EXCELENTE TEXTO PARA RELEITURA: AS SETE IGREJAS E AS SETE IDADES

seteO Apocalipse relata o estado das sete igrejas da Ásia, para as quais São João teve de escrever, com o fim de lhes comunicar advertências para sua salvação. Ora, as sete igrejas figuram as sete épocas ou sete idades da Igreja universal, desde a Ascensão do Senhor até o Segundo Advento. Todas se denominam por nomes místicos que designam profeticamente o traço característico de cada uma das épocas.

A primeira igreja é a de EFÉSIO (2, 1-7). Em grego, Efésio significa impulso, o princípio da expansão ou do direcionamento a uma finalidade. Esse nome convém à idade apostólica, pois que os apóstolos pregaram por todo o mundo, com crescente êxito, após receberem o sopro impetuoso do Espírito Santo; Deus os ajudava, confirmando suas palavras com sinais. Mas a advertência epistolar convém igualmente, nesta época de que falamos, aos falsos apóstolos mencionados amiúde por São Paulo, e à seita dos nicolaítas, fonte primeva do gnosticismo impuro, criada por um dos sete primeiros diáconos.Escrito ao anjo a Igreja de Éfeso: Conheço tuas obras e teu trabalho… tu provaste os que se declaravam apóstolos e não o eram, apanhaste-os em mentira… Contudo, tens em testemunho de teu fervor o ódio pela obras dos Nicolaítas, obras que eu também odeio etc.

A segunda igreja é a de ESMIRNA (2, 8-11). Este termo designa a mirra, e também a idade durante a qual, em razão da crueldade das perseguições e da grande amargura das tribulações, se cumpriu na Igreja o que predissera a boca profética: a mirra caiu gota a gota de minhas mãos, e meus dedos estão cheios da mais excelente mirra (Ct 5, 5). Por isso, afirma o anjo à igreja de Esmirna: Eis que o diabo vai lançar alguns dentre vós no cárcere, para vos pôr à prova, e vossa aflição durará dez dias, significando claramente as dez perseguições gerais.

A terceira igreja é a de PÉRGAMO (2, 12-17). Célebre por sua literatura profana, Pérgamo é a cidade que deu origem ao pergaminho, batizando-o com seu nome. Quando alguém se refere à “pele de Pérgamo”, mais conhecida sob o nome de pergaminho, logo vem ao espírito os livros publicados e os embates e controvérsias travados com a pluma. Corresponde a igreja de Pérgamo à terceira idade, à época de Constantino, em que cessaram as perseguições cruéis aos santos e doutores, e se propagaram também as grandes heresias que satã perpetrara – os arianos, os maniqueus, os pelagianos, os nestorianos etc.. Deus suscitou grandes homens para defender a verdade, homens dignos de eterna memória: Atanásio, Basílio, Gregório Nazianseno, Ambrósio, Jerônimo, Agostinho, os dois Cirilos, e muitos outros ainda, que ilustraram magnificamente a fé católica em seus escritos. Logo, é de justiça que Pérgamo represente a terceira idade. É de justiça que se enviasse a advertência ao anjo desta igreja que, apesar de louvada pela constância da fé, está de contínuo exposta a grandes perigos, visto que habita na sé do trono de satã, havendo de se defender do sítio das doutrinas heréticas: Escrito ao anjo da igreja de Pérgamo: eu sei que habitais na sé do trono de satã, e que preservastes meu nome e não renegastes a fé etc.. Continuar lendo

PARA VOCÊS, RAPAZES E MOÇAS

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Vocês já foram adolescentes um dia e desde então começaram a ver o mundo com novos olhos.

Os novos horizontes da idade adulta

Sua imaginação voava para um novo horizonte: o da idade adulta. Vocês passaram a observar, de um modo diferente, homens e mulheres viverem. Talvez vocês tenham procurado imitá-los. A preocupação com o amor tinha até brotado em seu coração, mas vocês eram ainda muito jovens para ousar falar. As pessoas zombariam de vocês e vocês sabiam disso. Idéias confusas e imaginações loucas talvez lhes tenham passado pela cabeça. A educação familiar e a formação religiosa se esforçavam para estabilizar tudo isso, para dar um espaço, uma posição, um sentido, um objetivo a cada um desses chamados interiores. Mas ao mesmo tempo vocês eram solicitados por um clima social, um estilo de vida, talvez atraídos pela sedução dos meios de comunicação, os cartazes, os folhetos, as palavras, os sons que destilam um vazio sentimental, uma falsa concepção do amor humano, que infelizmente difundem uma concepção materialista e errada do amor humano.

