AUTORIDADE, O VERDADEIRO DESAFIO DO SÍNODO – PARTE 2

Para o modernismo do Vaticano II, a autoridade vem de baixo e não mais de cima: essa gravíssima inversão da doutrina tradicional explica as atuais oscilações pontifícias entre o autoritarismo face à tradição e a capitulação às exigências libertárias.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Ele os ensinava como quem tem autoridade. e não como os escribas” (Mc 1, 22).

A autoridade vem de Deus: a autoridade tomada como tal e, portanto, toda autoridade. São Paulo o diz (Rm 13, 1), mas a reta razão já reconhece isso em seu nível. Portanto, toda autoridade “vem do alto”, porque é a expressão particularizada do governo de Deus, que se utiliza de intermediários humanos para conduzir suas criaturas à felicidade eterna do céu, e para conduzi-las até lá de maneira adequada à sua natureza de seres humanos, isto é, com toda a inteligência e com toda a liberdade. É dessa forma que o mundo, tendo saído de Deus, que o criou e preserva, retorna a Deus, que o atrai e chama. Com efeito, é Deus, o Fim Último e Supremo, que todas as criaturas buscam, cada uma segundo o modo adequado à sua natureza. Os homens tendem a fazê-lo com inteligência e da liberdade. E se vários homens estão envidando juntos em direção a esse mesmo Fim, precisam que suas inteligências e as suas liberdades sejam auxiliadas por uma autoridade, cujo papel é unificar e ordenar os seus esforços, com pleno conhecimento de causa. A autoridade é, portanto, a ajuda e a assistência dadas por Deus aos homens, uma inteligência suficientemente elevada para discernir o verdadeiro bem comum a todos, acima do bem particular de cada indivíduo. E é também a ajuda e a assistência de uma inteligência dotada de todo o poder para tomar as decisões necessárias para aquisição e preservação desse bem comum.

2. A autoridade, portanto, só pode ser concebida em relação a um bem comum e a um fim, porque a autoridade é definida como a ajuda e a assistência de que a liberdade humana necessita para obter este bem e alcançar este fim, segundo a sua modalidade própria, que é a de uma ação comum. Na Igreja a autoridade dos Bispos e a do Papa não tem outro sentido senão em relação à salvação eterna, cuja primeira condição é a preservação e transmissão do depósito da fé, uma vez que a fé é o princípio da salvação. Continuar lendo

MISSA TRIDENTINA EM RIBEIRÃO/CRAVINHOS – 24, 25 E 26 DE NOVEMBRO

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Em ação de graças pelos 10 anos da Missão da FSSPX em Ribeirão, haverá uma Missa Solene com a presença dos Revmos. Padres: Juan Maria de Montagut (Superior da Casa Autônoma do Brasil), Jean-François Mouroux (Prior do Priorado de São Paulo) e Cormack McCall (Capelão da Missão de Ribeirão). 

PARA MAIS INFORMAÇÕES, CLIQUE AQUI

EM 21 DE NOVEMBRO….HÁ 49 ANOS…

“Nós aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para a manutenção dessa fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade.

Pelo contrário, negamo-nos e sempre nos temos negado a seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II, e depois do Concílio em todas as reformas que dele surgiram.

Todas estas reformas, com efeito, contribuíram, e continuam contribuindo, para a demolição da Igreja, a ruína do sacerdócio, a destruição do Sacrifício e dos Sacramentos, a desaparição da vida religiosa, e a implantação de um ensino naturalista e teilhardiano nas universidades, nos seminários e na catequese, um ensino surgido do liberalismo e do protestantismo, condenados múltiplas vezes pelo magistério solene da Igreja.

