VÍDEO DA AVE MARIA EM LÍNGUA ÁRABE

vierge_de_maloula_syrie_2015Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

A antiga cidade cristã de Maaloula, ao norte de Damasco, comemorou no sábado 13 de junho de 2015 a instalação de uma nova estátua da Virgem Maria, que substitui aquela destruída pelos jihadistas em 2013. Dezenas de famílias se reuniram ao lado de autoridades civis, militares e religiosas na principal praça da cidade para comemorar a instalação dessa nova estátua da Virgem Maria, que domina a cidade novamente.

A estátua é um símbolo de proteção para mim“, afirmou Samya, uma farmacêutica da cidade antes de insistir: “Maaloula voltou ao normal com o retorno da estátua.”

Localizada a 55 km ao norte de Damasco, Maaloula é conhecida por suas igrejas, conventos, mas também pelos seus refúgios abertos em cavernas datados dos primeiros séculos do cristianismo.

A maioria de seus habitantes são cristãos gregos-católicos e também ainda falam aramaico, a língua de Cristo. Em abril de 2014, o exército sírio e o Hezbollah retomaram a cidade dos jihadistas da Frente Al-Nosra, que a tinham tomado quatro meses antes e os 5.000 habitantes começaram a voltar para a cidadela fortemente danificada pelo conflito.

Assalam alayki ya Mariam

السلام عليك يا مريم

A “Ave Maria”, recitada em árabe por uma jovem cristã síria, “Céline”, sobre um fundo musical de um dj chamado Sachem, com imagens (RT TV) da cidade de Homs, e da Estátua da Virgem de Maaloula, que protege os fiéis católicos condenados ao ódio dos muçulmanos do DAESH.

A Ave Maria em lingua árabe

Ess salamou ala-y-ki, ya maryam
Ya moum-tali-a-ta ni-a-ma
Er-rabbi ma-a-ki
Moubarakatoune ê-nti fi ên-nissa
Oua moubarakatoune samaratou botniki Sayedna yassou-a el massi,
Ya qaddissa maryam Ya oualidât allah
Salli li aj-lina Na-nou el rata
El a-ne oua fi ma-oua-tina.
Amine

22 ADULTOS BATIZADOS EM SAINT-NICOLAS-DU-CHARDONNET – PARIS

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Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Depois dos ritos preparatórios administrados à tarde, e após a bênção da água batismal durante a própria vigília, antes de receber o sacramento em si cada um deles fez uma profissão pública de sua fé católica diante de uma igreja lotada.

Em seguida vieram os sacramentais que indicam os principais efeitos do batismo: a unção do Santo Crisma para mostrar que o recém-batizado tornou-se “encristado” e, portanto, Cristão; a investidura da túnica branca que indica a pureza da alma após a remissão total, tanto do pecado original como de todas as faltas pessoais passadas e as penas relacionadas a elas; a entrega, enfim, da vela acesa: encristado, o recém-batizado é chamado, por sua vez, a ser luz do mundo, o que ele será na medida em que a sua vida for se consumindo lentamente, como uma vela cuja chama ” busca sempre as coisas do alto, não as de baixo “(Epístola de vigília de Páscoa).

Durante a missa que se seguiu, todos fizeram a sua primeira comunhão, assim como os outros 6 adultos já batizados.

Quem são estes novos batizados? De origens muito diferentes, eram 16 homens e 6 mulheres. Todos com menos de 35 anos, com exceção de dois, com 53 e 54 anos, respectivamente. O mais jovem tinha acabado de assoprar sua 18º vela. E eis que um deles era da religião judaica, dois outros praticavam o Islã (um francês islamizado), mais dois de cultura muçulmana e três de origem hindu. Mas a maioria, nas palavras de um deles, eram filhos da república laica.

A estas graças de conversão acrescentam-se ainda três abjurações (dois da ortodoxia e um do protestantismo), sem contar as inúmeras dezenas de pessoas que fizeram a primeira confissão de suas vidas durante a Quaresma de 2016.

Que bela colheita. Em um momento onde nossas sociedades parecem entrar em colapso, a graça de Deus age, e o reino de Deus continua a se edificar.

Abbé Patrick de La Rocque, padre da Fraternidade São Pio X, cura de St-Nicolas-du-Chardonnet

O FIEL DEPOSITÁRIO

Saint+Joseph+and+Baby+JesusÉ opinião generalizada e sentir comum entre os homens que o depósito, isto é, um bem que recebemos para guardar, tem qualquer coisa de sagrado e que o devemos conservar para quem no-lo confia não somente por fidelidade mas por uma espécie de sentimento religioso. Por isso o grande Santo Ambrósio nos ensina no livro 29 de seus Ofíciosque era piedoso costume estabelecido entre os fiéis o de trazer aos bispos e a seu clero aquilo que se queria guardar com mais cuidado, para que fosse colocado junto ao altar, em virtude da santa persuasão em que estavam de que não havia melhor lugar para guardar um tesouro do que aquele ao qual o próprio Deus confiou a guarda dos seus, isto é, os santos mistérios. 

