Quinta Dor de Maria Santíssima – Morte de Jesus
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QUARTA-FEIRA SANTA – MEDITAÇÃO PARA A MANHÃ
COMEMORAÇÃO DAS SETE DORES DE MARIA SANTÍSSIMA
O vos omnes qui transitis per viam, attendite et videte, si est dolor sicut dolor meus — “Ó vós todos os que passais pelo caminho, atendei e vede, se há dor semelhante à minha dor” (Thr. 1, 12).
Sumário. Bem compete à Bem-Aventurada Virgem o título de Rainha dos Mártires, porque, semelhante em tudo a Jesus, sofreu, em toda a sua vida, no coração um martírio, ao mesmo tempo o mais longo e o mais doloroso. E o seu martírio não ficou estéril; muito ao contrário, produziu um fruto inestimável de vida eterna, de modo que todos os que se salvam, são disso devedores, depois de Jesus Cristo, às dores de Maria. Se nos queremos mostrar verdadeiros filhos da nossa aflita Mãe, imitemos a sua paciência e resignação.
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Assim como Jesus se chama Rei de Dores e Rei dos Mártires, porque padeceu na sua vida mais que todos os outros mártires; assim Maria é com razão chamada Rainha dos Mártires. Mereceu este titulo por ter sofrido o martírio maislongoe mais doloroso que se possa padecer depois do de seu Filho.
A Virgem pôde dizer o que o Senhor disse pela boca de Davi: Defecit in dolore vita mea, et anni mei in gemitibus (1) — A minha vida passou-se toda em dor e lágrimas, porquanto a minha dor, que era a compaixão de meu amado Filho, não se afastava jamais do meu pensamento, vendo eu sempre todas as penas e a morte que Ele um dia devia padecer. — Revelou a mesma divina Mãe a Santa Brígida, que, ainda depois da morte do Filho e depois de sua ascensão ao céu, a lembrança da sua paixão estava sempre fixa e recente no seu terno coração de mãe, quer comesse, quer trabalhasse.
O martírio de Maria foi também de todos o mais doloroso, porquanto, ao passo que os outros mártires tiveram o corpo dilacerado pelo ferro, ela teve a alma traspassada e martirizada, como já lhe predisse São Simeão: Et tuam ipsius animam (doloris) gladius pertransibit (2) — “E uma espada (de dor) te traspassará a alma”. Ora, quanto a alma é mais nobre que o corpo, tanto maior foi a dor de Maria que a de todos os mártires. — A tudo isso acresce que ela padeceu sem alívio algum. Para os outros mártires, o seu amor a Jesus fazia-lhes os tormentos doces e suaves; para a divina Mãe, porém, o mesmo amor se lhe tornou cruel algoz, e fazia todo o seu martírio. Numa palavra, conclui um sábio escritor, o martírio de Maria na Paixão do Filho foi tão grande, porque ela só podia dignamente compadecer-se da morte de um Deus feito homem. Continuar lendo
A TRADIÇÃO VAI À APARECIDA: PEREGRINAÇÃO FSSPX – 2018
Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
No dia 19/05/18 teremos mais uma peregrinação da FSSPX à Aparecida.
Fiéis da FSSPX se reunirão em Pindamonhangaba e de lá partirão a pé para visitar nossa Mãe Santíssima.
Esse ano, devido à algumas mudanças de organização, serão cerca de 20 quilômetros de percurso de uma cidade à outra, completados em 5/6 horas de caminhada, mais ou menos.
No trajeto iremos cantando músicas tradicionais, rezando rosários e os padres ficarão à disposição para ouvir confissões.
Ao final teremos a Missa de encerramento e faremos a visita à nossa Mãe Santíssima na Basílica.
As fotos da Peregrinação do ano passado podem ser vistas aqui: “Fotos e vídeo da peregrinação da FSSPX à Aparecida (2017)”
Aos que quiserem participar conosco e/ou ter mais informações, partindo de Ribeirão Preto, entrem em contato pelo gespiox@yahoo.com.br
Restam poucas vagas.
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OBS: para informações de como serão as saídas dos outros Centros de Missa, Comunidades amigas e Priorados, favor entrarem em contato diretamente com os mesmos (ver aqui).
SANTA MARIA, SOCORRE-ME!
Empresa imensamente difícil foi a construção da estrada de ferro de São Gotardo (túnel de 14.920 m ).
Os operários estavam, dia e noite, expostos a caírem nos terríveis abismos que ladeavam a estrada. Amarrados em fortíssimas cordas desciam até à altura da estrada e com extremos de fadiga abriam na dura rocha profundos buracos que, enchidos de dinamite, a faziam explodir. E desta maneira iam aos poucos abrindo caminho para a estrada de ferro.
Certa tarde fizeram, como de costume, um grande buraco e o encheram de explosivos, mas deixaram para o dia seguinte a tarefa principal.
Na hora marcada desceu um operário e acendeu o pavio para, em seguida subir a toda pressa pela corda, como costumava fazer diariamente. A chuva da noite, porém, tornara escorregadia a corda, impossibilitando a subida do pobre operário.
E o pavio a queimar, e aos seus pés o abismo imenso… Estava perdido. Que fazer? Todas as tentativas foram infrutíferas; por maiores esforços que fizesse, não conseguia subir, e a horrível morte a seus pés!
Mas no pavor do desespero recorre a Maria e grita:
“Santa Maria, Socorrei-me!” Um estrondo reboa pelos abismos. Os companheiros, lá do alto contemplam estarrecidos o pobre operário e exclamam:
“Está morto”.
Mas a Virgem Medianeira é também Senhora dos precipícios. Qual não foi a surpresa dos companheiros ao se certificarem que o trabalhador estava ileso. Nenhuma pedra da explosão o atingira.
Maria lhe salvara a vida. A fumaça quente secou a corda e com relativa facilidade subiu até aos companheiros.
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Oh! Nós todos que ladeamos o abismo da condenação eterna, nunca, nunca, em nenhuma dificuldade da vida, deixemos de invocar Maria.
Como Maria Santíssima é boa! – Frei Cancio Berri C. F. M.
TERCEIRA DOR DE MARIA SANTÍSSIMA – PERDA DE JESUS NO TEMPLO
Ecce pater tuus et ego dolentes quaerebamus te ― “Eis que teu pai e eu Te andávamos buscando cheios de aflição” (Luc. 2, 48).
Sumário. A dor de Maria pela perda de Jesus foi sem dúvida uma das mais acerbas; porque ela então sofria longe de Jesus, e a humildade fazia-lhe crer que o Filho se tinha apartado dela por causa de alguma negligência sua. Sirva-nos esta dor de conforto nas desolações espirituais; e ensine-nos o modo de buscarmos a Deus, se jamais para nossa desgraça viermos a perdê-Lo por nossa culpa. Lembremo-nos, porém, de que quem quiser achar a Jesus, não O deve buscar entre os prazeres e delícias, mas no pranto, entre as cruzes e mortificações, assim como Maria o procurou.
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Quem nascer cego, pouco sente a pena de ser privado de ver a luz do dia; mas quem noutro tempo teve a vista e gozou a luz, muita pena sente em se ver dela privado. E assim igualmente as almas infelizes que, cegas pelo lodo desta terra, pouco têm conhecido a Deus, pouco sentem a pena de O não acharem. Ao contrário, quem, iluminado pela luz celeste, foi feito digno de achar no amor a doce presença do supremo Bem, ó Deus! Que tristeza sente em ver-se dela privado.