Nenhuma autoridade, nem sequer a mais alta na hierarquia, pode obrigar-nos a abandonar ou a diminuir a nossa fé católica, claramente expressa e professada pelo magistério da Igreja há dezenove séculos. Continuar lendo

AUTORIDADE, O VERDADEIRO DESAFIO DO SÍNODO – PARTE 1

O recente episódio da destituição de Sua Excelência Mons. Joseph E. Strickland, Bispo nos EUA, pelo Papa Francisco, revela-nos o que realmente está em jogo no Sínodo, na qual um relatório resumido acaba de ser publicado no dia 28 de outubro: o desafio é uma adequada compreensão do que deve ser a autoridade na Igreja.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

O que sairá desse último Sínodo? Será necessário aguardar pela Exortação Pós-Sinodal que o Papa publicará para podermos realmente responder a esta pergunta. Com efeito, o atual Sínodo de 2023, cujo relatório resumido acaba de ser publicado no sábado, 28 de outubro, ainda não está concluído, pois deverá ser realizado em duas sessões. Assim, esse relatório apresenta apenas reflexões e propostas tendo em vista a segunda sessão, que será realizada no outono de 2024. O Papa é sempre livre para publicar o que quiser nesse intervalo, mas o fato é que, por enquanto, não podemos entrar em mais detalhes.

Parece-nos, no entanto, que o que realmente está em jogo no Sínodo acaba de nos ser esclarecido por um episódio recente: a destituição, pelo Papa Francisco, de Sua Excelência Mons. Joseph E. Strickland, Bispo de Tyler, no Estado de Texas, nos EUA. O desafio é o entendimento correto do que deve ser a autoridade na Igreja.

A palavra “autoridade” vem do verbo latino “augere”, que significa aumentar. De acordo com a etimologia, a autoridade designa a função daquele que deve dar aumento (crescimento) aos que governa. Aumento da liberdade. Tornar os outros cada vez mais livres é o ato fundamental e radical que define a autoridade como tal. E essa liberdade, cuja promoção a autoridade deve promover, é aquela que os membros de uma sociedade devem exercer cada vez melhor, uns com os outros e por meio dos outros, agindo de acordo com as exigências da reta razão iluminada pela fé, a fim de alcançar a perfeição à qual Deus os chama. Perfeição inscrita no bem comum, que é a razão de ser da vida em sociedade e da qual a autoridade é responsável. Continuar lendo

OS HOMENS FOGEM DA MORTE, CRISTO ALIVIA A DOR

Doravante, o sofrimento e a morte não são mais um castigo divino, mas a melhor forma de nos conformarmos com Cristo.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Banalizamos os carros funerários e transformamos os cemitérios em jardins paisagísticos, mas expomos a violência e exibimos as mortes por epidemias ou massacres selvagens. O mundo se esforça para fazer com que Deus desapareça, e assim vagueia sem fé ou razão. E a morte ronda por toda parte à procura de quem devorar, sem que ninguém a consiga evitar. No entanto, não é por falta de tentativas. Todos tentaram em vão, tanto os filósofos como os poetas, um dos quais disse tão bem: 

Ó Morte, velho capitão, é tempo! Levantemos a âncora. Esse país nos entedia, ô Morte! Partamos!

Se o céu e o mar são negros como tinta,

Nossos corações que conheces estão repletos de raios!

Verta-nos teu veneno para que ele nos reconforte!

Queremos, tal é o fogo que queima nosso cérebro,

Mergulhar ao fundo do abismo, Inferno ou Céu, que importa?

Ao fundo do Desconhecido para encontrar o novo!”

A morte é assustadora. São Paulo, assim como nós, não escapou desse medo. Mas ele revela, melhor do que ninguém, este mistério da morte: “Infeliz de mim! Quem me livrará deste corpo (em que habita o pecado, que é causa de morte espiritual)? (Somente) a graça de Deus por Jesus Cristo Nosso Senhor. Assim, pois, eu mesmo sirvo à lei de Deus com o espírito; e sirvo à lei do pecado com a carne.” (Rm 7, 24-25). Continuar lendo

PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 16 – EXEMPLOS DE PACIÊNCIA – A PACIÊNCIA DOS MÁRTIRES

A psicologia dos mártires ~ Criacionismo

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

Dar a vida por Cristo é uma das maiores honras que nos podem ser concedidas.

Ela garante uma entrada imediata no céu e nos dá uma parte, como nada mais pode dar, dos sofrimentos dAquele que deu Sua vida por nós.

É a marca suprema da misericórdia de Deus para com aqueles que são Seus amigos especiais. Não está ao alcance de todos que a desejam. É concedida àqueles a quem Deus a destinou e a mais ninguém.

