É MAIS FÁCIL FAZER PENITÊNCIA COM A VIRGEM

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

A verdade é que, à primeira vista, a penitência nos assusta. Talvez nós simplesmente não queiramos fazê-la, ou talvez pensemos que não podemos? Mas esse modo de pensar produz maus frutos e leva à destruição da vida da graça, porque é o oposto da vida de Cristo.

A penitência, embora amarga, é tão necessária à nós quanto a comida e a bebida são para o corpo. Mas esse alimento amargo no início, carrega uma doçura espiritual muito especial, acima de tudo o que a terra pode oferecer.

Se isso não é suficiente para nos encorajar no caminho da penitência, nosso bom Pai, que está no céu, nos deu uma terna Mãe para nos moldar em sua prática. Como uma criança toma seu remédio amargo? Ele toma o que não gosta graças aos afagos de sua mãe.

É o mesmo na vida espiritual. E Maria nos ensina dessa forma em Lourdes e Fátima: “Penitência, penitência!

A vida de Nossa Senhora era, de fato, uma vida de dor sem comparação. Ora, a penitência é essencialmente a dor pelo pecado, com a firme resolução de repará-lo e não fazê-lo novamente. Pela pena de seus pecados, o homem reconhece seus delitos contra Deus, que é a fonte de toda bondade e amante das almas.

O segundo pensamento, que pode nos ajudar a perseverar na prática da penitência, é o pensamento em Jesus e Maria.

No meio da alegria do Natal, enquanto Maria segurava Jesus nos braços, Simeão profetizou: “Eis que este menino está posto para a ruína e para ressurreição de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição, e uma espada trespas­sa­rá a tua alma a fim de se descobrirem os pensamentos escondidos nos corações de muitos.” (Lc 2, 34). O Pe. Faber diz que essas palavras encheram a alma de Maria de uma dor indescritível e que lhe foi dada conhecer todos os detalhes da futura paixão de Cristo. Em outras palavras, como Jesus desejou sua paixão desde a concepção, Maria obteve essa graça 40 dias após o nascimento de seu Filho. Assim, a partir do dia da Apresentação, Jesus e Maria se uniram em uma sinfonia de dores, em uma vida de penitência.

Essa verdade profunda nos ensina exatamente como praticar a penitência. Não necessariamente de flagelações diárias ou jejuns freqüentes de pão e água. A forma mais profunda de penitência, a mais acessível e mais necessária a todos, é manter presente essa dor contínua do pecado, enquanto olha as severas penas de Cristo em nossos corações.

Você está sentado em seu escritório? Em união com Maria, deixe que as tristezas de Cristo ocupem uma parte importante de seu espírito, mesmo que você faça tarefas mais humildes em seu computador. Suas mãos que digitam e seus olhos cansados ​​são como aquelas mãos pregadas e dos olhos que buscam os corações que O buscam. É assim que Marie viveu. Ela viu as mãozinhas de Jesus bebê e sabia que um dia elas seriam pregadas em uma cruz. Ela olhou nos olhos de Jesus e viu as almas que Ele estava procurando. Cada movimento na vida de Cristo foi acompanhado por dor interior, por um verdadeiro sofrimento no Coração de Maria.

Em cada tarefa de nossa vida cotidiana, neste período da Quaresma, possamos nós reviver a vida de Maria. Que, com Maria, vejamos em cada árvore uma cruz, em cada mão um prego, em cada trabalho, cada obra, um fardo divino. Façamos todos nossos trabalhos diários neste espírito de união com o homem de dores. É assim que nossa conversão será concluída.

50 ANOS DA NOVA MISSA (PARTE 2): O DESENVOLVIMENTO DO MISSAL ROMANO

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Meio século atrás, o Papa Paulo VI impôs uma reforma litúrgica para toda a Igreja  em nome do Concílio que acabara de terminar. Assim nasceu a missa do Vaticano II. Ela foi imediatamente rejeitada por dois cardeais e desde então a oposição contra ela não enfraqueceu. Esse triste aniversário é uma oportunidade para traçar sua história.

Antes de se considerar a reforma litúrgica de Paulo VI e a nova Missa, é necessário recontar a história do Missal Romano, desde que essa reforma alega ser uma continuação do passado. Tal afirmação é absolutamente questionável. A distância histórica demonstra-o facilmente.

A primeira parte desta visão histórica geral sobre o desenvolvimento do Missal Romano volta para o século XII. Um novo estágio decisivo foram os trabalhos do Concílio de Trento e do Papa São Pio V, os quais apresentamos nesta segunda parte.

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Do século XII ao século XVI

O missal da Cúria Romana estava bem estabelecido no século XI. Começando com o século XII, um espírito de “reforma” foi instituído para tentar reduzir a multiplicação de composições e para restringir certos costumes, especialmente no Ofício Divino. Esse movimento pôde ser visto tanto nas ordens religiosas – Cartuxos, Cistercienses, Premonstratenses – ,  como nas seculares. A reforma litúrgica de Císter (abadia) era a mais notável. O alvo de cada Ordem era a unificação. Isso resultou no avanço da harmonização da liturgia por todo o mundo Romano.

No século XIII ainda havia várias formas do Missal Romano na própria Roma: o de Latrão, o da Basilica Liberiana, o de Santa Maria Maior, e outros. Deve ser enfatizado que as diferenças eram muito pequenas. Finalmente, o missal da Cúria seria o que iria prevalecer, e, por volta de 1230, o estado do Missal Romano estava a ponto de não mais ser modificado. Continuar lendo

50 ANOS DA NOVA MISSA (PARTE 1): A ELABORAÇÃO DO MISSAL ROMANO

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Meio século atrás, o Papa Paulo VI impôs uma reforma liturgica para toda a Igreja  em nome do Concílio que acabara de terminar. Assim nasceu a missa do Vaticano II. Ela foi imediatamente rejeitada por dois cardeais e desde então a oposição contra ela não enfraqueceu. Esse triste aniversário é uma oportunidade para traçar sua história.

Antes de considerar a reforma liturgica de Paulo VI e a nova missa, é necessário recontar a história do Missal Romano, pois essa reforma afirma ser a continuação do passado. A perspectiva histórica ajudará  com o entendimento sobre a inanidade dessa alegação.

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O desenvolvimento do Missal Romano extendeu-se por vários séculos. Mesmo que os elementos essenciais, requeridos para o cumprimento do Santo Sacrifício da Missa, sempre fizeram-se presentes, eles passaram por uma progressiva consagração em ritos os quais os fazem possíveis de se entendê-los e compreender seus profundos significados.

Os Primeiro Três Séculos

Os textos do Novo testamento recontam a instituição da Santa Eucaristia no anoitecer da Quinta Feira Santa. É a refeição pascal, a nova Páscoa, que estabelece a nova aliança com o precioso Sangue de Cristo. O dia escolhido para a renovação é o Domingo, o dia da Ressurreição. O ‘Didaqué’ do fim do primeiro século, fala do ‘Dia do Senhor”, e São Justino atesta isso no Século II.’

