Não pode existir algo de mais comovente e patético do que assistirmos ao despertar de uma alma, às primeiras manifestações do espírito; desde três meses, vemo-lo surgir; como é belo um bebê e sua mamãe que, unidos pelos olhares, procuram um ao outro e se encontram. Se o bebê de três a doze meses pudesse desvendar os mistérios de suas descobertas inefáveis, ficaríamos … maravilhados! Quando um destes pequeninos pousa sobre sua mãe, sorridente e extasiado, o olhar calmo e a fixa com aquela gravidade, que lhes é peculiar, não se poderia duvidar de que esteja recebendo a revelação do mais grandioso amor. Certamente, aos dezoito anos, o amor lhe será manifestado sob outros aspectos, mas o homem, inconscientemente, procura encontrar na mulher esse infinito de amor que aos três meses lhe foi revelado pela mãe. Que coisa extraordinária, a procura de uma emoção, da qual a memória não guardou a lembrança, porque, desse período unicamente ultra-sensível, tudo se desvanece para ir atapetar o subconsciente, que é uma de nossas maiores riquezas!
Mas, é principalmente entre três e sete anos que poderemos ajudar esse renascimento que se impõe, e que traremos à tona aquela potência adormecida que espera de nós um desabrochar feliz; e é somente por nós que a criança tomará consciência de si própria; ajudemo-la a descobrir as possibilidades que lhe são inerentes, a fim de que desde cedo participe da formação de sua personalidade e nela colabore ativamente.
Comecemos pçor criar o clima favorável ao desenvolvimento de sua capacidade criadora, não abafemos essa sensibilidade apaixonante, a única que põe em contato com o mundo exterior; não multipliquemos as ordens, contra-ordens, interdições, ameaças; procuremos descobrir seus gostos, suas aptidões latentes, suas necessidades profundas e ajudemo-la a realizá-las. Continuar lendo