Ela precisa ser adquirida por um longo curso de serviço e fidelidade a Deus. Se, ao menos, Deus me desse tal privilégio, quão feliz eu deveria ser. Se ao menos eu pudesse viver de modo a merecê-la! Continuar lendo

11/11/2023 – 10 ANOS DA PRIMEIRA MISSA DA FSSPX EM RIBEIRÃO

QUEM SOMOS? | DOMINUS EST

Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Comemoramos, hoje, os 10 anos da primeira Missa rezada pela FSSPX em Ribeirão.

Uma história que começou com um grupo de amigos estudando sobre a Tradição lá em 2005, inaugurando posteriormente as Missas de “Motu Próprio” aqui na cidade em 2011 (quantas histórias, quantas discussões, quantas desilusões, quanto aprendizado…) e que, por desígnios de Deus, apenas em 2013 chegou à FSSPX. 

Naquele novembro, naquela segunda feira, recebíamos o Pe. Rodolfo (autorizado pelo Pe. Maret, Prior de São Paulo, na época) para a primeira Missa da Missão da FSSPX em Ribeirão Preto.

Agradecemos ao nosso bom Deus por tantos benefícios que nos tem concedido nesses anos e pedimos a todos que puderem, que rezem hoje 3 Ave-Marias nas seguintes intenções: 1 pela Missão e fiéis da FSSPX em Ribeirão, 1 por toda a obra e benfeitores da FSSPX, e 1 por todos os sacerdotes da FSSPX, que sabemos que não medem esforços para atender a quem os procuram.

Em ação de graças, na próxima visita, nesse mês, teremos uma Missa Solene (veja aqui), com a presença dos Revmos. Padres: Juan Maria de Montagut (Superior da Casa Autônoma do Brasil), Jean-François Mouroux (Prior do Priorado de São Paulo) e Cormack McCall (Capelão da Missão de Ribeirão). 

Ad Majoram Dei Gloriam

O QUE É A LEI NATURAL?

Olhando para o Céu | Em busca de Jesus - Devocionais

Quando discutimos questões de moralidade, normalmente fazemos referência à “Lei natural”. O que é a “Lei”?

Pe. Juan Carlos Iscara, FSSPX

A Lei natural é, de acordo com Santo Tomás, nada mais que a participação da criatura racional na Lei eterna. Portanto, devemos começar pela noção de Lei eterna. Santo Tomás explica que ela é o plano da sabedoria divina por meio do qual Deus direciona todas as ações e movimentos das criaturas visando o bem comum de todo o universo.

A Lei natural é a mesma Lei eterna conhecida pelo homem através da razão natural.

Deus conhece e ordena, desde a eternidade, o que é conveniente e proporcionado à razão natural; e essa ordenação existente na mente divina é chamada de ou constitui a Lei eterna. Ao criar o homem, Deus imprimiu essa ordenação em sua própria natureza; portanto, simplesmente por ter nascido, todo homem está sujeito a essa Lei. Essa participação na Lei eterna, ou a ordem moral constituída por Deus, é a Lei natural objetivamente considerada.

Quando o homem atinge a idade da razão, conhece ao menos os princípios básicos da Lei natural (p.ex., deve-se praticar o bem e evitar o mal) como algo que tem obrigação de cumprir, e essa participação na Lei eterna é a Lei natural subjetivamente considerada. Continuar lendo

FORMAÇÃO MJCB 2023 – AQUISIÇÃO DA TRANSMISSÃO AO VIVO/GRAVAÇÕES

Sobre a Formação

A Formação é uma jornada de palestras realizada uma vez por ano, presencialmente. Nela, são tratados temas de doutrina e espiritualidade – por exemplo, sobre a Missa Nova (2019), a vida espiritual (2018), as seitas no Brasil (2017), etc. Este ano tem como tema: “Creio na Santa Igreja Católica”.

O número de vagas para a participação presencial na Formação é bastante reduzido. Além disso, todos os anos muitas pessoas deixam de participar por conta da distância e dos custos de viagem envolvidos.

Pensando nisso, tal como nos anos anteriores, ofereceremos a oportunidade de participação a distância da Formação, com transmissão ao vivo de todas as conferências durante os três dias de evento.

Adquira seu ingresso para assistir às palestras da Formação

De modo a cobrir as despesas envolvidas com a realização do evento e sua transmissão, o custo de participação é de R$60, que podem ser pagos por boleto ou cartão. Após confirmação de pagamento, você receberá um usuário e senha para acessar a área de transmissão do evento.

