A RIQUEZA E A IMORALIDADE

moda-imodesta-e-modestaA riqueza iníqua, o dinheiro ganho ilicitamente, arrasta para toda a baixeza.

Mulheres sem consciência se esquecem da sua dignidade, e pelo avultado lucro se prestam a se apresentarem através da tela da televisão ou do cinema de modo incorreto.

São milhões e dezenas de milhões de olhos imodestos que se colocam sobre tais mulheres.

Eu, que sou o Criador, dei uma Lei Moral. Quem na terra está autorizado a anulá-la? Ninguém!… Apesar disto esta Lei é zombada, pisada. E Eu, Justiça eterna, ficarei indiferente a isto?

No Divino Tribunal Me darão contas os diretores, os artistas e os que assistem às cenas despudoradas. A responsabilidade pesa, além disso, sobre a consciência dos pais, que permitem aos filhos assistirem às indecências da televisão.

Almas que viveis no lodo moral e disseminais ruínas e mortes, olhai-me crucificado, refleti em vosso caso e meditai no Inferno, onde eternamente cumprem e cumprirão grandes penas multidões de almas as quais um dia também viveram sobre a terra como vós, na libertinagem!… Continuar lendo

A IMODÉSTIA DAS PRAIAS (E NAS PISCINAS)

tal-mae-tal-filha-artkini-conjunto-biquini“Todo o mundo está colocado debaixo do Maligno.  A obra diabólica penetra em todo lugar. Mas um dos lugares preferidos por Satanás é a praia (e nas piscinas) no período de verão. Aqui a imoralidade inunda, porque o mal aparece legalizado.

A veste indecente na praia (e nas piscinas) é a ruína moral de muitas almas. Mas o que mais Me fere é ver na praia, com vestes livres, as mulheres que normalmente costumam acercar-se da Mesa EucarísticaElas creem na sua cegueira, que a veste indecente seja lícita, pelo fato de que muitas pessoas a usam. 

O mal é sempre mal. A conduta pouco correta de muitas mulheres não justifica a má conduta própria. Satanás alegra-se em ver na praia as suas servas e já conta com vê-las consigo no Inferno. Eu, ao invés, Me aflijo ao ver aquelas almas, pelas quais derramei o Meu Sangue, tornadas em instrumentos do Demônio por motivo do nudismo descarado. Continuar lendo

CONVÉM FALAR?

otimSe a formação da inteligência do adolescente exige sérios estudos e o hábito da reflexão, a do coração e da vontade impõe a concepção de um ideal moral, que ajudará o jovem a expulsar de seu pensamento tudo aquilo que poderia deturpá-lo.

É evidente que se a pureza requer educação específica, esta só produzirá efeitos se for precedida de uma formação de consciência.

Ensinar a criança a amar o bem sob todas as suas formas, a detestar o mal mesmo quando se apresente sob aspectos agradáveis, a agir de modo que todas as suas disposições morais resumam-se no temor de desagradar a Deus e na vontade de agradá-lo, tais devem ser as preocupações constantes do educador.

É lógico que a consciência da criança discernirá tanto mais facilmente o mal no terreno da pureza, quanto maior for a sua formação nos outros setores. Mas daí não se deve concluir que seja suficiente uma formação geral, e, por conseguinte, desnecessário prevenir a criança contra os perigos que, um dia, poderão ameaçar a sua pureza.

Ao contrário, julgamos que o maior dano que se possa fazer à juventude é recusar-lhe as explicações que devem guiá-la e esclarecê-la, quando surgem as primeiras curiosidades do espírito e os sintomas da puberdade. Continuar lendo

PAIS E MÃES DE FAMÍLIA, ESCUTAI!

shorts-jacar-filha-ingrid-behrmann-0g304-1Eu tinha posto um olhar amoroso sobre um homem, um certo Eli. Abençoei-o até quando se manteve fiel.

Tinha ele dois filhos, Ofni e Finéias; amava-os muito e, para não contristá-los, não os corrigia quando cometiam culpas, mesmo graves.