Este costume se tinha introduzido na Igreja a exemplo da sinagoga antiga. Lemos na História Sagrada que o augusto templo de Jerusalém era lugar de depósito para os judeus. Autores profanos também nos ensinam que os pagãos tributavam esta honra a seus falsos deuses, colocando seus depósitos nos templos e confiando-os a seus sacerdotes, como se a própria natureza das coisas nos ensinasse que o respeito ao depósito tem algo de religioso e que não pode estar mais bem colocado do que nos lugares santos onde se reverencia a Divindade, nas mãos daqueles que a religião consagra.  

Ora, se jamais existiu depósito que merecesse tanto ser chamado santo, santamente guardado, é este de que falo, que a providência do Pai confia à fé do justo José, tanto assim que sua casa se assemelha a um templo porque Deus aí se digna habitar e entregar-se a Si próprio em depósito. José deve ter sido, portanto, consagrado a fim de guardar tão santo tesouro. E realmente o foi, cristãos: seu corpo pela continência, sua alma por todos os dons da graça. […]  

No projeto que me proponho, o de apoiar os louvores a São José, não em conjeturas duvidosas mas em doutrina sólida tirada das Escrituras divinas e dos Padres seus intérpretes fiéis, nada de mais conveniente posso fazer, na solenidade deste dia, do que apresentar este grande santo como um homem que Deus escolheu entre todos os outros para lhe pôr nas mãos Seu tesouro e fazê-lo, aqui na Terra, seu depositário. Pretendo fazer ver hoje que nada melhor lhe convém, que nada existe tão ilustre e que esse belo título de depositário, desvendando-nos os desígnios de Deus sobre esse bem-aventurado patriarca, nos mostra a fonte de todas as graças e o fundamento seguro de todos os louvores.   Continuar lendo

A PREDESTINAÇÃO DE SÃO JOSÉ E SUA EMINENTE SANTIDADE

st_josephQui minor est inter vos, hic major est.” (Luc., IX, 48)

Não se pode escrever um livro sobre a Santíssima Virgem sem falar da predestinação de São José, de sua eminente perfeição, do caráter próprio de sua missão excepcional, de suas virtudes e de seu atual papel na santificação das almas.

Sua preeminência sobre todos os outros santos cada vez mais afirmada na Igreja

A doutrina segundo a qual São José é o maior dos santos depois da Virgem Maria tende a tornar-se uma doutrina comumente aceita na Igreja, que não teme declarar o humilde carpinteiro superior em graça e em beatitude aos patriarcas, a Moisés, aos maiores dos profetas, a São João Batista, e também aos apóstolos, a São Pedro, a São João, a São Paulo, e por mais forte razão superior em santidade aos maiores mártires e aos maiores doutores da Igreja. O menor, por sua profunda humildade, é em razão da conexão das virtudes, o maior pela elevação da caridade: “Qui minor est inter vos, hic major est” (Luc. IX, 48).

Essa doutrina é ensinada por Gerson1 e por São Bernardino de Sena2. A partir do século XIV, torna-se cada vez mais corrente, é admitida por Santa Teresa, pelo dominicano Isidoro de Isolanis, que parece ter escrito o primeiro tratado sobre São José3, por São Francisco de Sales, por Suárez4, mais tarde por Santo Afonso Maria de Ligório5, mais recentemente pelo cônego Sauvé6, pelo cardeal Lepicier7 e por M. Sinibaldi8; essa doutrina está bem exposta no Dicionário de Teologia Católica, no artigo Joseph (saint), por A-M. Michel.

Além disso recebeu a aprovação de Leão XIII na encíclica Quanquam pluries, de agosto de 1899, escrita para proclamar o patrocínio de São José sobre a Igreja universal. Ele diz: “Certamente a dignidade da Mãe de Deus é tão alta que nada pôde ser criado acima dela. No entanto, como José foi unido à bem-aventurada Virgem pelo laço conjugal, não se pode duvidar que ele se tenha aproximado, mais do que ninguém, dessa dignidade supereminente pela qual a Mãe de Deus ultrapassa tanto todas as naturezas criadas. A união conjugal é, com efeito, a maior de todas; em razão de sua própria natureza, ela acompanha-se da comunicação recíproca dos bens dos dois esposos. Se, pois, Deus deu à Virgem José como esposo, certamente não somente o deu como apoio na vida, como testemunho de sua virgindade, guarda de sua honra, mas o fez também participar, pelo laço conjugal, da eminente dignidade que ela recebeu.”9 Continuar lendo

PAPA EMÉRITO BENTO XVI ROMPE O SILÊNCIO E FALA DE “PROFUNDA CRISE” ATINGINDO A IGREJA APÓS O VATICANO II

O Papa retoma o uso do saturnoPor LifeSiteNews.com Tradução: Gercione Lima – FratresInUnum.com

No dia 16 de março, ao falar publicamente em uma rara aparição, o Papa Bento XVI deu uma entrevista ao Avvenire, o jornal da Conferência Episcopal Italiana, abordando uma “dupla e profunda crise” que a Igreja está enfrentando na esteira do Concílio Vaticano II. A notícia já chegou até a Alemanha como cortesia do vaticanista Giuseppe Nardi, do site de notícias católicas da Alemanha vinculado a Katholisches.info.

O Papa Bento nos recorda a antiga e indispensável convicção católica da possibilidade da perda da salvação eterna, ou que as pessoas vão para o inferno:

Os missionários do século 16 estavam convencidos de que uma pessoa não batizada está condenada para sempre. Após o Concílio [Vaticano II], essa convicção foi definitivamente abandonada. O resultado foi uma dupla e profunda crise. Sem essa atenção para com a salvação, a Fé perde o seu fundamento.

