VENDA DO DVD – CURSO SOBRE SÃO JOÃO DA CRUZ

Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Em fevereiro havíamos lançado uma campanha para divulgação do trabalho da FSSPX, através da venda de palestras que são proferidas pelos padres do Priorado de Santa Maria/RS (clique aqui e veja). As unidades foram vendidas muito rapidamente, com a graça de Deus.

Como sabem, infelizmente, o apostolado da FSSPX no Brasil ainda é pequeno. São apenas 9 sacerdotes para atender 19 missões. E quantos outros grupos não podem ser atendidos por essa limitação!!!!

Porém, há planos de expansão das Missões e Priorados.

Agora em março foi inaugurada a Casa Autônoma da FSSPX no Brasil, mostrando a estruturação e organização para seu devido crescimento.

Em 2016 foi ordenado mais um brasileiro e em 2017/2018 serão ordenados mais 5 sacerdotes daqui do Brasil.

Quem é atendido pela FSSPX conhece o trabalho incansável dos padres, veem como prezam pela santificação dos fiéis (acima de tudo), e como são frutuosos seus incessantes trabalhos. Só não fazem mais porque, humanamente, não há condições para tal.

Sendo assim, como leigos, estamos trabalhando (e rezando) para que esse trabalho seja amplamente divulgado e todos os títulos das aulas estejam novamente disponíveis em breve.

Hoje lançamos esse curso sobre São João da Cruz.

Infelizmente a quantidade é pequena e os primeiros que enviarem email (gespiox@yahoo.com.br) com a solicitação, serão atendidos.

Conseguimos também algumas poucas unidades do DVD de São Tomás de Aquino e de Santo Agostinho.

As descrições, quantidade e valores (já com frete PAC incluso) estão abaixo:

SÃO JOÃO DA CRUZ (R$40,00) – Disponibilidade: ESGOTADO

  • Introdução Geral
  • O desastroso século XVI
  • El Gran Imperio
  • Contemplação
  • História da Ordem Carmelita
  • Formação de São João da Cruz
  • A Reforma Teresiana
  • Prisão de Toledo
  • Prisão de Toledo e Escritos
  • Subida ao Monte Carmelo
  • Noite Escura
  • Crise Interna
  • Paixão e Morte de Fr. Juan
  • Santa Teresinha, autêntica interprete
  • Conclusão

SÃO TOMAS DE AQUINO (R$40,00) – Disponibilidade: ESGOTADO

  • Introdução Geral
  • Boecio & Cassiodoro
  • São Bernardo e Abelardo
  • Fé e Razão
  • Hugo de São Vitor
  • Sto. Alberto Magno
  • Origens de Santo Tomás
  • Começo da vida intelectual e religiosa
  • Da ordenação sacerdotal até Colônia
  • Fim de sua vida. Seu papel na Igreja

SANTO AGOSTINHO (R$40,00) – Disponibilidade: ESGOTADO

  • Introdução Geral
  • Império Romano
  • A Conversão do Império
  • A Formação de Santo Agostinho
  • A Formação de Santo Agostinho
  • De Caída em Caída
  • Nas Vias  do Retorno
  • Conversão
  • Sacerdote e Bispo
  • Luta contra os Maniqueus e Donatistas
  • Consideração Doutrinal: a Verdade e o Sujeito. Crise Pelagiana
  • Subjetivismo. O Mal, a Liberdade e a Graça
  • Ação Infatigável – Visão de Conjunto de sua Obra Literária
  • Resenha de “A Cidade de Deus”
  • Amante da Beleza – Resenha de “Confissões e Retratações”

AMOR DE UM VELHINHO

Resultado de imagem para S. Afonso RodríguezUm dia estava rezando, diante de uma imagem de Maria, S. Afonso Rodríguez, irmão leigo jesuíta, muito bom e muito santo.

Já era velhinho e passava longas horas aos pés de sua boa Mãe do céu. Às vezes punha-se a chorar como uma criança; às vezes sorria como um anjo. Tinha algum sofrimento? Ia logo comunicá-lo a Nossa Senhora.

Sentia alguma alegria? Depressa, ia contá-la à Mãe do céu. Tentavam-no os demônios? Corria aos pés da Imaculada e pedia-lhe que não o desamparasse nem na vida nem na morte.

Naquele dia estava ele a dizer a Nossa Senhora que a amava de todo o seu coração. E parecia ao santo velhinho que a Virgem Santíssima lhe sorria amavelmente. Ouviu, enfim, ou pareceu-lhe ouvir do fundo de sua alma uma voz que dizia:

– Afonso, quanto me amas?

E o bom do velho respondeu:

– Olha, minha boa Mãe do céu: amo-te tanto, tanto, que é impossível me possas amar tanto como eu te amo.

A Senhora, ouvindo isso, levanta a mão amorosa, dá-lhe uma leve bofetada e diz:

– Cala-te, Afonso, cala-te!… que estás dizendo? Eu te amo imensamente mais do que tu me podes amar.

Eis por que devemos amar a Maria: ama-nos tanto que jamais poderemos compreender toda a grandeza de seu amor.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

A FOTO DO GRUPO DAS “PRIMEIRAS-DAMAS”, O CAVALO DE CALÍGULA E DESTENAY

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Fonte: Corrispondenza Romana – Tradução: Dominus Est

Está rodando o mundo a foto do grupo das “primeiras-damas” na reunião da OTAN em Bruxelas, onde junto a 9 mulheres aparece um homem de terno e gravata, aparentemente um “intruso”, rodeado por companheiras e esposas dos presidentes e primeiros-ministros internacionais. 

Quem é o valentão posando entre Brigitte Trogneux , esposa de Emmanuel Macron, Melania Trump, Emine Gülbaran, esposa do presidente turco Erdogan, rainha Mathilde da Bélgica, Ingrid Schulerus, companheira do Secretário Geral da OTAN Stoltenberg, Desislava Radeva, companheira do presidente búlgaro, Amelie Derbaudrenghien,  companheira do premier belga, Mojca Stropnik, parceira do primeiro-Ministro esloveno e Thora Margret, primeira-dama da Islândia?

RETRATO SÓCIO-CULTURAL

A resposta é deprimente e representa, mais uma vez, emblematicamente, a concreta e surreal mudança sociocultural que ocorre em nossa sociedade.

