ORAÇÃO PARA A PASSAGEM DO ANO

Resultado de imagem para rezando joelhoMeu Jesus  adorado, queremos vos oferecer nesta hora em que o tempo vira uma página da história dos homens, nosso olhar e nossas orações, contemplando o Mistério do Natal, do Vosso Presépio, onde nascestes para nos salvar.

E assim como fostes não mais do que uma frágil criança, dependendo em tudo de Vossa Mãe Santíssima e de S. José, Vosso Pai adotivo, assim queremos ser, diante de Vós e de Vosso Pai.

Antes  de tudo, queremos agradecer por todas as graças que recebemos ao longo deste último ano, graças de perdão, graças de amor, vindo em nossos corações pela Santa Comunhão. Também por todas as forças e ajudas que recebemos de Vós para bem realizar nossas obrigações e deveres, tanto materiais quanto espirituais.

Nós sabemos, ó Bom Jesus, que por causa do abandono em que vos deixamos por nossos pecados, tudo o que temos nos vem da pobreza da gruta em que nascestes, da Cruz que  aceitastes por nossa causa. E que, pela gloriosa Ressurreição alcançaremos, nós também, o Céu onde habitais.

Hoje o mundo se prepara para festejar um ano que termina, outro que começa. Nós queremos nos lembrar, antes de tudo, que foi o Vosso nascimento em Belém que deu origem a todos os séculos. Ali, naquela hora sublime,  o tempo parou de contar para dar início a uma nova era, marcada por Vossa presença sobre a Terra.

É assim que queremos viver todos os dias, lembrando que um dia, estivestes pisando o pó das nossas estradas, falando com nossa gente, morrendo sobre uma Cruz para  mostrar o caminho do Céu. Dessa lembrança virá nossa felicidade neste novo ano.

Que este ano bom seja para nós e para todos os nossos queridos pais, parentes e amigos, de verdadeira felicidade e sincera paz, e que os fogos e festejos dessa hora só nos faça estar mais próximos do tempo sem fim da Vossa Eternidade.

Pode-se ganhar uma indulgência plenária pela oração pública do Te Deum, na noite do dia 31 de dezembro e pelo canto público do Veni Creator no dia 1° de janeiro. 

D. LEFEBVRE: SERMÃO DE NATAL DE 25 DE DEZEMBRO DE 1977

PARA OUVIR O SERMÃO, CLIQUE AQUI

Meus caros amigos,

Meus caríssimos irmãos,

Os santos evangelhos, na narração que nos fazem de todos os acontecimentos que cercam a vinda de Jesus sobre a terra, a Encarnação de nosso Salvador, os santos Evangelhos nos manifestam a ação extraordinária que os santos Anjos desempenharam no anúncio da Boa Nova.

Nosso Senhor ainda não havia chegado. Nosso Senhor ainda não havia aparecido em público para cumprir esta evangelização, parece que Deus quis que, em primeiro lugar, os anjos fossem encarregados disso.

Notem que antes, para o Percursor, para São João Batista, é o anjo Gabriel quem vem visitar Zacarias e lhe anuncia que ele terá um filho que será o Precursor do Salvador.

Porém Zacarias duvidou da palavra do Anjo, e, apesar disso, o anjo lhe disse explicitamente: “Sou Gabriel, o anjo que vem anunciar-vos estas coisas, e porque hesitastes em acreditar, ficareis mudo até o nascimento do Filho que Deus vos envia.

Depois, ainda é um anjo que vem visitar a Santíssima Virgem Maria, que também vem lhe anunciar a notícia extraordinária de que ela seria a mãe de Jesus, de que ela seria a mãe do Salvador. Poder-se-ia acreditar que a Santíssima Virgem também demonstrou uma certa hesitação em aceitar a palavra do anjo. Continuar lendo

UMA MENSAGEM DE NATAL

O vídeo abaixo traz uma música muito simples, mas com uma mensagem muito bonita.

