliz não pode provar [o Santíssimo Sacramento] a menos que tenha primeiro amaldiçoado a si mesmo, e em vez de dizer “Amém”, ao receber este pão, diz: “Não voltarei a Cornélio” (em EUSÈBUS, Historia ecclesiastica , VI, 43, 18).
  7. Esta é a inscrição de Pretorius, escrita em grego e encontrada em 1839 em um antigo cemitério em Autun. Ela diz: “Receba este prato doce como o mel do Salvador dos santos, coma com deleite segurando o Ichtus em suas mãos“. Ichtus é uma palavra grega que significa “peixe”, mas que era usada pelos cristãos como a sigla para “Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador”. Cf. H. LECLERCQ, Autun (arqueologia), no Dicionário de Arqueologia e Liturgia Cristãs, t. I / 2, Paris, Letouzey e Ané, 1907, col. 3194-3198.
  8. “Um cristão, saindo de sacrifícios idólatras, apresenta-se no altar do Senhor; ele ousa, com os outros, receber a Eucaristia; mas ele não pode levá-la à boca; ao abrir as mãos, não encontra alí senão cinzas” (De lapsis, 26).
  9. “Mas então, por que ele se aproximou para fazer sua oferta ao Senhor?” Por que os presentes receberam sobre as mãos postas oque ele havia oferecido, apesar de seus vícios e impurezas?” (Contra epistulam Parmeniani , II, 7, 13).
  10. RIGHETTI, Manual de história litúrgica, vol. III, Milão, Ancora, 1949, p. 422.
  11. A passagem de São Basílio invocada em favor da comunhão na língua é a seguinte: “Não é grave se, fora dos tempos de perseguição, na ausência de um sacerdote ou de um diácono, alguém se veja obrigado a comungar com suas próprias mãos” ( 93). Estas palavras apenas atestam o costume, ainda vivo na época, de comungar quando o ministro sagrado estava ausente. Eles não sugerem de forma alguma que, quando o padre ou diácono estava presente, a comunhão era dada na língua. O resto da carta diz exatamente o contrário: “Mesmo na igreja, quando o padre dá a cada um a sua parte, aquele que a recebe a segura com total poder sobre ela, e é assim que a leva à boca com as próprias mãos” – São Leão limita-se a dizer: “o que acreditamos pela fé, recebemos pela boca” ( De ieiunio septimi mensis, 3). Quem não vê a fraqueza do argumento? Mesmo no rito atual da Missa, o celebrante diz: “Que possamos guardar com pureza de espírito, Senhor, o que recebemos pela boca”. E ainda assim ele tocou o Santíssimo Sacramento com suas mãos! – O texto de São Gregório é, por outro lado, mais relevante. Ele fala de um milagre realizado pelo Papa Santo Agapet I (535-536). Ele foi apresentado a um homem manco e mudo. Depois de ter celebrado a missa, o Papa “deixou o altar, pegou na mão do coxo, e então, à vista de todos os presentes, levantou-o do chão e o pôs de pé. Então ele colocou o corpo do Senhor em sua boca, e sua língua, por tanto tempo silenciosa, estava solta, pronta para proferir palavras” (Dialogi, III, 3). Este episódio, entretanto, é muito especial para testemunhar uma prática comum. Uma vez que o coxo não podia ficar de pé, seria impossível dar-lhe a Comunhão nas mãos. A única solução era colocá-la diretamente na boca. Essa seria a prática usual para os enfermos. Mas nada prova que o mesmo acontecesse com os saudáveis. – Mais de dois séculos e meio depois, João Diácono (825-880) afirma que São Gregório recusou a comunhão a uma senhora romana por causa de sua atitude irreverente “tirando-lhe a mão de sua boca ” (Vita S. Gregorii,II, 41). Mas a fórmula utilizada para dar a comunhão, que não data de antes do século IX, mostra que o autor provavelmente projetou para a época de São Gregório os costumes litúrgicos de seu tempo. Alguns até pensam que toda essa história é lendária. Cf. J.-A. JUNGMANN, Missarum sollemnia , t. II, Paris, Aubier, 1952, p. 305, nota 2.