O décimo componente, “bendito entre as mulheres” – de fato, segundo os ditames éticos globais, leva o “título” por posar junto às outras primeiras-damas, uma vez que Gauthier Destenay, “marido” de Xavier Bettel, primeiro-ministro de Luxemburgo é, quanto tal, “primeira-dama”, em pé de igualdade com todas as outras.

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O protocolo do “politicamente correto” deve, portanto, inclui-lo na foto de grupo das “primeiras-damas”, apesar da evidente e macroscópica contradição decorrente da pertença a um outro sexo. Podemos apostar que a partir de agora veremos lentamente desaparecer da linguagem jornalística o termo “primeira-dama” em nome de um inclusivo e respeitoso “primeiro-parceiro”.

O CAVALO DE CALIGOLA & DESTENAY

Tal patético encontro recorda o episódio de Calígula, que fez de seu próprio cavalo um senador seguindo à letra todas as disposições jurídicas necessárias à sua, formalmente válida, eleição.

Uma visão invertida pela qual é o direito positivo – entendido como uma lei posta pelo homem para construir a realidade ao seu próprio gosto e, não o contrário, seja o último a inspirar e definir as normas estabelecidas pelo legislador.

Bem como o cavalo de Calígula, embora tivesse sido o melhor cavalo de carga, não poderia de forma alguma aspirar ao status de senador porque, não sendo um ser humano, era desprovido ontologicamente dos requisitos necessários, do mesmo modo, Gauthier Destenay imortalizado posando entre as mulheres como uma “primeira-dama” é, na realidade, desprovido pela natureza das prerrogativas essenciais para ser considerado uma “primeira-dama”.

Neste sentido, a foto da reunião da OTAN em Bruxelas é uma total distorção da realidade e do bom senso comum.

Publicado originalmente por Rodolfo de Mattei em osservatoriogender.it

A SANTÍSSIMA TRINDADE E O DOM DE SI

Resultado de imagem para garrigou lagrangeInvocamos a Santíssima Trindade cada vez que fazemos o sinal da cruz, que dizemos o Glória, o Credo. Estas são as primeiras palavras religiosas que são pronunciadas sobre nós ao batismo, estas serão as derradeiras que nos prepararão para passar à vida eterna.
 
Todavia, o dia da festa da Santíssima Trindade, instiga-nos a perguntar: porque este mistério de um só Deus em três pessoas, que parece-nos tão abstrato e enigmático, é o mais amado pelos contemplativos?
 
Santo Agostinho e Santo Tomás respondem-nos: é por este ser o mistério supremo, que nos manifesta a vida intima de Deus em sua infinita fecundidade; é o objeto primordial da visão do céu, e se ele nos fosse plenamente desvendado, todos os demais mistérios, a Encarnação redentora, a Missão do Espírito Santo e a vida da Graça, seriam iluminados do alto e vistos em plena luz. Eles são, com efeito, irradiações da Verdade suprema e da Vida íntima de Deus três vezes santo.
 
 
I. A fecundidade infinita da Vida Divina.
           
Este mistério manifesta-nos primeiramente a fecundidade ilimitada de Deus Pai, que comunica a seu Filho a natureza divina e, por seu Filho, ao Espírito Santo. É o dom de Si, o mais perfeito que se possa conceber e a comunhão mais íntima. Ora, temos tanta necessidade de aprender este generoso dom de Si mesmo, sobretudo nas circunstancias dolorosas em que nos encontramos, na qual não encontramos o equilíbrio e a paz senão doando o que podemos: a verdade que liberta do erro e a bondade de coração que alivia os sofrimentos físicos ajudando-nos a sair da escravidão do pecado.
   
Se soubéssemos abrir os olhos, tudo nos convidaria ao dom de nós mesmos; na natureza, o sol dá seu calor e sua luz, a planta adulta dá a vida a uma outra, o animal a transmite aos seus filhotes e provê a sua subsistência; o artista que entreviu a beleza, quer exprimi-la; o pensador, que descobriu a verdade, quer divulgá-la; o apóstolo, que possui a santa paixão do bem, quer fazê-la nascer nos outros.
   
Em todos os graus da escala dos seres, vemos que o bem é por si difusivo, bonum est essentialiter diffusivum sui, diziam os antigos. E quanto mais elevada a sua ordem, mais se dá abundante e intimamente. Ele atrai para si, fortifica, enriquece, repousa.

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NO CÉU NOS RECONHECEREMOS – PRIMEIRA CARTA – PARTE 4

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Porque Deus só basta aos escolhidos, seguir-se-á que terão a Deus unicamente? – A sua liberalidade em todas as ordens conhecidas prova qual seja a mesma na ordem da glória. – É falso que nos esqueçamos no Céu ou que sejamos insensíveis à felicidade de nos tornarmos a ver. – Palavras de S. Francisco de Sales sobre este mútuo reconhecimento e sobre a alegria que dele resulta. 

Disseram-vos ainda:

“Só Deus é suficiente aos escolhidos!

Sem dúvida, deixando-se ver e possuir por nós, só Deus seria bastante para nos tornar a todos felizes. Mas que se pode concluir daqui?

Se bastava a si mesmo desde toda a eternidade, direis vós que nada criou no tempo e que nós não existimos? O menor sofrimento do Redentor bastava para nos salvar a todos: negareis Sua Paixão e Sua Morte?

A Sua Divindade é suficiente a si mesma: credes que ela não tenha cuidado algum da Sua humanidade?

Descei desta ordem toda divina até à ordem da graça e da mesma natureza, e contai todos os socorros que nos são oferecidos para santificar nossas almas, todas as iguarias que nos são dadas para nutrir nosso corpo, contai todas as flores que ornam a terra e todos os astros que brilham no firmamento, e dizei se o Senhor se contentou de criar para nós o suficiente, ou se passou muito além dele.