Conhecida principalmente nos países de língua espanhola, é chamada “El tamborilero” ou “El niño del tambor“. Conta a história imaginária de um menino pobre, que leva consigo apenas seu tamborzinho. Não tendo nada para presentear ao Menino Jesus na noite do Seu nascimento, o pequeno “tamborilero” decide dar ao Deus Menino uma serenata com seu pequeno instrumento – e, por fim, o Recém-Nascido o olha nos olhos e lhe sorri.

Nesta era neo-pagã e orgulhosa que vivemos – (onde o “naturalismo e o humanismo” já impregnam totalmente a mente do “homem moderno e livre”, tornando-os as “religiões oficiais” daqueles que negam a verdadeira religião, negam a Nosso Senhor e seus verdadeiros ensinamentos, daqueles que “… já não suportam a sã doutrina da salvação e levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades ajustaram mestres para si (2 Tim, 4, 3)) – rezemos para que o Menino Jesus seja o único objeto de nossos pensamentos e do nosso amor. Confiemos o coração à Santíssima Virgem, para que ela, suprindo as falhas de nossa preparação, melhor o disponha para receber todas as graças que o Salvador mereceu com seu nascimento segundo a carne.

Que, pelo exemplo dessa pobre criança, nós pecadores que buscamos sempre algo que possa agradar Nosso Senhor, possamos entregar verdadeiramente a Ele tudo o que temos…tudo o que somos…todas nossas misérias, angústias e sofrimentos… e claro, a alegria em poder amá-Lo e servi-Lo nesse “vale de lágrimas”… e com a pureza de um “tamborilero”, um dia, conseguir contemplar o sorriso de Nosso Senhor, na pátria celeste.

DESEJAMOS A TODOS OS NOSSOS AMIGOS, LEITORES E BENFEITORES UM FELIZ E SANTO NATAL !

TRADUÇÃO:

O caminho que leva a Belém, desce até o vale que a neve cobriu.
Os pastorzinhos querem ver o seu Rei. Lhe trazem presentes em seu humilde alforje.
Ropopopom, ropopopom…
Nasceu na gruta de Belém o Menino Deus!

Eu gostaria colocar aos teus pés algum presente que te agrade, Senhor.
Mas Tu bem sabes que sou pobre também e não possuo nada mais que um velho tambor…
Ropopopom, ropopopom…
Em Tua honra, diante da gruta, tocarei com meu tambor.

O caminho que leva a Belém eu vou marcando com meu velho tambor.
Não há nada melhor que Te possa oferecer… Seu sonzinho rouco é um canto de amor!
Ropopopom, ropopopom…
Quando Deus me viu tocando diante dEle, sorriu para mim!

LETRA ORIGINAL

El camino que lleva a Belén, baja hasta el valle que la nieve cubrió.
Los pastorcillos quieren ver a su Rey. Le traen regalos en su humilde zurrón,
ropopopom, ropopopom.
Ha nacido en el portal de Belén el Niño Dios

Yo quisiera poner a tus pies, algún presente que te agrade, Señor.
Mas Tú ya sabes que soy pobre también, y no poseo más que un viejo tambor,
ropopopom, ropopopom.
En Tu honor, frente al portal tocaré con mi tambor.

El camino que lleva a Belén yo voy marcando con mi viejo tambor:
nada mejor hay que te pueda ofrecer, su ronco acento es un canto de amor,
ropopopom, poroponponpon.
Cuando Dios me vio tocando ante Él, me sonrió.

UM FELIZ E SANTO NATAL – 2024

Celebrar a encarnação do Verbo como o grande mistério que está na origem da nossa filiação divina, dar graças a Deus e nos volver novamente nela para encontrar forças de renovação na nossa vida cristã: este é o verdadeiro objeto das festas do Natal.

Que o Menino Jesus chegue em vossas almas e às de vossos entes queridos e as encha de grande paz, alegria e graças em abundância. 