Os textos evangélicos também mencionam a ‘partilha do pão’ que traduz um elemento essencial em nessa nova adoração, o cumprimento do mandamento do Senhor: “Fazei isso em memória de mim”. O Livro dos Atos dos Apóstolos mostra essa cerimônia sendo realizada em casas privadas “no primeiro dia da semana, quando nos reuníamos para partilha do pão”(At. 20,7)

As primeiras construções reservadas a adoração apareceram bem rapidamente, já no Século II. A mais velha igreja foi fundada em Doura-Europos no Eufrates, e é datada de por volta do ano 232. Em Roma, teríamos que esperar até o começo do século III para encontrar traços documentais de construções religiosas cristãs.. Mas apesar da Primeira Apologia de São Justino, mártir, ( morto em 165), esse período não fornece qualquer detalhe quanto ao desdobramento da adoração Cristã e das orações empregadas. Aqui está uma notória passagem do santo apologista: Continuar lendo

RETORNAR A DEUS ATRAVÉS DE MARIA

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

O objetivo e o fim de nossa existência é nosso retorno a Deus. Para chegar a esse destino, devemos aproveitar os meios que Deus nos dá, a fim de não falharmos no caminho e não nos tornarmos presas do inimigo.

Felizmente, esse retorno a Deus ocorre pelo mesmo caminho na qual Ele escolheu vir a nós. Maria é esse meio e esse caminho. Maria é a única escada para o céu. Com efeito, se Ela é o último degrau dessa escada que desce de Deus a nós, ela também é o primeiro degrau de nossa ascensão a Deus. Esse é o significado do axioma: per Mariam ad Jesum – a Jesus por Maria.

Santo Anselmo explica isso em uma magnífica oração:

Por  ti, ó gloriosa Senhora, nos tornamos dignos de ascender a seu Filho Jesus, que se dignou a descer até nós através de ti. Por ti, ó Santíssima Virgem, podemos alcançar a glória Daquele que veio a nós em nossa miséria” (Oratio 54, PL 158, pp. 960-961). 

A esse respeito, São Bernardo diz que em nossas “viagens por essa terra estrangeira”, temos uma amável advogada que nos precede, que intercede por nós, como Mãe do Juiz e Mãe da Misericórdia, com sua humilde e eficaz súplica em matéria de salvação” (Sermo Nr 2 in dominica infra out. Assumpt. BMV , PL 183, p. 431).

A própria Imaculada confirma isso quando declara, em Fátima, que o seu Coração Imaculado é o nosso refúgio e o caminho que nos leva a Deus. Após seu Filho Encarnado, Maria não é a primeira criatura a retornar a Deus? Sim, não é apenas a primeira, mas também nos inclui em sua união com Deus. Ela é a imagem imaculada, o modelo para todos os remidos. Além disso, é, de certa forma, a representante de todos os remidos, de acordo com a notável sentença de Santo Tomás de Aquino: “Na Anunciação, foi pedido o consentimento da Virgem, não de toda a natureza humana” (Summa Theologica III, q. 30, art. 1). O Papa Pio XII em sua encíclica Mystici Corporis confirma com um conciso comentário: “Ela deu seu consentimento em nome de toda a humanidade”.

O retorno do mundo a Deus começa por uma nova aliança de Deus com a humanidade. Essa união divina, no entanto, não ocorre imediatamente com a humanidade como um todo. Deus escolheu passar por Maria e, por esse meio, restaurou a paz entre Deus e o homem. Dessa forma, Deus ratifica essa nova aliança, como fazem dois poderes quando assinam um tratado de paz. Maria é a escolhida por Deus para representar a humanidade e pelo seu fiat acolhe o Verbo eterno sobre a terra. E em seu consentimento, o retorno de toda a criação a Deus se torna possível.  Maria é, portanto, nossa assinatura sobre o tratado de paz de nossa salvação. A maneira pela qual o homem deve responder ao amor redentor de Deus se explica não apenas nos mandamentos de Deus e nos ensinamentos de Cristo e da Igreja (meios objetivos de salvação); mas também é colocado concretamente diante de seus olhos na pessoa de Maria. Sua atitude deve se tornar nossa; sua palavra, nossa palavra; seu fiat , nosso fiat . Somente na medida em que imito o consentimento de Maria em minha própria vida que meu coração será aberto a Cristo e à Sua graça.

MORTE CEREBRAL E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

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Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est

Tendo em vista os comentários acerca da revogação do Papa Bento XVI do consentimento à doação de seus órgãos, acreditamos ser apropriado apresentar essa breve exposição do Pe. Peter Scott acerca desta importante questão moral, frequentemente confusa para os católicos.

Pe. Peter Scott estudou medicina antes de entrar no seminário e foi ordenado em 1988 pelo Arcebispo Lefebvre. Ele serviu como professor de Teologia, Filosofia, Latim e História no seminário, assim como dois termos consecutivos como Superior do Distrito dos EUA pela FSSPX e como pároco do Holy Cross Seminary em Goulburn, Austrália. Atualmente, ele é reitor em Ontario, Canadá. Seus artigos eruditos e respostas acerca das questões a medicina moderna vem sendo muito valorizados ao longo dos anos.

A frequência do transplante de órgãos nos últimos anos trouxe à tona um debate não resolvido pelos Papas João Paulo II e Bento XVI, apesar das inúmeras discussões sobre a questão. Este não se trata de um debate acerca da moralidade intrínseca do transplante de órgãos. Essa questão foi, de fato, resolvida pelo Papa Pio XII, quando de sua alocução sobre o transplante da córnea ocular, a qual pode ser extraída do cadáver de uma pessoa falecida. Sobre o assunto, disse o seguinte a especialistas em cirurgia oftalmológica em 14 de maio de 1956: “O cadáver não é, no sentido apropriado da palavra, o sujeito de direitos, pois está privado da personalidade, única causa que o tornaria sujeito de direitos. A extração não é mais uma remoção de um bem; os órgãos visuais não mais possuem, em efeito, a qualidade de um bem em um cadáver, pois não mais o servem, e estão privados de finalidade.” Retira-se então a seguinte conclusão: “A pessoa falecida de quem a córnea é  retirada não é lesada em nenhum dos bens ao qual ela possui um direito, nem no próprio direito a esses bens.” (Citado de Courrier de Rome, #312, junho de 2008).

Os mesmos princípios podem ser aplicados ao transplante de órgãos vitais, moralmente permissíveis se retirados de um cadáver. João Paulo II confirmou este claríssimo ensinamento em um discurso ao 18º Congresso Internacional de Medicina em Transplante em 24 de agosto de 2000: “Órgãos vitais individuais em um corpo podem ser removidos unicamente após a morte. Este requerimento é óbvio, visto que agir diferentemente significaria intencionalmente causar a morte do doador ao remover seus órgãos.” 