E querer-se-ia que na ordem da glória, quando houver de recompensar os Seus fiéis servos, os Seus apóstolos, os Seus mártires, os Seus pontífices, os Seus confessores e as Suas virgens, se limitasse a dar-lhes estritamente o necessário! Continuar lendo

SINOPSE DOS ERROS IMPUTADOS AO CONCÍLIO VATICANO II

Continuamos nosso trabalho de denúncia dos erros do Concílio Vaticano II. Consideramos ser este tipo de denúncia teológica a única saída, em termos humanos, para a crise que nos atormenta já há décadas, visto que da parte das autoridades do vaticano, os erros continuam a ser ensinados e difundidos. Tanto os Congressos realizados pelo jornal Si Si No No, quanto o recentemente lançado Simpósio de Paris, que deve se repetir de ano a ano, são algumas das iniciativas que temos assistido e que nos permitem aprofundar a análise deste Concílio que, decididamente, não foi católico. Deve ser rejeitado, sim, e o será um dia pela autoridade suprema do Vigário de Cristo. Por enquanto ele ainda é a pedra de tropeço para tantas comunidades religiosas e padres que, acreditando ser possível manter a Tradição e aderir ao Concílio, aceitam acordos que sempre terminaram por inserir estes padres e fiéis no ambiente pervertido, heretizante e modernista que reina no Vaticano.   

A presente Sinopse dos Erros de Vaticano II é a tradução da versão francesa do jornal SiSiNoNo, publicada a partir do número 247, de julho-agosto de 2002.    

OS PECADORES SOFREM

Resultado de imagem para pecadoresExpliquei antes que é a vontade que faz o homem sofrer (14.9). Meus servidores não sofrem, porque se despojaram da vontade própria e se revestiram da minha. Eles vivem contentes, sentem minha presença em suas almas. Mesmo que possuíssem o mundo inteiro, não seriam felizes se eu estivesse ausente. As realidades terrenas são menores que o homem, para ele foram criadas, não vice-versa. Por tal motivo os bens materiais não satisfazem; somente eu sou capaz de saciar o homem. Já os infelizes pecadores, como cegos, afadigam-se continuamente, à procura de uma felicidade fora de mim. E sofrem.

Queres saber como sofrem? Quando alguém perde algo, com o que se identificara, seu apego faz sofrer. É o que acontece  com os pecadores, identificados por vários modos com os bens materiais. Eles se materializam. Uns identificam-se com a riqueza, outros com a posição social, outros com os filhos; uns se afastam de mim por apego a uma pessoa; outros transformam o próprio corpo em animal imundo e impuro. Todos eles assim se nutrem de bens terrenos. Gostariam que tais realidades fossem duradouras, mas não o são. São perdidas por ocasião de mortes ou de outros acontecimentos por mim dispostos. Diante de tal perda, os pecadores entram em sofrimento atroz, pois a dor da separação se compara à desordenada afeição a posse. 

Se os pecadores usassem os bens materiais enquanto emprestados, sem nenhum sofrimento os perderiam. Angustiam-se, por não mais ter o que amavam. O mundo não dá a felicidade total; não se sentindo inteiramente saciados, os pecadores sofrem. Quanta ilusão produz, por exemplo, o remorso; como se martiriza quem deseja vingar-se! O homem desejoso de vingança se corrói e morre antes mesmo de matar o inimigo. O primeiro morto é ele mesmo. Mata-se com o punhal do ódio. Quantos padecimentos no ganancioso, que multiplica ao extremo suas necessidades. E o invejoso, a morder-se no próprio coração; jamais se alegra com a felicidade alheia, angustia-se por falsos temores em tudo quanto se apega. Todos estes carregam-se com a cruz do diabo e experimentam nesta vida a certeza da condenação. Vivem diversamente doentes e, se não se corrigirem, vão depois para a morte eterna.    

São homens feridos pelos espinhos das contradições, a torturarem-se interna e externamente. E por cima, sem merecimento algum! Sofrem na alma e no corpo, nada merecem; é sem paciência que padecem esses males. Vivem revoltados, apegando-se aos bens materiais com desordenado amor. Não possuem a graça e a caridade, são árvores mortas (v. 14.2) que produzem frutos mortíferos. Vão se afogando na dor pelo rio do pecado; cheios de ódio entram pela porta do diabo; atingem as águas mortas e chegam à condenação!

O Diálogo – Santa Catarina de Sena

POBRES FILHOS DE UMA SOCIEDADE QUE JÁ NÃO RECONHECE O MAL.

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Queridos filhos,

Quero chamá-los assim, mesmo que não os conheça. Mas, nas longas horas de insônia que seguiram ao anúncio deste terrível ataque, em que muitos de vocês já morreram e muitos ficaram feridos, eu os senti ligados a mim de uma forma especial.

Vocês vieram ao mundo, muitas vezes sem ser desejados, e ninguém lhes deu as “razões adequadas para viver”, como dizia o grande Bernanos a seus contemporâneos adultos. Vocês foram entregues ao mundo sob dois grandes princípios: que podiam fazer o que quisessem, pois cada desejo de vocês é um direito; e a importância de se ter o maior número possível de bens de consumo.

Vocês cresceram assim, acreditando que tivessem tudo. E quando vocês tinham algum problema existencial – antigamente se dizia assim – e o comunicavam aos seus pais, aos seus “adultos”, logo tratavam de agendar um psicanalista para resolver o problema. Eles só se esqueciam de dizer a vocês que existia o Mal. E o Mal é uma pessoa, não um conjunto de forças e energias. É uma pessoa. Esta pessoa estava escondida ali, durante o concerto. E a terrível asa da morte, que a acompanha, se apoderou de vocês.

Meus filhos, vocês morreram assim, quase sem razões, do mesmo jeito como viveram. Não se preocupem, afinal ninguém os ajudou a viver; mas farão certamente um belo funeral, no qual se expressará ao máximo esta oca retórica laicista, com todas as autoridades  presentes – incluindo, infelizmente, até os religiosos –, todos de pé, em silêncio. Naturalmente, será um funeral em espaço aberto, mesmo para os que tem fé, já que hoje em dia o único templo é a natureza.

Robespierre riria de tudo isso, pois nem mesmo ele teve essa fantasia. Aliás, nas igrejas não se fazem mais funerais, pois, como diz agudamente o cardeal Roberto Sarah, agora nas igrejas católicas só se celebram os funerais de Deus. Os “adultos” não se esquecerão de colocar nas calçadas os seus bichinhos de pelúcia, as memórias de sua infância, de sua primeira juventude. E depois tudo será arquivado na retórica daqueles que não têm nada a dizer sobre tragédias, pois nada tem nada a dizer sobre a vida.

