QUEM SERÃO OS ACUSADORES EM NOSSO JUÍZO PARTICULAR?

Imagem relacionadaLogo que o homem expira, assentar-se-á contra ele o juízo e serão abertos os livros (1). Esses livros serão dois: o Evangelho e a consciência.

No Evangelho se lerá o que o culpado devia fazer; na consciência, o que tiver feito. – Na balança da divina justiça, não se pesarão as riquezas, nem a dignidade, nem a nobreza das pessoas, mas tão somente as obras.

Pelo que Daniel disse ao rei Baltazar: Appensus es in statera, et inventus es minus habens (2) – “Foste pesado na balança e achou-se que tinhas menos do peso”. Notai bem, comenta o Padre Alvarez: não é o ouro, nem o poder de rei que está na balança, mas unicamente a sua pessoa.

Virão depois os acusadores e EM PRIMEIRO LUGAR O DEMÔNIO. O espírito maligno agora engana-nos com mil astúcias; mas ali, diz Santo Agostinho, perante o tribunal de Jesus Cristo: recitabit verba professionis nostrae, representará todas as obrigações que havíamos assumido e deixado de cumprir. Obiciet in faciem nostram, denunciar-nos-á todas as faltas, marcando o dia e a hora em que as cometemos. Depois, segundo diz o mesmo Santo, dirá ao Juiz: Senhor, por este culpado eu não sofri bofetadas como Vós, nem açoites, nem qualquer outro castigo e contudo ele Vos virou as costas, a Vós que morrestes pela sua salvação, para se fazer meu escravo; é, pois, justo que seja meu. Ordenais, pois, que seja todo meu, já que não quis ser vosso: Iudica esse meum qui tuus esse noluit.

VIRÁ EM SEGUIDA COMO ACUSADOR O ANJO DA GUARDA, que, na palavra de Orígenes, dirá: Senhor, durante tantos anos me empenhei junto dele, mas desprezou todas as minhas admoestações. Então sucederá o que diz Jeremias; os próprios amigos serão contra a alma culpada: Omnes amici eius spreverunt eum (3). Continuar lendo

ESTAIS SEGUROS DE VOSSA SALVAÇÃO?

Irineópolis começa a estruturar roteiro Turístico do Contestado -  AMPLANORTE - Associação dos Municípios do Planalto Norte CatarinenseFrei Gil, o bendito leigo franciscano, temendo pela sua salvação, abandonara o mundo. Uma gruta às margens de um rio ofereceu-lhe abrigo, e ali vivia todo consagrado ao serviço de Deus. A água cristalina matava-lhe a sede, e as árvores ofereciam-lhe seus frutos. O sol surpreendia-o em oração e as estrelas da noite eram testemunhas de suas assombrosas penitências.

Um dia, três cavaleiros, que andavam à caça, chegaram à gruta de Frei Gil. Este recebeu-os amavelmente, entreteve-se com eles sobre coisas espirituais e notou que, embora bons cristãos, gostavam mais do mundo do que de Deus.

Ao despedirem-se, um deles disse:

–  Santo bendito, desde hoje recomenda-nos a Deus.

–  Em verdade, senhores, vós é que haveis de pedir a Deus por mim, porque tendes mais fé e mais esperança do que eu.

–  Como assim? Nós?…

–  Sim, disse Frei Gil, porque estou aqui retirado de todo trato com os homens, vestido de burel, dormindo no chão, e sempre ando com medo de condenar-me; e vós, cercados de prazeres e comodidades, alimentando vícios e paixões, estais tão seguros de vossa salvação!… Tendes, na verdade, mais fé, mais esperança do que eu.

O Santo tinha razão. É preciso assegurar a nossa salvação por meio da penitência, pois a eterna Verdade diz: “Se não fizerdes penitência, perecereis”.

Tesouro de Exemplos – Vol. II – Pe. Francisco Alves