Morte Cerebral e Morte Real 

Empty hospital bed

Todavia, o debate se impõe acerca da determinação do momento do óbito, necessário para moralmente remover os órgãos e realizar o transplante. A dificuldade se encontra no fato de que o momento da morte, a separação do corpo de sua alma, não é um evento sempre evidente perante a investigação empírica. Além disso, é claro que, como admitido por Pio XII e João Paulo II, a determinação desse momento não é uma questão para a teologia ou o Magistério da Igreja, mas sim de qualidade técnica pela qual a profissão médica é responsável.

Antes de 1968, o momento do óbito era determinado pela parada das funções cardíaca e respiratória, absolutamente necessárias para manter a unidade do ser vivo. Todavia, em 1968, os critérios de Harvard foram propostos e aceitos, a saber, que a morte cerebral poderia ser utilizada para determinar o óbito. Professor Seifert, especialista na questão, afirmou o seguinte ao LifesiteNews em 24 de fevereiro de 2009: “É em vão que buscamos qualquer argumento a favor desta alteração inaudita da forma de determinar o óbito …exceto por duas razões pragmáticas para a introduzir, as quais nada tem a ver com o estado vital do paciente, mas unicamente lidam com a praticidade de o considerar ou definir como morto …o desejo de obter órgãos para implante e a fim de ter um critério para desligar a ventilação mecânica nas UTIs.”

É a identificação da morte cerebral à morte real o fundamento moral para toda transplante de órgãos vitais desde 1968, visto que essa permite a extração de órgãos de uma pessoa considerada juridicamente morta (consequentemente não uma pessoa, nem considerada portadora de dignidade ou direitos humanos, exceto tal como determinado em seu último testamento), apesar de manter toda a aparência de sua vida biológica, partindo do fato de que suas funções cardíaca e respiratória são mantidas artificialmente. Tal opinião foi encorajada pelo Papa João Paulo II quando do discurso supracitado de agosto de 2000:

“Podemos dizer que os critérios recentemente estabelecidos para determinar o óbito com certeza, a saber, a completa e irreversível cessação de atividade cerebral, se rigorosamente aplicados, não parecem estar em conflito com os elementos essenciais de uma antropologia séria …a certeza moral é considerada a base necessária e suficiente para agir de forma eticamente correta.”

A opinião foi subsequentemente confirmada em 2006 por uma declaração da Santa Sé, intitulada “Por que o Conceito de Morte Cerebral é Válido como Definição do Óbito” (N.T.: tradução livre) e assinada pelo Cardeal Georges Cottier, então teólogo papal; Cardeal Alfonso Lopez Trujillo, naquele momento presidente do Conselho Pontifício para a Família; Cardeal Carlo Maria Martini, prévio Arcebispo de Milão; e Bispo Elio Sgreccia, na época presidente da Academia Pontifícia para a Vida.

Contudo, a declaração de João Paulo II certamente não foi definitiva, e, assim como Pio XII, ele aceitava o princípio de que, em dúvida, a pessoa deveria ser presumida viva, de forma alguma morta: “Ademais, reconhecemos o princípio moral segundo o qual mesmo a mínima suspeita de estar na presença e uma pessoa viva carrega consigo a obrigação de total respeito a ela e da abstenção de qualquer ação que busca ocasionar sua morte.” (20 de Março de 2004; Discurso a um congresso de médicos católicos). Seu assentimento para com a dúvida acerca dessa questão se evidenciou em sua aprovação da decisão da Academia Pontifícia para a Vida de convocar um encontro de especialistas em fevereiro de 2005 “Da Determinação do Momento Preciso da Morte” (N.T.: tradução livre), cujo propósito seria nulo se o critério neurológico fosse a resposta segura da questão.

Bento XVI prosseguiu com a mesma atitude deveras ambígua, de um lado a favor do transplante de órgãos como ato de caridade (ele mesmo um portador do cartão de doador de órgãos até ser eleito Papa), do outro insistindo que apenas a morte verdadeira pode legitimar o transplante. Professor E. Christian Brugger, colaborador sênior em Ética na fundação Culture of Life, ressaltou que em sua alocução de novembro de 2009 em uma conferência sobre transplante de órgãos organizada parcialmente pela Academia Pontifícia pela Vida, Bento XVI “advertiu que o princípio de certeza moral para a determinação do óbito deve ser de altíssima prioridade aos médicos. Com seu grupo de palestrantes, essa conferência …não tocou na questão moral que é central na controvérsia acerca dos transplantes de órgãos.” (LifeSiteNews, 4 de fevereiro de 2011).

Enquanto eticistas de escola tradicional mantêm a esperança de que a opinião no Vaticano retorne a condenar a morte cerebral como critério de morte real, devemos nos perguntar o porquê de tamanha timidez em frente a tão importante questão. Por que é que a evidente observação do bom senso de que a morte cerebral não é causa de dissolução do organismo, nem de sua unidade, nem de suas atividades vitais, não é claramente admitida  por teólogos modernistas? Só pode haver uma explicação: a influência da ética casuística, que declara que a moralidade de cada ato particular depende essencialmente das circunstâncias, e não do ato em si, resulta na hesitação em condenar atos como intrinsecamente maus. Isto, combinado com o foco em uma ética mais secular, concentrando valor na existência física do homem, em oposição à primazia de sua alma e de sua salvação eterna, gera tal confusão. Se apenas tivéssemos a clareza do Papa Pio XII que, em seu discurso sobre os problemas da ressuscitação, afirmou: “A vida humana prossegue enquanto suas funções vitais – o que não é a simples vida dos órgãos – prosseguem a se manifestar espontaneamente ou com o auxílio de procedimentos artificiais.(no Courrier de Rome, supracitado).

A falsidade da regra do doador falecido

Uma contribuição particularmente interessante ao debate sobre a moralidade da remoção de órgãos de pessoas consideradas cerebralmente mortas provém de uma fonte inesperada. É o New England Journal of Medicine que a publicou, em 14 de agosto de 2008, vol. 359 (7), pg. 674-675, em um artigo que demonstra para além de quaisquer graves dúvidas que a remoção de órgãos é realizada em pessoas que estão verdadeiramente vivas, e que, de fato, é a própria extração desses órgãos vitais, como pulmões, coração, dois rins, fígado completo e pâncreas, a real causa de morte.

O título do artigo é “A Regra do Doador Falecido e Transplante de Órgãos” (N.T.: tradução livre) e foi escrito pelo Dr. Truong e Professor Miller (vide excerto abaixo).

