DESEJANDO ASAS!

abcÉ este um desejo real do cantor de Deus nos salmos … Suspira pelas asas das pombinhas para voar até perto de Deus. Muita moça parece viver suspirando pelas asas para qualquer elevamento do nível em que paira. Mas nem todas sabem o que desejam.

Asas de mariposas – assim chamemos às desejadas por certos grupos de jovens. Nelas há fulgores de sol, matizes de flor; agradam, encantam. Em troca, são asas fragilíssimas, delicadíssimas e nada abrigam…

Asas de andorinhas – demos-lhe tal nome às desejadas por outro grupo de moças. São asas ligeiras, irrequietas, em contínuo movimento, eternas desenhistas de caprichosos arabescos. Bem representam a vida que se move, que vai a toda parte. Na atividade febril de seu vôos desconhecem a paz.

Asas de águia – cujo destino é buscar as nuvens, é pairar nas alturas, como se desprezassem o resto do mundo. Parecem agitá-las aquelas jovens desejosas de glórias, de honras, de aplausos. Mas também essas não servem para a felicidade.
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EU PODERIA, SE QUISESSE

caminhosA nossa vontade não é bastante firme; e essa é a origem de quase todos os nossos defeitos. Se o fosse mais, bem depressa seríamos perfeitos … Calígula, o tirano de Roma, exaclamava um dia: “Quisera que todos os Romanos reunidos só tivessem uma cabeça, para fazê-la abater de um só golpe!” – Pois bem! tu também só tens uma cabeça para abater; e essa cabeça é a fraqueza da tua vontade.

Ouço com frequência moços que me dizem: “Ora, eu bem poderia fazer isto ou aquilo, se quisesse”. – Se eu quisesse … Sempre esse “se”.

Mas esses jovens que pretendem ter vontade nunca tentam dela servir-se. Entretanto, essa tentativa testemunharia que eles a têm verdadeiramente. Parecem as caricaturas de soldados que têm sempre o fuzil no rosto, semblante terrível, como a dizer: “Atiro já, já!”, e com os quais ninguém se assusta, porque eles não atiram nunca. – “Eu poderia, se quisesse”. “Se … se … Ah! se esse se não existisse! …

Nenhuma arte reclama tanta sagacidade como a formação de nossa alma, pois nossa alma é mais nobre do que o mais puro mármore e o mais precioso metal.

Já te falaram, de certo, algumas vezes, do livre arbítrio do homem. Receio que não o tenham feito bastante. Pois bem, sim, a vontade humana é livre, mas é fraca também; e a tua é como a dos outros, a não ser que desde cedo a exercites. Uma vontade firme não é um presente do céu que achamos no berço; é um tesouro raro que cada um de nós deve comprar a preço de lutas incessantes. Seria, pois, ridículo imaginar que a nossa pode tornar-se assim firme, de um dia para outro … ridículo exclamar num momento de entusiasmo: “A partir de hoje, quero ter uma vontade de ferro! …”. Essa vontade de ferro, nunca a tingiremos, a não ser por um trabalho aturado e assíduo. Continuar lendo

“AMOR AO OURO” – ESPOSA DO SANTO E PACIENTE JÓ

joQuem não conhece a célebre e bíblica mulher do santo e paciente Jô! Amava-o nos tempos de ventura e, ao vê-lo atirado aos horrores da doença, desprezou-o.

– Que ganhaste com tua vida de caridade e de serviço de Deus, marido? Vamos lá: bendize a Deus e morre!

Foi este o ato de amor da famosa esposa. Por isso, também, um comentador dos Livros Santos assegura que dos flagelos, enviados por Deus ao paciente Jô, foi o maior de todos o haver-lhe deixado … a mulher.

Não quadra na nobreza de uma esposa cristã amar o marido quando ele é feliz, tem saúde, tem fortuna, tem amigos, tem colocação e lhe pode dar vestidos, conforto, etc. Não; ela o amará na doença e nos reveses, seja lá qual for a sua posição social e econômica. Para São Paulo é natural que, ao sofrer a cabeça, compadeçam com ela todas as partes do corpo. Na família é o marido o chefe e cabeça, com direitos para chamar a si o amor compassivo de sua esposa. Quando te dói a cabeça, leitora, pensas em arrancá-la, em assentá-la na parede? E porque desejar mal ao marido quando se torna pesado à casa? Porque convidá-lo a … morrer, na amável linguagem da mulher de Jô? Continuar lendo

RELATÓRIO: OFICIAIS DO VATICANO DESAFIAM MOTU PROPRIO DA ‘NULIDADE’

change-ahead-danger-sign460Fonte: FSSPX EUA – Tradução: Dominus Est

Circula na Cúria Romana um dossiê de sete páginas em que prelados do Vaticano expressam profunda insatisfação com o motu proprio mais recente de Francisco sobre a nulidade.