Além disso, ele fala de uma “profunda evolução do dogma” em relação ao dogma “fora da Igreja não existe salvação”. Esta mudança proposital do dogma levou, aos olhos do papa, a uma perda do zelo missionário na Igreja – “Qualquer motivação para um futuro compromisso missionário foi removido”.

Papa Bento XVI faz uma pergunta penetrante suscitada por essa mudança palpável de atitude da Igreja: “Por que você deveria tentar convencer as pessoas a aceitar a fé cristã, se elas podem ser salvas sem ela?” Continuar lendo

SUBDIÁCONOS E ÚLTIMAS ORDENS MENORES CONFERIDAS EM ÊCONE

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

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Em 12 de março de 2016, no sábado chamado de “Sitientes” , do nome do Intróito da missa daquele dia, 15 jovens levitas receberam o subdiaconato das mãos de Dom Bernard Fellay , Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X .

Esta primeira ordem maior, na lista daquelas que levam ao sacerdócio, envolve a doação total de si a Deus através dos votos de castidade e a obrigação de recitar o breviário em nome da Igreja.

Dos 15 seminaristas ordenados ao subdiaconato, 12 são membros da FSSPX – 11 franceses e 1 espanhol -, 2 pertencem à ordem dos Beneditinos de Bellaigues e 1 à Fraternidade da Transfiguração de Mérigny.

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Durante a mesma cerimônia 4 outros clérigos receberam as duas últimas ordens menores de Acólito e Exorcista: 3 para a FSSPX e 1 para o convento dos Capuchinhos de Morgon .

Dom Fellay fora assistido pelo Pe. Benoît de Jorna, diretor do seminário de Ecône, como padre assistente, e pelos Padres Gleize e Biselx, ambos professores, como diáconos assistentes.

Oremos pela perseverança desses jovens que são uma fonte de real esperança e promessas para a Igreja

ORAÇÃO A SÃO JOSÉ PELA IGREJA

Go-to-Joseph“A vós, São José, recorremos em nossa tribulação, e depois de ter implorado o auxílio de vossa santíssima Esposa, cheios de confiança, solicitamos o vosso patrocínio. Por esse laço sagrado de caridade que vos uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus, e pelo amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno sobre a herança que Jesus Cristo conquistou com seu Sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com vosso auxílio e poder.

Protegei, ó Guarda providente da Divina família, a raça eleita da Jesus Cristo. Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício. Assisti-nos do alto do Céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas. E assim como outrora salvaste da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas de seus inimigos e contra toda adversidade.
Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a exemplo de vós e sustentado com o vosso auxilio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no Céu a eterna bem aventurança. Assim seja. Amém!”

ORDENAÇÕES DE 9 SUBDIÁCONOS E 13 PARA ORDENS MENORES DA FSSPX – SEMINÁRIO SÃO TOMÁS DE AQUINO (WINONA/EUA)

Fonte: SSPX EUA – Tradução: Dominus Est

Nove novos subdiáconos para a Igreja

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No sábado, 12 de março, os seminaristas Ian Palko, James Torzala, Peter Kallal, Tyler Nelson, Jonathan Kopec, Christopher Hone, Richard Brueggemann, Josh Jacobs e John Carlisle foram ordenados para a maior ordem de subdiácono pelo Bispo Tissier de Mallerais.

O papel do subdiácono é apresentar a patena e o cálice ao diácono na Missa Solene, para derramar a água no cálice e cantar a Epístola. Ele também é responsável pela purificação dos lenços sagrados.

Treze seminaristas recebem as ordens menores

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8 seminaristas receberam na sexta, 11 de março, as ordens de Hostiário e Leitor enquanto 5 receberam as ordens de Exorcista e Acólito. As ordenações são compostas de 3 partes: uma advertência ou instrução sobre as funções que incidirão sobre os ordenandos, a tradição dos atributos da ordem, e, finalmente, uma oração especial para o recém-ordenado, pedindo a Deus pela graça e as virtudes necessárias para cumprirem de maneira santa as funções da ordem recebida.

(…)

A quarta ordem menor é a de acólito. O acólito é o que traz luz para os fiéis, tanto conduzindo as velas acesas para o canto do Santo Evangelho, como por sua conduta, que deve iluminar os fiéis e levá-los sempre para perto de Deus. O acólito também traz água e vinho para os ministros sagrados no altar, que durante a Consagração será transformado no Sangue de Cristo. Mais ainda do que antes, ele deverá aplicar-se a uma vida de castidade.

ENTRADA DE SEMINARISTAS NOS SEMINÁRIOS DO HEMISFÉRIO SUL (ARGENTINA E AUSTRÁLIA)

seminariolarejaOs seminários da Fraternidade São Pio X No hemisfério sul receberam os novos seminaristas neste mês de março, consagrado a São José, patrono da Igreja universal. 

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est 

Na Argentina, o seminário de Nossa Senhora Redentora em La Reja acolhe 11 alunos no ano de humanidades (5 Mexicanos, 4 Argentinos, 1 Colombiano e 1 Dominicano), assim como 7 seminaristas no primeiro ano de espiritualidade: 2 Argentinos, 2 Mexicanos, 1 Colombiano, 1 Guatemalteco e 1 Paraguaio). Dois candidatos a Irmãos ( 1 Argentino e 1 Brasileiro) igualmente bateram à porta do seminário que abriga um Noviciado de Irmãos da Fraternidade de São Pio X.