Os autores não concluem que, desta forma, o transplante não deve ser realizado, mas, ao contrário, justificam-no por um não-princípio utilitarista de que a pessoa falecerá logo de de um modo ou de outro. Isto não podemos aceitar, visto que a Igreja consistentemente ensina que o fim não justifica os meios, e não se pode assassinar uma pessoa pelo bem que trará a outra pessoa. De qualquer forma, a passagem infracitada como nota ilustra o princípio de que o doador de órgãos é, de fato, uma pessoa viva, e, destarte, o ato de tomar seus órgãos é uma aniquilação deliberada de sua vida, e que o transplante de órgãos vitais só pode ser justificado como a tomada de uma vida para salvar ou prolongar outra – ou seja, é como se fazer de Deus. Os autores são inteiramente a favor de tal imoralidade, mas ao menos eles evitam a hipocrisia proveniente de qualquer tentativa de justificar esse ato dissimulando que a pessoa vítima de morte cerebral é, na realidade, uma não-pessoa falecida, ressaltando que ela mantém diversas funções vitais e poderia viver por anos nesse estado.

Em suas próprias palavras: “A inconfortável conclusão que provém desta literatura é que, apesar de ser perfeitamente ética a remoção de órgãos vitais de pacientes, para transplante, que satisfazem o critério diagnóstico de morte cerebral, a razão pela qual esse ato seria ético não pode ser de que temos o convencimento que eles estejam realmente mortos.” Os autores nem mesmo hesitam em questionar os motivos pelos quais a profissão médica alterou a definição de morte da parada de função cardíaca para a morte cerebral, com o simples fim de obter órgãos para transplantação: “Na pior das hipóteses, a atual aprovação [dessas alterações] sugerem que a profissão médica vem manipulando a definição de morte para que esta cuidadosamente se conforme com as condições mais favoráveis para transplante. Na melhor das hipóteses, a regra proveu um uma cobertura ética que não resiste ao escrutínio criterioso.”

Dada esta exposição, resta-nos o urgente problema moral dos pacientes que estão morrendo, e cuja única esperança é o transplante de fígado, pulmão ou coração. Certamente, se está nas mãos da profissão médica a determinação do óbito, da mesma forma é responsabilidade da Igreja afirmar claramente que a morte cerebral não é morte real, nem é justificativa para o transplante. Esses órgãos só podem ser efetivamente obtidos de corpos que ainda mantém suas funções vitais e estão intactos – ou seja, estão biologicamente vivos. O fato de que a pessoa sofreu morte cerebral não altera esse fato[ de que estão biologicamente vivos] de qualquer forma. Essas pessoas não possuem outra alternativa, a não ser aceitar sua enfermidade terminal e se preparar para uma morte santa. Aceitar a doação de órgãos é aceitar que se termine a vida de outro para seu próprio bem.

Contudo, deve-se distinguir claramente as pessoas que podem receber a doação de um órgão de uma pessoa viva, sem a remoção do órgão causar-lhe a morte. Este é o caso da transplante de um único rim, da parte de um fígado ou pâncreas (seja de uma pessoa em boa saúde, seja de alguém em vias de morte), da córnea ou de outros procedimentos não lesivos, como doação de medula óssea (N.T.: como todo procedimento invasivo, a doação de medula pode ocasionar danos ao doador, mas esses são transitórios. Numa rápida busca pela literatura, não encontrei um exemplo sequer de mortalidade. É neste sentido que o procedimento deve ser considerado “não lesivo”.) Pelo contrário, tais transplantes, que requerem um sacrifício da parte do doador, mas não a perda da vida, são fortemente encorajados dado que eles representem um tratamento médico apropriado e proporcional

Finalmente, deve-se recordar os católicos de que não se deve garantir uma permissão geral para o transplante de órgãos de seu próprio corpo, como é frequentemente requerido, e que não devem consentir que tal permissão seja incluída em sua carteira de motorista (N.T.: o autor exemplifica que é prática comum nos Estados Unidos que a permissão seja impressa na carteira de motorista. O exemplo se estende, naturalmente, a quaisquer permissões formais em documentos oficiais). Efetivamente, esse consentimento significaria permissão para remover seus órgãos imoralmente, consequentemente para seu próprio assassinato, no caso de uma morte cerebral, e retiraria de seus parentes católicos a capacidade de evitar a realização desse procedimento por parte da profissão médica.

Excerto citado:

Padre Scott citou o seguinte artigo publicado por Dr. Truong e Prof. Miller, publicado no New England Journal of Medicine, em 14 de agosto, edição de 2008, vol. 359 (7), pg. 674-675.

Ele chocantemente demonstra que a indústria médica admite que pacientes “cerebralmente mortos” estão, na realidade, vivos. Assim, conclui-se sem erros que a extração de órgãos vitais desses pacientes é um ato imoral.

A regra do doador falecido e transplante de órgãos

Trauma hospitalar

Desde sua concepção, o transplante de órgãos é conduzido pelo requerimento ético geral conhecido como regra do doador falecido, que afirma que pacientes devem ser declarados mortos antes da remoção de quaisquer órgãos vitais para transplantação.

Antes do desenvolvimento da terapia intensiva atual, o diagnóstico de morte era relativamente simples: pacientes estavam mortos quando se tornavam frios, azulados e enrijecidos. Infelizmente, órgãos desses cadáveres não podem ser usados para transplante. 40 anos atrás, um comitê ‘ad hoc’ da Faculdade de Medicina de Harvard, presidido por Henry Beecher, sugeriu a revisão da definição de morte a fim de que pacientes com lesão neurológica devastadora se tornassem aptos para o transplante de órgãos sob a regra do doador falecido.

O conceito de morte cerebral nos serviu bem e vem sendo a justificativa ética e legal para milhares e doações e transplantes essenciais para salvar a vida dos recipientes. Ainda assim, persistiram as questões acerca do estado vital de pacientes com lesão cerebral massiva, apneia e perda de reflexos do tronco cerebral. Afinal, quando a lesão é inteiramente intracraniana, esses pacientes parecem inteiramente vivos: estão quentes e rosados; digerem e metabolizam comida; excretam; passam por maturação sexual e até mesmo reproduzem. Para um observador casual, eles se parecem inteiramente com os pacientes que recebem ventilação artificial por longos períodos e dormem.

Os argumentos que defendem que esses pacientes devem ser considerados mortos nunca foram inteiramente convincentes. A definição de morte cerebral requer total ausência de todas as funções de todo o cérebro, entretanto eles retêm a função neurológica essencial, como a secreção regulada de hormônios hipotalâmicos. Há quem argumente que esses pacientes estão mortos pois estão permanentemente inconscientes (o que é verdade), mas, se essa é a justificativa, então pacientes que estão em estado vegetativo permanentes, e que respiram espontaneamente, também deveriam ser considerados mortos, uma caracterização que a maioria consideraria implausível. Outros ainda afirmam que pacientes “cerebralmente mortos” estão mortos pois seu dano cerebral levou à “cessação permanente do funcionamento do organismo em sua totalidade”. Ao contrário, as evidências mostram que se esses pacientes forem assistidos além da fase aguda de sua enfermidade (o que raramente é feito), eles podem sobreviver por muitos anos. A inconfortável conclusão que provém desta literatura é que, apesar de ser perfeitamente ética a remoção de órgãos vitais de pacientes que satisfazem o critério diagnóstico de morte cerebral, a razão pela qual esse ato seria ético não pode ser de que temos o convencimento que eles estejam realmente mortos.