Em vão esperei que o pai abrisse os olhos. Depois de algum tempo enviei-lhes o jovem Profeta Samuel para dizer-lhes: Eis o que acontecerá aos teus dois filhos, Ofni e Finéias: morrerão ambos no mesmo dia! − E assim foi. Sou Eu, Jesus, o Criador da Família! Eu abençoo o convívio do homem com a mulher! Sou Eu que alegro a Família com o sorriso dos inocentes!

Toda a criança é um dom da Minha liberalidade, um tesouro que confio aos genitores, tesouro que constitui para eles uma responsabilidade muito grande.

Pais e mães, deveis ter cuidado antes de tudo da alma e depois do corpo dos filhos, educando-os segundo a Minha Lei. Deveis guiá-los especialmente na adolescência e na juventude com o exemplo e a palavra, com a vigilância e a prece, com o amor e às vezes com a vara.

Ai daquele que dá escândalo aos filhos! E ai de vós genitores, se permitis aos filhos dar escândalo em presença da sociedade!

A responsabilidade maior da moda indecente pesa sobre vós, ó pais, ou porque dás o triste exemplo dela, ou porque a permitis sem remorso, ou porque sois demasiado débeis na educação dos vossos filhinhos. Continuar lendo

OUVE, Ó FILHA, O QUE EU TENHO PARA TE DIZER

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Imodesto______________________________Modesto

Ó mulher, lança um olhar para Mim, flagelado até o sangue e coroado de espinhos! Contempla as Minhas contusões e chagas!… Depois escuta e reflete!

Na vida terrena Eu me mostrei um manso cordeiro. Subi ao Calvário sem abrir à boa. Tratei com doçura a Samaritana e a converti.

Toquei o coração da pecadora de Magdala e fiz dela uma predileta Minha. Ao longo das estradas da Palestina saiam da Minha boca palavras de luz, de paz e de amor. Os Meus ensinamentos eram doces como o favo de mel. Um dia, porém, lançando um olhar Divino sobre todos os séculos, à vista do mal que inundava o mundo, pronunciei palavras de fogo: “Ai do mundo por causa dos escândalos!…” Ai de quem escandaliza um destes pequeninos que crêem em Mim! Melhor seria que se pendurasse ao pescoço de quem dá escândalo uma mó de moinho e fosse precipitado no mar!

Quem pronuncia este “ai” é um Deus; sou Eu, Jesus, o Redentor, que tanto sofri para salvar as almas; sou Eu, o Juiz Supremo da Humanidade, Eu, que deverei pronunciar a sentença eterna para todas as almas: ou o Paraíso ou o Inferno!

Reflete, ó mulher, que segues a moda livre, reflete sobre o escândalo que dais a quem te olhar e sobre a tremenda responsabilidade de que te carregas!… Podes iludir-te a ti mesma dizendo: Que mal há em seguir esta moda?… De resto, as outras mulheres fazem exatamente o mesmo!… − Esta ilusão vale para ti; mas a realidade é bem diferente! Não podes enganar-me, que sou Bom, mas também sou Justo! Continuar lendo

“A MODA FEMININA” – D. GIUSEPPE TOMASELLI (INTRODUÇÃO)

MULHERESCUTA E REFLETE! BREVES PENSAMENTOS MORAIS

“Ó mulher mundana, que perdeste o pudor e te apresentas ao público sem te envergonhar, por que ages assim?” (D. Giuseppe Tomaselli).

1º Ponto: Antes não existias. Dentro de 100 anos onde estarás… Ou no Paraíso ou no Inferno! Qual é o fim da tua vida?… Dar ao Criador a prova de amor, com a observância de sua Lei. A vida não é prazer; é luta contra as paixões, contra Satanás e as máximas perversas do Mundo. Para vencê-los precisamos da ajuda de Deus, que se obtêm com a Oração e com os Sacramentos. O fruto da vida cristã é a paz do coração, a resignação na dor, e depois, o Paraíso.

2º Ponto: No toca disco ficam impressas as ondas sonoras… cantos delicados ou grosseiros… palavras santas ou inconvenientes… Assim, no livro da tua vida permanecem escritos: os bons pensamentos ou os maus, as conversas morais ou imorais, as obras boas ou as más. Depende de ti escrever somente o bem. Continuar lendo

SÉTIMA VELA: O DOM DE SABEDORIA (AS SETE VELAS DE MEU BARCO)

menina“Agora, escreveu São Paulo, isto é, aqui na terra, há três grandes virtudes: a fé, a esperança e a caridade. Mas no Céu, só haverá a caridade, que é a maior das três.”

