A DOCILIDADE EM RELAÇÃO À RAZÃO E AOS CONSELHOS DADOS E A UTILIZAÇÃO DO PODER MORAL DO SENTIMENTO

CONVERSANDO COM DEUS: CINCO CONSELHOS DE UM PAI PARA O SEU FILHO

Quando a inteligência é sinceramente esclarecida, quando se elevou à altura dos princípios, quando se lhe dissiparam as obscuridades numa consulta ponderada, que resta fazer?

Nada mais resta que tomar a decisão e pô-la em prática sem demora.

1º – Que vossos filhos, pais que nos ledes, se habituem a dizer: “Tenho a obrigação de o fazer, faço-o!”

2º – Que acrescentem: “Faço-o imediatamente!”

Que não adotem nunca esta expressão dos covardes: “Eu bem sei, mas…”

Se o fizessem, quando se trata de coisas conscientemente graves, pecariam contra a razão: e isto é terrivelmente perigoso. Se o fizessem quando se trata de coisas naturais, a vontade perderia toda a delicadeza, toda a sensibilidade, toda a prontidão; deformar-se-ia.

É por isso que às pessoas que têm um programa de vida e não o seguem, diremos francamente: “Se não quiserem seguir o seu programa, queimem-no”!

A utilização do poder moral do sentimento

Que é preciso para bem agir?

É preciso acrescentar à luz fria da idéia pura a paixão arrebatadora do sentimento.

Só o sentimento que move o coração dá impulsos que triunfam da apatia, ou desperta essas emoções favoráveis que contrabalançam e substituem as emoções hostis“.

(Payot, Educação da vontade, t. II, cap. III, em J. Guibert, ob)

Quais são os sentimentos que exercem sobre a vontade uma ação mais eficaz e mais duradoura?

São o temor e o amor.

De resto, o temor não é mais que uma forma do amor. Ele é, diz-nos Bossuet, “um amor que, vendo-se ameaçado de perder o que procura, se inquieta com esse perigo“.

(Conhecimento de Deus e de si mesmo, cap. I, p.6)

Foi esse sentido que Joubert escreveu: Continuar lendo