Nota do blog: Recomendamos que se leia (como pré-requisito) o livro “O homem, animal político”, de Juan Antonio Widow, a fim de que se entenda a verdadeira noção de autoridade. Também a modo de complemento, após a leitura do texto recomendamos a palestra do Pe. Davide Pagliarani intitulada “O pontificado do Papa Francisco”.
por Dardo Juan Calderón
Fonte: Adelante la Fe – Tradução: Dominus Est
Meu corpo é meu
Se o crasso materialismo tivesse razão e o que chamamos “espírito” é, na realidade, uma secreção do cérebro — como é a bile do fígado ou os hormônios das glândulas — que se melhora e adapta-se com a evolução… por que esta secreção fica louca e se declara dona do corpo? Quem é o “eu” que se presume proprietário do corpo? Se sou apenas corpo! O cartel deveria dizer “sou corpo” e basta. Mas isso iria colocá-los em um problema; com que direito contrario o que o corpo define? Se somos matéria, é absurdo que se queira ser algo que a matéria não dispôs. Tanto o querer ser de outro sexo como o ser eterno são ideias que contrariam a matéria, e sem dúvida nascem de um “espírito” (ou de vários). Mas por que aparecem essas coisas ao espírito? Por acaso enlouqueceu?
Um materialista coerente nunca contrariaria as definições do seu corpo, nem sequer se rebelaria perante a morte recorrendo a mil artifícios para evitá-la; ao contrário, uma vez recebido o dado da caducidade e envelhecimento, faríamos como o cavalo da zamba (NdT: estilo musical argentino) que “correu ao barranco cansado de trotear”.
Não é concebível, por exemplo, um hormônio que entenda que todo o corpo exista para lhe dar prazer, que o corpo seja de sua propriedade, mas então… por que a mente do homem persegue ideias que rejeitam sua constituição corporal? Desde esse ponto de vista é tão inexplicável o martírio que sacrifica a vida corporal por uma “ideia” que vai contra o instinto de conservação quanto a homossexualidade que se rebela contra sua constituição biológica e entra em um labirinto de disfunções. São coisas ditadas por um espírito alheio ou superior ao corpo. Ou é certo que o homem é um macaco enfermo de espírito? Continuar lendo