Vejamos portanto o muito que a Maria, acostumada a gozar continuamente a dulcíssima presença de seu Jesus, devia ser dolorosa a terceira espada que a feriu, quando, havendo-O perdido em Jerusalém, por três dias se viu dele separado. ― Alguns escritores opinam que esta dor não foi somente uma das maiores que teve Maria na sua vida, mas que foi em verdade a maior e mais acerba. E com razão, porque então ela não sofria em companhia de Jesus, como nas outras dores; e porque a sua humildade lhe fazia crer que Jesus se tinha afastado dela por alguma negligência no seu serviço. Por esta razão aqueles três dias lhe foram excessivamente longos e se lhe afiguraram séculos, cheios de amargura e de lágrimas.
Num quem diligit anima mea vidistis? (1) ― “Vistes porventura àquele a quem ama a minha alma?” É assim que a divina Mãe, como a Esposa dos Cantares, andava perguntando por toda a parte. E depois, cansada pela fadiga, mas sem O ter achado, oh, com quanto maior ternura não terá dito o que disse Ruben de seu irmão: Puer non comparet, et ego quo ibo? (2) ― “O menino não aparece, e eu para onde irei?” O meu Jesus não aparece, e eu não sei que mais possa fazer para O achar; mas aonde irei sem o meu tesouro? Ah, meu filho dileto! Cara luz de meus olhos: faze-me saber onde estás, a fim de que eu não ande mais errando e buscando-Te em vão. Numa palavra, afirma Orígenes que pelo amor que esta santa Mãe tinha a seu Filho, padeceu mais nesta perda de Jesus que qualquer outro mártir no tormento que o privou da vida. Continuar lendo
SALVO POR NOSSA SENHORA
Um jovem seminarista francês, por instigação de um parente, abandonou a vocação.
Seus pais e mestres fizeram tudo para abrir-lhe os olhos e segurá-lo. Obstinou-se e partiu para a capital, onde conseguiu ótima colocação e ganhava bom dinheiro. Desgraçadamente seus maus amigos o arrastaram aos vícios e de suas práticas religiosas só conservou o “Lembrai-vos”, que todas as noites rezava em louvor de Maria Santíssima.
Ao cabo de alguns anos perdeu a colocação e caiu na mais profunda miséria; e, como já não contava com o auxílio da religião, entregou-se ao desespero e resolveu acabar com a vida. Ia já lançar-se ao rio para afogar-se, quando, por inspiração singular, quis antes rezar o seu “Lembrai-vos” a Nossa Senhora. Ajoelhou-se e rezou…
Ao levantar-se, um terror estranho se apoderou dele: parecia-lhe ver um abismo aberto e fogo abrasador diante de seus olhos; em sua mente agitada pelo remorso começavam a despertar as recordações da infância. Percebeu que um passo apenas o separava do inferno. Fugiu atemorizado pelas ruas de Paris, sem saber aonde ia… Ao acaso? Não. Nossa Senhora guiou-lhe os passos até uma igreja, em que entrou arrastado por uma força invisível.
Uma grande multidão de fiéis rezava em silêncio diante da imagem de Maria adornada de luzes e flores.
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MARIA SANTÍSSIMA, MODELO DE AMOR PARA COM DEUS
Ego Mater pulchrae dilectionis — “Eu sou a Mãe do belo amor” (Ecclus. 24, 24).
Sumário. O fogo de amor em que ardia o Coração da Santíssima Virgem foi tão veemente, que ela não repetia os atos de amor, como fazem os outros santos, mas por um privilégio singular amou a Deus sempre atualmente com um contínuo ato de amor. Mas se Maria amou e ama tanto a seu Deus, certamente ela não exige outra coisa de seus devotos, senão que O amem também. Como é que tu O amas? Se por ventura te sentes frio, chega-te com confiança a tua amada Mãe e roga-lhe que te faça seu semelhante.
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Deus, que é amor, veio ao mundo para acender em todos a chama do seu divino amor; mas nenhum coração ficou tão abrasado como o Coração de sua Mãe, o qual, sendo todo puro dos afetos terrenos, estava todo disposto para arder neste santo fogo. Por isso o Coração de Maria se tornou todo fogo e chamas, como se lê nos Cânticos sagrados: Lampades eius, lampades ignis atque flammarum(1)? “As suas lâmpadas são umas lâmpadas de fogo e de chamas”. Fogo, ardendo interiormente, como explica Santo Anselmo, e chamas resplandecendo para fora com o exercício das virtudes.
Revelou a própria Maria a Santa Brígida, que neste mundo ela não teve outro pensamento, outro desejo, nem outro gosto senão Deus. Eis porque a sua alma bendita absorta sempre nesta terra na contemplação de Deus, fazia inúmeros atos de amor. Ou, para melhor dizer, como escreve Bernardino de Bustis, Maria não multiplicava os atos de amor, como fazem os outros santos; mas, por um privilégio singular, ela amou a Deus atualmente com um contínuo ato de amor. Qual águia real sempre tinha os olhos fixos no divino Sol, de maneira (diz São Pedro Damião) que nem as ações da vida lhe impediam o amor, nem o amor lhe impedia a ação.
Acrescentam Santo Ambrósio, São Bernardino e outros, que nem mesmo o sono interrompia o ato de amor da Santíssima Virgem; de modo que podia verdadeiramente dizer com a sagrada Esposa: Ego dormio, et cor meum vigilat (2)? “Eu durmo e o meu coração vela”. Foi figura de Maria o altar propiciatório, no qual nunca se extinguia o fogo, nem de dia, nem de noite. Numa palavra, afirma o Bem-aventurado Alberto Magno que Maria foi cheia de tão grande amor, que quase não podia caber mais amor numa pura criatura terrestre. Os próprios serafins podiam descer do céu, para aprenderem no Coração de Maria como se deve amar a Deus. No reino celeste ela só, entre todos os santos, pode dizer a Deus: Senhor, se não Vos amei quanto mereceis, ao menos amei-Vos quanto me foi possível. Continuar lendo
SEGUNDA DOR DE MARIA SANTÍSSIMA — FUGIDA PARA O EGITO
Accipe puerum et matrem eius, et fuge in Aegyptum — “Toma o Menino e sua Mãe, e foge para o Egito” (Matth. 2, 13).
Sumário. A profecia de São Siemão acerca da Paixão de Jesus e das dores de Maria começou desde logo a realizar-se na fugida que teve de fazer para o Egito, a fim de subtrair o Filho à perseguição de Herodes. Pobre Mãe! Quanto não devia ela sofrer tanto na viagem como durante a sua permanência naquele país entre os infiéis! Vendo a Sagrada Família na sua fugida, lembremo-nos que nós também somos peregrinos sobre a terra. Para sentirmos menos os sofrimentos do exílio, à imitação de São José tenhamos conosco no coração a Jesus e Maria.
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Como cerva, que ferida pela flecha, aonde vai leva a sua dor, trazendo sempre consigo a flecha que a feriu; assim a divina Mãe, depois da profecia funesta de São Simeão, levava sempre consigo a sua dor com a memória contínua da paixão do Filho. Tanto mais, que aquela profecia começou desde logo a realizar-se na fugida que o Menino Jesus teve de fazer para o Egito, a fim de se subtrair à perseguição de Herodes: Surge et accipe puerum et matrem eius et fuge in Aegyptum— “Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe, e foge para o Egito.”
Que pena, exclama São João Crisóstomo, devia causar ao Coração de Maria, o ouvir a intimação daquele duro exílio com seu Filho! “Ó Deus”, disse então Maria suspirando, como contempla o Bem-aventurado Alberto Magno, “deve, pois fugir dos homens aquele que veio a salvar os homens?”