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Pagamento online 100% seguro. São aceitos todos os cartões e boleto bancário.

Como funciona o acesso?

Quando seu pagamento for confirmado, você receberá instruções de acesso por e-mail. 

Importante:

  • O acesso ao evento é pessoal e intransferível. Não é permitido compartilhar seus dados de acesso com terceiros (o sistema bloqueia)
  • Uma família pode assistir, junta, ao evento usando o mesmo login, desde que no mesmo computador
  • Se você não puder assistir ao vivo, não se preocupe: a gravação de cada conferência ficará disponível para assistir assim que cada transmissão for encerrada.

Programação da Formação

Sábado, 18/11/2023
16h30: Conferência de abertura

18h30: Conferência

Domingo, 19/11/2023
8h00: Santa Missa

11h00: Conferência
15h00: Conferência
17h30: Conferência​

Segunda-feira, 20/11/2023
9h30: Conferência

11h30: Conferência

SOBRE A EFICÁCIA DA SANTA MISSA PELOS VIVOS E PELOS MORTOS

Revestido do sacerdócio católico, o padre recebe o poder de oferecer o Santo Sacrifício da Missa pelos vivos e pelos mortos.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

O divino sacrifício da Missa contém e imola o mesmo Jesus Cristo que se ofereceu na Cruz, porém, sem derramamento de sangue (incruento).

Por meio dele obtemos misericórdia e encontramos graça, socorro e bênção.

Aproximemo-nos de Deus com um coração contrito e penitente, com uma fé reta e em espírito de temor e reverência.

A Missa é oferecida pelos pecados, penas, satisfações e outras necessidades dos fiéis.

A Missa é oferecida pelos vivos e por aqueles que morreram em Jesus Cristo e que ainda não estão totalmente purificados.

Não há nada mais belo, maior e mais santo do que oferecer a Santa Missa pelos vivos e pelos mortos.

É o ato perfeito de adoração divina, o único capaz de reconciliar os homens com Deus.

O santo sacrifício da Missa traz alívio às almas do Purgatório.

A Santa Missa derrama os frutos da Paixão de Cristo e todos os benefícios do Céu sobre os pecadores.

53 ANOS DA FSSPX

Em 1 de Novembro de 1970, o Bispo de Lausana, Genebra e Friburgo, D. Charrière, reconhece oficialmente a Fraternidade São Pio X, que constitui assim um novo e pequeno ramo alimentado pela Igreja.

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[…]

Reconhecida pela Igreja como Sociedade de vida comum sem votos e como Fraternidade Sacerdotal, nossa Fraternidade está enxertada no tronco da Igreja e toma sua seiva de santificação na mais autêntica tradição da Igreja e nas fontes vivas e puras de sua santidade, de modo parecido a tantas sociedades reconhecidas pela Igreja ao longo dos séculos, e que fizeram crescer e florescer novos ramos, e produzido frutos de santidade que são a honra da Igreja militante e triunfante.

A luta selvagem e injusta levada a cabo contra a Fraternidade por aqueles que se esforçam em corromper as fontes de santificação da Igreja, não faz senão confirmar sua autenticidade. São os sucessores de Caim que querem novamente matar Abel, cujas orações são agradáveis a Deus.

Em tempos normais, a fundação e o desenvolvimento de nossa Fraternidade teriam passado despercebidos em meio de inúmeras sociedades florescentes e fecundas com frutos maravilhosos. Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – NOVEMBRO/23

– Padre, no boletim de outubro, o seu artigo explicou por que os brinquedos infantis com imagens de santos não devem ser usados. Agora, há outra questão que me preocupa: meu filho mais velho, seus irmãos e irmãs brincam de Missa. Eles deveriam ser proibidos?