Se, entre os dons do Espírito Santo, há dois que vêm em auxílio de nossa fé: os dons de Inteligência e de Ciência, e outro para ajudar à nossa esperança: o de Temor, deve haver também um para auxiliar a nossa caridade: é o dom de Sabedoria.

Sabedoria quer dizer possuir grande número de conhecimentos: sábio é aquele que estudou muito, que sabe muitas coisas.

Mas a verdadeira Sabedoria não é bem isso! Tanto para as crianças quanto para os grandes, ter verdadeira sabedoria é fazer o que é razoável, em vez de seguir a fantasia, o capricho, ou as más inclinações. Ser sábio é procurar o caminho certo para alcançar o alvo, quando decidimos fazer uma viagem.

E a Sabedoria que nos dá o Espírito Santo é ainda melhor e mais do que isso! Deus é perfeitamente sábio. Tudo quanto ele faz, é perfeito. E ele tudo faz por amor. Deus não pode cometer o menor erro, a menor falha. Mas, o que é ainda mais maravilhoso, é que até com nossas tolices e nossos pecados Deus possa fazer prodígios de amor! Adão e Eva tinham desobedecido: Deus poderia ter privado do Céu todos os homens, pois o Céu era um presente suplementar – certamente o mais belo! – que ele nos tinha feito. Em vez disso, imaginou enviar-nos seu próprio Filho, para nos mostrar o seu amor, morrendo na Cruz e conduzindo-nos de novo ao caminho do Céu. Continuar lendo

SEXTA VELA: O DOM DE CIÊNCIA (AS SETE VELAS DE MEU BARCO)

bernardeteO dom de Inteligência nos é dado pelo Espírito Santo para que a nossa fé seja mais viva; assim, esse dom de Inteligência nos faz, de certo modo, ver ou pelo menos “adivinhar” Deus.

O dom de Ciência vai também ajudar-nos a crer ainda melhor, pois faz-nos compreender a palavra de Deus: a História Sagrada, o Evangelho, o catecismo…

Há nos Salmos uma bela frase, que diz o seguinte:

“Tua palavra, ó Senhor, é uma luz, e ela dá a inteligência aos pequeninos.”

Bernadete tem quatorze anos: não sabe ler nem escrever. Pequena, magrinha, sofrendo de crises de asma que a impedem de desenvolver- se, apesar disso, ajuda a mãe a cuidar dos irmãozinhos, na miserável casa em que vivem em Lourdes.

A casa é tão pobre e escura, que é conhecida como “o calabouço”. Bernadete vai por vezes passar algumas semanas, ou até meses, com sua ama numa aldeia vizinha. Lá, toma conta dos carneiros na montanha. A ama gostaria que a menina aprendesse a ler. Afinal, ela já tem quatorze anos. E a boa mulher procura ensiná-la. Mas não há meio! É incrível, como Bernadete tem a cabeça dura!

– Não entra nada nessa cabecinha! diz a ama. Não entra nada! Continuar lendo

QUINTA VELA: O DOM DE INTELIGÊNCIA (AS SETE VELAS DE MEU BARCO)

tomasTodos sabem, com certeza, o ato de fé. As crianças o recitam de vez em quando na aula de catecismo, ou de noite, quando rezam. Ter fé é acreditar que Deus existe, não só porque vemos todas as belas coisas que ele criou: o mar, as montanhas, as estréias, os animais, as plantas… Mas é, sobretudo, crer que Deus nos criou para o conhecermos e o amarmos. É acreditar que Deus nos enviou Seu Filho, Jesus Cristo, para falar-nos dele. É crer que esta vida, na terra, é apenas preparação para a vida verdadeira que Deus nos reserva no Céu, vida que será infinitamente mais bela que nossa vida de hoje, e que não terá fim.