O jornal alemão Die Zeit alega ter obtido uma cópia do dossiê.

Edward Pentin do National Catholic Register, respeitado jornalista vaticanista e autor de The Rigging of the Vatican Synod? Observa em reportagem recente: “os curiais ‘dissecaram’ juridicamente o motu proprio em que o papa trata da reforma do processo de nulidade e acusaram-no de ter abandonado um importante dogma, além de afirmarem que ele introduziu o ‘divórcio católico’ de facto”.

Os curiais também demonstraram outras preocupações:

– “apesar da gravidade do assunto, nenhum dicastério, incluindo a Congregação para a Doutrina da Fé e as conferências dos bispos, foi consultado antes de a decisão ser tomada”;

– “A maneira pela qual Francisco lançou o documento vai contra os pedidos dele mesmo por sinodalidade e colegialidade, e traz à memória um Fuhrerprinzip eclesial que delega ordens de cima para baixo, por decreto, sem qualquer consulta ou análise”; Continuar lendo

INFLUÊNCIA MASCULINA E FEMININA NA EDUCAÇÃO DA CRIANÇA

familia_catolicaPor serem de compleição diferente, o homem e a mulher não vêem o filho com os mesmos olhos: ele o vê através de sua masculinidade; ela, através de sua feminilidade. Entretanto, essa divergência não é um mal, pois traz como resultado não somente um conhecimento mais completo e aprofundado da criança, como também uma espécie de combinção de influências. Permite ao homem descobrir os métodos que tornarão o educando mais forte, mais corajoso e mais empreendedor; à mulher, os que nele despertarão as delicadezas do sentimento.

Tomemos um exemplo: o filho é obrigado a um esforço penoso. A mãe é inclinada a proporcionar-lhe o auxílio de sua sensibilidade feminina; o pai, o da força que comanda. Se a mãe fosse sozinha, correria o risco de enfraquecer a vontade; se fosse só o pai, talvez quebrasse os impulsos delicados da sensibilidade. Unidos, irão obter um esforço misturado de força e de ternura. Continuar lendo

NADA DE IMPROVISO!

improLendo as páginas de um romance, a sonhadora armou um palco na imaginação, e dentro dele pôs-se a realizar complicados heroísmos, como esposa dedicada. Nisso a mãezinha, lá de dentro de casa, chamou a filha para ajudá-la. E a “heróica” senhorita levantou-se resmungando, mal humorada, e foi fazer o serviço com rosto de parca.

Um quadrinho singelo, mas frequente na vida das jovens. Amanhã ou depois, a leitora terá de escolher um véu: da virgem, de noiva, de irmã. Cada véu traz uma lista de exigências morais, cita uma ladainha de prendas que o coração, que as mães devem apontar, que o caráter deve lembrar.

Erro seria supor a leitora que tudo isso virá dentro da corbeille de noiva, nos tecidos do hábito religioso, nos fios de véu de virgem… Nada de improviso, senhorita. É uma das piores ilusões da mocidade feminina, esse cálculo errado. Já vimos a primeira vocação da mulher: é o devotamento, mesmo a custo do seu sangue. Foi feita a mulher mais para tornar a outros felizes, do que para ser ela mesma feliz.

Não se preparar para isso é trair a própria missão dada pelo Criador, reclamada pelo coração e por todas as forças vivas do próprio ser.
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O SÍNODO E AS PAIXÕES DA IGNOMÍNIA

Thouvenot3Fonte: La Porte latine – Tradução: Dominus Est

Diante dos ataques contra o matrimônio cristão, e agora contra o matrimônio natural (a união estável de um homem e uma mulher em um lar em vista de gerar e educar os filhos), a Igreja católica recorda incansavelmente a verdade da moral evangélica: “Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus.. (I Cor 6, 10)

O pecado da homossexualidade é uma grave desordem onde o ato específico é ordenado pela Santa Escritura entre “os pecados que clamam ao céu“, assim como o assassinato ou a opressão da viúva e do órfão. Os pecados que clamam ao céu são aqueles cuja malícia, e particularmente a perturbação da ordem social que eles provocam, demandam, daqui da terra, uma justa vingança da parte de Deus [3].

