A piedade é quase inata na mulher; é para ela como que uma segunda natureza. Uma mulher irreligiosa é uma mostruosidade. Espanta, as pessoas desconfiam dela, não compreendem, perguntam até onde pode ela ir… A piedade! flor doce e perfumada, vós a tendes, ao menos nas suas habituais manifestações; mas não é o bastante, ela deve ser para vós como uma segunda seiva, como uma vida, deve exalar-se de vós como um perfume.
Vejamos, pois, primeiro o que ela é em si mesma; veremos depois, como deve exercer-se.
A Verdadeira Piedade
O que é piedade?
São Tomás define-a: “Uma generosa disposição da alma que nos leva a amar a Deus como a um pai, e a nos desobrigarmos de todos os nossos deveres para Lhe sermos agradável.” É o amor de Deus que remonta à sua fonte; é a ternura filial da alma que pensa em seu Pai Celeste e lhe diz que o ama; é a prática das virtudes sólidas que tornam a vida melhor e útil aos outros; é o esquecimento de si e a procura de Deus em tudo.
A piedade não habita o mundo dos belos sonhos. Aplica-se a viver na terra para nela lutar; é laborosa, às vezes mesmo penosa, exercendo-se no meio das misérias e lutas da vida. Nosso Senhor dizia-o a Santa Teresa: “A felicidade neste mundo não consiste em gozar das minhas consolações, mas em trabalhar penosamente para a minha glória e em sofrem muito.” Continuar lendo