Um empresário fez a seguinte observação:

Oferecem-nos “fatias de vida” habilmente dispostas e de um poder sugestivo impressionante. As histórias limitam-se freqüentemente à evocação de efêmeras conquistas sentimentais, de desentendimentos conjugais, temperados com cenas escandalosas das mais diversas. Quanto mais a vaidade da mulher é exaltada, mais a fidelidade do marido é colocada à prova. Sendo a vida moral dos cônjuges sem verdadeira consistência, é fácil imaginar que em cada romance há pessoas que sucumbem. E os naufrágios são numerosos, tanto perto das margens quanto em alto mar. Poder-se-ia pensar que isso é normal. Ilusões amorosas, incompreensão dos esposos, fuga de um, desespero do outro, brigas, voltas, casos de histeria, … e tantas outras coisas!” Continuar lendo

29 DE NOVEMBRO: ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DE MONS. MARCEL LEFEBVRE

Resultado de imagem para MARCEL LEFEBVRE"Na quarta-feira, 29 de novembro de 1905, nasceu em Tourcoing Marcel Lefebvre, terceiro filho de René Lefebvre e Gabrielle. Já era muito tarde para batizar o recém-nascido. Assim, foi no dia seguinte, na festa do apóstolo Santo André, que Marcel, François, Marie e Joseph foram levados à fonte batismal da igreja de Notre-Dame.

D. Tissier de Mallerais escreve:

A mãe nunca esperou estar de pé para ter seus filhos batizados. A família foi sem ela à igreja, e foi apenas em seu retorno que ela consentiu em beijar o bebê, renascido para a vida divina e adornado a com graça santificante. Ao abraçar Marcel, a quem sua empregada Louise lhe apresentou, ela foi iluminada por uma daquelas intuições que lhe eram habituais e disse: “Este terá um grande papel a desempenhar na Santa Igreja junto ao Santo Padre“.

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Para saber mais sobre sua vida há um DOCUMENTÁRIO em vídeo que pode ser adquirido clicando AQUI ou AQUI

Há também um SITE DA FSSPX DEDICADO À D. LEFEBVRE

E em nosso blog uma PÁGINA COM O RESUMO DE SUA VIDA e dois de seus livros que são importantíssimos no entendimento da crise na Igreja: CARTA ABERTA AOS CATÓLICOS PERPLEXOS e DO LIBERALISMO À APOSTASIA.

OS QUE RESPEITAM O TRATO DA ALMA COM OS PRÓXIMOS

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  1. Vencer o mal com o bem, e dar retorno de benefícios por agravos, é doutrina Evangélica. Porém adverte, que alguns soberbos que a sabem, nem deste modo quererão que os venças; e ou presumirão não ser a tua caridade pura, senão misturada com apetite de levar-lhes vantagem; ou se poderão exasperar de que sejas mais espiritual que eles. Neste caso é necessário furtar a volta ainda mais por baixo, buscando ocasião em que te mostres necessitado, ou desejoso de algum benefício seu; ou que tu lhes fizeres seja tão oculto, que lhes chegue a utilidade despida da notícia do benfeitor. Pelo menos o benefício de orar a Deus por eles, nunca poderão, se tu quiseres, nem sabê-lo, nem evitá-lo.
  1. Se aspiras ao recolhimento interior e paz de coração, importa-te precisamente ter igual amor a todos os próximos e igual esquecimento de todos, sejam ou não sejam parentes, ou conhecidos do mesmo, ou diferente estado, pátria, gênio, etc. Não ocupes o espírito em cuidar muito deles. Até do próprio Confessor é necessário um santo despego, não arrimando a ele a confiança de que te fará santo; porque nisto injurias a graça de Deus. Se observares bem este aviso, livrar-te-ás de muitas imperfeições, erros e perigos.
  1. Toma o que o mundo deixa, e deixa o que o mundo toma; e terás paz com os próximos, contigo e com Deus. Honra, gosto e abundância é o que todos comumente buscam. Desprezo, dor e pobreza é o de que fogem. Em trocando tu estas bolas, acabou-se a guerra; e depois de acabada, virão buscar-te as honras, deleites e riquezas verdadeiras.
  1. Quem não desprezar a glória do mundo e o descanso do corpo, e as justificações da sua razão, nunca jamais poderá remover de si o jugo da vontade própria, nem ver-se livre da ira e tristeza, nem viver quieto com seu próximo.
  1. Impossível é que alguém trate a seu próximo com ira, e escandecência, sem primeiro se lhe levantar o coração, e ter desprezo dele, reputando-se por melhor.

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OS QUE RESPEITAM O TRATO DA ALMA CONSIGO