Na Austrália, o Seminário da Santa Cruz, em Goulburn, recebe a 3 alunos no ano de humanidades (1 australiano, 1 nigeriano e 1 filipino), assim como 4 seminaristas no primeiro ano de espiritualidade: 1 australiano, 1coreano, 1 indiano e 1 Neo-Zelandês. 

No total, este ano letivo de 2016 vê-se 51 jovens se prepararem para o sacerdócio nestes dois seminários, além dos 14 pré-seminaristas no ano de Humanidades.

Com as entradas de outono de 2015 em Flavigny (França), Winona (EUA) e Zaitzkofen (Alemanha), o total de entradas nos seminários da FSSPX é de 47 seminaristas no primeiro ano.

O PADRE DE “ONTEM” É O MESMO DE “HOJE”?

Quando falamos na palavra “padre” qual é o primeiro pensamento que nos vem em mente?

– Um homem de batina preta? Um homem rezando uma Missa com uma “túnica branca”? Um homem comum como todos os outros?

Nos dias de hoje pensamento mais adequado seria o da última opção, não por apelação, mas sim por que os próprios padres contribuem com a construção de tal imagem.

Tendo como referência esta foto acima, algumas pessoas perguntariam: “Em mil novecentos e quanto foi tirada esta foto?”, ao passo que outras que possuem um pouco mais de conhecimento poderiam até ironizar: “Esta foto foi tirada nos tempos do Concílio de Trento?”. Vemos nada mais que dois padres caminhando em uma calçada e vestindo suas respectivas batinas que eram tão comuns em sua época quanto a famosa “camisa clerical” é nos dias de hoje.

A foto foi tirada em um tempo onde era perfeitamente normal os padres usarem batina, saturno e/ou barrete; seminaristas vestidos da mesma forma “sem vergonha” alguma. São imagens como estas que, infelizmente, são raras atualmente. É triste não apenas nós fieis leigos mas também para os próprios clérigos que conservam o amor por esta veste talar, verem aos poucos a maioria dos demais padres abandonarem a veste que é e continuará sendo tão importante até o fim dos tempos para os padres do mundo inteiro, pois a batina é um sinal, um sinal de consagração, um sinal de morte para o mundo. 

Nos dias atuais, a maioria dos padres optaram por usar roupas que os façam parecer mais com os leigos, mas apenas tendo uma pequena característica que os distinguem dos mesmos: Uma pequena palheta branca que se usa entre as duas aberturas de uma camisa, como se vê nesta foto.

Já ouvi pessoas dizendo: “A camisa clerical faz o padre da cintura para cima, basta tirar a palheta e pronto! Não se parece mais com um padre! Estará vestida de forma social.”

Não temos autoridade alguma para condenar ou fazer juízo do padre que gosta de usar tal veste, tanto que a mesma é defendida pelo próprio Código de Direito Canônico (cf. cân. 284), mas o que ninguém poderá negar é que a roupa própria do padre é nada mais e nada menos que a batina. Muitas pessoas – inclusive padres – acreditam que tudo e todos devem modernizar-se e adaptar-se com as inconstâncias dos tempos atuais, o que não passa de uma errônea compreensão de “adaptação ao mundo moderno”. À partir do momento em que o Sacerdote é ordenado como tal pelas mãos de um legítimo sucessor dos Apóstolos, o Bispo, a natureza deste homem é mudada. Repito: a natureza deste homem é mudada. A pessoa do padre, tanto exterior como interior deve ser um constante reflexo do Cristo, daquele Cristo que é o mesmo ontem, hoje e sempre. Cristo não muda nem mudará, portanto, como um filho da Igreja, membro do Corpo Místico de Nosso Senhor e Sacerdote do Altíssimo, o sacerdote também não deve mudar segundo os ventos do mundo: deve ele ser o mesmo que a Santa Igreja – Esposa Mística de Jesus Cristo – sempre exigiu dos seus presbíteros. Eles não podem aderir às modernidades (não importando se a maioria já adere) e deixar sua veste talar de lado, trocando-a por uma camisa que não é criação da Santa Madre Igreja, mas sim uma invenção não católica; mas qual padre hoje em dia se importa com isto? Continuar lendo

OS LIMBOS, VÍTIMAS DA NOVA TEOLOGIA DA SALVAÇÃO UNIVERSAL

Rev. Pe. Patrick de La Rocque, FSSPX

Sumário

I – LEMBRANÇAS DA DOUTRINA CATÓLICA

– Ensinamento da Igreja sobre o pecado original

– O ensinamento da Igreja sobre a necessidade do Batismo

– Situação das crianças mortas sem Batismo

II – DOCUMENTO DA COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL

– Pressuposto fundamental: falsa concepção da Redenção universal.

– O pecado original esquecido

– O Magistério e a Tradição relativizados

– A Bíblia reinterpretada

– Hierarquia das verdades e mudança de perspectiva

– Um antigo “lugar-comum”: «perscrutar os sinais dos tempos»

– Proposições pelo menos inventivas

CONCLUSÃO

O Sr. Padre Patrick de La Rocque proferiu, recentemente, uma conferência sobre o documento da Comissão Teológica Internacional, «Esperança de Salvação para as Crianças Mortas sem Batismo». Eis a tradução e a transcrição.