– Essa é uma boa pergunta! A Missa não é uma brincadeira e parece que não se deva permitir que as crianças a tratem como tal. Entretanto, a resposta não é tão simples. Ao longo dos séculos da história da Igreja, milhares de crianças, mesmo entre os santos, “brincaram de Missa”. Para as crianças, algumas brincadeiras são sérias e fazem parte do processo de aprendizado. Além disso, as crianças aprendem muito por imitação. Em vez de “brincar de Missa”, a expressão “reproduzir a Missa” seria mais precisa. Nesse contexto, não parece errado que as crianças reproduzam a Missa à sua própria maneira. O importante é que essa atividade seja respeitosa e diferente das outras brincadeiras. Se um menino joga futebol com sua casula ou chicoteia sua irmãzinha com o cíngulo, obviamente, isso é uma falta de respeito, que deve ser punida. Da mesma forma, a encenação da Missa não deve se transformar em uma brincadeira ou desordem geral: há uma diferença entre o desrespeito e a ingenuidade dos gestos e palavras das crianças. As crianças fazem o melhor que podem, de acordo com suas habilidades. O resultado geral deve ser o crescimento da piedade e da estima pela verdadeira Missa da qual participam todos os domingos. Somente dessa forma é permitido “brincar de Missa”.

Esse interesse pela Missa poderia ser um sinal de uma futura vocação. Os pais devem respeitar esses bons interesses em seus filhos, mas não exagerá-los! Continuar lendo

TERRA PLANA? OS BASTIDORES DE UMA FALSIFICAÇÃO PARTE 4/4

Eclipse Solar na Imago Mundi de Gossuin de Metz – 1246

Não, a falsificação de que falaremos não vem da NASA, mas diz respeito à ideia profundamente arraigada, mas falsa, de uma Idade Média “terraplanista” e aos fundamentos ideológicos deste mito. Depois de ter refutado o mito de uma Idade Média que pensava que a terra era plana, e de ter esclarecido como esta ideia se estabeleceu, é necessário considerar o nascimento do mito.

Fonte: FSSPX – News – Tradução: Gederson Falcometa

A inércia de uma falsificação

Todos esses elementos [cfr. artigo (3)] podem enganar os não iniciados, mas não conseguem impressionar nem mesmo um historiador sério. Os primeiros propagadores do mito foram os mais culpados. Mas passadas as primeiras falsificações, as subsequentes repetiram o catecismo voltariano, movidas por uma fé cega no progresso, sem olhar crítico, e com o tempo, a falsificação repetida milhares de vezes assumiu o valor de uma verdade histórica consolidada.

Michelet, que merece o título de romancista e não de historiador, obviamente retomou esta fábula, entre muitas outras. Foi ampliado também por Antoine-Jean Letronne, titular da cátedra de história do prestigiado Collège de France no século XIX [1]. O tempo fez errar um autor como Arthur Koestler, mesmo se estes tenham contribuído para desmistificar o caso Galileu [2].

Existe até um livro de 2015 que pretende “desmascarar os mitos” e lhe transmite uma versão ligeiramente atenuada [3]. Inicialmente, este mito foi difundido principalmente por círculos anticatólicos, mas com o tempo rapidamente passou a enganar os católicos. Continuar lendo

TERRA PLANA? OS BASTIDORES DE UMA FALSIFICAÇÃO PARTE 3/4

Cristo que rege o globo terrestre, Catedral de Reims, século XIII

Não, a falsificação de que falaremos não vem da NASA, mas diz respeito à ideia profundamente arraigada, mas falsa, de uma Idade Média “terraplanista” e aos fundamentos ideológicos deste mito. Depois de ter refutado o mito de uma Idade Média que pensava que a terra era plana, e de ter esclarecido a forma como esta ideia foi imposta, é necessário considerar o ensinamento da Sagrada Escritura e da Igreja.

Fonte: FSSPX – News – Tradução: Gederson Falcometa

A Bíblia é “terraplanista”?

No tribunal do “terraplanismo”, Voltaire obviamente chama as Sagradas Escrituras para o banco dos réus. Ele escreve com sua ironia cáustica característica: “O devido respeito pela Bíblia, que nos ensina muitas verdades mais necessárias e mais sublimes, tem sido a causa deste erro universal entre nós. Descobrimos no Salmo 103 que Deus espalhou o céu sobre a Terra como uma pele” [1].

Certamente, se quisermos extrair das Escrituras uma admissão de “terraplanismo”, podemos sempre enjaular esta ideia preconcebida num versículo que de alguma forma se encaixe nela [2]. O contrário também é possível, uma vez que a Vulgata designa regularmente a Terra com a palavra “orbis“, que facilmente traduziríamos como “globo” [3].

