NOVENA DE NATAL – SÉTIMO DIA

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Cântico:Puer Natus

 DOR QUE CAUSOU A JESUS CRISTO A INGRATIDÃO DOS HOMENS

Veio para o que era seu e os seus não o receberam.  (Jo. 1,11)

Em certo Natal andava São Francisco pela floresta e pelos caminhos gemendo e suspirando, e, ao perguntarem-lhe a causa de sua tristeza, respondeu: “Como quereis que não chore vendo que o amor não é amado? Vejo Deus inebriado de amor pelos homens e os homens tão ingratos para com esse Deus“. Se tanto afligia essa ingratidão dos homens a São Francisco, consideremos quanto mais afligirão ao Coração de Jesus. Tão logo foi concebido no seio de Maria viu a cruel correspondência que havia de receber dos homens. Tinha vindo do céu para atear o fogo do amor divino, e esse desejo o tinha feito descer à terra e sofrer um abismo de penas e ignomínias: “Vim trazer o fogo à terra e que quero senão que se ateie?” (Lc. 12,49). E depois via o abismo de pecados que cometeriam os homens apesar de terem sido testemunhas de tantas provas de seu amor. Esse foi, disse São Bernardino de Sena, o que lhe fez padecer uma dor infinita. Ainda entre nós, quando alguém se Vê tratado ingratamente por outro é uma dor insuportável, pois a ingratidão freqüentemente aflige a alma mais que outra dor ao corpo. Que dor, pois, ocasionaria a Jesus, que era nosso Deus, ver que, por nossa ingratidão, seus benefícios e seu amor seriam pagos com desgostos e injúrias? “Deram-me males em troca de bens e ódio em troca do amor que eu lhes tinha“. (Ps. 108,5). E ainda hoje se lamenta Jesus Cristo: “Fui um estrangeiro para meus irmãos” (Ps. 68,9), pois vê que não é amado nem conhecido de muitos, como se não lhes tivesse feito bem nenhum nem tivesse sofrido nada por seu amor.

Ó meu Deus, que caso fazemos, mesmo os cristãos, do amor de Jesus Cristo? Apareceu um dia Ele ao Beato Henrique Suso como um peregrino que mendigava de porta em porta, sendo sempre posto fora com injúrias. Quantos são semelhantes àqueles de quem falou Jó: “Eles diziam a Deus: Retira-te de nós, e julgavam o Onipotente, como se não pudesse fazer nada; sendo que ele cumulou de bens as suas casas” (Job,22,17). Nós, ainda que no passado nos tenhamos unido a esses ingratos, queremos continuar com nossa ingratidão no futuro? Não, porque não o merece aquele amável Menino que veio do céu padecer e morrer por nós para que o amássemos.
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NOVENA DE NATAL – SEXTO DIA

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Cântico: Puer Natus 

JESUS NO SEIO DE MARIA

Sou contado entre os que descem à cova, tornei-me como um homem sem força. (Ps. 87,5)

Consideremos a vida penosa por que passou Jesus Cristo no seio de sua Mãe. Era livre, porque se tinha feito voluntariamente prisioneiro de amor, mas o amor o privava do uso da liberdade e o mantinha em cadeias tão apertadas que não podia mover-se. Ó grande paciência do Salvador! Ao pensar nas penas de Nosso Senhor ainda no seio de sua Mãe.

Vejamos a que se reduz o Filho de Deus por amor dos homens: priva-se de sua liberdade e se encadeia para livrar-nos das cadeias do inferno. Muito, pois, merece ser reconhecida com gratidão e amor a graça de nosso libertador e fiador, que, não por obrigação, mas por afeto, se ofereceu para pagar e pagou nossas dívidas e nossas penas, dando por elas sua vida: “Não te esqueças do benefício que te fez o que ficou por teu fiador, porque ele expôs a sua vida por ti“(Eccli. 29,20).
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NOVENA DE NATAL – QUINTO DIA

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Cântico: Puer Natus

JESUS CRISTO SE OFERECEU DESDE O PRINCÍPIO POR NOSSA SALVAÇÃO

Foi imolado, porque Ele mesmo quis. (Is. 53,7)