Há uma dúzia de dias, os jornais traziam títulos: A Igreja Católica encerra os Limbos. Assim anunciavam um documento emanado da Comissão Teológica Internacional (CTI), precisamente sobre a questão dos limbos.

Comentando este documento em France Info, o Cardeal Poupard explicava: «O amor de misericórdia de Deus Salvador estende-se a todos, mesmo às crianças mortas sem batismo». Por seu lado, a agência romana de imprensaZenit, mantida pelos Legionários de Cristo, comentava: «Um documento de 41 páginas intitulado Esperança de Salvação para as Crianças Mortas sem Batismo, preparado pela Comissão Teológica Internacional e aprovado por Bento XVI, confirma que as crianças que morrem sem batismo estão destinadas ao Paraíso». Continuar lendo

ECÔNE E O VATICANO. LEGALIZAR O DESACORDO

Fonte: Capela Santa Maria das Vitórias

Tendo em vista os rumores e alguns comentários de autoridades eclesiásticas a propósito de um iminente reconhecimento canônico da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, desejaria expressar minha opinião sobre um assunto de interesse geral.

Em primeiro lugar, repito o que tenho dito em vários ocasiões. Visto que a Fraternidade São Pio X teve seu estatuto canônico supresso de uma forma arbitrária, ao arrepio do devido processo legal, nos idos de 1976, sem que se desse aos interessados nenhum direito de defesa  contra a medida atrabiliária, cabe, hoje, na verdade, uma perfeita restauração do direito violado. Se, por exemplo, eu fosse injustamente privado da minha cidadania e de todos os direitos dela decorrentes, não aceitaria nenhum ato de “misericórdia”, de reconciliação, de anistia ou coisa que o valha, mas a pura e simples reparação da injustiça cometida contra mim e o restabelecimento do meu direito acrescido de devida indenização. Se é procedente falar de misericórdia no caso, esta vem da parte do ofendido que perdoa ao agressor. É o caso da Fraternidade São Pio X.

Quanto às declarações de um conhecido prelado da cúria romana sobre o estado atual das relações entre a Fraternidade e o Vaticano, parece-me oportuno assinalar que hoje soam absurdas, sobretudo após a declaração conjunta (ou acordo?) do bispo de Roma e do patriarca de Moscou, assinada recentemente, sob as bênçãos dos irmãos Castro e do presidente Putin, as exigências de ordem doutrinária à Fraternidade São Pio X, quando o papa declarou que a Igreja Greco-Ucrâniana não deve expandir-se trazendo para o seio da Igreja Católica os cristãos nascidos ou caídos no cisma ortodoxo. Continuar lendo

DOM DE GALARRETA: “ACHO QUE O PAPA IRÁ NA DIREÇÃO DE UM RECONHECIMENTO UNILATERAL”

Dom de GalarretaFonte: La Porte Latine/DICITradução: Cidade Católica

No dia 17 de janeiro de 2016, Dom Alfonso de Galarreta deu uma conferência em Bailly, próximo de Versalhes. Lá ele expôs a situação atual da Igreja e informou seus ouvintes do estado atual das relações entre Roma e a Fraternidade São Pio X. Durante as conversações doutrinais com Roma, entre 2009 e 2011, ele coordenara a comissão dos teólogos da Fraternidade São Pio X. Eis os trechos mais significativos de sua conferências, transcritos pelo DICI.

*****

UM AGRAVAMENTO DA CRISE DA FÉ QUE SUSCITA REAÇÕES PÚBLICAS

Numa primeira parte, Dom de Galarreta constata que se desenvolve em Roma “uma vontade de tirar todas as consequências contidas nos princípios do Concílio Vaticano II“. As ideias conciliares de ecumenismo, liberdade religiosa e colegialidade estando doravante adquiridas, de acordo com as autoridades romanas, agora é a moral que é atingida por uma forma de evolucionismo: “Isto já se aplica ao dogma, à verdade (de acordo com os progressistas); já se aplica ao ecumenismo, à liberdade religiosa, à colegialidade, todo o espírito liberal revolucionário… então por que também não à moral? No fundo, seria uma incoerência não aplicar a evolução também à moral“, e, então, essa última também é levada a se adaptar “em função da vida do homem, dos costumes, das leis, da evolução das coisas…“.

Não obstante, o prelado argentino reconhece que, diante deste desastre, se manifesta uma reação: “Agora é na Igreja atual, oficial, que começa a haver certas reações. E reações que vão profundamente, pois alguns estão se dando conta de que ainda assim há um problema doutrinal, um problema de fé. Eles estão se dando conta de que há também um problema no magistério conciliar e pós-conciliar. Eles estão começando a colocar certas questões e, o que é importantíssimo, eles compreendem que para se opor a esta ruptura total com a Tradição é preciso reagir e, necessariamente, opor-se às autoridades, que são os difusoras desses erros. É assim que se vê alguns cardeais, bispos, padres, leigos que começam a reagir, e, no bom sentido, mesmo no boníssimo sentido, com muita firmeza“.  Continuar lendo

ENTRE OS ESTUDOS, MOMENTO DE LAZER ENTRE PADRES E SEMINARISTAS DA FSSPX NOS ESTADOS UNIDOS

sspx-priests-460Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est

A Reunião dos Sacerdotes do Distrito da FSSPX nos Estados Unidos 2016 está ocorrendo no Seminário São Tomás de Aquino, em Winona, MN (EUA). A reunião começou na segunda-feira e terminará na sexta-feira e está sendo frequentada pela maioria dos padres da FSSPX nos Estados Unidos, bem como padres do Canadá e até mesmo padres-amigos (ou seja, que não pertencem à FSSPX).

