A DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE MISSAS – PALAVRAS DE D. LEFEBVRE

Eis aqui algumas palavras de Mons. Lefebvre, fundador da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, sobre a dramática diminuição do número de Missas na atualidade e, consequentemente, Da secularização e profanação do padre que, não encontrando sua razão de ser, sente a necessidade do mundo e de encontrar uma saída.

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

A diminuição da prática religiosa e do número de vocações

Alguns dirão: “Não tem nada a ver com a liturgia se agora há muito menos pessoas nas igrejas. A causa de tudo isso é o ambiente materialista.” Mas são os próprios progressistas que reconhecem essa relação. Por exemplo, Mons. Grégoire, bispo de Montreal, fez uma longa apresentação sobre a situação em sua diocese. Ele disse explicitamente: “Pensamos que a reforma litúrgica tem um papel importante no fato de que os fiéis abandonam as igrejas“. O cardeal Ratzinger reconheceu o mesmo. Não somos nós apenas que dizemos isso. Seria preciso negar as evidências para dizer que a liturgia não tem nada a ver. O mesmo acontece com a ausência de vocações e a ruína do sacerdócio. O padre está essencialmente ligado à Missa. Não se pode conceber o sacrifício sem sacerdote ou o sacerdote sem sacrifício. Há uma relação essencial entre o padre e o sacrifício. Vocês acreditam que todos os padres que abandonaram seu sacerdócio o teriam feito se seus corações não tivessem sido afetado pela destruição do sacrifício? Obviamente que não.

Se desaparece a Cruz de Nosso Senhor, se seu Corpo e Sangue não estão mais presentes, os homens se encontram ao redor de uma mesa deserta e sem vida. Nada mais os une. E é isso que está acontecendo: não há mais vida! As pessoas percebem e daí vem seu cansaço e o tédio que começam a se expressar em toda parte, e o desaparecimento das vocações, que já não têm mais razão de existir.

Daí a secularização e profanação do padre que, não encontrando sua razão de ser, sente a necessidade do mundo e de encontrar uma saída. O padre já não sabe mais quem ele é. E por isso lança ao mundo sem saber onde vai parar ou sem saber para que foi criado. O padre se profana, se seculariza, vai ao mundo e acaba se casando. Ele termina percebendo que, depois de tudo,  pode ter uma profissão e também celebrar o culto no domingo […]. Continuar lendo

DO BOM PROCEDIMENTO EXTERIOR, E DO RECURSO A DEUS NOS PERIGOS

Resultado de imagem para pecadorJesus: Filho, nisto deves empenhar toda a diligência, que em todo lugar, ação ou ocupação exterior estejas interiormente livre e senhor de ti mesmo, dominando todas as coisas, e a nenhuma sujeito. Deves ser o senhor e diretor de tuas ações e não servo ou escravo; cumpre sejas livre e verdadeiro israelita, que chega à condição de liberdade dos filhos de Deus. Esses elevam-se acima das coisas presentes e contemplam as eternas; só de relance olham para as coisas transitórias, e têm a vista presa nas celestiais. Não se deixam atrair e prender pelas coisas temporais, mas servem-se delas conforme o fim para que foram ordenadas por Deus e destinadas pelo supremo Artífice, que nada deixou sem ordem nas suas criaturas.

Se, além disso, em qualquer acontecimento, não te demorares na aparência exterior, nem considerares com os olhos carnais o que vês e ouves, mas em qualquer negócio entrares logo com Moisés no tabernáculo e consultar o Senhor; ouvirás às vezes, a sua divina resposta, e sairás instruído a respeito de muitas coisas presentes e futuras. Sempre recorria Moisés ao tabernáculo para resolver suas dúvidas e dificuldades, valia-se da oração para triunfar dos perigos e das maldades dos homens. Do mesmo modo deves tu te refugiar no mais recôndito do teu coração, para, com mais instância, implorar o divino auxílio. Por isso – como está escrito – Josué e os filhos de Israel foram enganados pelos gabaonitas “porque não consultaram primeiro ao Senhor”, mas, dando crédito demasiado às suas doces palavras, deixaram-se enganar por fingida piedade.

Imitação de Cristo – Tomás de Kempis