Ao longo dos últimos anos, a aprovação da regra do doador falecido foi novamente desafiada, dessa vez pela emergência da doação após morte cardíaca como via de doação de órgão. Sob os protocolos para esse tipo de doação, pacientes que não estão cerebralmente mortos, mas que estão passando por uma retirada planejada do suporte vital são monitorados para o evento de uma parada cardíaca. Pelos protocolos típicos, pacientes são considerados mortos dois a cinco minutos após uma assístole (considerada segundo critérios cardíacos), e seus órgãos são subsequentemente removidos para transplante. Apesar de todos concordarem que muitos pacientes poderiam ser ressuscitados após um intervalo de dois a cinco minutos, advogam por essa abordagem à doação com a defesa de que esses pacientes podem ser considerados mortos, pois a decisão foi tomada em prol de não tentar a ressuscitação.

Tal compreensão da morte é problemática em múltiplos níveis. A definição de morte cardíaca requer a cessação irreversível de função cardíaca. Enquanto a compreensão comum de “irreversível” é “impossível de reverter”, nesse contexto irreversibilidade é interpretada como o resultado da escolha de não reverter. Essa interpretação cria o paradoxo de que os corações de pacientes considerados mortos por perda irreversível de função cardíaca foram, de fato, transplantados e passaram a funcionar no tórax de outrem. Novamente, apesar de que pode ser ético a remoção dos órgãos vitais desses pacientes, acreditamos que a justificativa ética não pode ser fundamentada no convencimento de que os doadores estão mortos.

Na aurora do transplante de órgãos, a regra do doador falecido era aceita como uma premissa ética que não exigia reflexão ou justificativa, presumivelmente pois parecia ser necessária como segurança contra a remoção antiética dos órgãos vitais de pacientes vulneráveis. Em retrospecto, porém, parece que a aprovação da regra do doador falecido possui maior potencial de comprometer a confiança no empreendimento do transplante do que de preservá-la. Na pior das hipóteses, a atual aprovação sugere que a profissão médica vem manipulando a definição de morte para que esta cuidadosamente se conforme com as condições mais favoráveis para o transplante. Na melhor das hipóteses, a regra proveu um uma cobertura ética que não resiste ao escrutínio criterioso. Uma melhor abordagem na busca de órgãos vitais, enquanto se protege pacientes vulneráveis contra o abuso, seria enfatizar a importância de obter consentimento válido e informado de pacientes doadores ou seus procuradores antes da retirada do suporte de vida em situações de lesão neurológica devastadora e irreversível….

TOMADAS DE BATINA E TONSURAS EM 3 SEMINÁRIOS DA FSSPX NO HEMISFÉRIO NORTE

Seminário de Flavigny, França

D. Bernard Fellay entregou o hábito eclesiástico a 8 seminaristas, todos franceses.

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Seminário de Zaitzkofen, Alemanha

D. Alfonso de Galarreta, bispo auxiliar da Fraternidade São Pio X e primeiro Assistente Geral, entregou o hábito eclesiástico a 9 candidatos: 5 suíços, 3 alemães e 1 polonês.

Ele também concedeu a tonsura a outros 5 candidatos: 2 austríacos, 1 alemão, 1 lituano e 1 suíço, bem como as Ordens Menores a 6 seminaristas.

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Seminário de Dillwyn, Estados Unidos

D. Tissier de Mallerais entregou o hábito eclesiástico a 17 seminaristas, sendo 16 americanos e 1 canadense.

Conferiu também a tonsura a 20 seminaristas, sendo 18 americanos e 2 irlandeses.

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”

CANTORES HOJE, CATÓLICOS AMANHÃ

Irmãs da FSSPX

Tantas mães católicas hoje choram por crianças que se perderam nesse pobre mundo! Quando o filho pródigo voltou para casa, foi porque pensou na incomparável alegria que sentia no local. Há uma maneira muito simples que os pais podem utilizar para desenvolver e fomentar essa alegria: através das canções. A Educação é, acima de tudo, um respiro, e as canções lançam o perfume do bom humor que tanto favorece a saúde física e moral, ajudando a despertar a inteligência, remover os perigos do vício e da corrupção e contribuindo com o crescimento da virtude. É uma inclinação tão natural aos seres humanos que dificilmente se recusam a participar. O que nossas crianças cantarão no futuro, quando seus corações estiverem cheios de entusiasmo, se ninguém se ocupar de sua formação através de boa música? Provavelmente terão prazer em ouvir as canções modernas – esses agentes facilitadores de depravação moral. Sim, a música tem poder sobre o coração dos homens – para o bem ou para o mal. Devemos acrescentar que as canções estimulam nossa capacidade de ouvir, o que pode vir a poupar os jovens de problemas na escola. Além disso, o estudo do ritmo influencia o cérebro, desenvolvendo a lógica e a razão.

Música boa e música ruim.

Como agir de forma concreta nessa questão? Ao ouvirmos belas canções, ajudamos a formatar a capacidade de ouvir de nossas crianças. Prefira sempre a música barroca (Vivaldi, Bach, Haendel, etc.) ou clássica (Haydn, Mozart, etc.), ou mesmo canções folclóricas. A harmonia dos sons deve elevar os sentimentos ao invés de excitá-los ao extremo. Música romântica por demais passional deve ser ouvida com cautela. Devemos obviamente fechar as portas de nossos lares para o tipo de música diabólica como o rock, tão amado por muitos católicos jovens por influência de seus pais. Sim, precisamos levar beleza às nossas crianças, para que tenham nojo do que é ruim. Os pais devem colocar música para tocar em seus carros em alguns momentos, assim devem encher suas salas de belas canções nos domingos e dias de festa. E devem ser os primeiros a cantar, seja uma bela canção folclórica ou católica, utilizando-se de gestual e entonação que cative a audiência. Ao botar os pequeninos para dormir, as mães podem presenteá-los com canções de ninar para coroar um bom dia.

Em todos os momentos.

As crianças aprendem rápido as canções cantadas por sua família, assim como cada gesto e cada coreografia (“Cai cai, balão, cai cai, balão, aqui na minha mão…”). Enquanto crescem, juntam suas vozes às de seus pais quando estão no carro, lavando a louça ou durante as noites em que estão juntos. É bom cantar em coro, pois isso ensina aos pequeninos a segurar suas vozes sem que as mesmas sejam apagadas pelas dos adultos. Deste modo, a música consegue aplacar o tédio. E não é só isso: devemos ouvir música durante os momentos difíceis e tensos (“Não importa o que aconteça, sempre estarei sorrindo…”). Quantos conflitos são serenados e quantas discussões entre irmãos apaziguadas se cantarem juntos! Nada como uma boa canção para criar um ambiente pacífico. Podemos, também, cantar enquanto trabalhamos para que o ambiente se mantenha alegre, assim como quando precisamos encorajar as crianças. Os feriados devem ser cheios de música: antes de abrirem os presentes, pode-se cantar uma canção para o Menino Jesus em frente ao presépio. É também um jeito simples de agradar os outros. Pode-se preparar uma canção para quando se visita os avós, ou nas festas familiares, em aniversários de casamentos e até mesmo cantar letras adaptadas pelos filhos mais velhos (que devem ser encorajados a participar de coros da escola onde aprenderão a controlar a respiração e a voz de forma correta, e também impagáveis peças polifônicas).

