DO MODO DE POR FREIO À LÍNGUA

Resultado de imagem para pecado da linguaA língua do homem precisa muito de regra e de freio, porque não há quem não esteja grandemente inclinado a falar e discorrer sobre as causas que mais agradam aos sentidos.

E’ devido a uma certa soberba, que, na maioria dos casos, somos levados a falar muito . Persuadimos-nos, devido a este orgulho, de que sabemos muito,comprazemos-nos nas nossas opiniões e procuramos que os outros aceitem as nossas, para que tenhamos autoridade sobre eles, como se todos precisassem aprender de nós.

Não podemos, com poucas palavras, falar do mal que provem das muitas palavras.

A loquacidade é a mãe do desafeto, é a arma da ignorância e da insensatez, a porta da crítica descaridosa, o veículo das mentiras e o esfriamento da devolução.

As muitas palavras dão força às paixões viciosas, e estas, por sua vez, incitam depois, a língua, a que continue na sua loquacidade indiscreta .

Com os que não te ouvem de boa vontade, não sejas longa, para não os molestares. E faz o mesmo com os que gostam de te ouvir, para não seres imodesta. Continuar lendo

COMO DEVEMOS FUGIR DA IGNORÂNCIA E TAMBÉM DA CURIOSIDADE

Resultado de imagem para lendoNesta batalha espiritual, não basta a confiança em Deus e a desconfiança de nós mesmos. Somente com estas duas armas, não nos venceremos a nós mesmos,mas cairemos muitas vezes. E assim, além destas duas virtudes, é necessário uma terceira coisa: o exercício.

É preciso exercitar a inteligência e a vontade.Quanto à inteligência, deve ela ser resguardada de duas coisas que a costumam obscurecer: a ignorância e a curiosidade.

A ignorância deixa a mente em trevas e impede que ela conheça a verdade, que é o objeto próprio da inteligência.

Com o exercício, devemos tornar a mente clara e lúcida, para que possa ver e discernir bem, quanto é mister para purificar a alma das paixões desordenadas e orná-la com as santas virtudes.

De dois modos poderemos obter este resultado, O primeiro, é o mais importante a oração. Peçamos ao Espírito Santo que se digne infundir suas luzes em nossos corações. E o Divino Espírito o fará, se, em verdade, procurarmos a Deus somente,e se, em todas as causas, pusermos o juízo dos nossos padres espirituais, acima do nosso.

O segundo modo é um contínuo, profundo e leal exame de nós mesmos, para ver se somos bons ou maus, não segundo a aparência boa ou má dos nossos atos, nem conforme o juízo dos sentidos e o critério do mundo, mas segundo o juízo do Espírito Santo. Continuar lendo

AS TENTAÇÕES NOS SÃO ENVIADAS POR DEUS PARA NOSSO BEM

tentacao1Para entendermos que é Deus quem nos envia, para nosso bem, as tentações, devemo-nos lembrar que o homem, devido à má inclinação de sua natureza corrompida, é soberbo, ambicioso e sempre se presume valer mais do que realmente vale.

Esta estima é a tal ponto perigosa para o proveito espiritual, que bastam leves resquícios desta presunção para que fiquemos impossibilitados de atingir a perfeição.

Por isso, Deus, com sua amorosa Vigilância por cada um dos homens, e, muito especialmente, por aqueles que estão ao seu serviço, cuida de por a alma em estado que a salve do perigo e, quase que forçados, façamos justo conceito de nós mesmos.

Assim Deus fez ao apóstolo São Pedro, permitindo que ele o negasse, afim de que se conhecesse a si próprio e não confiasse em si. E ao apóstolo São Paulo, após o levar ao terceiro céu e patentear-lhe os segredos divinos, enviou-lhe duras tentações, afim de que ele conhecesse sua fraqueza natural e se humilhasse, gloriando-se unicamente de suas enfermidades, e para que a grandeza das revelações que Deus lhe fizera não lhe abrisse caminho à presunção. De tudo isto, o próprio São Paulo dá testemunho.

Deus se apieda de nossas misérias e más inclinações e permite que sejamos tentados de muitas maneiras e às vezes de um modo terrível, para que nos humilhemos e saibamos verdadeiramente quem somos.

A nós, porem, muitas vezes parece que sejam inúteis e prejudiciais aquelas tentações. Mas Deus assim procedendo, mostra a sua bondade e sabedoria, pois, com aquilo que a nós nos parece mais nocivo, mais ele se alegra, para que mais nos venhamos a humilhar. E é de humildade que mais carece nossa alma. Continuar lendo