Espero que, nesse momento, pelo menos alguns destes gurus – culturais, políticos e religiosos – contenham as palavras e não nos atropelem com os discursos habituais,  dizendo que “não se trata de uma guerra de religião”, que “a religião é, por natureza, aberta ao diálogo e à compreensão”. Espero que haja um instante silencioso de respeito. Antes de tudo, pelas suas vidas, ceifadas pelo ódio do demônio, mas também pela verdade. Pois os “adultos” deviam, antes de tudo, ter respeito pela verdade. Podem não servi-la, mas devem ter respeito por ela.

Seja como for, eu que sou um velho bispo que ainda crê em Deus, em Cristo e na Igreja, vou celebrar a missa por todos vocês no dia do seu enterro, para que do outro lado – quaisquer que tenham sido suas práticas religiosas – vocês  encontrem o rosto querido de Nossa Senhora, e que, apertando vocês em seu abraço, os console desta vida desperdiçada, não por culpa de vocês, mas por culpa dos seus “adultos”.

(Dom Luigi Negri é arcebispo de Ferrara, Itália. Texto publicado no dia 23 de maio de 2017, no jornal italiano Nova Bússola Cotidiana, a propósito do ato terrorista ocorrido na véspera, na Inglaterra)

Fonte: Opus Mater Dei

NO CÉU NOS RECONHECEREMOS – PRIMEIRA CARTA – PARTE 3

Resultado de imagem para céu catolicoSerá verdade que os santos só amam a Deus? – Eles amam-se entre si como concidadãos, como irmãos, como dois amigos que vêem todas as perfeições um do outro. – Deus só é cioso do nosso amor de adoração. – O amor recíproco dos santos glorifica-o como Criador, como Pai, como princípio de toda a amabilidade.

Disseram-vos que os santos amariam só a Deus.

Ouvi a resposta do abade Marcos no seu belo livro sobre a felicidade dos santos:

“A pátria celeste é-nos incessantemente apresentada no Evangelho sob o símbolo dum reino, duma sociedade, duma família. Mas uma sociedade, um Estado, uma família não é simplesmente uma aglomeração de individualidades estranhas umas às outras; mas sim uma reunião de seres inteligentes e racionais, obedecendo a leis comuns e obrigatórias para todos, que fazem um só e mesmo corpo da harmônica união destes diversos membros.

Ora, entre todas estas leis, há uma que é salvaguarda, e como que o laço de todas as outras; é a lei da solidariedade social ou fraternal, que ordena a todos se dediquem por cada um, e que cada um se dedique por todos, à proporção das forças e necessidades de cada membro. É, por outros termos, a lei da mútua caridade, a lei do amor.

No Céu nos amaremos como se amam os filhos dum mesmo pai, como irmãos queridos e ternas irmãs; amar-nos-emos, como se amam dois amigos que só se conhecem desde ontem, e cujos corações, apenas se encontraram, se compreenderam e encadearam um no outro, por uma simpatia que sentem ser indestrutível e eterna.

Desde o momento em que nossas almas tiverem penetrado no seio de Deus, encontrar-se-ão abrasadas duma fervente caridade de umas para com as outras. A sua vista e recíproca presença serão como que uma faísca que operará este abrasamento, assim como na natureza física se vê muitas vezes um corpo inflamar outro corpo, somente pelo efeito do choque ou simples contato. Continuar lendo

DO ESGOTO DO MUNDO À SALVAÇÃO DOS NOSSOS FILHOS

abcDom Lourenço Fleichman OSB

O que me leva a escrever hoje é a constatação, cada dia mais evidente, da dificuldade que as famílias católicas têm para viver neste mundo enlouquecido e transviado. O espetáculo que estamos assistindo, e que não se limita ao carnaval, mas ao ano todo, e a todos os anos, é de meter medo. Nossas famílias, nossas melhores famílias, não conseguem se isentar deste mundo. Todos pactuam  com práticas diversas de destruição do que resta de decência e de família. Digo “família” porque já não há mais nada de sociedade a ser preservado, já não temos mais o que defender! Tudo está destruído. Mas talvez ainda possamos lutar dentro de nossas famílias, ou dentro de nossos corações.

Ora, é justamente esta constatação da destruição de todas as realidades sadias da  antiga sociedade que explica a dificuldade das pessoas em não se contaminar.  Explico.

Dentro de uma sociedade em vias de corrupção, as pessoas teriam de sair de casa tomando certos cuidados para não serem contaminadas: cuidados com os outdoors, com as bancas de jornal, com o convívio no trabalho, e até mesmo com  os assaltos na rua. Dentro de suas casas, haveria necessidade de lutar constantemente contra os programas de televisão, tomar cuidado com o tipo de gibi ou de video-game que compra para os filhos. Dentro de uma sociedade assim, indiferente a Deus e apóstata da Santa Religião Católica, os pais de família teriam de trazer para seus filhos um bom catecismo, uma Capela onde se celebre a Santa Missa Tridentina, onde o catecismo fosse ensinado segundo a doutrina de sempre da Igreja.

Mas não é numa sociedade em vias de decadência, que nós vivemos. E é nesse ponto que se encontra o erro de tantos pais. Ao achar que a questão é de grau de corrupção, eles procuram defender  suas famílias sem no entanto tirá-las do ambiente em que estão sendo corrompidas.

Vejam bem o que quero dizer: nossa sociedade já não tem mais nada que mereça a nossa atenção. Os valores em voga nessa sociedade formam um esgoto nojento e fedorento que emporcalha tudo e todos. Não há como escapar! Você sai na rua, você vai ao médico, você compra um jornal, você é engenheiro, ou advogado, ou motorista de ônibus, o que seja, o que se faça, na rua ou dentro de casa, o esgoto se espalha, contamina, agarra-se em nossas peles, transmite o seu cheiro insuportável. E é tal a realidade disso que estou dizendo, que, estando todos contaminados, estando todos sujos e fedorentos nas entranhas de nossos costumes e de nossos interesses, os homens não sentem mais o fedor de si mesmos! Todos agem,  pensam, falam, com os critérios da lama e da cloaca. Continuar lendo

DA HUMILDE SUBMISSÃO

Resultado de imagem para submissãoNão te importes muito de saber quem seja por ti ou contra ti; mas trata e procura que Deus seja contigo em tudo que fizeres. Tem boa consciência e Deus te defenderá, pois a quem Deus ajuda não há maldade que o possa prejudicar. Se souberes calar e sofrer, verás, sem dúvida, o socorro do Senhor. Ele sabe o tempo e o modo de te livrar; portanto, entrega-te todo a ele. A Deus pertence aliviar-nos e tirar-nos de toda a confusão. Às vezes é muito útil, para melhor conservarmos a humildade, que os outros saibam os nossos defeitos e no-los repreendam.

