Os príncipes da terra, às vezes, julgam ser baixeza fitar os vassalos que lhes vêm pedir perdão. Não é assim, porém, que Deus procede conosco.
“Não voltará de vós o rosto, se contritos a ele vos chegardes” (2Par 30,9).
Não, Deus não oculta sua face aos que se convertem. Ao contrário, ele mesmo os convida e promete recebê-los logo que se apresentem… (Jr 3,1; Zc 1,3) Oh, com quanto amor e ternura Deus abraça o pecador que volta para ele! Jesus Cristo claramente no-lo ensina por meio da parábola do Bom Pastor, que, falando da ovelha perdida, a põe amorosamente aos ombros (Lc 15,5) e convida seus amigos para que com ele se regozigem (Lc 15,6). E São Lucas acrescenta:
“Haverá gozo no céu por um pecador que faz penitência” (Lc 15,7).
O mesmo manifestou o Redentor na parábola do Filho pródigo, quando declarou que ele próprio é aquele pai que, ao ver voltar o filho perdido, corre-lhe ao encontro, e, antes que lhe fale, o abraça e cobre de beijos, e nem mesmo com essas ternas carícias pode expressar o consolo que sente (Ez 18,21-22).
O Senhor chega até a assegurar que, quando o pecador se arrepende, ele risca da memória as ofensas, como se nunca houvessem existido. Veja-se o que diz: “Vinde e argui-me; se vossos pecados forem cor de escarlate, tornar-se-ão brancos como a neve” (Is 1,18; Ez 18,21- 22), ou ainda: “Vinde, pecadores, se não vos perdoar, repreendei-me e acusai-me de infidelidade…”. Mas, não, Deus não sabe desprezar um coração que se humilha e se arrepende (Sl 50,19). Continuar lendo