A língua do homem precisa muito de regra e de freio, porque não há quem não esteja grandemente inclinado a falar e discorrer sobre as causas que mais agradam aos sentidos.
E’ devido a uma certa soberba, que, na maioria dos casos, somos levados a falar muito . Persuadimos-nos, devido a este orgulho, de que sabemos muito,comprazemos-nos nas nossas opiniões e procuramos que os outros aceitem as nossas, para que tenhamos autoridade sobre eles, como se todos precisassem aprender de nós.
Não podemos, com poucas palavras, falar do mal que provem das muitas palavras.
A loquacidade é a mãe do desafeto, é a arma da ignorância e da insensatez, a porta da crítica descaridosa, o veículo das mentiras e o esfriamento da devolução.
As muitas palavras dão força às paixões viciosas, e estas, por sua vez, incitam depois, a língua, a que continue na sua loquacidade indiscreta .
Com os que não te ouvem de boa vontade, não sejas longa, para não os molestares. E faz o mesmo com os que gostam de te ouvir, para não seres imodesta. Continuar lendo