Quando o homem se humilha por seus defeitos, aplaca facilmente os outros e satisfaz os que estão irados contra ele. Ao humilde Deus protege e salva, ao humilde ama e consola, ao humilde ele se inclina, dá-lhe abundantes graças e depois do abatimento o levanta a grande honra. Ao humilde revela seus segredos e com doçura a si o atrai e convida. O humilde, ao sofrer afrontas, conserva sua paz, porque confia em Deus e não no mundo. Não julgues ter feito progresso algum, enquanto te não reconheças inferior a todos.

Imitação de Cristo – Tomás de Kempis

UMA CURA EM LOURDES

Uma gruta de Lourdes no Marrocos | Diocese de Porto NacionalQuando Jesus andava pelo mundo, bastava a sua palavra e, às vezes, um olhar seu para curar os doentes e ressuscitar os mortos.

A hóstia consagrada, onde se acha oculto, tem o mesmo poder, quando ele o quer.

É muito notável um caso referido pelo célebre médico Dr. Boissarie em seu relatório dos milagres em Lourdes.

Margarida de Sabóia chegou à gruta em estado lastimável: entrevada, metida num caixão como se fora um cadáver, pálida, sem voz, sem carnes, tendo embora 25 anos, pesava apenas 16 quilos.

Quando partiu para Lourdes disseram-lhe os médicos que não teria mais de 15 dias de vida; e os da gruta não se atreveram a tocá-la, por que mal ainda respirava. Nem sequer pensaram em levá-la à piscina, mas contentaram-se de colocá-la diante da Virgem ali mesmo.

Ao passar o Santíssimo, uma sacudida forte e irresistível atirou-a para fora de sua maca. Quando Margarida se deu conta de que estava de joelhos ao pé da caminha, levantou-se por si mesma, sem auxílio de ninguém, e gritou com toda a força:

– Estou curada!

A mãe, atônita, corre ao encontro da filha que a abraça e diz com voz forte:

– Mãe, estou curada!

No mesmo dia – diz o Dr. Boissarie – entrou em nosso escritório, bem segura sobre seus próprios pés, embora meio morta pela debilidade. O seu contentamento era tão grande, a sua alegria tal que nem sentia fraqueza.

Dissemos que pesava 16 quilos; poucos dias após a cura pesava já 44. O crescimento tomou seu curso natural e a estatura aumentou de sete a oito centímetros. Isto na idade de 25 anos!

Aqui não se trata de cura, mas de ressurreição. A virtude do Deus da Eucaristia operou este milagre.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

NO CÉU NOS RECONHECEREMOS – PRIMEIRA CARTA – PARTE 2

Resultado de imagem para céu catolicoBem-aventurança essencial e bem-aventurança acidental. – Três erros sobre esta bem-aventurança acidental citados pelo filosofismo. – Confissão de J. J. Rousseau. – Refutam-se estes três erros.

Gozar plenamente do que temos amado pura e santamente na terra, eis para nós o Céu. Gozar de Deus constitui a bem-aventurança essencial.

Este gozo da criatura que nos tem sido mais querida, sem deixar de ser secundário, torna-se para a alma uma doce consolação, desde que a morte nos arrebata aqueles que mais amávamos; e Deus nos envia, para moderar nossos pesares, a esperança de torná-los a ver, de reconhecê-los, de amá-los ainda muito especialmente no Céu, e de receber deles também os testemunhos duma especial afeição.

Quantas vezes não tem servido esta esperança de remédio a vossas feridas e de alívio a vossas dores?

Mas, eis que muitas pessoas, aquelas mesmas cujos lábios devem guardar a ciência e cujo coração deve ser o depositário da lei (Malach. II, 7) ousaram primeiramente dizer-vos que não nos reconheceríamos no outro mundo, nem mesmo no Paraíso; depois repreenderam, como uma imperfeição, o vosso vivo desejo de possuir no Céu, além do Criador, certas pessoas ternamente queridas, vosso esposo e vossos filhos.

Finalmente, fazem crer ao mundo que a perfeição cristã, mais ainda a vida religiosa, esgota no coração humano a fonte da sensibilidade, para deixá-lo seco e gelado para com seus pais, irmãos ou irmãs e seus amigos.

No Céu tudo se esquece em Deus, dizem elas. Deus não vos será suficiente? Os santos nunca amaram senão a Deus, chamado pela Escritura um Deus cioso (Exod., XXXIV, 14). Continuar lendo

FOTOS E VÍDEOS DA PEREGRINAÇÃO DA FSSPX À APARECIDA – 2017

No sábado passado, dia 20/05, a Tradição fez mais uma peregrinação à Aparecida.

1 2O ENCONTRO

Como de costume, fiéis vindos de alguns Priorados, Capelas e Centros de Missa da FSSPX se encontraram em frente a uma igreja (São Benedito) em Pindamonhangaba.

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Dentro dessa igreja o Pe. Rodolfo proferiu algumas palavras sobre o Jubileu das comemorações de Aparecida e Fátima, nessa ano. Após, o Pe. Juan María deu a bênção e aspergiu os fiéis que iniciariam a caminhada.

A SAÍDA DA PEREGRINAÇÃO

Nas ruas de Pindamonhangaba, iniciando os 22 quilômetros!

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OS PRIMEIROS 09 QUILÔMETROS E A PRIMEIRA PARADA

Trecho com vários terços rezados, músicas tradicionais cantadas e com a oportunidade da confissão pelo caminho.

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A primeira parada se deu com, mais ou menos, 9 km. Hora de um descanso, um lanche e uma conversa com os amigos.

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E MAIS 7 QUILÔMETROS

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Imagens que ficam na nossa memória pela beleza e simplicidade: “Deixai vir a mim as criancinhas…”

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PARADA PARA O ALMOÇO E O FIM DA CAMINHADA

Por volta do 16° quilômetro, uma pausa para o almoço. Um descanso pra recobrar as forças para o último trecho.