Crer é uma maravilha! Mas, às vezes, a gente fica com vontade de ver as coisas! É um pouco como quando viajamos de trem, subindo uma serra: o trem passa por túneis e tudo fica escuro. Sabemos que, depois do túnel, teremos uma vista mais bonita do que a que ficou para trás, mas dá vontade de ver logo toda a paisagem, como aqueles que viajam de avião.

Quando o Espírito Santo vem habitar a nossa alma, pelo dom de Inteligência, ele pode fazer-nos compreender e sentir que tudo quanto acreditamos pela fé, é absolutamente verdade.

Se o pecado original não tivesse produzido uma confusão no mundo, e principalmente em nossa alma, compreenderíamos sem dificuldade, mesmo sem a ajuda de nossos olhos do corpo, que Deus é muito mais real do que tudo quanto vemos ao redor de nós. Isso seria normal, pois foi Deus quem criou tudo. Continuar lendo

QUARTA VELA: O DOM DE CONSELHO (AS SETE VELAS DE MEU BARCO)

boscoVamos falar aqui de um outro pequeno João, um outro grande Santo, que a Igreja chamará SÃO JOÃO BOSCO.

– Atenção! gritou Joãozinho. E, ágil como um esquilo, salta sobre a corda que esticou firmemente entre duas árvores do campo, ao lado da modesta casinha de sua mãe. Sua carinha redonda ri de contente! Os olhos castanhos brilham, cheios de alegria. Os cabelos pretos e crespos esvoaçam ao vento.

Na corda estendida, sobre a qual se equilibra perfeitamente, o menino dá viravoltas, pula, dança. Ao redor dele formou-se um ajuntamento: não só de crianças, mas também de gente grande. Todos têm os olhos fixos no pequeno acrobata de dez anos. Ninguém quer perder um só de seus movimentos!

Agora, João dá cambalhotas na grama, anda de mãos no chão e cabeça para baixo, “planta bananeira”. Depois, lança ovos no ar e apara-os com agilidade, sem deixar cair nenhum. Em seguida, aproxima-se dos espectadores e faz a mágica de tirar uma moeda do nariz de um pequeno! Mas o mais bonito é a dança do chapéu, que Joãozinho faz voltear na ponta de uma varinha. É extraordinário! Equilibra a vara no cotovelo, depois no ombro, no queixo, no nariz, na testa, e o chapéu sempre rodopiando! Toda a gente aplaude:

– Bravo! Joãozinho, bravo! Você é formidável! Continuar lendo

TERCEIRA VELA: O DOM DE FORTALEZA (AS SETE VELAS DE MEU BARCO)

tarcisioNa semi-obscuridade das catacumbas, o Bispo acaba de oferecer o Santo Sacrifício da Missa. Com ar grave, volta-se para o pequeno grupo de fiéis que terminam sua ação de graças. Na penumbra, procura com o olhar um mensageiro seguro a quem possa confiar o Pão Consagrado, isto é, o Corpo de Cristo, para ser levado às tristes e úmidas prisões, onde os cristãos aguardam a hora do martírio.

– Tarcísio! chama o Bispo.

Uma criança levanta-se. Um menino de belos olhos leais e corajosos. Silenciosamente, aproxima-se do Bispo. Já compreendeu o que esperam que ele faça. Não é a primeira vez que isso acontece.

– Sim, eu o levarei.

Sob o amplo manto de lã, Tarcísio leva escondido o seu Deus. Calmo, forte, recolhido, segue pelas ruas de Roma. Ele é ainda uma criança. No meio de toda aquela gente, passará despercebido e ninguém suspeitará de onde vem e para onde vai, pois, sem saber bem porquê, todo o povo da cidade deseja a morte dos cristãos. Tarcísio julga que não será notado. Mas sabe perfeitamente o que acontecerá se o apanharem levando a Eucaristia aos prisioneiros: será a morte!

O menino sente-se tão feliz com a difícil missão que lhe confiaram, caminha tão recolhido, rezando em silêncio, que nem vê, na esquina de uma pequena praça, um grupo de seus colegas dc escola, que organizavam uma grande partida de jogo.

– Tarcísio! Tarcísio! Venha cá!