D. LEFEBVRE: SERMÃO DE NATAL: “ESTAMOS REALMENTE VIVENDO COM JESUS?” (25/12/78)

serm

Clique na imagem para ouvir D. Lefebvre

Caríssimos amigos

Caríssimas irmãs

A Igreja, durante a preparação desta festa do Natal – durante o Advento – evoca três tipos de vindas de Nosso Senhor junto a nós:

  1. A primeira é aquela pela qual celebramos hoje, particularmente, e que nos recorda a festa do Natal: a vinda de Nosso Senhor entre nós, através da Santíssima Virgem Maria.
  2. A segunda é evocada nos textos que a Igreja nos apresenta durante o Advento: da vinda de Nosso Senhor no fim do mundo, para julgar os homens.
  3. Finalmente, a terceira vinda de Jesus entre nós é aquela que se realiza em cada um de nós: a vinda de Jesus às nossas almas.

E, em suma, se meditarmos um pouco nos textos que a Igreja nos propõe durante estas semanas, percebemos que a vinda mais importante é aquela que diz respeito a nós mesmo. Pois se Nosso Senhor quis descer à terra, é por nós, é para nossa salvação. E se Nosso Senhor virá sobre as nuvens do Céu para nos julgar, é também para saber o que temos feito com os meios que Nosso Senhor nos deu para alcançar nossa salvação.

E a festa do Natal é a que mais evoca, em nós e para nós, a ida de Jesus a Belém, que nos dá lições admiráveis. Porque quando Nosso Senhor vier nas nuvens do Céu, Ele nos perguntará: “O que fizestes com tudo o que eu fiz por vós? Como me recebestes durante sua peregrinação nesta terra? Como me recebestes em minhas mensagens? Como recebestes meus apóstolos? Como recebestes meu Sacrifício, meus sacramentos?”

Então, qual será a nossa resposta? Que ela seja, meus caríssimos irmãos, a primeira que foi dada pela Santíssima Virgem Maria. Como Maria recebeu Jesus? Com ação de graças. Como vos disse ontem, ela cantou seu Magnificat. Ela O recebeu com toda a sua alma ao pronunciar o seu Fiat. Continuar lendo

CARTA DO SUPERIOR GERAL DA FSSPX AOS AMIGOS E BENFEITORES – N° 93

Mitte operarios in messem tuam.
Enviai operários à vossa messe.

Fonte: FSSPX

Caros fiéis, amigos e benfeitores,

Dentro de poucos dias terá início um novo Ano Jubilar para a Igreja. Em 20 de agosto do próximo ano, muitos de nós, espero, encontrar-nos-emos em Roma. Lá, evidentemente, daremos um testemunho de fé: uma fé recebida da Igreja por sua Tradição, uma fé viva que, por nossa vez, temos o dever de transmitir tal como a recebemos, isenta de qualquer compromisso com o espírito do mundo. 

Possa este jubileu ser igualmente um testemunho de esperança, especialmente em relação ao futuro da Igreja e sua indefectibilidade. Com efeito, se somos profundamente ligados à Roma de sempre, devemos nos preocupar intimamente com a Igreja de amanhã. Naturalmente, conhecemos a promessa de Cristo de estar com ela até o fim dos tempos, apesar das investidas do inferno. Contudo, devemos compreender que esta promessa implica, necessariamente, a nossa participação: Nosso Senhor conta com os nossos esforços, suscitados e fecundados por sua graça, para garantir à Igreja a sua indefectibilidade.

Concretamente, que esforços são estes que Nosso Senhor espera que façamos para assegurar o futuro da Igreja? Podemos resumi-los em nosso labor comum em fazer desabrochar numerosas e santas vocações, tanto religiosas quanto sacerdotais. Os santos e os papas não deixam de repeti-lo: um povo só é santo graças a um clero santo, e uma civilização só se torna cristã na medida em que ela é fecundada por santos religiosos. Logo, preocupar-se com a Igreja de amanhã é trabalhar com todo o nosso poder no surgimento, formação e perseverança destas vocações. Continuar lendo

TERCEIRO DOMINGO DO ADVENTO: O TESTEMUNHO DE SÃO JOÃO BATISTA E A MODÉSTIA CRISTÃ

Imagem relacionadaAcesse a leitura clicando na imagem.