Mas em vez de conduzir estes debates estéreis, lembremo-nos deste conhecido princípio católico segundo o qual a Escritura deve ser lida à luz da interpretação dos Padres. Mas Voltaire não é um Pai da Igreja. Em vez disso, deixemos a palavra à extraordinária sabedoria de São Basílio de Cesaréia († 379):

“Os físicos que estudaram o mundo têm falado muito sobre a forma da Terra, se é uma esfera ou um cilindro, se se assemelha a um disco e é arredondada em todos os lados, ou se tem a forma de uma carruagem, e se é oca no centro; pois tais são as ideias que os filósofos tiveram e com as quais lutaram entre si.” Continuar lendo

TERRA PLANA? OS BASTIDORES DE UMA FALSIFICAÇÃO PARTE 2/4

Imago Mundi, de Gossuin de Metz

Não, a falsificação de que falaremos não vem da NASA, mas diz respeito à ideia profundamente arraigada, mas falsa, de uma Idade Média “terraplanista” e aos fundamentos ideológicos deste mito. Depois de ter refutado o mito de uma Idade Média que pensava que a terra era plana, agora é necessário esclarecer como esta ideia se estabeleceu.

Fonte: FSSPX – News – Tradução: Gederson Falcometa

Bastidores do mito

Poderíamos dar pouca importância a tudo isso. Afinal, o cristão pode salvar a sua alma independentemente da forma que dê à Terra. O essencial não será talvez esta redução assustadora da esperança de vida que hoje é de “apenas” 85 anos, enquanto na Idade Média era a esperança da vida eterna?

Certamente, mas o que nos interessa aqui não é a forma da Terra ou a ciência dos tempos antigos, mas a origem do mito contemporâneo e o que ele nos diz sobre o nosso tempo. Este mito serviu durante muito tempo como uma fórmula pronta para ridicularizar de uma só vez a suposta estupidez da era cristã condensada sob o termo redutor “Idade Média”.

Mas este alegado “obscurantismo” volta-se contra os propagadores do mito, tanto mais fortemente quanto o acesso ao conhecimento é hoje incomparavelmente melhor do que na época em que a imprensa ainda não existia. É fácil dissipar o mito do “terraplanismo” medieval, enquanto na Idade Média era necessária uma energia considerável para preservar o conhecimento dos antigos. Continuar lendo

TERRA PLANA? OS BASTIDORES DE UMA FALSIFICAÇÃO PARTE 1/4

A coroação de Otão III em 983.
O imperador tem na mão o globus crucifiger.

Fonte: FSSPX – News – Tradução: Gederson Falcometa

Não, a falsificação de que vamos falar não vem da NASA, mas diz respeito à ideia arraigada, mas falsa, de uma Idade Média de “terraplanista” e aos fundamentos ideológicos deste mito.

A recente coroação de Carlos III nos deu uma imagem que parece ter saído de um livro de história: o novo rei Carlos III tem nas mãos as insígnias do poder real, incluindo o globus cruciger, ou seja, a esfera encimada por uma cruz, que simboliza a Terra redimida pela Cruz de Jesus Cristo. Esta esfera tem um uso muito antigo.

É encontrada ao longo de toda a Idade Média, principalmente nas representações de Cristo, que segura o globo na mão ou o tem sob os pés. A esfera apresenta um hemisfério delineado em três partes devido aos três continentes conhecidos na época. Assim, um fato se destaca: a Terra é representada como uma esfera muito antes da descoberta da América.

Isto deverá levantar questões sobre um mito muito difundido, nomeadamente o de que “na Idade Média acreditava-se que a Terra era plana”. Ouvimo-lo da boca de jornalistas, intelectuais, antigos ministros como Marlène Schiappa ou Claude Allègre, e até em filmes históricos, livros de história e livros escolares, mesmo os mais recentes. Continuar lendo

OBSTÁCULO INCONVENIENTE

A MISSA É UM SACRIFÍCIO DE AGRADECIMENTO PROPORCIONADO À DIVINA  BENEFICÊNCIA | DOMINUS EST

Pe. Robert Brucciani, FSSPX

O Rito Tridentino da Missa é sinal de contradição e um obstáculo inconveniente para a revolução que tomou controle das instituições da Igreja no Concílio Vaticano II (1962-1965)

O Rito Tridentino da Missa

O Rito Tridentino da Missa é a oração suprema da Igreja, que expressa, perfeitamente, sua doutrina e santidade. Não é um sinal passivo da doutrina e da santidade, como um crucifixo ou uma imagem, mas um sinal eficaz, um sacramento, que produz o que representa, trata-se de um sacramento de fé e sacralidade, um estandarte vivo. É o momento da vitória sobre o pecado e a morte. É o meio pelo qual a vitória vem às almas através dos séculos.