  12. J.-A. JUNGMANN, Missarum sollemnia, t. III, Paris, Aubier, 1958, p. 313, onde se mencionam, em nota (n. 43), os testemunhos de Santo Atanásio (295-373), de São João Crisóstomo († 407) e de São Césario d’Arles (470-543).
  13. J.-A. JUNGMANN, Missarum sollemnia, t. III, Paris, Aubier, 1958, p. 313, onde se mencionam, em nota (n. 47), os testemunhos de São Césario d’Arles (470-543) e do Sínodo de Auxerre (578 ou 585).
  14. Catequeses mistagógicas, V, 21. – Este é o ensinamento comum dos Padres da Igreja. Para referências precisas cf. A. SCHNEIDER, Dominus est, Perpignan, Artège, 2008, II, cap. 4.
  15. Ao narrar a vida de São Cædmon, irmão leigo (entre 657 e 684), São Beda o Venerável (673-735) fala da comunhão nas mãos como uma prática ainda normal em seu tempo: “Ele [São Cædmon] disse: “Trazei-me a Eucaristia”. Depois de recebê-la em suas mãos, questionou os presentes se estavam todos em paz com ele […]. – As primeiras evidências confiáveis de um uso generalizado da comunhão na língua remontam às primeiras décadas do século IX. “Um sínodo, de Córdoba (839), condena a seita dos cassianistas que se recusaram a admitir que a Eucaristia foi posta nos lábios dos comungantes” (J.-A. JUNGMANN, Missarum sollemnia, t. III, Paris, Aubier, 1958, p. 314, nota 52). Em Rouen, um concílio celebrado por volta de 878 estabeleceu que o sacerdote “deve distribuir a Eucaristia aos leigos e às mulheres, não pela mão, mas apenas pelos lábios” (cf. ibid ., Texto).
  16. J.-A. JUNGMANN, Missarum sollemnia, t. III, Paris, Aubier, 1958, p. 314, nota 51. – É alegado, contrariamente, o cânon 2 de um concílio celebrado em Rouen por volta de 650 (texto em GD MANSI, Sacrorum Conciliorum nova amplissima collectio, t. X, Florença, Zatta, 1764, col. 1199-1200; cf. col. 1204-1206). No entanto, a datação é muito duvidosa e estudiosos mais recentes acreditam que a assembleia em questão ocorreu apenas no século IX. Ver M. AUGÉ, A proposito della comunione sulla mano, in “Ecclesia orans” 8 (1991) 293-304.
  17. J.-A. JUNGMANN, Missarum sollemnia, t. II, Paris, Aubier, 1952, p. 306-307.
  18. BÉRAUDY, A iniciação cristã, em A.-G. MARTIMORT (ed.), A Igreja em oração, Tournai, Desclée et Cie, 1961, p. 594.
  19. Esse também é o pensamento de J.-A. JUNGMANN, Missarum sollemnia, t. III, Paris, Aubier, 1958, p. 315.
  20. M. RIGHETTI, Manuale di storia liturgica, vol. III, Milão, Ancora, 1949, p. 425; J.-A. JUNGMANN, Missarum sollemnia , t. III, Paris, Aubier, 1958, p. 308-309.
  21. O arqueologismonão deve ser confundido com o apego à tradição. O arqueólogo rejeita o desenvolvimento homogêneo da doutrina e da liturgia católica, isto é, o processo pelo qual a fé e o culto, embora permanecendo o mesmo em substância, são expressos de forma cada vez mais clara, explícita, definida. Por outro lado, aqueles que estão apegados à tradição rejeitam o desenvolvimento não homogêneo da doutrina e do culto, um desenvolvimento pelo qual a fé e o culto são modificados em sua substância ou então são feitos passar do mais claro ao menos claro, do mais explícito ou menos explícito, do mais definido ao menos definido: é o caso das doutrinas e da liturgia do Vaticano II.
  22. KC JONES, Index of Leading Catholic Indicators, Roman Catholic Books, 2003.