UMA BELA EXPLICAÇÃO SOBRE AS ORAÇÕES AO PÉ DO ALTAR, NA MISSA TRIDENTINA

Capítulo VI do Livro  “O Culto Católico em suas Cerimônias e seus Símbolos”, do Abbé A. Durand. – Tradução: Dominus Est

EXPLICAÇÃO DAS CERIMÔNIAS DA MISSA – I PARTE

PREPARAÇÃO AO PÉ DO ALTAR

Os fiéis estão reunidos para o santo Sacrifício; o padre, revestido com os ornamentos sagrados, deixou a sacristia para imolar a Vítima adorável; os anjos, aos milhares, cercam o altar, e do alto dos céus, a Santíssima Trindade considera com amor as grandes maravilhas que vão se operar. Uma voz secreta saída do tabernáculo se faz escutar pelo padre, e lhe diz como outrora disse a Moisés: “Trema ao aproximar- se do meu santuário, pois Eu sou o Senhor109””. O temor se apodera, então, de sua alma. Ele se detém ao pé do altar para se preparar pela confiança, o arrependimento e a oração, a fim de celebrar esses mistérios formidáveis do qual nem os próprios anjos se julgaram dignos

Ele vai imolar o Cordeiro de Deus, mas qual direito de vida ou de morte ele tem sobre o Deus que lhe extraiu do nada? O sinal da cruz que ele faz, o tranqüiliza, pois ele vem: em nome do Pai, que após ter entregue seu Filho à morte, deu ao padre sua autoridade para Lhe oferecer esse mesmo Filho em sacrifício; em nome do Filho, o qual ele vai tomar o lugar; em nome do Espírito Santo que formou no seio imaculado de Maria, a Vítima de nossa salvação, e por quem essa grande Vítima se ofereceu sobre o Calvário.

Esses pensamentos afiançam o padre. Seu olhar, iluminado pela fé, vislumbra acima do altar da terra, nos esplendores dos céus, outro altar misterioso. Pois é no seio do Pai, verdadeiro templo, sobre a substância do Verbo, verdadeiro altar, e pelo Espírito Santo, verdadeiro fogo sagrado, que Jesus Cristo, a Vítima, se oferece à majestade de Deus. Em instantes ele vai se aproximar desse sublime altar. Com este pensamento, um grito de alegria e de entusiasmo escapa de seu coração:

Subirei ao altar de Deus. Do Deus que alegra a minha juventude

Introibo ad altare Dei. Ad Deum qui lætificat juventutem meam

Sim, vou atravessar os nove coros dos anjos, avançar diante desse grande Deus, cujo trono repousa sobre as asas abrasadas dos Querubins, no seio da luz e da glória. Eu, criatura falha, não somente me aproximarei de meu Deus, mas repousarei sobre seu coração, pois entrarei em seu coração, verdadeiro altar da imolação. Continuar lendo

DO DESPREZO DE TODA CRIATURA, PARA QUE SE POSSA ACHAR O CRIADOR

Imagem relacionadaA alma: Senhor, muita graça ainda me é necessária para chegar a tal ponto, que nenhum homem nem criatura alguma me possa estorvar. Pois, enquanto me detém alguma coisa, não posso voar à vós livremente. Aspirava a esta liberdade o profeta, quando dizia: Quem me dera asas como a pomba, para poder voar e descansar! (Sl 54,7). Que há de mais sereno que o olhar singelo, e quem é mais livre que o homem sem desejo terrestre? Por isso importa elevares-te acima de todas as criaturas, e renunciares totalmente a ti mesmo, e naquele arroubo da alma perseverares e compreenderes que o Autor de todas as coisas não tem semelhança com as criaturas. E quem não estiver desprendido das criaturas, não poderá livremente atender às coisas divinas. Por isso se encontram tão poucos contemplativos, porque raros são os que sabem desapegar-se de todo das coisas perecedoras.

Para isso é mister graça poderosa, que levante a alma e a arrebate acima de si mesma. Enquanto o homem não for elevado em espírito, livre de todas as criaturas e todo unido a Deus, pouco vale quanto sabe e quanto possui. Imperfeito permanecerá por muito tempo e preso à terra quem algo estimar que não seja o único, imenso e terno Bem. Porque tudo que não é Deus é nulo, e deve ser tido em conta de nada. Há grande diferença entre a sabedoria de um homem iluminado e devoto e a ciência de um letrado e estudioso. Muito mais nobre é a doutrina que vem do céu, por inspiração divina, do que aquilo que o engenho humano adquire à custa de muito esforço.

Muitos há que desejam a vida contemplativa, mas não tratam de exercitar-se nas coisas que ela exige. O grande obstáculo é que se detêm nos sinais e coisas sensíveis, cuidando pouco da perfeita mortificação. Não sei o que é, nem que espírito nos move, nem que pretendemos nós que passamos por homens espirituais quando empregamos tanto trabalho e cuidado nas coisas vis e transitórias, ao passo que raras vezes nos recolhemos plenamente a considerar nosso interior.

Ai! Que, depois de curto recolhimento, logo nos dissipamos, sem ponderar nossas ações em rigoroso exame. Não reparamos para onde se inclinam nossos afetos, nem deploramos quão defeituoso é tudo em nós. Por ter corrompido toda a carne o seu caminho (Gên 6,12), veio o grande dilúvio. Estando, pois, corrompido o nosso afeto interior, forçosamente se há de corromper a ação que dele se segue, patenteando bem a fraqueza interior. Só do coração puro procede o fruto da boa vida.

Muitos indagam quanto fez uma pessoa, mas de quanta virtude foi animada nem tanto se cura. Com diligência investigam se alguém é forte, rico, formoso, hábil, bom escritor, bom cantor, bom artista; mas quão pobre seja de espírito, quão paciente e manso, quão piedoso e espiritual, disso não se faz caso. A natureza só considera o exterior do homem, mas a graça olha o interior. Aquela muitas vezes se engana, esta espera em Deus, para não ser iludida.

Imitação de Cristo – Tomás de Kempis

15 DE AGOSTO – ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

assum

Para ler a Meditação de Santo Afonso para essa data, clique aqui.

Para ler a belíssima Encíclica MUNIFICENTISSIMUS DEUS, de Pio XII, que define o Dogma da Assunção de Nossa Senhora ao Céu em Corpo e Alma, clique aqui.

Abaixo colocamos o momento da proclamação do dogma pelo Papa Pio XII