MADRE TERESA DE CALCUTÁ: VERDADEIRA OU FALSA CARIDADE?

Irmão Marie-Dominique, O.P.

O testemunho dos santos tem o seu valor; a nossa época teve o testemunho de Madre Teresa de Calcutá, humilde filha da Albânia, que – pela graça de Deus – se transformou em um exemplo de exercício da caridade e de serviço à promoção do ser humano para o mundo inteiro.” (Bento XVI, em 8 de março de 2009)[1].

Reuníamo-nos todas as manhãs na casa geral e gozávamos da alegria de nos ajoelharmos ao pé do túmulo de Madre Teresa.

Era impressionante observar um budista em posição de lótus ao lado de um muçulmano de rosto em terra e, próximo a eles, um cristão de joelhos. Nisso há um mistério! Lá estavam os três, sem se defrontarem; melhor ainda, estavam trabalhando juntos, pois é a caridade que os reúne.(Pe. Benoît-Joseph, da comunidade das Beatitudes[2]).

I. Elementos Biográficos

1. Infância

Em 26 de agosto de 1910, nascia Gonxha (Inês) Bojaxhin, na cidade de Skopie – que então se chamava Üsküb – na Macedônia, ainda sob o domínio turco[3]. Os católicos eram ali minoritários, espremidos entre ortodoxos hostis e muçulmanos.

Os pais de Gonxha eram emigrantes da Albânia. Eles já haviam dado à luz Aga e Lázaro, quando Gonxha, a última de seus filhos, veio ao mundo.

Rapidamente a criança revelou saúde frágil, sempre acometida de gripes e problemas respiratórios. Quando atingiu a idade escolar, os pais decidiram matriculá-la, primeiro em uma escolinha administrada por religiosas, depois em uma escola laica sem Deus, no liceu estatal, a exemplo dos outros filhos. Eram pouquíssimos os católicos em Skopje, para que dispusessem de um estabelecimento confessional que assegurasse educação integral. Continuar lendo