– Precisamos de um companheiro para o nosso jogo! Continuar lendo

FÉ INFANTIL — FÉ JUVENIL

meninoSe este livro, cair nas mãos de um jovem náufrago já talvez da fé, vou suplicar-lhe apenas que considere tranquilamente o que perdeu com a fé e o que lucrou com a incredulidade.

Recorda-te, caro jovem, do tempo em que eras menino de fé viva. Ora, não te assustes! Imagino-te menino de sete ou oito amos, ao lado do atual moço de 17 ou 18 anos.

Interessante encontro!

Aquele rapazinho de grandes olhos claros, roupa à marinheira, olha-te receoso, a ti, ó jovem musculoso, de corpo desenvolvido, bigode já crescido. O rapazinho eras tu… e quão feliz te sentias!

Lembras-te? — Pela manhã era acordar na caminha branca, e, inocente, começar a oração da manhã: Em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo. — Como se passava alegre o dia inteiro! — À noite, depois de rezar e dar boa noite aos pais, era adormecer com o sorriso nos lábios. Como eras feliz então…

Mas depois…

Depois, leste um livro ou tiveste conversas com um companheiro leviano, ou, não sei porque, em tua razão que se desenvolvia surgiu o pensamento: “Será realmente tudo como eu acredito? Será verdade tudo o que creio?”
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SEGUNDA VELA: O DOM DE PIEDADE (AS SETE VELAS DE MEU BARCO)

piedadeHá muitos e muitos anos, no Norte da África, em Tipasa, onde hoje é o território da Argélia, vivia um povo que não conhecia Nosso Senhor.

Adorava como deus um dragão representado por uma estátua horrível e riquíssima, feita de ouro e prata, com dois diamantes no lugar dos olhos. Para esse dragão, o povo tinha construído um templo magnífico no alto de um rochedo, à beira-mar.

Todo o ano, no mês de maio, os moradores de Tipasa faziam uma grande festa em honra de seu deus, com procissões, danças, divertimentos, nos quais todos comiam muito, e bebiam ainda mais!

A pequena Salsa tinha horror a essas festas, pois era cristã! Vendo aquela gente adorar um ídolo ridículo, em vez de adorar a Deus, que é nosso Pai, sentia imensa tristeza.

Salsa não era muito crescida, tinha apenas quatorze anos, mas amava tanto a Deus que não podia deixar de procurar fazer alguma coisa por Nosso Senhor.

Assim, numa noite de festa do deus-dragão, ela encaminhou-se às escondidas para o templo no alto da rocha.

Todos os guardas tinham bebido muito e dormiam um profundo sono, deitados do lado de fora. Que sorte, para Salsa! Rapidamente, entra no templo e faz a volta do ídolo, procurando ver se está preso no pedestal. Observa então que a estátua é feita de duas partes: a cabeça é aparafusada sobre o corpo. Isso facilitará muito o seu trabalho! Devagar, para não fazer barulho, a corajosa menina faz girar a cabeça até que fique solta. Justamente, ali pertinho, há uma grande janela aberta sobre o mar, e, com um forte empurrão, a horrível cabeça é lançada às ondas. Ninguém percebeu nada! Continuar lendo

PRIMEIRA VELA: O DOM DE TEMOR (AS SETE VELAS DE MEU BARCO)

joaoO pequeno João Yepes brincava com seus amiguinhos à beira de uma lagoa. Era uma lagoa lodosa, cheia de lama escura e suja. Os meninos cortavam pequenos ramos de árvore e os jogavam com toda a força na água: formavam assim uma pequena frota. Era muito divertido! Mas de repente, zás! Ao jogar um pau, João escorrega e cai no charco. Na margem, seus companheiros gritam, assustados. João é ainda muito pequeno: só tem cinco anos! Vai se afogar! Está afundando na lama, e só se vê a sua cabecinha fora do lodo.

Eis, porém, que uma pessoa lhe estende os braços. Uma moda resplandecente de pureza e de luz debruça-se sobre a água: é a Virgem Maria. Admirado ao ver a aparição, o menino procura sair da lagoa e estende também os bracinhos. Mas, vendo que suas mãos pretas do lodo imundo iam sujar as mãos tão brancas e tão puras de Nossa Senhora, João recua e mergulha de novo os braços na lama. Manchar as mãos tão lindas da Virgem Santíssima?… Nunca! Joãozinho prefere afundar naquele pântano e até morrer ali, se for preciso.