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Perto das 16:00h, chegamos a Aparecida para visitar nossa Mãe Santíssima, que tanto nos ajuda nesse “vale de lágrimas”! Orações por nós, por nossos familiares, pela conversão dos pecadores e por nosso país tão dessacralizado.

VÍDEO DA CHEGADA NA BASÍLICA

Devido a um pequeno atraso que tivemos no percurso não conseguimos chegar a tempo para cantar o Regina Coeli dentro da Basílica, como em 2016 (veja o vídeo aqui), visto que iniciaria um evento por lá. Assim, seguimos direto para visitar nossa Mãe querida. Momento de pedir proteção, agradecer todas as maravilhas que Ela nos concede.

O CREDO NAS ESCADARIAS

Na saída da Basílica para a Missa, enquanto alguns já seguiam para a Missa de encerramento, outros ainda estavam junto a Nossa Senhora na Basílica, e para não atrasar a Missa, muitos pararam em uma das escadarias para nosso sinal de fidelidade à Igreja, cantando o Credo.

credo

MISSA SOLENE DE ENCERRAMENTO

No fim da tarde, a Missa solene rezada pelo Pe. Juan Maria, assistido por D. Lourenço e Pe. Rodolfo.

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Abaixo colocamos um áudio do Coro da FSSPX cantando o Introito, o Kyrie e o Glória nessa Missa:

CONSAGRAÇÃO DA FSSPX AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

Após a Missa Pe. Juan Maria consagra a FSSPX, seus fiéis, amigos e benfeitores à Nossa Senhora, colocando em seu Imaculado Coração todas suas obras.

Que Nossa Senhora nos abençoe para que em 2018 possamos estar presentes nessa maravilhosa Peregrinação, para honra e glória de Nosso Senhor.

 

A SANTA MISSA É DE GRANDE AUXÍLIO PARA AS ALMAS DO PURGATÓRIO

Resultado de imagem para missa purgatórioPara concluir esta instrução, refleti que não foi premeditadamente que eu disse anteriormente que uma única Santa Missa, tomada em si e em relação ao seu valor intrínseco, basta para esvaziar inteiramente o Purgatório e abrir a todas as almas, que lá se acham, as portas do Paraíso. Com efeito, este Divino Sacrifício vai em auxílio das almas dos falecidos, não só satisfazendo por suas dívidas como propiciatório, mas ainda obtendo-lhes a libertação, como impetratório. Isto decorrente claramente da conduta da Igreja, que não somente oferece a Santa Missa pelas almas sofredoras, como também insere orações para libertá-las.

Ora, a fim de excitar vossa compaixão por essas santas almas, sabei que o fogo em que estão mergulhados é tão devorador quanto o do próprio Inferno; tal é a opinião de São Gregório. Instrumento da Justiça Divina, ele age sobre as almas com tão grande ardor que lhes causa dores intoleráveis e superiores a todos os suplícios que jamais se pode ver, experimentar ou sequer imaginar aqui na Terra. Muito mais, porém, sofrem elas pela pena de dano, e é a privação da bem-aventurada Visão de DEUS. Elas experimentam, diz São Tomás, uma insuportável angústia, causada pelo desejo que têm de ver o Soberano Bem, desejo que não pode ser satisfeito.

Pois bem, consulta-vos intimamente e respondei à pergunta: Se vísseis vosso pai e vossa mãe a ponto de afogar-se num lago e que para salvá-los vos bastasse estender a mão, não seríeis levados, pela caridade e pela Justiça, a socorrê-los? E então! vedes com os olhos da Fé tantas pobres almas de vossos parentes próximos, queimando vivas num lago de fogo, e não quereis impor-vos um pequeno incômodo para assistir devotamente à uma Santa Missa em seu sufrágio! De que é feito o vosso coração?

Pois quem pode duvidar que a Santa Missa leve um grande auxílio a essas pobres almas? Quanto a isto, ouvi São Jerônimo. Ele vos dirá claramente que, ao celebrar-se a Santa Missa por uma alma do Purgatório, o fogo tão devorante que ordinariamente a consome, suspende sua ação e ela não sofre pena alguma enquanto dura o Sacrifício. Animae quae sunt in Purgatorio pro quibus solet sacerdos in Missa orare, ínterim nullum tormentum sentiunt dum Missa celebratur.

Além disso, afirma que, a cada Santa Missa, muitas almas ficam livres do Purgatório e voam para o Paraíso? Missa celebrata, plures animae exeunt de Purgatorio.
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OS PECADORES E AS RIQUEZAS

Resultado de imagem para jovem ricoEnganam-se, pois, os pecadores. Ao se privarem da luz da fé, tornam-se cegos e caminham tateando, agarrando-se a tudo que encontram. Com o olhar obscurecido, afeiçoam-se aos bens materiais e passageiros, iludem-se como tolos que vêem o ouro e não o veneno.

Deves saber que as realidades materiais, com seus prazeres e deleites, quando conseguidas e conservadas sem mim, só por egoísmo desordenado, não passam de escorpiões enganadores. Na tua juventude, depois da visão da árvore (14.8), eu te fiz ver escorpiões com cabeça de ouro e cauda de veneno. O ouro e o veneno confundiam-se, mas o aspecto que primeiro se via era do ouro. Apenas conseguiam escapar do veneno aqueles que estavam iluminados pela fé. Como te disse naquela ocasião, tais pessoas eram as que eliminavam o veneno da própria sensualidade. Os que preferiam possuir bens materiais, eram os que usavam sua inteligência na aquisição, posse e uso do “ouro” deste mundo. As almas desejosas de grande perfeição, desprezavam o ouro, afetiva e efetivamente.

Como te afirmei aquela vez, estes últimos são os que seguem os conselhos (evangélicos) quanto ao desejo e quanto à prática, conforme o legado de Cristo. Outros, na posse de bens, seguem os conselhos somente pelo desejo, não na vida prática.