Cada um pode considerar quanto padeceu a Santíssima Virgem naquela viagem. A estrada, conforme à descrição de São Boaventura, era áspera, desconhecida, cheia de bosques, pouco frequentada, e sobretudo muito longa, de modo que a viagem foi ao menos de trinta dias. O tempo era de inverno; por isso tiveram de viajar com neves, chuvas e ventos, por caminhos arruinados cheios de lama, sem terem quem os guiasse ou servisse. Maria tinha então quinze anos, e era uma donzela delicada, não acostumada a semelhantes viagens. Que dó fazia ver aquela Virgenzinha com o Menino nos braços e acompanhada somente de São José! Continuar lendo
UM SACRISTÃO E UMA VOZ MISTERIOSA
Na pequena cidade de Ostra-Brama, Polônia, há uma bela igreja onde, há séculos, se venera uma devota imagem de Nossa Senhora das Dores.
No mês de março de 1896, um forasteiro, falando polonês com sotaque russo, apresentou-se ao sacristão com dois grossos círios, dizendo que queria ardessem diante da milagrosa imagem até se acabarem.
– Fiz promessa – disse – que fiquem acesos até amanhã depois da missa sem que se apaguem. Tendo um grande negócio, que amanhã se há de decidir e só me resta este tempo para recomendá-lo a Nossa Senhora. Se quiser, irei junto para colocá-los na igreja.
– Eu o farei com gosto – replicou o sacristão – mas o caso é que, quando se deixam luzes na igreja, tenho de passar a noite lá, por temor de um incêndio.
– Sei – disse o desconhecido – mas por esse seu trabalho dou-lhe agora mesmo dois rublos.
A filha do sacristão preparou ao pai a ceia e roupas quentes e o russo foi com ele acender os círios, rezou alguns minutos e foi-se embora.
O sacristão, uma vez sozinho, tocou as Ave-Marias, fechou as portas, rezou sua oração da noite, sentou-se numa cadeira, na sacristia, e logo começou a cochilar.
De repente ouve uma voz que lhe grita:
– Apaga, apaga os dois círios!
Assustado, levanta-se, olha para todos os lados e não vê ninguém. Julga ter sido um sonho e torna a dormir; mas, pouco depois, desperta-o a mesma voz misteriosa:
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PRIMEIRA DOR DE MARIA SANTÍSSIMA – PROFECIA DE SIMEÃO
Tuam ipsius animam pertransibit gladius ― “Uma espada transpassará a tua alma” (Luc. 2, 35).
Sumário. O Senhor usa esta compaixão conosco, de não nos deixar ver as cruzes que nos esperam, a fim de que as tenhamos de sofrer uma só vez. Maria Santíssima, ao contrário, depois da profecia de São Simeão, tinha sempre diante dos olhos e padecia continuamente todas as penas que a esperavam na Paixão do Filho. Mas se Jesus e Maria inocentes tanto padeceram por nosso amor, como ousaremos lamentar-nos, nós que somos pecadores, quando temos de padecer um pouco por amor deles?
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Neste vale de lágrimas, cada homem nasce para chorar e cada um deve padecer sofrendo aqueles males que diariamente lhe acontecem. Mas quanto mais triste seria a vida, se cada um soubesse também os males futuros que o têm de afligir! O Senhor usa esta compaixão conosco, de não nos deixar ver as cruzes que nos esperam, a fim de que, se as temos de padecer, ao menos as padeçamos uma só vez. ― Mas Deus não usou semelhante compaixão para com Maria, a qual, porque Deus quis que fosse Rainha das dores e toda semelhante ao Filho, teve sempre de ver diante dos olhos e de padecer continuamente todas as penas que a esperavam; e estas foram as penas da paixão e morte de seu amado Jesus.
Eis que no templo de Jerusalém, Simeão, depois de ter recebido o divino Infante em seus braços, lhe prediz que aquele seu Filho devia ser alvo de todas as contradições e perseguições dos homens e que por isso a espada de dor devia traspassar-lhe a alma: Et tuam ipsius animam pertransibit gladius. ― Davi, no meio de todas as suas delícias e grandezas reais, quando ouviu que o Profeta Natan lhe anunciava a morte do filho, não tinha mais paz: chorava, jejuava, dormia à terra nua. Não é assim que fez Maria. Com suma paz recebeu ela a nova da morte do Filho e com a mesma paz continuou a sofrê-la; mas ainda assim, que dor não devia sentir o seu Coração!
Nem serviu para lha mitigar o conhecimento que já de antemão tinha do sacrifício a fazer, pois que, como foi revelado a Santa Teresa, a bendita Mãe conheceu então em particular e mais distintamente todas as circunstâncias dos sofrimentos, tanto exteriores como interiores, que haviam de atormentar o seu Jesus na sua Paixão. Numa palavra, a mesma Bem-Aventurada Virgem disse a Santa Matilde, que a este aviso de São Simeão toda a sua alegria se converteu em tristeza. Continuar lendo
VÍDEO – A IMAGEM PEREGRINA DE FÁTIMA ATRAVÉS DOS ESTADOS UNIDOS E DO CANADÁ
VÍDEO TRAÇA A JORNADA DA IMAGEM PEREGRINA DE FÁTIMA ATRAVÉS DOS ESTADOS UNIDOS E DO CANADÁ
Viajando por mais de 110 destinos durante uma viagem de dois anos e meio, esta imagem da Virgem Peregrina concluiu sua jornada em de 8 de dezembro de 2017.
SSPX USA – Tradução: Dominus Est
Ela permanece de pé sobre as nuvens do céu. Suas mãos postas em oração. É Nossa Senhora. A Virgem, Mãe de Deus. Ela implora ao Seu Filho que poupe a humanidade. Ela implora à humanidade que ouça a Sua mensagem de conversão.
Era 1917. E ainda — com o passar do tempo, Sua mensagem de mais de 100 anos torna-se ainda mais relevante, mais urgente e mais significativa para os nossos tempos.
O Distrito dos Estados Unidos da Fraternidade São Pio X organizou uma devoção a Nossa Senhora de Fátima em homenagem ao centésimo aniversário de Suas aparições. Uma devoção que foi publicamente realizada por mais de dois anos e meio e construída ao redor de uma imagem especial de Nossa Senhora de Fátima, esculpida e pintada à mão de acordo com a visão descrita pela Irmã Lúcia em suas memórias.
Aimagem peregrina viajou por mais de 33 estados. Totalizando mais de 110 destinos. Milhares de fiéis católicos rezando em uníssono. Um só objetivo, um só desejo, uma só oração.
A missão
O objetivo deste projeto — espalhar a devoção ao Seu Imaculado Coração lembrando toda a importância de Sua mensagem e viver essa mensagem na prática para a conversão dos pecadores e a salvação das almas.
Escolas, capelas e casas religiosas da Fraternidade São Pio X se revezavam em acolher a imagem com o espírito e a generosidade que acolheriam a própria Nossa Senhora. Em preparação, cada comunidade recitou uma novena e as orações do anjo de Portugal. Após sua chegada, rezou-se um Rosário em comum, muitas vezes com o acréscimo de outras devoções, como a Missa e uma procissão pública. Finalizando tudo com uma consagração da comunidade e de cada membro ao Seu Imaculado Coração.
Milagres
Deus os realiza constantemente para nos mostrar que Ele está no comando e é nosso Deus —está no comando de todas as coisas. Há cem anos, Deus realizou um milagre. E aqui, em Fátima, o milagre do sol confirmaa mensagem — que o inferno existe e as almas vão para lá. Que a Rússia espalharia os seus erros, que haveria mesmo uma grande perda da fé na Igreja. E a devoção ao Imaculado Coração de Maria e ao Rosário são os melhores recursos que podemos ter.