Você pode acompanhar diariamente as Meditações de Santo Afonso em nossa página exclusiva no blog clique aquipelo nossa página no Facebook ou por nosso Canal no Telegram

DAI-NOS VOCAÇÕES RELIGIOSAS!

Pelo Pe. Martellière, FSSPX

Fonte: FSSPX Distrito de Benelux – Tradução: Dominus Est

Raríssimas são as redes sociais que falam da crise atual na verdade de Deus. Com efeito, o infortúnio de nosso tempo reside na falta de padres que ofereçam santamente o santo Sacrifício da Missa, em vista de apaziguar a justiça de Deus. A mensagem que guia o nosso pensamento é a de Nossa Senhora de La Salette, de 19 de setembro de 1846.

Por um lado, o que estas redes sociais também não evocam é a consideração da beleza celeste de nossa religião e da união íntima e mística com o nosso Redentor. A alma que entra na imensidão da sabedoria e do amor da Santíssima Trindade encontra a plenitude da alegria, pois as perfeições de Deus satisfazem perfeitamente as aspirações legítimas de nossas inteligências e de nossas vontades. O culto que prestamos a Deus não tem outro ideal senão fazer Sua graça viver em nossas almas. O que alegra a Deus tanto quanto a nós. Assim, quanto mais tivermos santos padres, mais as bênçãos divinas cairão em abundância sobre os homens. Por outro lado, se os homens rejeitam constantemente e violentamente a presença divina, como Deus, como bom Pai, não se irritaria?

Religião encarnada

Como aprendemos em nosso catecismo, Deus, o Ser infinitamente perfeito, sustenta a nossa existência ao nos comunicar a todo instante sua potência para vir habitar em nosso ser intimamente. Nosso Senhor, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, se encarna sobre a terra afim que O recebamos em nossa inteligência, vontade e coração, e isso por meio da Santa Comunhão. Todavia, em vista de restabelecer a amizade mística entre Deus infinitamente bom e uma humanidade ferida pela falta original, o Santo Sacrifício expiatório da Missa redime, para cada um de nós, os pecados da inteligência, da vontade e do coração. Continuar lendo

CANTONEIROS DE CRISTO

Durante o tempo do Advento, a Igreja convida-nos a ouvir São João Batista, para que no dia de Natal possamos acolher com amor a vinda de Jesus.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

São João Batista é chamado de Voz, porque foi o Precursor do Verbo”, ensina São João Crisóstomo. O que essa voz nos diz? Preparai o caminho ao Senhor, endireitai as suas veredas; todo o vale será terraplanado, todo o monte e colina serão arrasados, os caminhos tortuosos tornar-se-ão direitos, os escabrosos planos; e todo o homem vera a salvação de Deus” (Lucas, 3, 4–6).

Espiritualmente falando, somos chamados a fazer o trabalho de um “cantoneiro”. As graças da Natividade serão proporcionais a esta obra durante o Advento. Para que Jesus venha até nós é preciso endireitar os caminhos da nossa alma. É preciso preencher os vales, as depressões e os abismos da nossa vida cristã: a tibieza, o desânimo, a mesquinhez e a ausência de boas obras. Descer nossas montanhas ou colinas, as edículas, os montes, vaidade, orgulho, arrogância. Endireitar os caminhos tortuosos, purificar o nosso olhar, evitar esse estrabismo incômodo: um olho no nosso ego, no mundo e nas suas sereias e outro em Deus e na sua santa lei. Não é como um slalom, mas “como uma bala de canhão que segue em direção ao Céu”, dizia o Cura d’Ars. Unir os caminhos acidentados, praticar a doçura e a benevolência para com o próximo, sobretudo no seio da família.