Como os conselhos estão ligados aos mandamentos, ninguém vive estes últimos se não segue os conselhos, senão efetivamente, pelo menos quanto ao desejo. Em outras palavras, o cristão que possui bens, deve fazê-lo na humildade, sem orgulho, como coisa emprestada, não própria. Dou-vos os bens para o uso. Tanto possuís, quanto concedo; tanto conservais, quanto permito; e tanto permito, quanto julgo útil à vossa salvação. Tal há de ser a vossa atitude quanto ao uso dos bens materiais. Assim fazendo, o cristão obedece aos mandamentos – amando-me sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo – e conserva o coração desapegado das riquezas, afetivamente, como nada possuindo. Não se apega aos bens, não os possui em oposição aos meus desígnios. Continuar lendo

NO CÉU NOS RECONHECEREMOS – PRIMEIRA CARTA – PARTE 1

Resultado de imagem para céu catolicoEstado da questão

É permitido afligir-nos pela morte dos nossos parentes, contanto que não cessemos de esperar. – Testemunho de Santo Agostinho. – Prática da Igreja – Palavras de S. Paulino. – Exemplo de Jesus Cristo.

SENHORA,

A morte descarregou o seu terrível golpe junto de vós, sobre as pessoas que vos eram mais caras. A vossa dor é extrema, e é legítima, ainda que não duvideis da eterna salvação daqueles cuja falta lamentais.

Por que motivos vos será proibido chorar por vossos parentes e amigos que adormecem no Senhor, contanto que, seguindo o conselho do Apóstolo, vos não entristeçais como os que não têm esperança? (I Thess. IV 12).

Santo Agostinho comentava assim estas palavras:

“É natural entristecermo-nos com a morte daqueles que nos são caros, pois que a natureza tem horror à morte, e a fé nos ensina que ela é um castigo do pecado.

A tristeza é uma necessidade: Hinc itaque necesse est ut tristes simus, quando aqueles que amamos deixam de existir. Porque, ainda que saibamos que nos não abandonam para sempre, como aconteceria se devêssemos ficar sempre na terra, mas que nos precedem pouco tempo, porque estamos destinados a segui-los talvez muito breve; todavia, como não contristaria o sentimento do nosso amor a inexorável morte que se apodera do nosso amigo?

Que seja permitido, pois, aos corações amantes entristecerem-se com a morte das pessoas amadas, contanto que haja um remédio para esta dor e uma consolação para estas lágrimas, na alegria que a fé nos faz gozar, assegurando-nos da sorte de nossos queridos defuntos, que se apartam somente por algum tempo de nós e passam a melhor vida.”[2] Continuar lendo

SALVA A CIDADE E SEU POVO

Resultado de imagem para caminhão guerra antigo soldadosFoi durante a terrível luta dos nacionalistas espanhóis contra os comunistas de 1936 a 1939. O bravo general Queipo de Llano apoderou-se  com apenas 200 homens da grande cidade de Sevilha. Lançou logo pedidos aéreos de socorro a Málaga, Madrid e Toledo. Não obteve respostas.

O povo estava apavorado, pois tivera aviso que avançava contra a cidade uma coluna de vinte caminhões  carregados de dinamite para destruírem tudo como os vermelhos já tinham feito em outros lugares. Os poucos homens não poderiam resistir às forças muitos maiores e por isso a população recorreu com profundo fervor à imagem milagrosa de Nossa Senhora, que tanto se venera na catedral de Sevilha.

O general mandou um punhado de bravos ao encontro dos caminhões e eles, em distancia de poucos quilômetros, se esconderam no bosque ao lado da estrada dispostos a sacrificar a vida. Logo depois ouviram no bosque o rumor dos motores que se aproximavam.

De repente, já perto, pararam. E ouvia-se distintamente uma voz que gritava:

“Que faz aquela senhora no meio da estrada com aquele menino no colo? Que vá embora!”

Outros gritavam: Continuar lendo

ESTE MENINO SERÁ PADRE

Resultado de imagem para são joão boscoO que vamos narrar é um episódio da vida de S. João Bosco.

Um dia foi procurá-lo a condessa D. Z. para suplicar-lhe que abençoasse seus quatro filhinhos. Dom Bosco, sempre amável e amigo das crianças, com muito afeto deu uma poderosa bênção aos pequenitos.

A Sra. Condessa, que também se ajoelhara, levantou-se certa de que a bênção daquele sacerdote, que ela considerava um Santo, atrairia sobre toda a família graças copiosas de Deus.

Depois, apertando a si os filhos e sabendo, como era notório, que D. Bosco lia no futuro, perguntou-lhe:

– Dom Bosco, que será de meus filhos?

D. Bosco, gracejando referiu-se a cada um, a começar pelo mais velho, profetizando bem a todos. Quando chegou ao último, pôs-lhe a mão sobre a cabeça, contemplando-o com particular interesse.

– Qual será a sorte desse, D. Bosco?

– Da sorte deste último não sei, Sr. Condessa, se ficará contente…

– Diga, pois, o que lhe parece.

– Bem! deste digo que será um ótimo padre.

A estas palavras a cena transformou-se de repente; a nobre dama empalideceu, apertou a si o menino como para livrá-lo de uma desgraça, e fora de si exclamou: Continuar lendo

REMORSO DO CONDENADO: PODIA SALVAR-ME TÃO FACILMENTE

inferTransiit messis, finita est aestas, et nos salvati non sumus – “O tempo da ceifa é passado, o estio findou-se, e nós não fomos salvos” (Ier. 8, 20).

Sumário. O que mais que o fogo cruciará o réprobo no inferno é ter que dizer consigo: Se eu tivesse feito para Deus tanto quanto fiz para condenar-me, seria um grande santo; agora, ao contrário, hei de ser infeliz para sempre! – Meu irmão, quem sabe se este cruel remorso não virá a ser o teu lá no abismo infernal, se não mudares de vida? Apressa-te, pois, sem perda de tempo: remedeia o mal feito e resolve-te a empregar todos os meios para assegurar-te a salvação eterna.

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Apareceu certo dia um condenado a Santo Umberto e disse-lhe que o que mais atormentava no inferno era a lembrança do pouco pelo que se tinha condenado e do pouco que tivera de fazer para se salvar. O mesmo nos afirma o Angélico Santo Tomás: “A principal pena dos condenados”, diz ele, “será o verem que se perderam por um nada, e que podiam, com suma facilidade, adquirir a glória do paraíso, se o houvessem querido.” – É pois verdade, dirá então o desgraçado réprobo, se eu me tivesse mortificado para não ver aquele objeto, se tivesse vencido o respeito humano, se tivesse evitado tal ocasião, tal companheiro, tal conversação, não me teria condenado. Se me tivesse confessado cada semana, se tivesse perseverado na congregação, se todos os dias tivesse feito leitura espiritual, se me tivesse recomendado a Jesus e Maria, não teria recaído. Tantas vezes tomei a resolução de assim fazer, mas nunca a executei; ou comecei a fazê-lo e depois me descuidei e assim me condenei.