O Verbo divino, desde o primeiro instante em que se viu feito homem e criança no seio de Maria, se ofereceu por si mesmo às penas e à morte para resgate do mundo. Sabia que todos os sacrifícios dos cordeiros e dos touros oferecidos a Deus na Antigüidade não tinham podido satisfazer pelas culpas dos homens, mas que era necessário que uma pessoa divina satisfizesse por eles o preço de sua redenção. Pelo que disse, como afirma o Apóstolo: “Não quiseste hóstia nem oblação, mas me formaste um corpo. Então eu disse; Eis-me aqui presente” (Heb. 10,5). Meu Pai, disse Jesus Cristo, todas as vítimas que vos foram oferecidas até agora não bastam nem bastarão para satisfazer vossa justiça; destes-me um corpo passível para que com a efusão de meu sangue vos aplaque e salve os homens: eis-me aqui presente, “ecce venio“, tudo aceito e tudo submeto a vossa vontade.

A parte inferior de sua vontade experimentava, naturalmente, repugnância e recusava-se a viver e a morrer entre tantas dores e opróbrios, mas venceu a parte racional, que estava completamente subordinada à vontade do Pai, e aceitou tudo, começando Jesus a padecer desde aquele instante, todas as angústias e dores que sofreria nos anos de sua vida, assim agiu nosso divino Redentor desde os primeiros instantes de sua entrada no mundo. Continuar lendo

NOVENA DE NATAL – QUARTO DIA

SENDARIUM: 2020 ANOS DO NASCIMENTO DE CRISTO!

Cântico: Puer Natus

A PAIXÃO DE JESUS CRISTO DUROU TODA SUA VIDA

Minha dor está sempre diante de mim.
(Ps. 37,18)

Consideremos como naquele primeiro instante em que foi criada e unida a alma de Jesus Cristo a seu corpo, no seio de Maria, o Padre Eterno mostrou a seu Filho sua vontade de que morresse pela redenção do mundo; e naquele mesmo instante lhe mostrou todas as penas que devia sofrer até a morte para redimir os homens. Mostrou-lhe então todos os trabalho, desprezos e pobreza que devia padecer em sua vida, tanto em Belém como no Egito e em Nazaré, e depois todas as dores e ignomínias da paixão: açoites, espinhos, cravos e cruz; todos os tédios, tristezas, agonias e abandonos no meio dos quais havia de terminar sua vida no Calvário.

Abrão, conduzindo seu filho à morte, não quis afligi-lo dizendo-lhe antecipadamente que morreria, e isso no pouco tempo que era necessário para chegar ao monte. Mas o Eterno Pai quis que seu Filho encarnado, destinado como vítima de nossos pecados à sua justiça, padecesse imediatamente, pelo conhecimento delas, todas as penas a que depois teria que sujeitar-se durante sua vida e em sua morte. Daí, a tristeza padecida por Jesus no Horto, capaz de tirar-lhe a vida, como ele declarou: “Minha alma está triste até a morte” (Mt. 26,38), padeceu-a também constantemente desde o primeiro momento em que esteve no seio de sua Mãe. Assim, desde então sentiu vivamente e sofreu o peso reunido de todas as dores e vitupérios que O esperavam. Continuar lendo

NOVENA DE NATAL – TERCEIRO DIA

Axónios Gastos: Feliz e Santo Natal

Cântico: Puer Natus

JESUS FAZ-SE MENINO PARA CONQUISTAR NOSSA CONFIANÇA E NOSSO AMOR

Um menino nos nasceu, um filho nos foi dado. (Is. 9,6)

Consideremos como depois de tantos séculos, depois de tantas orações e pedidos, veio, nasceu e se deu todo a nós o Messias, que não foram dignos de ver os santos patriarcas e profetas; o desejado pelos gentios, o desejado pelas colinas eternas, nosso Salvador: “Um menino nos nasceu, um filho nos foi dado“. O Filho de Deus se fez pequeno para fazer-nos grandes: deu-se a nós para que nos déssemos a Ele; veio mostrar-nos seu amor, para que lhe déssemos o nosso. Recebamo-lo, pois com afeto, amemo-lo e recorramos a Ele em todas as nossas necessidade. As crianças, diz São Bernardo, facilmente concedem o que se lhes pede. Jesus veio como criança, para mostrar-nos que está disposto a dar-nos todos os seus bens. “No qual se acham todos os tesouros” (Col. 2,3). “O Pai…entregou tudo em suas mãos” (Jo. 3,35). Se queremos luz, Ele veio para nos iluminar; se queremos força para resistir aos inimigos, Ele veio para nos fortalecer; se queremos o perdão e a salvação, Ele veio precisamente para nos perdoar e nos salvar; se queremos, em uma palavra, o supremo dom do amor divino, Ele veio para nos abrasar; e, para isto, sobretudo, se fez menino e quis apresentar-se a nós pobre e humilde, para parecer mais amável, para tirar-nos todo o temor e conquistar nosso afeto: “Assim devia vir quem quis desterrar o temor e buscar a caridade“, diz São Pedro Crisólogo.