Quão gratos devemos ser por Nossa Senhora nos ter deixado estar neste seu acampamento, aqui esta noite. Nós caminhamos esta noite, sabendo que, por fim, o Imaculado Coração de Maria triunfará. Sabemos que Deus glorificará Sua Mãe, e que Ele glorifica a Si mesmo através de Nossa Senhora. Hoje a noite invocamos a Mãe de Deus como a mais poderosa protetora da raça humana. A protetora mais poderosa de nossa nação, do nosso estado, dos nossos lares.
Rezamos nossos Rosários enquanto caminhamos também porque sabemos, conforme disse Irmã Lúcia: “Não há nenhum mal, pessoal, familiar ou social que não possa ser vencido pela recitação com Fédo Rosário”.
Não tememos os nossos tempos
Nós somos, de fato, testemunhas dos males dos nossos dias, mas não é esse o medo que deve estar em nosso coração, mas uma confiança absoluta no poder de Nossa Senhora, enquanto caminhamos juntos. Nossas velas cintilam como um sinal de Fé, fé em Deus, fé em nossa Mãe. “Os homens não devem ofender mais a Nosso Senhor”, disse Ela naquele dia de outubro, “pois Ele já está por demais ofendido”. Mãe de Deus, sabemos que o nosso Rosário,nesta noite, é agradável para vós. Que possamos realizar esta procissão com um grande espírito de fé e confiança em Nossa Senhora. Amém.
O centésimo aniversário de Fátima não é a conclusão da devoção ao Seu Coração Imaculado, mas, sim, uma renovação de novo vigor no Seu serviço. Embora suas aparições tenham ocorrido há mais de 100 anos, continuam trazendo esperança, luz e paz para todos os que se aproximam d’Ela e para todos os que vivem a Sua mensagem.
Que a nossa vida cotidiana seja unida a Ela, de maneira que, no final, possamos triunfar juntos ao Seu lado. Porque, como Ela prometeu, “por fim, meu Imaculado Coração triunfará”.
FRUTOS DA MEDITAÇÃO DAS DORES DE MARIA SANTÍSSIMA
Sicut qui thesaurizat, ita et qui honorat matrem suam ― “Como quem ajunta um tesouro, assim se porta o que honra sua mãe” (Eclo 3, 5).
Sumário. Por causa do imenso amor com que Jesus Cristo ama sua querida Mãe, são-Lhe muito agradáveis os que com devoção meditam nas dores de Maria Santíssima e inúmeras são as graças que lhes comunica. Mas infelizmente, quão poucos são os que praticam tão bela devoção! Muitos cristãos, em vez de se compadecerem das dores de Maria, lh’as renovam com seus pecados ou sua tibieza. Irmão meu, serás tu também um destes ingratos?
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Para compreender quanto agrada à Bem-Aventurada Virgem que nos lembremos de suas dores, bastaria somente saber que ela, no ano de 1239, apareceu a sete devotos seus (que depois foram os fundadores da Ordem dos Servos de Maria), com um hábito negro na mão e ordenou-lhes que, desejando fazer-lhe causa agradável, meditassem com freqüência em suas dores. Por isso queria que em memória delas trouxessem daí em diante aquele hábito lúgubre. Jesus Cristo mesmo revelou à Bem-aventurada Verônica de Binasco, que quase Lhe agrada mais ver compadecida sua Mãe que Ele mesmo, pois que lhe disse assim: Filha, são-me caras as lágrimas derramadas pela minha Paixão; mas como eu amo com amor imenso a minha Mãe, me é mais cara a meditação das dores que ela padeceu na minha morte.
Por isso são muito grandes as graças que Jesus prometeu aos devotos das dores de Maria. Refere o Padre Pelbarto ter sido revelado a Santa Isabel, que São João Evangelista, depois que a Santíssima Virgem foi assunta ao céu, desejava vê-la mais uma vez. Foi-lhe concedida a graça e apareceu-lhe sua cara Mãe e juntamente com ela também Jesus Cristo. Ouviu depois, que Maria pediu ao Filho alguma graça especial para os devotos das suas dores e que Jesus lhe prometeu para eles quatro graças especiais: 1º. Que o que invocar a divina Mãe pelos merecimentos de suas dores merecerá fazer, antes da morte, verdadeira penitência de todos os seus pecados. 2º. Que ele defenderá aqueles devotos nas tribulações em que se acharem, especialmente na hora da morte, 3º. Que imprimirá neles a memória de sua Paixão e que no céu lhes dará depois o competente prêmio. 4º. Que entregará os tais devotos nas mãos de Maria, afim de que deles disponha à sua vontade e lhes obtenha todas as graças que quiser. Em comprovação de tudo isto encontram-se nos livros inúmeros exemplos. Continuar lendo
FOI ELA
Deu-se isso na França. Uma boa mãe tinha um filho delicado e inteligente. Tirava sempre o primeiro lugar na aula. Com 16 anos dirigiu-se para Marselha, 24 horas de trem de casa. Antes de partir teve de prometer à mãe que nunca abandonaria Nossa Senhora e que diariamente rezaria a Ela. Foi o que logo fez, e partiu.
No primeiro tempo escrevia mensalmente, dando boas noticias. De repente, já não vinham cartas.
A boa mãe ficou desconfiada, e com razão. Se não fosse tão longe, iria lá ver o que sucedera. Estava mesmo disposta a visitá-lo, quando recebe um telegrama nestes termos:
– Venha depressa, é o filho que chama.
Vinte e quatro horas após, lá estava ela na casa com seu Carlos. Quis entrar no quarto, porém duas sentinelas lho queriam impedir.
– Sou a mãe, quero ver o filho – exclamou ela empurrando-os para o lado, e meteu-se aposento adentro.
– Um Padre, um Padre! Foram as primeiras palavras.
A mãe, após abraçá-lo procurou acalmá-lo. Ele, então, contou-lhe a triste vida. Freqüentara más companhias… e até se fizera maçom, jurando morrer sem Deus.
– Mas vendo-me tão mal, pensei em Nossa Senhora e pedi-lhe socorro. Não quero morrer assim. Embora eu pedisse um Padre, os maçons não me atenderam, até colocaram sentinelas à porta para não deixarem entrar sacerdote algum. Por intermédio de pessoa caridosa consegui apenas enviar-lhe o telegrama.
A corajosa mãe mandou chamar o ministro de Deus que sacramentou devidamente ao enfermo.
Dois dias após, morreu calmamente com palavras nos lábios:
“Minha mãe, foi Ela (Nossa Senhora) que a envio aqui!”
Na verdade, não fosse o socorro e a bondade de Maria Santíssima, onde estaria o pobre Carlos? No inferno para sempre.
Como Maria Santíssima é boa! – Frei Cancio Berri C. F. M.
DA GRATIDÃO PARA COM AS DORES DE MARIA SANTÍSSIMA
Honora patrem tuum: et gemitus matris tuae ne obliviscaris — “Honra a teu pai e não te esqueças dos gemidos de tua mãe” (Eccles. 7, 29).
Sumário. Posto que a morte de Jesus Cristo fosse suficiente para remir uma infinidade de mundos, quis todavia a Santíssima Virgem, pelo amor que nos tem, cooperar para a nossa salvação, preferindo sofrer toda espécie de dores a ver nossas almas sem redenção e na antiga perdição. É nosso dever respondermos a tamanho amor da Rainha dos Mártires, ao menos pela compaixão de suas dores e pela imitação de seus exemplos.
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São Boaventura, contemplando a divina Mãe ao pé da Cruz para assistir à morte de seu Filho, volve-se para ela e lhe diz: Senhora, porque quisestes vós também sacrificar-vos sobre o Calvário? Não bastava, por ventura, para nossa redenção um Deus crucificado, que quisésseis ser crucificada também vós sua Mãe? Non sufficiebat Filii passio, nisi crucifigeretur et Mater? — Ah certamente bastava a morte de Jesus para salvar o mundo e ainda infinitos mundos; mas, pelo amor que nos tem nossa boa Mãe quis também concorrer para a nossa salvação, pelos merecimentos de suas dores, que ofereceu por nós no Calvário.