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  1. Não te aflijas com cuidados do futuro; porque o tempo desmancha e baralha toda a ordem das coisas que propunhas na imaginação; e de hora para hora tomam os negócios muito diferente aspecto. Lança-te todo na Providência do Altíssimo; e basta ao dia presente a sua malícia. Especialmente se os negócios são de Deus, experimentarás que nunca estão mais ganhos que quando parecem estar perdidos.
  1. Persuade-te muito deveras que, enquanto viveres, hás de ser miserável. Porque isto é condição própria e intrínseca do estado de peregrino neste mundo. E assim como seria pensamento néscio, e esperança vã, querer um condenado no inferno ter glória ou um Bem-aventurado no Céu ter pena, assim o é querer um peregrino no mundo ter satisfação e descanso. Bem podes pois fazer o ânimo, a que nunca te hão de faltar trabalhos, tristezas, tentações e moléstias; e deste modo te serão mais sofríveis e rendosas.
  1. Se escorregaste em alguma impaciência, ou desabrimento com o próximo, não te assombres, nem aflijas, nem desmaies; que um vício não se remedeia com outro. Faz então estas três diligências: 1o. Volta logo sobre ti mesmo e dá fé de quão miserável és; 2o. Volta para Deus, e arrepende-te, confiando de sua bondade, que te perdoará; 3o. Não faças mais reflexão sobre o que passou, fazendo-te esquecido, como se por ti não passara. Deste modo fica outra vez temperado o instrumento do teu espírito.
  1. Se tens desejo de aproveitar, e lhe fazes as diligências, segundo tua fraqueza te permite, não te mesquinhes, nem entristeças de não estar aproveitado. Não se leva este negócio a gritos e empurrões; antes, quanto mais te impacientares com tuas faltas, tanto mais as recalcas em tua alma. Espera quieto; que Deus é o Senhor das virtudes e não tu. Espera humilde e confiado; para o Espírito Santo o mesmo tardar é querer vir. Desses, que te parecem desejos fervorosos e santos, se lhe afastares a terra, acharás ser a raiz soberba, amor-próprio e impureza de intenção.

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A MISSA EM VERNÁCULO: FRUTO DO RACIONALISMO – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Um exemplo da penetração do racionalismo na nova liturgia é o que, precisamente, se pretende que os fiéis entendam tudo. O racionalismo não aceita que haja algo que não se possa compreender. Tudo deve ser julgado pela razão.

É claro que, durante nossos atos litúrgicos haja muitas pessoas não entendem o latim, a língua sagrada ou as orações que são ditas em voz baixa, pois o padre está de frente para o crucifixo e os fiéis não veem o que ele faz, nem podem seguir todos os seus gestos. Há um certo mistério.

É verdade que existe um mistério e uma língua sagrada, mas, embora os fiéis não entendam o mistério, a consciência desse mistério de Nosso Senhor lhes é aproveitada muito mais do que ouvir em voz alta e em sua língua toda a missa.

Em primeiro lugar, ainda que no próprio idioma, alguns textos são, geralmente, difíceis; às vezes é difícil entender as verdades. A falta de atenção deve ser levada em consideração; as pessoas se distraem, escutam um pouco, entendem uma frase e depois nada … Elas não podem segui-la ou entendê-la por completo. As mesmas pessoas reclamam que se cansam quando se fala todo o tempo em voz alta não podem se recolher nem um momento.

A oração, antes de tudo, é uma ação espiritual, como Nosso Senhor disse à samaritana: “Os verdadeiros adoradores que pede meu Pai são aqueles que o adoram em espírito e em verdade“. A oração é mais interior do que exterior. Se existe uma oração exterior, é para favorecer a oração interior de nossa alma, a oração espiritual, a elevação de nossa alma a Deus.

O Papa Paulo VI decidiu abandonar o latim 

Em 7 de março de 1965, o Papa Paulo VI [declarou] à multidão de fiéis reunidos na Praça de São Pedro (…): “É um sacrifício da Igreja renunciar ao latim, língua sagrada, bela, expressiva e elegante. Ela sacrificou séculos de tradição e de unidade da língua por uma crescente aspiração à universalidade.”

E em 4 de maio de 1967, o “sacrifício” foi consumado pela Instrução Três Abhinc Annos,  que estabelecia o uso do vernáculo para a recitação em voz alta do Cânon da Missa.

Esse “sacrifício”, no espírito de Paulo VI, parece ter sido definitivo. Ele explica novamente em 26 de novembro de 1969, ao apresentar o novo rito da Missa: “Não é mais o latim, mas o vernáculo, a principal língua da missa. Para quem conhece a beleza, o poder do latim, sua capacidade de expressar coisas sagradas, certamente será um grande sacrifício vê-lo substituído pelo vernáculo.

Perdemos a língua dos séculos cristãos, tornamo-nos intrusos e profanos no aspecto literário da expressão sagrada. Perdemos assim, em grande parte, essa admirável e incomparável riqueza artística e espiritual que é o canto gregoriano. Obviamente, temos razão de nos sentirmos arrependidos e perplexos”. (…) [No entanto], “a resposta parece trivial e prosaica – disse – porém boa, porque é humana e apostólica. A compreensão da oração é mais valiosa do que os antigos vestidos de seda, elegância real com a qual estava vestida. Mais preciosa é a participação do povo, do povo de hoje que quer que se fale claramente, de maneira inteligível que se possa traduzir em sua linguagem profana. Se a nobre língua latina nos separasse das crianças, dos jovens, do mundo de trabalho e dos negócios, se fosse uma tela opaca em vez de ser um cristal transparente, teríamos uma atitude correta, nós, pescadores de almas, conservando-a na exclusividade da linguagem da oração e da religião?”

A Missa de Sempre – Mons. Marcel Lefebvre +
 

Nota:  Entendemos por “racionalismo” o erro que consiste em julgar as realidades unicamente segundo a ordem da razão, tomando como princípio supremo a ordem natural, acessível à razão. O racionalismo rejeita o que revela a ordem sobrenatural: mistério, milagres etc., e julga e compreende tudo unicamente segundo a inteligência humana.