O dom de Temor, é isso! É o medo de manchar, ainda que pelo menor pecado, pelo egoísmo, pela mentira, o reflexo da infinita pureza de Deus em nossa alma. É o medo de entristecer, por pouco que seja, o Espírito Santo que habita em nós. É o medo de causar a mais leve mágoa a Jesus, que tanto sofreu por nossos pecados. Não é o medo de ser castigado, de se machucar, ou de ter que se esforçar muito… É o contrário disso. Continuar lendo

PRAIA E PISCINA

piscinaO banho ao ar livre em praias e piscinas é higiênico e saudável, pode ser uma honesta forma de recreação; em si mesmo não é mau e, portanto, lícito. Contudo, com a desculpa de ser por motivos de higiene, saúde ou descanso, são cometidos, hoje, gravíssimos escândalos. [1]

Não se trata de coibir uma natural, lícita e saudável expansão, nem o uso dos bens que Deus outorgou ao homem para sua conveniente higiene e para a recreação do corpo e do espírito; mas de forma alguma é permitido, e é pecado grave, que, aproveitando-se dessas ocasiões, os costumes honestos sejam abandonados, consinta-se no desenfreio dos vícios, dê-se lugar ao nudismo sem pudor e se pervertam as almas pelo escândalo…

A causa de graves equívocos acerca do que é permitido e do que é proibido nesse tema, com gravíssima ruína para as almas é algumas vezes o respeito humano, outras vezes é um conceito deturpado da higiene ou da elegância, muitas vezes, é a sensualidade e a concupiscência.

Convém, pois, assinalar os princípios morais a que deve ser submetida essa atividade.

A conduta que a virtude do pudor impõe ao católico, a todo o momento e lugar é o primeiro ponto a ser destacado. Continuar lendo

AS SETE VELAS DE MEU BARCO (SOBRE OS DONS DO ESPÍRITO SANTO) – INTRODUÇÃO

caravelaEra a noite de Quinta-feira Santa. Os apóstolos tinham acabado de receber a sua Primeira Comunhão das mãos do próprio Jesus. Este, como sabia que no dia seguinte ia morrer na cruz, começou a falar com tanta ternura, que aqueles homens, que o seguiam havia três anos, se comoveram muito. Eis o que Jesus lhes dizia:

– Meus filhinhos, tenho de deixar-vos… vou partir. Sei que isto que vos digo é muito triste. Mas é preciso. É para o vosso bem. É porque vos amo que vou morrer por vós. Depois, voltarei para o meu Pai, que é também o vosso Pai. E vós já o conheceis, pois é a ele que falais quando dizeis, na oração que vos ensinei:

Pai Nosso, que estais nos céus…

– Mas não quero que fiqueis tristes. Escutai bem o que vos digo: quando eu tiver voltado para junto de meu Pai, eu vos enviarei o grande Consolador, o Espírito Santo. Ele virá a vós. E, se souberdes recebê-lo, ele virá habitar em vossa alma.

– Enquanto estivestes comigo, eu vos ensinei muitas coisas. Mas, apesar de vossa boa vontade, não pudestes compreender tudo… O Espírito Santo virá, e ele vos explicará tudo quanto não entendestes. Se fordes fiéis, ele vos fará compreender tudo o que eu vos disse… Continuar lendo

A MODÉSTIA PARA A MULHER CATOLICA

saia_basicaPor Frère Ignatius

Traduzido por Andrea Patricia

É verdadeiramente duvidoso que qualquer cristão católico ou não católico possa questionar a necessidade de modéstia. A modéstia é uma virtude, e mais do que isso, é um instinto. Uma vez que somos criaturas decaídas, sujeitas ao pecado original, nós também nos encontramos sujeitos, em maior grau, a tentações pecaminosas da carne. Isso nos dá uma vontade de cobrir a nós mesmos, de acordo com a lei natural que Deus inscreveu no coração de cada homem. No entanto, devido aos efeitos insidiosos da secularização da nossa sociedade, o que antes, não há muito tempo, era aparentemente senso comum, é agora uma questão altamente carregada e emocional.

