Resposta a algumas objeções
I
É perigoso não responder às objeções. – As de que falamos, resultam da idéia falsa ou acanhada que se faz do Céu – O pensamento católico exprimido com felicidade por Dante. – Luzes que os bem-aventurados têm. – Eles não ignoram as nossas necessidades. – Desejo que têm de nos socorrer. – A sua lembrança de tudo.
SENHORA,
Nenhuma das verdades solidamente estabelecidas na Igreja deve ser abalada em nossas almas, por uma ou muitas objeções, cuja solução nos escapa.
“A verdade é do Senhor e permanecerá eternamente”, diz a Escritura (Ps. CXVI, 2); as objeções são do homem, o tempo muda-as, e o sopro da ciência as dissipa.
Todavia, acontece que uma verdade claramente demonstrada, não penetra profundamente em nossa alma, enquanto tivermos uma dificuldade a que não achemos resposta. Algumas vezes mesmo a objeção apodera-se de tal modo do nosso espírito, que chega a expelir dele a verdade.
É o que se deu em muitas pessoas a respeito do objeto de que nos ocupamos. Não sabendo como rasgar o véu de algumas dificuldades que lhes ocultava esta luz tão consoladora, têm dito que não nos reconheceremos no Céu. A sua imprudência poderia comparar-se à dum menino que, não podendo dissipar o espesso nevoeiro, negasse a existência do Sol.
As objeções que vos têm feito, e que me haveis transmitido, resultam de se não formar uma idéia assaz justa e grande do Céu. Continuar lendo