Sim, ele permaneceu inalterado em sua essência ao longo dos séculos. É o mesmo sacrifício, com o mesmo Padre, com o mesmo propósito e com as mesmas palavras pronunciadas por Cristo. As orações que adornam a consagração (o Cânone da Missa) foram acrescentadas no curso dos primeiros seis séculos e estavam definidas ao tempo do Papa São Gregório Magno (590-604). O Papa São Pio V, seguindo um decreto do Concílio de Trento, promulgou a bula Quo primum tempore para definir o Rito da Missa da Igreja Latina para todos os tempos. Dali em diante, o Rito passou a ser conhecido como o Rito Tridentino da Missa.

Quando a Igreja e o Estado caminhavam de mãos dadas, a Cristandade era ordenada em direção à Missa. Hillaire Belloc, em seu Europe and the Faith, salientava que qualquer historiador medieval que não entendesse o que é o Santíssimo Sacramento (e, portanto, o que é o Santo Sacrifício da Missa) não conseguiria entender os motivos de seus ancestrais e, portanto, as grandes crises da história civil. Continuar lendo

TONSURA, ORDENS MENORES E SUBDIACONATO NO SEMINÁRIO DE LA REJA – 2023

Fonte: Seminario Nuestra Señora Corredentora

Na manhã do dia 14 de outubro de 2023 , S.E.R. D. Alfonso de Galarreta celebrou a Missa de Ordenação, na qual conferiu a Tonsura, as Ordens Menores e o Subdiaconato aos diversos seminaristas, perante uma grande quantidade de fiéis, já que além de vários familiares dos seminaristas, muitos fiéis também compareceram, não só de La Reja e lugares próximos, mas praticamente de todo o Distrito, já que no dia seguinte, (domingo, dia 15), haveria a Peregrinação do Distrito ao Santuário de Nossa Senhora de Luján .

Nesta ocasião, um total de 17 seminaristas receberam ordens :

  • Tonsura – 6 seminaristas do 2º ano: 2 mexicanos, 1 argentino, 1 chileno, 1 nicaraguense e 1 nigeriano;
  • As primeiras Ordens Menores, de Hostiário e Leitor – 6 seminaristas do 3º ano: 3 mexicanos, 2 argentinos e 1 australiano;
  • As segundas Ordens Menores, de Exorcista e Acólito – 2 seminaristas do 4º ano, ambos argentinos;
  • Subdiaconato – 3 seminaristas do 5º ano : 2 australianos e 1 argentino.

Demos graças a Deus por este lindo dia de bênçãos e, como sempre, pedimos a todos os nossos leitores que continuem rezando pelo aumento e perseverança das vocações sacerdotais.

Para ver fotos da cerimônia, clique aqui

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A FSSPX conta atualmente com (alguns números aproximados):

  • 3 Bispos
  • 707 sacerdotes
  • 137 Irmãos
  • 200 Irmãs em 28 casas [“Relacionadas” à FSSPX: 183 professas e 14 noviças]. As freiras ajudam em 15 escolas e administram outras 4. Estão presentes também em muitos Priorados e em duas residências para idosos em Brémien Notre-Dame, na França, e na Maison Saint-Joseph, na Alemanha.
  • 19 Irmãs Missionárias do Quênia
  • 80 Oblatas
  • 250 Seminaristas e 80 pré-seminaristas

Está presente em 37 países e visita regularmente outros 35.

Mantém:

  • 1 Casa Geral
  • 14 Distritos e 5 Casas Autônomas
  • 4 Conventos Carmelitas
  • 6 Seminários
  • 167 priorados
  • 772 centros de missa
  • Mais de 100 escolas (do Ensino Básico ao Médio),
  • 2 universidades
  • 7 casas de repouso para idosos
  • Numerosas Ordens Latinas e Orientais tradicionais amigas em todo o mundo

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Nota do blog: Colocamos abaixo alguns links sobre a vocação sacerdotal:

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”