Este evento anual – lançado pelo Pe. Francois Laisney quando era o Superior do Distrito Americano (1984-1990) – é uma oportunidade para os sacerdotes do Distrito se reunirem na atmosfera sobrenaturalmente carregada do seminário, enquanto se beneficiam de várias conferências sobre temas que vão desde a administração prática até conceitos teológicos, para lidarem com os problemas da sociedade moderna.

O tradicional jogo de hóquei entre Sacerdotes do Distrito dos Estados Unidos x Seminaristas do Seminário São Tomás de Aquino foi realizado dia 17 de fevereiro de 2016, na Winona Bud Rei Arena. A jovem equipe do seminário, liderado por John Carlisle, ganhou por 8×4, apesar da resistência heróica dos sacerdotes com Pe. Carl Sulzen como capitão. 

Esta é a última vez que o jogo é disputado em Winona, como os planos de seminário mudar para o novo local, na Virgínia, no próximo verão.

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Rezemos por todos os sacerdotes da FSSPX no mundo.

A VERDADEIRA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2016

caridade_3Prezados amigos e leitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Vocês que têm pleno conhecimento de que as famigeradas Campanhas da Fraternidade da CNBB são de cunho naturalista, comunista e ditadas pelo falso ecumemismo pós conciliar….

Vocês que têm pleno conhecimento de que essas campanhas são motivos de escândalo para sacerdotes e leigos com o mínimo de conhecimento sobre a Doutrina….

Vocês que, nesta quaresma, querem realmente fazer um ato de verdadeira caridade católica, que lutam pelo Reinado Social de Nosso Senhor e têm a Tradição como única solução para a crise instaurada na Igreja, ajude na “VERDADEIRA CAMPANHA DA FRATERNIDADE”…..da FRATERNIDADE SÃO PIO X (FSSPX).

Ajude-nos nessa campanha, pela construção de mais uma Capela e expansão do trabalho da FSSPX pelo Brasil.

Seja um de nossos Benfeitores.

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Ad. Majorem Dei Gloriam

OS MISTÉRIOS DO ROSÁRIO À LUZ DO PRINCÍPIO DA PLENITUDE DA GRAÇA EM JESUS E EM MARIA

rosarioMISTÉRIOS GOZOSOS 

  1. — A ANUNCIAÇÃO    

“Ave, gratia plena” (Lc 1, 28). Desde o instante de sua concepção imaculada, Maria recebeu a graça com tamanha plenitude inicial, que excedeu a de todos os santos e anjos reunidos, como um único diamante vale mais do que um punhado de outras pedras preciosas; e como um fundador de Ordem é superior a seus filhos pela inspiração especial que recebeu. Esta plenitude de fé, de esperança, de caridade, que, em Maria, pelos seus méritos, não cessou de crescer, lhe foi dada em virtude de sua missão, única no mundo, de mãe de Deus; em virtude de sua maternidade divina, que ultrapassa a ordem da graça e atinge, de um certo modo, a ordem hipostática, constituída pela união pessoal da humanidade de Jesus ao Verbo de Deus. É este mistério da Encarnação aqui anunciado a Maria. Sob a luz de Deus ela diz seu Fiat com uma grande fé, uma grande paz e também com uma grande coragem, pois pressente para seu Filho os sofrimentos anunciados pelos profetas; e serão seus também os sofrimentos de seu Filho. Depois deste Fiat, no momento em que se realiza o mistério da Encarnação, a vinda do Verbo aumenta consideravelmente, em Maria, a plenitude inicial de caridade; assim, a Virgem participa, mais do que ninguém jamais participará, dos efeitos que produz na santa alma do Cristo a plenitude ainda superior, que ela recebe no momento mesmo da Encarnação. O Verbo se encarna para nos salvar, morrendo por nós na cruz; na sua santa alma e na alma de Maria a plenitude de graça produz então dois efeitos aparentemente contraditórios mas intimamente unidos, a mais profunda paz que deverá irradiar-se sobre nós, e um desejo da Cruz que se revelará mais e mais até a hora do Consummatum est.

  1. — A VISITAÇÃO   

Maria saudou Isabel e, como diz São Lucas (1, 41), quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança que ela trazia estremeceu em seu seio e ela ficou cheia do Espírito Santo. Elevando a voz, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre. E donde a mim esta dita, que a mãe do meu Senhor venha ter comigo? Porque, logo que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, o menino exultou de alegria no meu ventre.” Continuar lendo

BENEFÍCIOS DO JEJUM

quarta-feira-de-cinzasNestas passagens, tiradas de conferências espirituais inéditas, dadas na comunidade de monges beneditinos de Mesnil-Saint-Loup, o pe. Emmanuel ressalta com clareza, apoiando-se na liturgia, os numerosos benefícios do jejum.
 