Para o bem ou para o mal, é um fato da vida que o sexo masculino não é muito controverso, no que diz respeito a modéstia. Temos um pouco mais de margem de manobra, embora ainda estejamos obrigados a sempre vestir-nos com decoro e decência. Nossos corpos são templos do Espírito Santo, e devem ser tratados como tal. Pode-se facilmente ter isso como “boa conduta” e escrever livros inteiros sobre o porte adequado, boas maneiras e civilidade em geral.

Infelizmente, entre os católicos, a modéstia do homem não é muito controversa, mas a modéstia exigida das mulheres, é. Isto deriva de uma diferença inerente entre os sexos, de tal forma que, enquanto a maioria das mulheres, naturalmente, não se concentre somente sobre a aparência à primeira vista, e normalmente não são tentadas a luxúria pela estimulação visual, os homens, infelizmente, são. Exceções existem, claro, e no nosso tempo, com as influências da moderna “cultura” desordenada do unisexual-masculino, e os vícios predominantes nela, muitas meninas, infelizmente, são tentadas facilmente pela carne. Alguns homens não são, é claro, e se não forem, então isso é uma coisa maravilhosa. No entanto, exceções fazem regras pobres, e temos de lidar com o que é a consistente e objetiva verdade. Continuar lendo

AMIGAS QUE ESCOLHERÁS A DEDO (AS LEITURAS)

helen-allingham-inglaterra-menina-lendo-sem-data-aquarelaQuais são? As páginas dos livros que queres ler. Pois a influência dessas amigas é terrível. Próprio é da amizade encontrar semelhantes ou fazê-los tais. É ilusão pensar a senhorita que um livro não lhe fará mal, ainda que mau seja. Devagar, ela tornar-se-á cúmplice de certas atitudes citadas no livro, depois acertar-lhe-á  as idéias, lhe aprovará as descrições. Finalmente, entregar-lhe-á ao livro com ele já entregou à sua leitora.

E então acontece, aquilo que Perreyve chama de “magno ilogismo”. Vemos muita leitora ser amiga de livros, conviver com eles, quando não teria coragem se ser amiga e conviver com… os autores desses livros. O autor passa por ser inconveniente por causa das coisas que escreve. Entretanto, essas coisas que ele escreveu tornam-se íntimas confidentes da candíssima leitora! A moça escusa-se de uma má companhia, porque o povo falaria dessa duvidosa companhia. Fecha a porta da sua casa a tal pessoa, mas aceita-lhe o livro mau de que é autor! Continuar lendo

EU PODERIA, SE QUISESSE

caminhosA nossa vontade não é bastante firme; e essa é a origem de quase todos os nossos defeitos. Se o fosse mais, bem depressa seríamos perfeitos … Calígula, o tirano de Roma, exaclamava um dia: “Quisera que todos os Romanos reunidos só tivessem uma cabeça, para fazê-la abater de um só golpe!” – Pois bem! tu também só tens uma cabeça para abater; e essa cabeça é a fraqueza da tua vontade.

Ouço com frequência moços que me dizem: “Ora, eu bem poderia fazer isto ou aquilo, se quisesse”. – Se eu quisesse … Sempre esse “se”.

Mas esses jovens que pretendem ter vontade nunca tentam dela servir-se. Entretanto, essa tentativa testemunharia que eles a têm verdadeiramente. Parecem as caricaturas de soldados que têm sempre o fuzil no rosto, semblante terrível, como a dizer: “Atiro já, já!”, e com os quais ninguém se assusta, porque eles não atiram nunca. – “Eu poderia, se quisesse”. “Se … se … Ah! se esse se não existisse! …

Nenhuma arte reclama tanta sagacidade como a formação de nossa alma, pois nossa alma é mais nobre do que o mais puro mármore e o mais precioso metal.