Por isso diz o Bem-aventurado Alberto Magno, que, assim como somos obrigados a Jesus pela Paixão que quis sofrer por nosso amor, assim também somos obrigados a Maria pelo martírio, que na morte do Filho quis espontaneamente padecer pela nossa salvação. — Acrescento espontaneamente, porque, como revelou o Anjo a Santa Brígida, esta nossa tão piedosa e benigna Mãe antes quis sofrer todas as penas do que ver as almas privadas da redenção e deixadas na antiga miséria.
A bem dizer, foi este o único alívio de Maria, no meio de sua grande dor pela paixão do Filho: o ver com a sua morte remido o mundo perdido e reconciliados com Deus os homens seus inimigos. Mas, infelizmente, esse único alívio da Santíssima Virgem foi-lhe amargurado pela previsão que, se a morte de Jesus havia de ser para muitos a causa de ressurreição e de vida, para muitos outros seria por própria culpa causa de maior ruína e de morte eterna: Ecce positus est hic in ruinam et in resurrectionem multorum in Israel (2) — “Eis que este está posto para ruína e para ressurreição de muitos em Israel”. Continuar lendo
FESTA DA PURIFICAÇÃO DE MARIA E DA APRESENTAÇÃO DE JESUS
Postquam impleti sunt dies purgationis eius… tulerunt illum in Ierusalem, ut sisterent eum Domino – “Tendo-se preenchido os dias da purificação de Maria… levaram-no a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor” (Lc 2, 22)
Sumário. Imaginemos ver a Santíssima Virgem, que, chegado o tempo de sua purificação, leva consigo o santo Menino, e acompanhada de São José, vai ao templo para oferecê-Lo em nome de todo o gênero humano. Entre todos os sacrifícios que até então tinham sido oferecidos, foi este o que mais agradou a Deus. Mas se Jesus oferece sua vida ao Pai por nosso amor, é de justiça que nós nos consagremos a Ele. A fim de que a nossa oferta seja mais agradável a Deus, façamo-la pelas mãos de Maria.
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I. Tendo chegado o tempo em que Maria Santíssima, segundo a lei, devia ir ao templo para sua purificação e para apresentar seu Filho Jesus ao Pai divino, se põe logo a caminho em companhia de São José. José toma as duas rolas para a oferta, e Maria toma seu querido Filho; toma o Cordeirinho divino para o oferecer a Deus, prelúdio do grande sacrifício que esse Filho devia realizar um dia sobre a cruz.
Contempla como a Virgenzinha entra no templo; faz em nome de todo o gênero humano a oblação de seu Filho e diz: Eis aqui, ó Eterno Pai, o vosso amado Unigênito que é vosso e também meu Filho; eu Vo-lo ofereço para vítima da vossa divina justiça, a fim de Vos reconciliar com os pecadores. Aceitai-O, ó Deus de misericórdia e apiedai-Vos das nossas misérias; pelo amor deste Cordeiro imaculado recebei os homens na vossa graça.
A oferta de Maria uniu-se também a do próprio Jesus. Eis-me aqui, diz por sua vez o santo Menino, eis-me aqui, ó meu Pai; consagro-Vos toda a minha vida. Vós me enviastes ao mundo para o remir com o meu sangue; eis aqui o meu sangue e todo o meu ser: ofereço-me todo inteiro a Vós pela salvação do mundo. — Tradidit semetipsum hostiam et oblationem Deo (1) — “Ele se entregou a si mesmo em oblação e como hóstia para Deus” — Nunca sacrifício algum foi tão agradável a Deus, como o que então Lhe fez seu querido Filho, desde menino já vítima e sacerdote. Se todos os homens e todos os anjos tivessem sacrificado a vida, a sua oferta certamente não seria tão agradável a Deus, como o foi a de Jesus Cristo, porquanto naquela única oferta o Pai Eterno recebeu uma glória infinita e uma infinita satisfação. Continuar lendo
ESPECIAIS DO BLOG: ESTUDO SOBRE O NATURALISMO DOS “MISTÉRIOS LUMINOSOS” DO PAPA JOÃO PAULO II
Em mais uma “Operação Memória” de nosso blog, trazemos novamente os links para os capítulos do “Estudo sobre o Naturalismo dos Mistérios Luminosos, escrito pelo Padre Peter R. Scott – FSSPX que expõe de forma clara a tentativa velada de promover o naturalismo da revolução pós-conciliar.
Como isso poderia ser possível? Como poderia um papa errar recomendando o Rosário? Como poderia Nossa Senhora abandonar aqueles que continuam a recitar suas Ave-Maria? Como poderia um católico criticar um papa que diz que o Rosário é “sua oração predileta”, “Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade” ?
Leiam e entendam.
- PARTE 1 (Naturalismo e o Rosário, O propósito da Carta Apostólica, O erro cristocêntrico e evangélico)
- PARTE 2 (Naturalismo, o defeito primordial da carta)
- PARTE 3 (Os “melhoramentos” do Rosário)
- PARTE 4 (Frutos do Rosário, Obrigação do Rosário)
DA CONFIANÇA EM MARIA, RAINHA DE MISERICÓRDIA
Positusque est thronus matri regis, quae sedit ad dexteram eius — “Foi posto um trono para a mãe do rei, a qual se assentou à sua mão direita” (3 Reg. 2, 19).
Sumário. O ofício da Santíssima Virgem no céu é compadecer-se dos miseráveis e socorrê-los, pois que exatamente para este fim o Senhor a constituiu Rainha de Misericórdia. Se nos quisermos salvar, recorramos com confiança a esta amada Mãe. A nossa confiança deve ser tanto maior quanto mais profunda for a nossa miséria, porque os miseráveis são destinados a ser a sua coroa de glória no paraíso. É, porém, mister que tenhamos a vontade de nos emendarmos.
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Depois que a grande Virgem Maria foi elevada à dignidade de Mãe do Rei dos reis, com justa razão a santa Igreja a honra e quer que todos a honrem, com o título glorioso de Rainha. Mas, não somente de Rainha, senão de Rainha de misericórdia; porque ela é toda doce, clemente e inclinada a fazer bem a nós miseráveis:Salve, Rainha, Mãe de misericórdia!Considerando João Gerson as palavras de Davi: duo haec audivi, etc. (1) — “estas duas coisas tenho ouvido”, diz que, consistindo o reino de Deus na justiça e na misericórdia, o Senhor o dividiu. O reinado da justiça, reservou-o para si, e o reinado da misericórdia, cedeu-o a Maria, ordenando que todas as misericórdias que se concedessem aos homens, passassem pelas mãos de Maria e se distribuíssem a seu arbítrio, de sorte que o oficio da Virgem no céu é compadecer-se dos miseráveis a aliviá-los.
Na Sagrada Escritura se lê que a rainha Ester, com medo de irritar o seu esposo Assuero, se recusou a interceder junto dele a fim de que revocasse a sentença de morte pronunciada contra os Judeus. Mas Mardoqueu repreendeu-a e mandou dizer-lhe que não pensasse só em salvar-se a si, pois o Senhor a tinha posto sobre o trono para bem de todo o seu povo (2).