Por fim, não devemos separar a necessidade de boa música e do canto da vida espiritual de nossos filhos. Podemos fazer as orações da noite cantando, cantar no momento do  Gloria Patri do Terço, podemos dar graças cantando antes e depois das refeições e devemos amar fazer parte da Missa Cantada aos domingos. Cantar é rezar duas vezes: com o corpo e com a alma. E como as disposições do corpo auxiliam as da alma, cantar torna as orações mais fervorosas e intensas – o que podemos observar pelas vezes em que se canta durante a liturgia.

Santo Agostinho disse: “Cantar é para os que amam”. Onde há amor, há alegria, e a alegria é a mãe da Música. Para a Igreja, a Música é uma necessidade e uma expressão de seu Amor. Que possamos fomentar essa necessidade em nossas crianças para que um dia cantem em suas almas a canção interior que é, em si mesma, um manifesto de gratidão.

DEVEMOS TER MEDO DAS PAIXÕES?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

A raiva cega, o medo paralisa, o afeto torna fraco e sentimental.  Parece que as emoções tendem a virar nossa cabeça, para nos impedir de agir e julgar de maneira sensata.

Os estóicos não pensavam diferentes, acreditavam que toda paixão era uma falha. Mas a santidade não é estóica, é cristã. A bem-aventurada Maria da Encarnação (Madame Acarie no mundo) não apreciava muito a virtude de uma alma cujas paixões não eram exaltadas (1). Como diz um pensador, “é fácil ser santo quando não se quer ser humano  “.

Como emoções ou paixões pertencem à nossa sensibilidade criada por Deus, elas são sua reação perante as solicitações diárias. O próprio Salvador, longe de ser um mármore, ficou alegre até a saciedade (Jo 4, 33), triste até as lágrimas (Lc 19,41), abalado pela desordem (Mt 26 , 38), irado ao ponto de agredir (Jo 2, 15). Embora ele tivesse pleno controle, ele queria testar as paixões para nos dar exemplo.

As paixões nos servem quando são bem reguladas: amplificam nossas boas ações (“nada de bom é feito sem paixão, disse um filósofo), e até ajudam a refinar nosso julgamento. De fato, somente com nossa inteligência é difícil conseguimos, pelo raciocínio, tomar uma decisão. ” Por mais que a razão grite, não pode valorizar as coisas.”  (2) Então ela deve se deixar guiar pelo coração, se estiver bem formado. 

Por qual fórmula ela objetivará melhor do que a inteligência? Nada diferente disso: gostamos de tudo o que, por hábito, fazemos. Isso vale tanto em música como em bricolagem ou jardinagem ou até mesmo nas matemáticas, mas também na virtude. Se costumamos fazer o bem, temos prazer nele e, ao fazer o que gostamos, fazemos o bem, com um instinto que engana cada vez menos.

Mas o pecado original desregulou as paixões, e é isso que explica os excessos. Portanto, é necessário não sufocá-los, mas formá-los, saber contê-los ou excitá-los, conforme o caso. As virtudes da força e da temperança nada mais são do que o domínio de nossas emoções. Sem dúvida, haverá erros nesses esforços, mas devemos preferir a apatia total? Não, de acordo com o padre Calmel:  

“No começo, infelizmente e provavelmente, haverá uma certa mistura. Isso não significa que não devemos começar! A situação considerada à luz de Deus exige que exista um sentimento de certa natureza. Não vamos torná-los inexistentes. Vamos tentar torná-los puros!”(3)

Pe. Nicolas Cadiet

Notas:

(1) Cf. Bruno de Jésus-Marie, La Belle Acarie, DDB 1942, p.29.

(2) Blaise Pascal, Pensées, in Œuvres complètes, éd. Chevallier, Gallimard, bibliothèque de la Pléiade, 1954, n°104, p.1116.

(3) Roger-Thomas Calmel, Si ton œil est simple, Toulouse, 1955, p.46

 

COMO POSSO AMAR MARIA AINDA MAIS?

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Quem reconheceu e contemplou profundamente o amor inexprimível de Maria sobre si mesmo, quer responder a esse amor com o maior amor filial possível.

Olhamos com admiração e talvez um pouco de inveja a devoção dos grandes santos que fizeram tanto e sofreram por Maria, e gostaríamos de nos tornar pelo menos uma miniatura de um São Bernardo, um Grignion de Montfort ou de um Maximiliano Kolbe.

É difícil imaginar que possa haver outra maneira de amar Maria ainda mais.

No entanto, sabemos que ninguém amava Maria mais que seu próprio Filho. Ele a amava com toda a perfeição de sua natureza humana e divina. Ele fez mais por ela do que por todas as outras criaturas reunidas, assim como mostram os privilégios extraordinários que Deus nunca concedeu a uma criatura: a Imaculada Conceição, a plenitude das graças, a virgindade perpétua, a maternidade divina, a maternidade espiritual como Co-Redentora e Medianeira de todas as graças e, finalmente, a Assunção de seu corpo e alma ao céu. Não, ninguém amou mais Maria que o próprio Jesus.

Então, eis aí o caminho para amar Maria mais do que os outros santos. De fato, recebemos a graça imensurável de estarmos totalmente unidos a Cristo pela graça santificante, assim como os membros do corpo estão unidos à cabeça e formam um todo com ele. Assim, nossa vida e a vida de Cristo são apenas uma. A plenitude desta vida está na cabeça, em Cristo, e deste Cristo, ela flui em nós, em cada um dos membros, pela ação do Espírito Santo, alma deste corpo místico.

Esta vida sobrenatural que é nossa é a vida do próprio Cristo, como os ramos participam da vida da videira, como os membros participam da vida de todo o Corpo. Então, quando sofremos, rezamos, trabalhamos, amamos, etc., unidos à vida de Cristo, então é Cristo quem continua seu sofrimento, sua oração, sua obra, seu próprio amor, etc. em nós.

Assim, nosso amor por Maria é muito mais que uma distante imitação do amor filial de Jesus em relação a sua Mãe celestial. Tudo como nossa vida sobrenatural é uma participação, uma continuação e, em certo sentido, a extensão da vida de Cristo, nosso amor por Maria é uma participação, uma continuação e uma extensão do amor de Cristo por Ela. Portanto, se amamos Maria, não somos nós que a amamos, mas Cristo, “nossa vida”, que ama Maria em nós, através de nós, e conosco!