Reproduzimos estes textos aqui pois a prática do jejum na Quaresma, apesar de não mais obrigatória (salvo na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa), segue sempre recomendada, desde que a saúde o permita e que não impeça o cumprimento dos deveres de estado.
 
É isso que escrevia Mons. Lefebvre aos padres da Fraternidade São Pio X em 1980: «Aconselhamos vivamente que se encoraje os fiéis à observar a abstinência todas as sextas-feiras e à jejuar nas sextas-feiras da quaresma e mesmo, se puderem, estender o jejum e a abstinência a toda quaresma e às quatro Têmporas.»
 
Assim, pois, recomendados pelo pde. Emmanuel e por Mons. Lefebvre, em conformidade com a Igreja, jejuemos “pacificamente, docemente, alegremente”.
 
Pe. Philippe François
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Entramos na Quaresma. É um tempo muito precioso. A Quaresma é uma grande graça de Deus. Como diz são Basílio, na homilia do quarto domingo da Quaresma, o jejum merece todos os elogios. Com efeito, ele alivia o peso da carne, dá à alma como que asas para mais facilmente elevar-se a Deus. Ah! lembro-me que outrora chegava a pensar no fim da Quaresma: “pena não durar para sempre”, tanto me sentia à vontade nela. É verdade, no entanto, que não teríamos forças para tanto. Se não podemos prolongar por toda a vida este tempo de penitência, aproveitemos dele quando nos é oferecido.
 
Pelo jejum, nos privaremos de alguma coisa. Mas é preciso saber que o jejum não consiste tão-somente na privação. Seria ruim se assim fosse: o jejum seria um fardo acabrunhante. Portanto, lembrem-se que toda virtude consiste em duas coisas: na privação e no gozo. Ora, também é assim quanto a virtude da temperança: privamos o corpo da refeição para que a alma goze de Deus. Ah! toda alma que tem amor pelo jejum compreende o que digo. Os mundanos não compreenderão nada. Leiam o prefácio da Quaresma no rito Ambrosiano, que eu reproduzi no Bulletin (fevereiro de 1896), e verão que o jejum alimenta a fé, fortifica a esperança e faz progredir a caridade.

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O JEJUM E A ABSTINÊNCIA

Christ_desert_1Com o intuito de fazer penitência por nossos pecados, de melhor nos dispor para a oração e de estar unidos aos sofrimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Santa Igreja nos pede, nos tempos de penitência, que ofereçamos jejum e abstinência a Deus.

O Jejum:

Praticado desde toda a Antiguidade pelo povo eleito, como sinal de arrependi­mento, praticado por Nosso Senhor Jesus Cristo e por todos os santos, recomendado pela Santa Igreja como instrumento de santificação da alma, de controle do corpo e equilíbrio emocional, o jejum obrigatório foi sendo reduzido ao longo dos séculos.
Quando devemos jejuar por obrigação?

Na Quarta-feira de cinzas, abertura da Quaresma
Na Sexta-feira Santa, dia da morte de Nosso Senhor.

No entanto, todos os católicos devem ter a mortificação e o jejum presentes em suas vidas ao longo do ano, principalmente durante o Advento, a Quaresma e nas Quatro Têmporas, tendo sempre o espírito mortificado, fugindo do excesso de conforto e prazeres e, na medida do possível, oferecendo alguns sacrifícios a Deus, seja no comer, no beber, nas diversões (televisão principal­men­te), nos desconfortos que a vida oferece (calor, trabalho, etc.), sabendo suportar os outros, tendo paciência em tudo.

Assim sendo, mesmo não sendo obrigatório, continua sendo recomendado o jejum nas Quartas e Sextas da Quaresma e do Advento, guardando-se sempre o espírito pronto para as pequenas mortificações também nos demais dias. Continuar lendo

SANTO ATANÁSIO: O VERDADEIRO DEFENSOR DA TRADIÇÃO – PARTE II

SantoAtanasio21A queda do Papa Libério

Em 17 de maio de 352 Libério foi consagrado Papa. Ele imediatamente se viu envolvido na disputa ariana:

Ele apelou a Constâncio para que fosse justo com Atanásio. A resposta imperial veio na convocação dos bispos da Gália para um concílio em Arles em 353-354, onde, sob ameaça de exílio, os bispos concordaram em condenar Atanásio. Até mesmo o núncio apostólico de Libério rendeu-se. Quando o Papa pressionou para que o concílio fosse mais abrangente de representantes, Constâncio reuniu-os em Milão em 355. Houve, na ocasião, ameaças violentas de um grupo de pessoas e a intimidação pessoal do Imperador: “Minha vontade é a lei canônica”, exclamou. Com exceção de três bispos, o Imperador prevaleceu sobre todos os outros. Atanásio fora novamente condenado e os arianos admitidos à comunhão. Novamente os núncios do papa renderam-se e o próprio Libério recebeu ordens para assinar. Quando recusou a assinar, e até mesmo a aceitar as ofertas do Imperador, ele foi preso e carregado para longe da presença imperial; ao manter-se firme em prol reabilitação de Atanásio, o Papa foi exilado para a Trácia em 355, onde ficou por dois anos. Enquanto isso, um diácono Romano, Félix, foi introduzido na sé petrina. O povo recusou-se a reconhecer o antipapa imperial. O próprio Atanásio teve de se esconder e seu rebanho foi abandonado à perseguição pelo intruso de tendências arianas. Quando visitou Roma em 357, Constâncio foi assediado por pedidos clamorosos pela restauração de Libério. Por outro lado, bispos subservientes que rodeavam a corte em Sirmio subscreveram fórmulas doutrinais mais ou menos ambíguas ou heterodoxas. Em 358, uma fórmula composta por Basílio de Ancira, declarando que o Filho era de substância parecida com a do Pai, homoiousion, foi oficialmente imposta.[10]