Isto mostra a gravidade do pecado de homossexualidade, todavia banalizado, e mesmo encorajado por todos os tipos de organismos e outros meios de propaganda. Bastar pensar nas associações “LGBT”, nos filmes, modas, desfiles e paradas (Gaypride) que inundam todos os anos as ruas das metrópoles mundiais.

A Igreja católica não escapa desta pressão vinda do mundo depravado e seus costumes corrompidos. Até aqui, ela tinha conseguido recordar o caráter anti-natural e a ignomínia deste tipo de pecado. O novo Catecismo, em 1992, ainda escrevia, em seu número 2357: “Apoiando-se na Santa Escritura, que os apresenta como depravações graves [4]; a Tradição sempre declarou que os “atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados [5]”. Eles são contrários à lei natural. Eles fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementariedade afetiva e sexual verdadeira. Eles não poderiam receber a aprovação em nenhuma circunstância.” Continuar lendo

SÍNODO, EIS O PLANO B PARA O “DIVÓRCIO CATÓLICO”!

img-_innerArt-_rota romanaFonte: La Nuova Bussola Quotidiana – Tradução: Dominus Est

O debate sobre a família, provocado pelo que emergiu durante o Sínodo extraordinário e à margem do mesmo, tem abrangido, sobretudo, a vertente teológica e doutrinal. Todavia, em concomitância com estes acontecimentos, o Santo Padre realizou um ato importante, passado quase despercebido: a criação de uma Comissão especial de estudo para a reforma do processo matrimonial canônico, presidida pelo Mons. Pio Vito Pinto, decano do Tribunal da Rota Romana. Se a intenção declarada do Pontífice era verificar a possibilidade de proceder mais rapidamente e mais objetivamente à sentença sobre a validade de muitos casamentos, a partir da análise do pensamento dos membros da Comissão poderia-se, de início, entender quais eram as soluções para a qual se queria ir: a eliminação da obrigação da dupla sentença em conformidade, a instituição de um juiz único de primeira instância, ou até mesmo a “administratização” do processo canônico de nulidade matrimonial.

Quanto ao primeiro aspecto – obrigação de duas decisões em conformidade -, tanto o congresso ocorrido na Universidade Gregoriana no último mês de janeiro, dez anos após a Instrução Dignitas Connubii – da qual, de acordo com alguns participantes, foi realizado nesta ocasião “o funeral, embora sem muita solenidade”, como na conferência sobre a família, ocorrida na Universidade da Santa Cruz, em março passado, registrada como um fato já consumado, a sua eliminação. Devendo-se, a esse respeito, notar que até alguns professores, que durante toda sua carreira sustentaram a importância e sublinharam o valor desta disposição legal, aceitaram uma reedição incondicional, chegando até mesmo a postular o contrário do que eles afirmaram durante décadas.

Sobre os segundo e terceiro aspectos – instituição de um único juiz de primeira instância e “administratização” do processo canônico de nulidade matrimonial -, pelo contrário, foram registradas uma maior resistência em sua introdução e algumas críticas argumentadas. Continuar lendo

QUE NOBRE REPRESENTAÇÃO!

amor_de_maePara cuidar da criança, toma a Providência de Deus os olhos e ouvidos da mãe. A esta cabe vigiar, porque o pai tem sua lida fora de casa. Passa grande parte do dia longe dos filhos.

Só com muito amor aos filhos é, porém, que uma mãe saberá vigiá-los. Pois a vigilância é a atenção perseverante às dores, aos cuidados, aos perigos e às precições de outros. Para bem ver tudo isso é preciso esquecer a si próprio. É por isso o egoísmo o principal obstáculo à vigilância.

Pensamos nos outros somente na medida em que os amamos.