Não há perigo de que a nossa Rainha Maria jamais se recuse a ajudar os seus filhos; mas se em tempo algum ela recusasse alcançar-nos de Deus o perdão do castigo, de nós bem merecido, poderíamos também dizer-lhe: Ne putes, quod animam tuam tantum liberes — Não cuideis, Senhora, que Deus vos elevou a ser Rainha do mundo só para bem vosso, senão também a fim de que, elevada tão alto, possais compadecer-vos mais dos miseráveis e socorrer a todos os homens que a vós recorrem: quia in domo regis es prae cunctis hominibus. Continuar lendo
SANTO AFONSO, MODELO DE DEVOÇÃO À MARIA SANTÍSSIMA
Hanc amavi et exquisivi a iuventute mea, et quaesivi sponsam mihi eam assumere — “A esta eu amei e requestei desde a minha mocidade, e procurei tomá-la para mim por esposa” (Sap.8, 2).
Sumário. Foi indizível a devoção que Santo Afonso nutria para com a Santíssima Virgem. Durante a sua vida toda deu disso contínuas e variadas provas nos diversos obséquios praticados em honra dela. E a divina Mãe, que nunca se deixa vencer em amor, como soube, tanto na vida como na morte, retribuir o afeto desse seu dileto filho! Se queremos que também para nós a santa Virgem seja verdadeira Mãe, imitemos Santo Afonso e mostremo-nos em nossas obras seus dignos filhos.
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A grande Mãe de Deus é a mais excelsa criatura do universo e o Senhor decretou que todas as graças que quer dispensar aos homens passem pelas mãos de Maria. Na convicção desta verdade, Santo Affonso começou desde criança a amar a santa Virgem e a honrá-la com obséquios especiais. Quando, porém, já desenganado do mundo e em sinal de que o abandonava para sempre, se declarou cavalheiro da Rainha do céu, depositando a espada sobre seu altar, então o seu amor à Virgem não teve mais limites e foi aumentando cada vez mais durante toda a sua vida.
De manhã e à noite, com o rosto em terra, punha toda a sua pessoa, e particularmente a sua pureza, sob proteção de Maria, beijava-lhe humildemente a mão e pedia-lhe a benção como um filho à sua mãe, ao toque do Angelus, ajoelhava-se logo, onde quer que se achasse, para saudar afetuosamente a sua Senhora; repetia a saudação angélica cada vez que ouvia o relógio dar horas, e fizera promessa de nunca negar coisa alguma que lhe fosse pedida por amor de Maria. — No seu quarto quis sempre ter diante dos olhos uma imagem da Mãe do Bom Conselho, à qual recorria logo em todas as necessidades, dando-lhe os títulos mais afetuosos. Ao pescoço trazia sempre o escapulário e ao lado trazia o Rosário, mesmo quando bispo; e nunca deixou de rezá-lo, mesmo mais de uma vez por dia. Além disso, preparava-se para as festas da Virgem com devotas Novenas, jejuava na véspera, bem como todos os sábados, e desejava ser, depois de Deus, o primeiro no amor a Maria, tanto na terra como no céu.
Finalmente, desejando ver os outros também amarem à Virgem, mandou a seus missionários pregassem sempre sobre a misericórdia de Maria. Ele mesmo escreveu o importante livro das Glórias de Maria, com o único intuito de continuar sempre, ainda depois de morto, a promover a glória desta grande Rainha e a fazer que todos a amem. — Já que te glorias de ser filho e devoto de Santo Afonso, examina-te acerca da tua devoção a Maria Santíssima, compara-a com a de teu santo Pai, e lembra-te de que o caráter distintivo dos filhos verdadeiros do grande Doutor é exatamente a devoção especial à Mãe de Deus. Continuar lendo
MARIA APARECEU-LHE E CONVERTEU-O
Certo conde, que se dizia devoto de Nossa Senhora, não vivia bem. Diariamente rezava-lhe certas orações, mas continuava em seus pecados.
Um dia, durante uma caçada, sentiu fome devoradora. Nossa Senhora, que é sempre boa, apareceu-lhe, oferecendo-lhe, numa vasilha imunda, comida gostosa. O fidalgo queixou-se com as palavras:
“Como poderei eu comer de um prato tão sujo?”
Ao que a mãe de Deus lhe respondeu:
“Assim como o senhor não pode apreciar uma iguaria, embora boa, numa vasilha suja, do mesmo modo eu também não posso aceitar com prazer seus louvores, enquanto continuar nessa vida de pecados”.
O conde caiu em si, mudou de vida, desde então foi muito favorecido de graças e bênçãos da Virgem Santa.
Teve uma morte santa, e ganhou o Céu.
Observação:
Uma das maneiras para agradar a Nossa Senhora é exatamente evitar os pecados, que aborrecem a Jesus. O que entristece a Deus, desgosta também a sua mãe.
Como Maria Santíssima é boa! – Frei Cancio Berri C. F. M.
MARIA SANTÍSSIMA, MODELO DE FÉ
Beata quae credidisti, quoniam perficientur ea, quae dicta sunt tibi a Domino — “Bem-aventurada és tu, que creste, porque se hão de cumprir as coisas que te foram ditas da parte do Senhor” (Luc. 1, 15).
Sumário. Maria Santíssima teve fé tão viva, que excedeu a de todos os homens e de todos os anjos, porquanto viu Jesus Cristo sujeito a todas as misérias humanas e sempre o reconheceu por seu Deus verdadeiro. Se quisermos ser dignos filhos da divina Mãe, imitemo-la nesta virtude como em todas as demais. Exercitemo-nos em fazer contínuos atos de fé e vivamos segundo as verdades da nossa fé: porque a fé sem as obras é morta.
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Assim como a Bem-aventurada Virgem é modelo de amor e de esperança, assim também é modelo de fé, pois que, diz Santo Irineu, aquele dano que Eva fez com a sua incredulidade, Maria o reparou com a sua fé. Com efeito, Eva, porque quis dar crédito à serpente contra aquilo que Deus tinha dito, trouxe a morte; mas a nossa Rainha, dando crédito às palavras do anjo, que ela, ficando Virgem, devia fazer-se Mãe do Senhor, trouxe ao mundo a salvação. Exatamente por causa da sua fé é chamada bem-aventurada por Santa Isabel:Beata quae credidisti— “Bem-aventurada és tu porque creste”.
Diz o Padre Soarez, que a Santíssima Virgem teve mais fé que todos os homens e todos os anjos. Via o seu Filho no presépio de Belém e cria que Ele era o Criador do mundo. Via-O fugir de Herodes e não deixava de crer que era o Rei dos reis. Via-O nascer, e O cria eterno. Via-O pobre e necessitado de alimento, e O cria Senhor do universo; deitado sobre a palha, e O cria onipotente. Observava que não falava e cria que era a Sabedoria infinita. Ouvia-O chorar e cria que era a alegria do paraíso. Via-O, finalmente, na morte vilipendiado e crucificado e bem que nos outros vacilasse a fé, Maria estava firme em crer que Ele era Deus. É por esta razão, diz Santo Antônio, que no Ofício das Trevas só se deixa uma vela acesa e São Leão, a este propósito, aplica à Virgem esta passagem: Non extinguetur in nocte lucerna eius (1) — “A sua lâmpada não se apagará de noite”.
Maria Santíssima, pela sua grande fé, mereceu ser feita a Luz de todos os fiéis, como é chamado por São Metódio: Fidelium fax. E São Cirilo de Alexandria a chama Rainha da verdadeira fé: Sceptrum orthodoxae fidei. A mesma Igreja atribui à Virgem, pelo merecimento de sua fé, a derrota de todas as heresias: Gaude, Maria Virgo, cunctas haereses sola interemisti in universo mundo (2). Continuar lendo
FUGA DE JESUS PARA O EGITO
Surge, et accipe puerum et matrem eius, et fuge in Aegyptum — “Levanta-te, e toma contigo o Menino e sua Mãe, e foge para o Egito” (Matth. 2, 13).