É este amor e a mais alta devoção possível a Maria, que contém em si toda a devoção dos anjos e santos.

Assim, quando Cristo nos diz que ele nos deu um exemplo e nos pediu para fazer como ele, então devemos não apenas imitá-lo, mas devemos honrar, glorificar e amar Maria unida a Ele.

Que alegria imensurável para uma criança mariana poder “amar tanto Maria” e, assim, dar-lhe a maior alegria! Ame Maria com o Amor de Jesus.

Por esse motivo, o ” Mihi vivere Christus est ” deve ser a grande realidade de nossa vida!

UM ESTUDO ANTROPOLÓGICO FAZ JUSTIÇA AO CASAMENTO CRISTÃO

Fonte: FSSPX Itália – Tradução: Dominus Est

Um estudo publicado pela Science Magazine sugere que a Igreja Católica desempenhou um papel importante no surgimento de elites no Ocidente. Como? Regulamentando a sociedade através da instituição do matrimônio cristão.

Sem muito sentimentalismo, o casamento na igreja pode até ser a chave para o sucesso e a realização pessoal. Pelo menos, de acordo com um estudo aprofundado antropológico, publicado pelo periódico mensal Science, de 8 de novembro de 2019.

Uma equipe de pesquisadores americanos da George Mason University  (GMU) descobriu que o que antes era chamado de “elites ocidentais” constitui um grupo separado de todos os outros tipos de população do mundo: mais altruísta, mais desenvolvida, mais inclinada ao sucesso.

Para explicar esse fenômeno, nossos cientistas sociais usaram “fatores psicossociais” nos quais vêem a herança de um modelo familiar muito específico.

Segundo eles, a Igreja Católica, gradualmente permeando as sociedades, levou lentamente a um novo tipo de relações humanas, cujo clã deixa de prevalecer sobre a unidade familiar. A família pode, portanto, prosperar, para o bem de cada um de seus membros: cônjuges e filhos.

O meio privilegiado desse desenvolvimento foi o matrimônio cristão, que, ao fazer desaparecer a endogamia, permitiu à família adquirir uma irradiação moral, intelectual e social. Isso só foi possível pelo cristianismo, do qual provém o homem ocidental.

Aos olhos do grupo de pesquisadores da GMU, o homem ocidental deve seu sucesso à “instituição familiar duradoura” estabelecida pela Igreja nos séculos passados.

Não é comum que as ciências humanas mexam com as convicções daqueles que elogiam a desconstrução e a ideologia do “gênero”, onde é comum ver no matrimônio cristão a fonte de todas as “discriminações”. Diante da generalizada transgressão e da corrupção moral, nunca é tarde para voltar às fontes da verdadeira civilização, aquelas da cidade católica.

A INFÂNCIA DE JESUS: NOSSA VIDA E NOSSA DEVOÇÃO

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Em matéria de devoção, há uma coisa que todos deveriam fazer, que Jesus, Maria e José fizeram, que os Magos fizeram e na qual cada santo viveu.

O que seria, então, essa coisa a fazer?

É viver uma verdadeira vida interior. Isso é o que os romanos aspiravam com sua sabedoria natural: “Ser o que és, uma criatura racional“. Ou seja, viver segundo a razão, praticando a virtude e tudo o que é justo, bom e belo. É nesse sentido que Bossuet escreveu: Ninguém pode executar corretamente seu trabalho, se não for primeiro um bom homem. Da mesma forma, ninguém pode ser uma boa esposa, um bom marido ou um bom pai, a menos que sejam primeiro uma boa mulher e um bom homem.

Um caminho rápido para adquirir uma vida interior profunda é a prática da devoção à Infância de Jesus Cristo.  Santa Teresinha chamava isso de “infância espiritual”. Jesus disse assim: “Se não vos converterdes e vos fizerdes como pequenas crianças, não entrareis no reino dos céus. Pois quem se tornar humilde como uma criança desta, este será o maior no reino dos céus.” (Mt 18, 3).

Essa conversão da qual Jesus fala é um importantíssimo ato interior da alma. Uma conversão verdadeira e profunda perdura a vida inteira. Mas para que essa conversão seja frutífera, devemos adotar esse espírito de filhos, esse espírito de infância espiritual que Nosso Senhor proclama ser indispensável à salvação.  Não se trará de uma inocência inconsciente ou uma virtude não comprovada, mas um ato consciente de humildade e de fé em nossa condição de filhos adotivos de Deus e imitadores de Jesus Cristo.

Mas como exatamente devemos viver quotidianamente essa infância espiritual? Primeiramente, devemos acreditar firmemente que somos filhos de Deus por meio do batismo e devemos lembrar continuamente quem somos aos olhos de Deus.

Segundo, devemos reconhecer “a maneira” pela qual age um filho adotado de Deus. De fato, somos continuamente atraídos pela luxúria, pela má vontade, pelo egoísmo e malícia. E, contrariamente e simultaneamente, o Espírito de Deus derrama Sua graça em nossos corações para nos ajudar a agir como filhos. Essa graça é realmente uma participação na própria vida do Cristo-Menino. A infância de Cristo é o molde de nossa própria infância espiritual.

Nela vemos o que somos:

1) filhos de Maria;

2) obrigados a crescer em idade, graça e sabedoria, sob a tutela de nossa Mãe;

3) sujeitos a uma lei de amor e obediência contínuos a nossa Mãe;

4) obrigados para praticar diligentemente os deveres de nossa religião;

5) devemos ter a honra de nosso Pai continuamente diante de nossos olhos em tudo o que fazemos;

6) destinados a nos ocupar das coisas desse mesmo Pai, isto é, a salvação de nossa própria alma assim como as almas dos demais;

7) obrigados a manter diante de nossos olhos a realidade do pecado e o dever de combatê-lo, pelo espírito de reparação.

Ao fazer isso em um espírito de humildade, praticamos real e profundamente a infância espiritual. Seguindo nossa Mãe, tendo-a como nossa guia, daremos os primeiros passos no caminho dessa infância espiritual, rezando o terço todos os dias. Progrediremos, nesse caminho, quando adicionamos momentos de oração. Finalmente, chegamos ao objetivo quando somos capazes de pequenos sacrifícios durante as diversas cruzes da vida cotidiana, na busca da imitação das virtudes cristãs, ou como penitência na luta contra nossos pecados diários. 

Por fim, lembremos que, com Maria, os sacrifícios são mais fáceis de serem feitos. Sejamos generosos. Ave Maria!

“AÇÃO ENTRE AMIGOS” DE UM BELÍSSIMO ORATÓRIO – PARTICIPEM

Prezados amigos, fiéis, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

É com grande alegria que iniciamos hoje mais uma Ação em prol da “Campanha de nossa Capela”, para honra e glória de Nosso Senhor e de Sua Santa Igreja, e por isso contamos com sua generosidade.