Ora, os olhos da Providência caem amorosamente sobre os nossos passos. Seus ouvidos escutam e medem o ritmo de nosso coração. A ave que canta sobre o telhado, a flor escondida no campo são vistas e guardadas por Deus. Dos homens está escrito que o Senhor lhes traz os nomes gravados na palma de Suas mãos. E quanto mais vê e conhece o Altíssimo as crianças, suas prediletas!
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O MUNDO SEM DEUS

olhaTiremos a Deus do mundo. Que fica? Um ser grotesco que se contradiz em mil particularidades, impregnado pelo veneno da dor e do sofrimento e em cujo têrmo se levanta o espantalho do horror à morte. Bem real é a expressão de Schiller: “Tudo vacila, onde falta a fé!” Verdadeiro é o dito de Plutarco: “Mais fácil é construir um castelo de areia do que uma sociedade sem fé em Deus.”

Quanto mais estudares, meu caro, tanto melhor verás a mesquinhez da existência terrena e tua própria pequenez: do mesmo passo, se pensares no que é eterno, sentirás tua alma dilatar-se em generosidade. A religião, e só ela, é capaz de dar-te a chave de todos os problemas da vida. Ora, se a vida mortal não é mais que preparação para a imortal, perceberás facilmente que sua finalidade não consiste em mergulhar nos prazeres, mas em educar e preparar nossa alma para sua sublime e eterna predestinação.

Conheces o “Fausto” de Goethe? É a personificação do combate contra o mal, em procura do bem. Seu herói tenta tudo, lança mão de todos os meios; mas o poeta encontra apenas uma única solução satisfatória; a fé num Deus remunerador e numa eternidade. A “Divina Comédia” de Dante, a “Missa Sollemnis” de Beethoven, o “Requiem” de Mozart, a “Criação” de Haydn, a “Parsifal” de Wagner, as obras de Bach, Liszt, Brahms, etc., onde ressoa como nota predominante o anelo e nostalgia da alma em busca de Deus, elas todas confirmam a expressão de Tertuliano: “A alma humana é cristã por natureza.”

Sim, em vão procuras abafar a labareda perseverante. Já Homero afirma na Odisséia: “Todo homem tem fome de Deus.”

Embora não tenhas ainda visto muita coisa do mundo e da “vida moderna”, provavelmente terás tido momentos em que defrontaste os grandes problemas da vida. Com o correr dos anos, hás de reconhecer sempre mais claramente, que quanto maior for o progresso da humanidade no campo da técnica e da indústria, quanto mais requintados seus gozos, tanto menos podem essas conquistas satisfazer a alma predestinada a realidades mais sublimes.
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ALMA OU CORPO? (EDUQUE O SEU FILHO DE FORMA CRISTÃ)

mae lendo pra filhaAntes de tudo, leitora e mãe, é teu filho uma alma. Hoje acentua-se demais o corpo e se deixa esquecida a alma da criança. Os pedagogos escandalizam-se com descuidos que prejudicam a saúde e o desenvolvimento do corpo. E bem pouco se impressionam com os erros que prejudicam os interesses e os destinos da alma. Paganismo moderno, leitora!

A pedagogia que vai da alma ao corpo, do espiritual para o material, do pensamento para o prazer, é também uma pedagogia que traz vantagens aos interesses do corpo. A mulherzinha do povo que segue a pedagogia da alma é uma educadora, ao passo que o mestre que segue a do corpo jamais será um educador. É apenas um cunhador de moedas falsas. Para respeitar esta ordem mais se necessita de coragem do que de ciência.

Por isso, leitora, convence teu filho do seguinte: Um esforço intelectual, a descoberta de uma verdade, um ato de vontade, o domínio de um apetite, valem todos os facéis prazeres do corpo. Porque? Porque o menor progresso da alma é infinitamente superior aos mais vastos proveitos materiais.

Essa alma, mais nobre do que o corpo, está vivificada por uma vida sobrenatural. Teu filho é também, pelo batismo, filho de Deus. De ti recebeu a vida do corpo. Dele recebeu a vida divina da graça. Há, portanto, em teu filho duas vidas, distintas nas suas qualidades, mas tão unidas que a primeira (recebida de ti) sem a segunda (vinda de Deus) não passa de uma grande nódoa, de uma grande chaga, perdendo-se no abismo de condenação.

… Digna de todo o respeito torna-se a criança que, com a graça do batismo, é herdeira divina. Teu filho não nasceu ainda, leitora, e já deves preparar-lhe esta vida. Durante os nove meses de vida comum, que poderosa irradiação propaga no corpo e na alma da criança a presença eucarística de Jesus Cristo no coração da mãe, que é piedosa na assiduidade à Comunhão! Continuar lendo