Sumário. Considera que Jesus apenas nascido é perseguido de morte por Herodes, sendo assim obrigado a fugir para o Egito, a fim de salvar a vida. Quão penosa devia ser aquela fuga para a sagrada Família e especialmente para o Coração extremamente sensível do Menino Jesus. Minha alma, associa-te àqueles três pobres exilados, compadece-te deles, e quando o Senhor te provar com tribulações, une os teus padecimentos aos daqueles santos personagens. Considera igualmente que pelos pecados que cometeste, renovaste para Jesus a perseguição de Herodes.
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O Anjo aparece em sonhos a São José e lhe dá a entender que Herodes vai procurar o Menino Jesus, para Lhe tirar a vida.Surge, et accipe puerum et matrem eius, et fuge in Aegyptum— “Levanta-te, e toma contigo o Menino e sua Mãe, e foge para o Egito”. Eis como Jesus apenas nascido é perseguido de morte. — Herodes é figura daqueles miseráveis pecadores que vendo Jesus Cristo apenas renascido em sua alma pelo perdão obtido, novamente o perseguem à morte, tornando a pecar: quaerunt puerum ad perdendum eum.
José, tendo recebido a ordem do Anjo, obedece logo, sem demora, e avisa a sua santa Esposa. Ajunta a pouca ferramenta que podia carregar, a fim de exercer o seu ofício no Egito, e deste modo sustentar a sua pobre família. — Maria, por seu lado, faz uma pequena trouxa dos paninhos, ao uso do divino Menino. Depois entra na pobre morada, ajoelha junto ao berço de seu tenro Filhinho, beija-Lhe os pés, e derramando lágrimas de ternura, lhe diz: Ó meu Filho e meu Deus, acabas de nascer e de vir ao mundo para salvar os homens e já os homens vêm procurar-Te para Te matarem! — Toma em seguida o Menino nos braços e enquanto os santos Esposos choram, saem da casa, fecham a porta e na mesma noite se põem em caminho para o Egito.
Considera em espírito quais foram as ocupações daqueles santos viajantes durante a jornada. Não falam senão sobre seu caro Jesus, sobre a sua paciência e o seu amor, e desta maneira consolavam-se nas dificuldades e incômodos de tão longo caminho. Oh! Quão doce é o sofrimento quando se olha para Jesus que sofre! Associa-te, minha alma, diz São Boaventura, a esses três santos e pobres exilados; compadece-te deles na viagem tão penosa, longa e incômoda, que estão fazendo. Roga a Maria que te faça sempre trazer o seu Filho divino em teu coração. Continuar lendo
UM CASTIGO E UMA GRAÇA
O Sr. Beauveau, marquês de Novian, deveu a sua conversão e vocação religiosa à Companhia de Jesus a uma vitória sobre o respeito humano para honrar a Nossa Senhora.
Em 1649, estando as tropas alemãs na Alsácia-Lorena, alguns soldados alojados em Novian, depois de haverem bebido em excesso, puseram-se a jogar. Um deles, depois de haver perdido no jogo, vendo uma estátua de Nossa Senhora colocada na parede, ficou furioso como se fora ela a causa de sua falta de sorte, e começou a golpeá-la proferindo horríveis blasfêmias. Apenas terminara, caiu por terra com um tremor em todo o corpo e dores tão fortes e contínuas que foi impossível fazê-lo tomar alimento durante quatro ou cinco dias. Tendo a tropa recebido a ordem de partir, ataram o infeliz em seu cavalo para que acompanhasse a marcha.
Soube-se que, à força de agitar-se, caíra da montaria e morrera no caminho, mordendo a terra espumando de raiva.
Naquela vila falou-se, por muito tempo, do exemplar castigo do blasfemo. Dois anos após, a pedido de um missionário, resolveu-se fazer um ato solene de reparação. Para esse fim foram àquela casa em procissão o vigário, o missionário, alguns outros sacerdotes e o povo de Novian com o marquês à frente.
Chegados ao lugar, por mais que o padre chamasse a alguns homens, nenhum se apresentou para levar a imagem à igreja. O Sr. Beauveau, indignado com semelhante indiferença para com Nossa Senhora, sentiu-se interiormente movido a levá-la ele mesmo. Apesar do respeito humano e de parecer beato aos olhos daquela gente, tomou a imagem e levou-a com respeito à capela do castelo onde, por ordem do Bispo, foi colocada com todas as honras. Maria Santíssima não tardou a recompensar esse ato de piedade, pois, segundo declarou ele mesmo, começou o marquês a receber tal abundância de graças e tão fortes inspirações para a vida perfeita que não só se tornou um cristão modelo, mas ainda abraçou a vida religiosa, onde viveu e morreu santamente.
Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves
CHRISTUM NATUM ADOREMUS!!!
SALVE RAINHA – EXPLICADA AO COMUM DOS FIÉIS
SALVE RAINHA
Bendita, venerada sejais, glória vos seja dada por todas as criaturas no céu e na terra, Esposa do Rei onipotente, Mãe do Rei da glória, que reinais e deveis reinar sempre, como Soberana, em nossos corações.
MÃE DE MISERICÓRDIA
Mãe do afeto, Mãe no cuidado, Mãe no desejo e na diligencia por nossos proveitos verdadeiros e substanciais; e Mãe compassiva que em suas entranhas se dói de nossos extravios, de nossas faltas e nossas misérias.
VIDA, DOÇURA
Por cuja intercessão, por cujo socorro muito especialmente é que nós podemos viver a vida do espírito em serviço do Senhor, e por cujo amparo e beneficio é que em muitos casos conservamos e dilatamos até a vida do corpo. –Cujo nome é suave a nossos ouvidos, cuja memória é suave a nossos corações e em cujo patrocínio é doce e suavíssima nossa confiança.
ESPERANÇA NOSSA
De cuja compaixão para conosco e alto valimento com o bendito Filho, é que nós, tão fracos, tão pouco dignos de nos apresentarmos ante o seu trono, podemos esperar e esperamos que Ele se dignará de nos olhar com piedade.
DEUS VOS SALVE
BENDITA, venerada sejais, glória vos seja dada por todas as criaturas no céu e na terra.
A VÓS BRADAMOS
Os expulsos, por natureza, por severo mas justo juízo, em razão da culpa, da mimosa pátria, do lugar de inocência, de delícias, de completa bem aventurança.
FILHOS DE EVA
Procedidos, por natureza, da mulher que, dando ouvidos ao espírito de engano, nos envolveu na massa infeliz da corrupção; da mulher, por quem nos vieram tamanhos danos e prejuízos, de que só por vós nos chegou remédio; da mulher, a que só a vós pertence mudar o nome, dando-nos , em lugar de mãe pouco lembrada da nossa ventura, mãe eficazmente solicita e amorosa.
A VÓS SUSPIRAMOS
Enviamos, pedindo ajuda e favor, as vozes mal formadas e entrecortadas, por que usam explicar-se os corações ansiosos.
GEMENDO E CHORANDO
Entre gemidos e pranto, que não nos cabe outra coisa, á vista de tantos males e apuros de que é cheia, de que é tecida a pobre vida humana.
NESTE VALE DE LAGRIMAS
Neste misero desterro, neste mofino mundo, nesta terra de tormento e dor, a que fomos condenados em razão da desobediência e soberba.
EIA, POIS ADVOGADA NOSSA
Ouvi, pois, nossos brados, atendei nossos suspiros, gemidos e lágrimas; — ó defensora e intercessora nossa.
ESSES OLHOS MISERICÓRDIOSOS A NÓS VOLVEI
Ponde em nós vossos olhos compassivos e cheios de piedade.