Trata-se de uma “Ação entre amigos, fiéis, leitores e benfeitores”, onde sortearemos esse belíssimo oratório aos que quiserem e puderem nos ajudar.

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Esse oratório mede 1,20m de altura x 0,60m de largura. Um trabalho incrível!

O VALOR DE CADA NÚMERO É DE R$15,00.

Para isso, é necessário que:

1 – Façam o depósito/transferência do valor correspondente à quantidade de números que estão comprando na conta abaixo (também pode ser feito nas lotéricas);

ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA E CULTURAL SÃO PIO X
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Agência. 1374
Conta Poupança: 401124-3 (Operação: 013)

CNPJ: 09.385.198/0001-43

2 – Enviem o comprovante, os dados do benfeitor (Nome, Endereço completo e telefone)  e também o(s) número(s) correspondente(s) que escolherem, entre 1 e 1500 (que estão disponíveis NESSA PLANILHA), para o email: capela@catolicosribeiraopreto.com

O sorteio será após a Missa do dia 29/03 26/04 e será feito pelo padre responsável pela nossa Missão.

Se quiserem saber mais sobre a Campanha de nossa capela, clique aqui.

Os que, por ventura, não puderem adquirir seu(s) número(s), pedimos que, por caridade, rezem por nós, pela intercessão de São José e Nossa Senhora, a quem tanto pedimos.

Contamos com a colaboração de todos.

RECRUTAMENTO DE BISPOS: A SURPREENDENTE OBSERVAÇÃO DO CARDEAL OUELLET

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Se alguém aspira ao episcopado, deseja uma boa função“, escreve o apóstolo São Paulo (1Tim 3,1). Quase dois mil anos depois, essa aspiração parece ser mais rara, acredita o cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos. 

O prelado explica: “Quando cheguei à Congregação para os Bispos há quase uma década, um em cada dez recusava o episcopado, citando razões pessoais entre outras. Agora, são três vezes mais.” O cardeal acrescenta: “Talvez isso se deva ao fato de que eles não se sentem capazes, que lhes faltem fé ou que tenham dificuldades pessoais; ou então preferem não correr o risco de prejudicar a Igreja”. 

Essa situação, continua Mons. Ouellet, deve estar relacionada à “crise geral de fé” predominante em grande parte do mundo, que também se manifesta “no casamento, na vida consagrada, na vida sacerdotal e na cultura”. Essa lúcida constatação não chega a questionar a orientação da Igreja há mais de cinquenta anos. Não há ligação entre a crise geral da fé, do sacerdócio, da vida religiosa e da moral católica e as profundas reformas empreendidas em nome do Concílio Vaticano II?  

Criado cardeal em 2003 por João Paulo II, Mons. Ouellet foi chamado a Roma por Bento XVI em 2010. Sua análise permanece, de fato, sucinta e “bergogliana“. Assim, desenhando o retrato-falado do candidato ideal para o episcopado, ele afirma: “não basta enfatizar as verdades da fé, porque a cultura mudou muito nos últimos quarenta anos, uma nova era de diálogo se abriu”

Usando elementos da linguagem caras ao Papa Francisco, o alto prelado lembra que a Igreja precisa de “menos professores do que pastores, que têm empatia e estão interessados ​​nos pobres e nas periferias“. Palavras vazias que ignoram as soluções reais. 

Por outro lado, a lei da Igreja enumera as qualidades daqueles que são chamados ao episcopado: eles devem ter “boa moral e ter piedade, zelo pelas almas, prudência e outras qualidades que os tornam aptos para governar uma diocese”; eles devem dedicar seus esforços “à preservação da pureza da fé e dos costumes do clero e do povo, especialmente entre as crianças e pessoas menos instruídas; devem garantir que a educação de crianças e jovens seja dada de acordo com os princípios da religião católica.” (Cânones 331 a 336 do código de 1917). 

O que a Igreja precisa para sair da crise geral de fé são os bispos santos, fiéis aos deveres de seu ofício de conservar e transmitir a pureza da fé e dos costumes. 

“AÇÃO ENTRE AMIGOS” DE UM BELÍSSIMO ORATÓRIO

Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Na semana que vem iniciaremos uma “Ação entre Amigos” de um belíssimo oratório. Trabalho muito bem feito, rico em detalhes com 1,20m de altura x 0,60m de largura.IMG-20191227-WA0137~2Aguardem….em breve colocaremos algumas fotos e as regras de participação.

ORDENAÇÕES SACERDOTAIS E DIACONAIS EM LA REJA – 2019

50_ordenaciones_diaconado_y_sacerdocio_2019_0Neste sábado, 21 de dezembro de 2019, D. Bernard Fellay procedeu com as ordenações ao diaconato e sacerdócio dos seminaristas do 5º e 6º anos, respectivamente, com a ordenação de 4 diáconos (2 argentinos, 1 brasileiro e 1 guatemalteco) e 4 sacerdotes, todos eles argentinos.

Fonte: Seminario Nuestra Señora Corredentora e La Porte Latine

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Trinta e dois padres impuseram as mãos nos ordenandos:

  • José CALDERÓN, de Mendoza
  • Gastón DRIOLLET, de Mendoza
  • Agustín ROVAGNATI, de Del Viso
  • Álvaro ZONANA, de Mendoza

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Graças a Deus, um dia bonito também nos acompanhou, que também se tornou muito fresco desde as primeiras horas da manhã.

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Agradecemos a Deus por esses novos sacerdotes, que celebraram (desde ontem) e celebrarão suas primeiras missas solenes, tanto no seminário quanto em outras capelas.

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Rezemos muito pela santificação e perseverança deles, e por um fruto abundante de seu apostolado.

Neste ano de 2019 houve a ordenação de 18 novos padres para a FSSPX, que hoje tem 3 bispos e 656 sacerdotes.

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NOTA DO BLOG: no rito de ordenação tradicional, após o Bispo ungir e consagrar a mão do ordenado com o óleo do crisma, é amarrado em suas mãos um pano branco chamado “manutergium”.

34_ordenaciones_diaconado_y_sacerdocio_2019_0Após esse momento os neo-sacerdotes entregam o pano às suas respectivas mães, que devem guardá-lo durante toda sua vida e, em sua morte, ser enterrada junto a ele. Segundo a tradição, quando essa mulher se apresentar diante de Deus, Ele dirá: “Eu te dei a vida. O que me destes?” Então ela Lhe entregará o Manutérgio (ou Manustérgium) e responderá: “Eu Lhe entreguei meu filho como sacerdote.”

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”

ORDENAÇÕES NO SEMINÁRIO DE GOULBURN (AUSTRÁLIA) – 2019

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Na quinta-feira, 19 de dezembro, D. Tissier de Mallerais ordenou 1 padre nigeriano e 3 diáconos (2 filipinos e 1 queniano) para a Fraternidade São Pio X, no Seminário da Santa Cruz, na Austrália.

Deo gratias!

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”