Preparai, portanto, com uma vida santa, preparai o caminho do Senhor no vosso coração; endireitai a senda da vossa vida pela excelência e perfeição das vossas obras, para que a palavra de Deus penetre em vós sem obstáculos” (Orígenes). Continuar lendo

O BOM GOSTO PARA EMBELEZAR O CULTO

Se o culto é digno, as almas encontrarão Deus nele, e o próprio Deus é inclinado à misericórdia.

Fonte: Le SeignadouTradução: Dominus Est

O Papa São Pio X escolheu o dia de Santa Cecília, padroeira da música, para publicar o motu proprio Tra le sollicitudini. Neste motu proprio, aquele que acabara de subir ao trono de Pedro tomou medidas para restaurar o canto gregoriano e pôr fim aos abusos que haviam se infiltrado nas igrejas ao longo dos séculos, muitas vezes transformando edifícios sagrados em locais de culto mundano, onde as pessoas iam mais para ouvir alguma diva cantar do que para elevar orações ao céu. “E debalde se espera que para isso desça sobre nós copiosa a bênção do Céu, quando o nosso obséquio ao Altíssimo, em vez de ascender em odor de suavidade, vai pelo contrário repor nas mãos do Senhor os flagelos, com que uma vez o Divino Redentor expulsou do templo os indignos profanadores.

A música sacra, ensina o Papa, está a serviço da liturgia e deve assumir as suas características principais que são a “santidade” e a “universalidade”. A música é sagrada na medida em que faz eco da liturgia, ou seja, tanto por meio do texto quanto da melodia e pela maneira como é executada, eleva as almas e facilita a sua compreensão e união com os mistérios realizados no altar. Embora o Papa, no início do século XX, estivesse pensando principalmente na música excessivamente exuberante do século XVIII italiano, suas palavras se aplicam bem a todas as piegas melodias que nos chegam dos círculos carismáticos e que, infelizmente, ouvimos cada vez com mais frequência nos casamentos de nossos fiéis. O ressurgimento destas melodias revela uma dupla falha: falta de cultura musical e falta de piedade, demasiadamente propícia ao sentimentalismo. Continuar lendo

SANIDADE E SANTIDADE

Imagens de Pessoas orando sem royalties | Depositphotos

Sobretudo no que se refere a sexo, os homens nascem desequilibrados; poderíamos quase dizer que nascem loucos. Raramente atingem a sanidade antes de atingirem a santidade“. – GK Chesterton.

Fonte: SSPX Great Britain – Tradução: Dominus Est

Noverim Te, noverim me, rezava Santo Agostinho — ‘Que eu Vos conheça e que eu me conheça.‘ Deus é puro Espírito, imortal e invisível; nós somos corpo e alma. Em nosso corpo, somos como os animais; em nossa alma, somos como Deus. E Deus criou o homem à Sua imagem; criou-o à imagem de Deus: macho e fêmea os criou. Na alma, a luz do intelecto e a graça santificante nos fazem à imagem e semelhança de Deus. Em nosso corpo, somos como os animais e temos os mesmos fortes instintos que são o motor do reino animal. Os mais fortes deles são os instintos de preservação de si mesmo e preservação da espécie que, por vezes, parecem ser mais fortes do que nós. Como podemos controlá-los?