E DEPOIS DESTE DESTERRO
E quando, com o fim de nossa vida tiver fim a morada neste vale de miséria e amargura, a que nos trouxe a culpa.
MOSTRAI-NOS A JESUS
Fazei-nos ver, face a face, Jesus, cuja presença e clara vista é o sumo da glória, que sobre tudo desejamos.
BENDITO FRUTO DO VOSSO VENTRE
Jesus, que é abençoado fruto do vosso ventre, onde, por obra maravilhosa do Espírito Santo, foi concebido, tomando a nossa natureza.
Ó CLEMENTE, Ó PIEDOSA, Ó DOCE
Remédio, benefício, dom grandioso, que ansiosamente desejamos alcançar, e que não cessamos de esperar de quem, como vós sois, tão doce e benigna para os pobres e pequenos, tão compassiva com os desgraçados, tão clemente para desculpar os pecadores.
SEMPRE VIRGEM MARIA
Maria, que ainda que desposada com José e verdadeira Mãe de Jesus, conservaste sempre pureza incontaminada e perfeita inteireza.
ROGAI POR NÓS, SANTA MÃE DE DEUS
Sim, intercedei sempre, pedi por nós ao Divino Esposo e ao bendito Filho, ó imaculada Mãe de Jesus, que é Deus verdadeiro e verdadeiro homem.
PARA QUE SEJAMOS DIGNOS DAS PROMESSAS DE CRISTO
A fim de que, por virtude de vossa intercessão e rogativas, nos de o Senhor muito da sua graça, e dela ajudados sejamos tão conformes em pensamentos, palavras e obras á sua lei, que por isso mereçamos o que Jesus Cristo prometeu aos que amarem, seguirem e servirem com fidelidade e perseverança: isto é, a coroa de glória em bem aventurada eternidade.
AMÉM
Assim seja, que por vossa intercessão piedosos alcancemos a divina graça, e mereçamos a eterna recompensa.
Manual do Cristão Goffiné – 11º edição
NOVA PÁGINA DO BLOG – PALESTRAS FSSPX: DVDs À VENDA
Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Criamos uma página exclusiva aqui no blog para venda dos DVDs das palestras proferidas pelos padres do Priorado da FSSPX em Santa Maria.
Sempre que tivermos novidades nos títulos e mas quantidade disponíveis essa página será atualizada.
É uma grande oportunidade para instrução/formação pessoal e também conhecimento do trabalho da FSSPX.
Nesse mar de heresias e ambiguidades pós-conciliares, nada melhor que o porto seguro da verdadeira Doutrina Católica.
8 DE DEZEMBRO: FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA
FESTA DA APRESENTAÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA
En dilectus meus loquitur mihi: Surge, propera, amica mea, columba mea, formosa mea, et veni: — “Eis aí o meu amado que me diz: Levanta-te, apressa-te, amiga minha, pomba minha, formosa minha, e vem” (Cant. 2, 10).
Sumário. Afiguremo-nos ver a santa Menina que, acompanhada dos seus pais e de numerosos anjos, se põe a caminho de Jerusalém. Chegada que é aos degraus do templo, beija, de joelhos, as mãos de São Joaquim e de Santa Anna, pede-lhes a benção, e, sem mais olhar para traz, despede-se do mundo e consagra-se irrevogavelmente ao seu Deus. Felizes de nós, se pudéssemos oferecer hoje ao Senhor os primeiros anos da nossa vida! Ofereçamos-lhe ao menos os poucos que ainda nos restam; pois, melhor é começar tarde do que nunca.
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I. A santa Menina Maria, apenas chegada à idade de três anos, rogou a seus santos pais, que, conforme a sua promessa, a levassem a encerrar-se no templo. Quando chegou o dia marcado, eis que parte de Nazaré a imaculada Virgenzinha com São Joaquim e Santa Ana e com uma multidão de anjos, que acompanham a santa Menina destinada a ser a Mãe do seu Criador. Vai, pois, lhe diz São Germano, vai, ó Virgem santa, vai à casa do Senhor, e espera a vinda do Espírito Santo, que te fará Mãe do Verbo Eterno.
Chegada que foi a santa comitiva ao templo de Jerusalém, a santa Menina se volta para seus pais, e, de joelhos, beijando suas mãos, pede-lhes a benção, e depois, sem mais olhar para traz, sobe os degraus do templo, e, despedindo-se então do mundo, e renunciando a todos os bens que o mundo lhe podia prometer, oferece-se e consagra-se inteiramente ao Criador.
A vida de Maria no templo não foi senão um ato contínuo de amor e de consagração de si mesma ao Senhor: ela ia crescendo de hora em hora, ou antes, de instante em instante, nas santas virtudes, auxiliada, sim, pela graça divina, mas também trabalhando com todas as suas forças para cooperar com a graça. — Ela mesma se mostrou um dia à virgem Santa Isabel e lhe disse: “Pensas, porventura, que obtive as graças e as virtudes sem fadiga? Sabe que não obtive graça alguma de Deus sem grande trabalho, oração contínua, desejo ardente e muitas lágrimas e penitências.” Continuar lendo
É A MARIA QUE O SENHOR DEVE A SUA CONVERSÃO
Um Padre Missionário foi chamado a visitar um senhor muito idoso, que tivera uma vida perversa.
Ao chegar ao lugar disse-lhe o velho:
– Aqui está, Padre, um pecador abominável.
O Sacerdote atendeu-o em confissão a qual foi ótima.
Depois de sacramentado, quis o ministro de Deus saber o motivo daquela excelente conversão. Ao que ele respondeu:
– Não sei; o pensamento de me confessar começou há dias a bulir comigo.
– Mas esse pensamento, tornou o Padre, deve ter uma causa. Qual será?
– Não sei, Padre, repetia ele todo feliz.
– Foram seus amigos que o animaram à confissão?
– Não tenho amigos, por aqui.
– O senhor freqüentava a igreja?
– Nunca!
Neste momento o missionário deu com os olhos num quadro da Santíssima Virgem pendente da parede.
– Quê, um objeto desses em sua casa? Como se explica isso com sua vida incrédula?
– Sim, meu Padre, e cada dia recito três vezes Ave-Maria diante dele, para obedecer à última vontade de minha mãe ao morrer.
– Pois bem; aí está a solução toda. É s Maria Santíssima que o senhor deve a graça da conversão.
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Nunca poderemos aqui na terra suficientemente compreender o grau de bondade de nossa Mãe do Céu.
Como Maria Santíssima é boa! – Frei Cancio Berri C. F. M
SE NÃO TIVESSE LEVANTADO…
Morria, certo dia, uma piedosa mãe. Antes de expirar, chamou o único filho e pediu-lhe que nunca omitisse o belo exercício de rezar todas as manhãs e todas as noites três Ave-Marias em honra a Nossa Senhora.
O bom filho prometeu-lho e com fidelidade cumpria a palavra dada. Uma noite, porém, esqueceu-se da piedosa prática. Acordado, após umas horas de sono, lembrando-se do esquecimento, levantou-se e de joelhos disse devotamente as Ave-Marias. Estava ainda de joelhos, quando se abre, de repente, a porta do quarto e entra um sonâmbulo. Vai direto à cama vazia e … enterra um punhal até aos copos no colchão.
Não tivesse se levantado, sem dúvida, teria perdido tragicamente a vida.
Nossa Senhora mostrou como protege os que lhe querem bem.
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A devoção de três Ave-Marias diárias muitíssimo aconselhadas pelos Santos e pregadores realiza maravilhas. Que ninguém omita essa importantíssima prática. E é bom acrescentar depois de cada Ave-Maria a jaculatória: “Ó Maria, minha Mãe, preservai-me do pecado mortal!”
Como Maria Santíssima é boa! – Frei Cancio Berri C. F. M