A oposição ao antipapa Félix tornou urgente a necessidade de Constâncio restaurar Libério à sua sé. Contudo, era igualmente urgente que o Papa condenasse Atanásio. O Imperador usou uma combinação de ameaças e lisonjas para atingir seu objetivo. Seguiu-se então a trágica queda de Libério. Ela foi descrita implacavelmente em Lives of Saints de Alban Butler:

Nessa época, Libério começou desmoronar por conta das dificuldades do seu exílio, e sua resolução foi abalada pelas contínuas solicitações de Demófilo, o bispo ariano de Bereia, e de Fortunaciano, o contemporizador bispo da Aquiléia. Estava ele tão mais amolecido por lisonjas e alvitres (que deveriam na verdade fazê-lo tampar seus ouvido de horror) que ele rendeu-se, para grande escândalo da Igreja, à armadilha feita para ele. Ele subscreveu a condenação de Santo Atanásio e uma confissão ou credo concebido pelos arianos em Sirmio, embora a heresia ariana não estivesse lá expressa; e ele escreveu aos bispos arianos do Oriente dizendo que havia recebido a verdadeira fé católica que muitos bispos haviam aprovado em Sirmio. A queda de um prelado tão grande e tão ilustre confessor é um terrível exemplo da fraqueza humana que ninguém pode lembrar-se sem se estremecer todo. São Pedro caiu pela presunçosa confiança em sua própria força e resolução, de maneira que devemos aprender que todo mundo só se mantém pela humildade.[11] Continuar lendo

SANTO ATANÁSIO: O VERDADEIRO DEFENSOR DA TRADIÇÃO – PARTE I

S_Atanasio“O que aconteceu por volta de 1600 anos atrás repete-se nos dias de hoje, mas com duas ou três diferenças: Alexandria agora é toda a Igreja Católica — cuja estabilidade está abalada —, e o que foi empreendido naquela época por meio da força física e da crueldade é empreendido agora em níveis diferentes. O exílio foi substituído pelo ostracismo; o assassinato físico pelo assassinato de reputação.”

Mons. Rudolf Graber, Bispo de Regensburg, Athanasius and the Church of our Times, p. 23.

O objetivo deste apêndice não é explicar a natureza da heresia ariana, mas sim provar que um bispo fiel à Tradição pode ser repudiado, caluniado, perseguido e até mesmo excomungado por quase todo episcopado, inclusive pelo próprio Papa. Evidentemente trata-se de uma situação anormal, pois o fiel católico tem o direito de supor que a maioria dos bispos em união com o Papa ensinarão a sã doutrina; o católico seria imprudente se não conformasse sua crença e comportamento com o ensinamento desses bispos. Mas nem sempre o caso é esse, conforme demonstra a atual situação da Igreja. Não há praticamente uma única diocese no mundo anglófono cujo bispo esteja preocupado em assegurar que as crianças católicas recebam a sã doutrina; ou que a moral católica e os ensinamentos doutrinais não se contradigam com a impunidade do púlpito (trata-se da leniência com os abusos litúrgicos que chegam até ao nível do sacrilégio). Escrevendo sobre a época de Santo Atanásio, São Jerônimo fez sua célebre exclamação: “Ingemit totus orbis et arianum se esse miratus est” — “Com dor e assombro o mundo todo se viu ariano”. O mundo católico ocidental de hoje encontra-se num estado acelerado de desintegração; mas para a maioria não há dor, tampouco assombro. Com efeito, a maior parte dos bispos repete ad nauseam que as coisas jamais estiveram tão boas e que estamos vivendo no período de maior florescimento da história da Igreja. Um bispo como o falecido Mons. R. J. Dwyer (de Portland, Oregon, EUA), que teve a coragem de falar abertamente e descrever objetivamente o estado de coisas na Igreja, é taxado de excêntrico, fanático e desordeiro. A ICEL (International Commission for English in the Liturgy — Comissão Internacional para o Inglês na Liturgia) recebeu efusivos louvores dos bispos dos EUA por conta da tradução da missa que foi imposta aos fiéis católicos anglófonos. O arcebispo Dwyer falou sobre:

[…] a tradução inglesa — inepta, pueril e semi-analfabeta — que nos foi imposta pela ICEL, um grupo de homens dotados das piores características presentes nos burocratas autofágicos, prestou um imensurável desserviço a todo o mundo anglófono. O trabalho foi marcado pela ausência quase completa de sentido literário, pela insensibilidade crassa à linguagem poética e pior: o uso predominantemente inculto da liberdade de tradução dos textos, de modo que o texto chega ao ponto da deturpação de fato. [1] (grifos nossos) Continuar lendo