Foi a graça santificante que fez dos nossos primeiros pais os filhos prediletos de Deus. Ora, Deus não achou conveniente que os seus filhos não controlassem facilmente os seus instintos animais, por isso deu-lhes, junto à graça santificante, o dom da integridade. Mas Deus avisou Adão e Eva: no dia em que pecardes, morrereis. Algumas pessoas consideram esse fato como um sinal de despotismo da parte de Deus. Um déspota é um governante que insiste que seus caprichos irracionais sejam obedecidos ao custo de punições terríveis. Contrariamente à opinião do falso profeta Maomé, Deus não é um déspota. Quando Deus disse: no dia em que pecardes, morrereis, isso mostra o que um pai quer dizer quando se dirige a um filho, ‘No dia em que correres na frente de um ônibus de dois andares, morrereis; ou o que um sargento pode dizer a uma classe de paraquedistas em treinamento, ‘No dia em que pulardes do avião sem paraquedas, morrereis’. Nada disso são ameaças, são afirmações do óbvio. Deus está dizendo: “Foste feito para mim, eu sou a vida da tua alma; no dia em que me rejeitares, não deixarás de morrer, porque a fonte da tua vida desaparecerá”. Continuar lendo

TU SERÁS CHAMADO CEFAS, QUE QUER DIZER PEDRA (PEDRO)

André, irmão de Simão Pedro, foi um dos dois que ouviram as palavras de João Batista e o seguiram, de acordo com o Evangelho de São João. E, tendo encontrado primeiro seu irmão Simão, disse-lhe: Encontramos o Messias”. Ele levou-o a Jesus que fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas, que quer dizer, Pedra.”

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

E Simão não diz nada. A cena é impressionante. Foi a graça que acabou de abrir os olhos do seu espírito para torná-lo capaz de ver quem lhe falava naquele momento. Foi a graça que tocou seu coração e o tornou sensível à influência dos maravilhosos encantos da Beleza de Cristo. 

Temos um pouco de dificuldade em imaginar a extraordinária ascendência do divino Mestre: uma espécie de magnetismo que emanava de toda a sua pessoa e que explica tanto a autoridade que mudou o nome de Simão, quanto essa atração que subjuga Pedro (Pedra).

Primeiro, a sua autoridade… Bastou que ele olhasse para Simão. As palavras que se seguem, o novo nome que lhe dá desde o primeiro encontro, implicam um programa definido que Cristo executará… Simão, tu serás a pedra sobre a qual edificarei a minha Igreja. Desde o início Jesus sabia para onde estava indo, sabia o que estava fazendo. Ele não é vítima dos acontecimentos… exceto uma vez, quando Nossa Senhora antecipou sua sua hora em Caná. Mas ela agora é a “Mulher”. Continuar lendo

21 DE NOVEMBRO: 1974 – 2024, PELO PE. JEAN-MICHEL GLEIZE, FSSPX

archbishop_marcel_lefebvre_declaration

Fonte: Courrier de Rome n°678 – Tradução: Dominus Est

1. 2024 é o ano do cinquentenário da Declaração de 21 de novembro de 1974, na qual Dom Lefebvre inscrevia em letras douradas as razões profundas da atitude sempre seguida pela Fraternidade São Pio X, no contexto do pós Vaticano II. Estas razões são as seguintes: a obediência aos ensinamentos do Magistério; a rejeição aos erros contrários a estes ensinamentos, tais como vieram à luz no Vaticano II e posteriormente; a resistência aos atos dos representantes da autoridade na Igreja, quando estas impõem estes erros.

2. A razão mais profunda de todas, razão fundamental que se encontra no princípio de todas as demais, é a obediência que os ensinamentos e as diretivas do Magistério eclesiástico prescreve a todo católico, Magistério confiado por Nosso Senhor ao Apóstolo São Pedro e, através dele, a todos aqueles que lhe sucedem na Sé de Roma. “Aderimos”, declara, então, Dom Lefebvre, “de todo o nosso coração, de toda a nossa alma à Roma eterna, mestra de sabedoria e verdade”. Com efeito, essa obediência é a condição absolutamente necessária à profissão da fé salutar. Ora, se a fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infusa e recebida com a graça do batismo, seu exercício depende de seu objeto, e é o Magistério instituído por Cristo que deve nos indicá-lo, em nome de Deus, declarando-nos com autoridade quais são as verdades que se impõem ao ato de nossa fé. Ainda como recorda Pio XII em 1950, “esse Magistério, em matéria de foi e de costumes, deve ser a regra próxima e universal de verdade para todo teólogo, visto que o Senhor lhe confiou o depósito da fé – as Sagradas Escrituras e a divina Tradição – para conservá-lo, defendê-lo e interpretá-lo”(1). Continuar lendo