Este remorso será aumentado com a lembrança dos bons exemplos que lhe davam os bons amigos e companheiros; e mais ainda com a vista dos favores que Deus lhe concedeu para a salvação: dons naturais, como sejam a saúde, a fortuna, os talentos, que Deus lhe deu para se santificar fazendo deles bom uso; dons também sobrenaturais: tantas luzes, inspirações, convites, tantos anos concedidos para reparação das faltas cometidas. Mas o desgraçado verá que no triste estado em que se acha, já não há tempo para remediar o mal. Continuar lendo

CONSAGRAÇÃO DA IGREJA DO NOVICIATO SÃO BERNARDO, EM ILOILO, NAS FILIPINAS

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Fonte: La Porte Latine / FSSPX Distrito da Ásia

No dia 13 de maio, D. Bernard Fellay, Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, consagrou a magnífica igreja do noviciato São Bernardo, em Iloilo, nas Filipinas, sob o título de Nossa Senhora de Fátima, por ser o dia do aniversário do centenário da primeira aparição.

Centenas de fiéis filipinos cercaram os treze sacerdotes que viajaram para este dia maravilhoso que mostra o resultado de muitos anos de esforço para dar à Tradição um novo lugar de recolhimento, onde será celebrada a Missa de sempre.

A construção da monumental igreja em meio aos campos de arroz da Ilha Panay começou em 2012. O trabalho progrediu no ritmo determinado pelas doações e pelas estações: assim, em 2014, o projeto foi consideravelmente desacelerado em consequência do tufão Hagupit. 

Para acompanhar um pouco de sua evolução, clique nos links abaixo:

Reportagem n° 1 de fevereiro de 2015
Reportagem n° 2 de outubro de 2015
Reportagem n° 3 de fevereiro de 2016
Reportagem n° 4 de julho de 2016
Reportagem n° 5 de setembro de 2016
Reportagem n° 6 de janeiro de 2017
Reportagem n° 7 de fevereiro de 2017

Deo Gratias!

NO CÉU NOS RECONHECEREMOS – INTRODUÇÃO – VANTAGENS DESTA PUBLICAÇÃO

Resultado de imagem para céu catolicoEsta esperança é-nos dada ainda por Monsenhor Wicart, Bispo de Laval:

“Li, diz ele, com muito prazer e fruto o seu livro – No Céu nos Reconheceremos.

Continuai, meu bom Padre, a escrever obras tão piedosas e atraentes ao mesmo tempo; muitas pessoas vos deverão a felicidade de se resolverem a marchar com passo firme no caminho que conduz à pátria celeste, onde se tornarão a encontrar para viverem eternamente em Deus”.

O sr. Hamon, pároco de S. Sulpício, escrevia-nos assim:

“O seu agradável opúsculo é muito próprio para consolar tantas pobres almas aflitas, que, tendo gozado na terra a felicidade de amarem certas pessoas queridas, têm dificuldade em conceber que se possa ser feliz longe delas.

Sem dúvida, Deus só, basta ao coração; mas a parte sensível da nossa alma tem repugnância de se elevar a esta verdade; e se o conhecimento que tivermos uns dos outros no Céu não aumentar a felicidade essencial no seio de Deus, a esperança deste conhecimento aumentará imensamente a nossa consolação nesta vida. É o fim que vos propusestes, e que haveis perfeitamente conseguido.

O seu livro é, pois, uma boa obra, um verdadeiro ato de caridade que lhe agradeço pela minha parte”.

O bem que produziu este opúsculo prova-se por cinqüenta mil exemplares em língua francesa, espalhados no espaço de quatro anos; pelas numerosas traduções feitas no estrangeiro; pelos novos opúsculos que suscita cada ano sobre o mesmo objeto, e por fatos que nos têm sido contados muitas vezes. Continuar lendo

DA VIDA INTERIOR

Resultado de imagem para sozinho igrejaO reino de deus está dentro de vós, diz o Senhor (Lc 17,21). Converte-te a Deus de todo o coração, deixa este mundo miserável, e tua alma achará descanso. Aprende a desprezar as coisas exteriores e entrega-te às interiores, e verás chegar a ti o reino de Deus. Pois o reino de Deus é a paz e o gozo no Espírito Santo (Rom 14, 17), que não se dá aos ímpios. Virá a ti Cristo para consolar-te, se lhe preparares no teu interior digna moradia. Toda a sua glória e formosura está no interior (Sl 44,14), e só aí o Senhor se compraz. A miúdo visita ele o homem interior em doce entretenimento, suave consolação, grande paz e familiaridade sobremaneira admirável.

Eia, alma fiel, para este Esposo prepara teu coração, a fim de que se digne vir e morar em ti. Pois assim ele diz: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e viremos a ele e faremos nele a nossa morada (Jo 14,23). Dá, pois, lugar a Jesus e a tudo mais fecha a porta. Se possuíres a Cristo, estarás rico e satisfeito. Ele mesmo será teu provedor e fiel procurador em tudo, de modo que não hajas mister de esperar nos homens. Porque os homens são volúveis e faltam com facilidade à confiança, mas Cristo permanece eternamente (Jo 12,34), e firme nos acompanha até ao fim.

Não se há de ter grande confiança no homem frágil e mortal, por mais que nos seja caro e útil; nem nos devemos afligir com excessos, porque, de vez em quando, nos contraria com palavras ou obras. Os que hoje estão contigo amanhã talvez sejam contra ti, e reciprocamente, pois os homens mudam como o vento. Põe toda a tua confiança em Deus, e seja ele o teu temor e amor; ele responderá por ti, e fará do melhor modo o que convier. Não tens aqui morada permanente (Hbr 13,14), e onde quer que estejas, és estranho e peregrino; nem terás nunca descanso, se não estiveres intimamente unido a Jesus. Continuar lendo