BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – JANEIRO/24

30 ANOS DEPOIS: O SERMÃO DAS SAGRAÇÕES EPISCOPAIS DO ARCEBISPO LEFEBVRE |  DOMINUS EST

Caros Fiéis,

Por que a Fraternidade São Pio X está demorando tanto para decidir consagrar bispos? Dom Fellay tem 65 anos, Dom Galarreta tem 66 anos e Dom Tissier de Mallerais tem 78 anos. Eles estão enfrentando um apostolado exaustivo que consiste em várias viagens ao redor do mundo. De fato, para deixar claro que não tinha nenhuma intenção cismática, o Arcebispo Dom Marcel Lefebvre, nas consagrações de 1988, não quis designar um território específico aos bispos destinados a continuar sua obra. De fato, a jurisdição territorial depende do Papa. Dom Lefebvre realizou uma “operação de sobrevivência”, para dar à Fraternidade os meios de oferecer o apostolado tradicional na Igreja. É por isso que nossos bispos nunca param de viajar, respondendo às necessidades dos fiéis que buscam espontaneamente o apostolado da Fraternidade, que continua crescendo sem parar. Não sabemos se devemos nos alegrar com isso, pois se trata da consequência do declínio geral da Igreja. Seja como for, alguns bispos a mais não parece ser excessivo. Então, por que não os consagrar, e rapidamente?

Assueta vilescunt; que podemos traduzir como: as coisas, quando se tornam rotineiras, aviltam-se.

As consagrações de 1988, sem mandato   papal, foram uma medida excepcional ditada pelas circunstâncias. A exceção não pode se tornar regra, caso contrário, ela perderia as razões que a justificam. As futuras consagrações receberão autorização romana? Ninguém sabe. Aconteça o que acontecer, uma cerimônia de consagração pela Fraternidade no contexto atual da Igreja é um evento suficientemente importante para não ser considerado de modo leviano.

Temos exemplos do contrário: o movimento dissidente da Fraternidade conhecido como “Resistência”, liderado por Dom Williamson desde 2012, já tem 7 bispos, sem contar os secretamente consagrados, que poderiam sair da cartola a qualquer momento. No movimento sedevacantista, que surgiu na década de 1970, há dezenas de bispos e até papas (mais de 40)! Esses excessos são difíceis de justificar pela necessidade do apostolado. Antes, sua origem está na crise de autoridade. Tendo se libertado dela, essas pessoas precisam substituí-la, mas essa é outra história… O excesso de bispos mata o episcopado! Essa é a conclusão a ser tirada.

Outra ocasião de espanto surge quando consideramos as canonizações na Igreja pós- conciliar. João Paulo II canonizou mais do que todos os seus antecessores juntos. E desde o Concílio Vaticano II, todos os papas se tornaram santos como que por mágica! O excesso de (falsos) santos mata a santidade! Até mesmo o Papa Francisco não pôde deixar de brincar com a beatificação de Paulo VI: “Bento e eu estamos na fila!”. Qual é o objetivo? Canonizar o Concílio ou banalizar a santidade? De qualquer forma, a segunda opção já se concretizou. Hoje, com pouco esforço, todo mundo é santo.

Caros fiéis, em dois boletins anteriores, chamamos vossa atenção para o perigo de certos exageros no campo da educação e da piedade. Este boletim destaca um tipo de exagero com consequências muito mais graves. Em todas as  coisas, busquemos o equilíbrio que é fruto da prudência. Essa é uma graça que devemos pedir no início do novo ano. Nossa época e a Igreja estão passando por um período de confusão geral e profunda. Portanto, devemos nos apegar aos dois milênios de doutrina e prática da Igreja, evitando as excentricidades.

Os Padres do Priorado desejam a todos um feliz e santo ano de 2024!

Que Deus os abençoe a todos.

Padre Jean-François Mouroux, Prior

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