TERRIBILIS: ESTA CASA DE DEUS

Minoritenkirche

Fonte: SSPX Great Britain – Tradução: Dominus Est

No livro de Gênesis, Jacó está fugindo de seu irmão Esaú e tem um sonho maravilhoso de uma escada que se estendia da terra até o céu, com anjos subindo e descendo. Ao acordar, ele pronunciou estas palavras profundas:

Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia. E cheio de pavor disse: Quão terrível é este lugar! não há aqui outra coisa senão a casa de Deus, e a porta do céu. (Gn 28,17)

Estas são palavras que podem sair dos nossos lábios ao entrarmos em uma igreja majestosa, ao contemplarmos com admiração as colunas imponentes, os vitrais requintados e ​​outros inúmeros e inestimáveis ​​tesouros reservados para o serviço do Deus Todo-Poderoso. São as palavras que a Santa Madre Igreja escolhe para rezar no Intróito da dedicação de uma igreja, para lembrar seus fiéis da dignidade do edifício da igreja.

A igreja não é uma habitação terrena. Ela é verdadeiramente a casa de Deus. É por isso que consagramos igrejas quando podemos – elas são reservadas como algo sagrado, para serem usadas apenas por Deus como Sua morada enquanto o edifício humano estiver de pé. Somos constantemente lembrados do céu quando estamos em uma igreja, seja pela altura do teto, pela grandiosidade das vistas, pelo esplendor dos sons, pelo doce odor do incenso celestial, ou mesmo pelo sabor do Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia. Todos os nossos sentidos, por mais enfraquecidos ou reprimidos pelos pecados e maus hábitos, são elevados e nutridos, encorajados e revigorados, preparados e fortificados para retornar à escuridão exterior do mundo e levar a ele um pouco daquela Presença e Luz celestiais. Continuar lendo

OS TRÊS CREDOS

Depois do sermão do domingo, e das grandes solenidades, a Liturgia nos leva a cantar o Credo como conclusão da missa dos catecúmenos, ou Ante Missa. O Credo (creio) é um formulário que resume as principais verdades que se deve crer para ser salvo. A Antiguidade conheceu vários símbolos ou resumos de nossa fé.

Fonte: FSSPX Distrito de Benelux – Tradução: Dominus Est

Os três Credos utilizados na Liturgia

O primeiro é o Símbolo dos Apóstolos que recitamos antes do Terço, por exemplo. Esse símbolo dos apóstolos é o mais antigo e remonta às origens da Igreja. O segundo símbolo é o de Santo Atanásio, que os padres professam na recitação do breviário, no dia da festa da Santíssima Trindade (domingo depois de Pentecostes). Enfim, o terceiro símbolo é o de Niceia-Constantinopla. Para combater a heresia proferida por Arius que negava a divindade de Cristo, o concílio ecumênico de Niceia (325) decretara um símbolo no qual a consubstancialidade do Filho com o Pai fora afirmada. Alguns anos mais tarde, o concílio ecumênico de Constantinopla (381) se reuniu para condenar os erros que negavam a divindade do Espírito Santo.

História da recitação do Credo na Missa

Na Igreja primitiva, após a leitura ou o canto do Evangelho, se concluía a primeira parte da missa, dita “missa dos catecúmenos”, pois estes e alguns penitentes eram convidados a se retirar. Não se recitava, então, o Credo, nem o Gloria in excelsis, e, pouco a pouco, estas duas orações foram dispostas na reza da Missa. No século VIII, o imperador Carlos Magno mandou cantar o Credo na Missa na Gália. Continuar lendo