Já te falaram, de certo, algumas vezes, do livre arbítrio do homem. Receio que não o tenham feito bastante. Pois bem, sim, a vontade humana é livre, mas é fraca também; e a tua é como a dos outros, a não ser que desde cedo a exercites. Uma vontade firme não é um presente do céu que achamos no berço; é um tesouro raro que cada um de nós deve comprar a preço de lutas incessantes. Seria, pois, ridículo imaginar que a nossa pode tornar-se assim firme, de um dia para outro … ridículo exclamar num momento de entusiasmo: “A partir de hoje, quero ter uma vontade de ferro! …”. Essa vontade de ferro, nunca a tingiremos, a não ser por um trabalho aturado e assíduo. Continuar lendo

VENCEDOR DOS INIMIGOS E DE SI PRÓPRIO

_A_rare_portrait_of_the_Prince_William_the_Duke_of_Cambridge_found_hanging_in_a_corridor_was_on_sale_today_for_the_princely_sum_of_120_000Aos 14 ou 16 anos, o sistema nervoso dum jovem assemelha-se a fios carregados de eletricidade, e seu sangue é como lava ardente. Nada mais difícil, pois, do que fazer-lhe compreender a sublime beleza da posse e do domínio de si.

“Como? dir-me-ás. Se um camarada me empurra para fazer-me cair, não lhe hei de dar um murro violento? Se alguém me provoca, não lhe hei de aplicar uma bofetada magistral? Se um amigo zomba de mim, não lhe hei de responder na altura? … Já é terrivelmente difícil. Mas, além disso, aceitar que essa abstenção, longe de ser covardia, seja a mais bela flor da vontade humana, é quase impossível!”.

E, no entanto, nada mais verdadeiro. Exprime-o a célebre palavras de Goethe:

É senhor quem souber se conter. Só a lei nos dará livre ser.

O domínio de si não é nem silêncio indeciso nem resignação passiva; é a manifestação duma vonatde disciplinada, sempre senhora da situação e que sabe sempre medir antecipadamente o peso da palavra que vai pronunciar. Continuar lendo

O MUNDO SEM DEUS

olhaTiremos a Deus do mundo. Que fica? Um ser grotesco que se contradiz em mil particularidades, impregnado pelo veneno da dor e do sofrimento e em cujo têrmo se levanta o espantalho do horror à morte. Bem real é a expressão de Schiller: “Tudo vacila, onde falta a fé!” Verdadeiro é o dito de Plutarco: “Mais fácil é construir um castelo de areia do que uma sociedade sem fé em Deus.”

Quanto mais estudares, meu caro, tanto melhor verás a mesquinhez da existência terrena e tua própria pequenez: do mesmo passo, se pensares no que é eterno, sentirás tua alma dilatar-se em generosidade. A religião, e só ela, é capaz de dar-te a chave de todos os problemas da vida. Ora, se a vida mortal não é mais que preparação para a imortal, perceberás facilmente que sua finalidade não consiste em mergulhar nos prazeres, mas em educar e preparar nossa alma para sua sublime e eterna predestinação.

Conheces o “Fausto” de Goethe? É a personificação do combate contra o mal, em procura do bem. Seu herói tenta tudo, lança mão de todos os meios; mas o poeta encontra apenas uma única solução satisfatória; a fé num Deus remunerador e numa eternidade. A “Divina Comédia” de Dante, a “Missa Sollemnis” de Beethoven, o “Requiem” de Mozart, a “Criação” de Haydn, a “Parsifal” de Wagner, as obras de Bach, Liszt, Brahms, etc., onde ressoa como nota predominante o anelo e nostalgia da alma em busca de Deus, elas todas confirmam a expressão de Tertuliano: “A alma humana é cristã por natureza.”

Sim, em vão procuras abafar a labareda perseverante. Já Homero afirma na Odisséia: “Todo homem tem fome de Deus.”

Embora não tenhas ainda visto muita coisa do mundo e da “vida moderna”, provavelmente terás tido momentos em que defrontaste os grandes problemas da vida. Com o correr dos anos, hás de reconhecer sempre mais claramente, que quanto maior for o progresso da humanidade no campo da técnica e da indústria, quanto mais requintados seus gozos, tanto menos podem essas conquistas satisfazer a alma predestinada a realidades mais sublimes.
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