Além disso, Jesus Cristo quis vir criança, para que o amássemos não só com amor apreciativo, mas com amor terno. Todas as crianças sabem conquistar para si afetuoso carinho daqueles que a rodeiam e, quem não amará com ternura seu Deus, vendo-o criancinha, com frio, pobre, humilhado e abandonado, que chora sobre as palhas de um presépio? Continuar lendo

NOVENA DE NATAL – SEGUNDO DIA

Novena do Menino Jesus (Novena de Natal) | Mulher Católica ♡Cântico: Puer Natus

AFLIÇÃO DO CORAÇÃO DE JESUS NO SEIO DE MARIA

Hóstias e oblações não quisestes, mas formastes-me um corpo. (Hebr. 10,5)

Considera a grande amargura com que devia sentir-se afligido e oprimido o coração do Menino Jesus no seio de Maria, naquele primeiro instante em que o Pai lhe propôs a série de desprezos, trabalhos e agonias que havia de sofrer em sua vida para libertar os homens de suas misérias: “Pela manhã chama a meus ouvidos…, não retrocedi…, entreguei meu corpo aos que me feriam” (Is. 50, 4-6). Assim falou Jesus pela boca do Profeta: “Pela manhã…“, quer dizer, desde o primeiro instante de minha concepção, meu Pai me fez compreender sua vontade: que eu tivesse uma vida de sofrimento e fosse, finalmente, sacrificado na cruz; “não retrocedi; entreguei meu corpo aos que me feriam“. E tudo aceitei pela salvação das almas e, desde então, entreguei meu corpo aos açoites, aos cravos, e à morte.

Pondera então quanto padeceu Jesus Cristo em sua vida e em sua paixão; tudo lhe foi posto ante os olhos desde o seio de sua Mãe e tudo Ele abraçou com amor; mas, ao consentir nessa aceitação e vencer a natural repugnância dos sentidos, quanta angústia e opressão não teve que sofrer o inocente Coração de Jesus! Conhecia bem o que primeiramente tinha que padecer; os sofrimentos e opróbrios do nascimento numa fria gruta, estábulo de animais; os trinta anos de trabalho como artesão; o considerar que seria tratado pelos homens como ignorante, escravo, sedutor e réu da morte mais infame e dolorosa que se reservava aos criminosos. Continuar lendo

NOVENA DE NATAL – PRIMEIRO DIA

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Cântico: Puer Natus

DEUS NOS DEU SEU FILHO UNIGÊNITO POR SALVADOR

Eu te constitui em luz para os gentios, para que minha salvação chegue até os confins da terra. (Is. 49, 6)

Consideremos como o Pai eterno disse ao Menino Jesus no instante de sua concepção estas palavras: Filho, eu te dei ao mundo como luz e vida das gentes, para que busques sua salvação, que estimo tanto como se fosse a minha. É necessário, pois, que te empenhes completamente em benefício dos homens. “Dado completamente aos homens, e inteiramente entregue a suas necessidades“. É necessário que ao nascer padeças extrema pobreza, para que o homem se enriqueça; é necessário que sejas vendido como escravo, para que o homem seja livre; é necessário que, como escravo, sejas açoitado e crucificado, para pagar à minha justiça a pena devida pelos homens; é necessário que sacrifiques sangue e vida, para livrar o homem da morte eterna. Fica sabendo, enfim, que já não és teu, mas do homem. Pois um filho lhes nasceu, e um menino lhes foi dado. Assim amado Filho meu, o homem voltará a amar-me a ser meu, vendo que te dou inteiramente a ele, meu Filho Unigênito, e que já não me resta mais o que lhe possa dar.

Assim amou Deus – oh, amor infinito, digno somente de um Deus infinito – assim amou Deus o mundo de tal forma, que lhe entregou seu Filho Unigênito. O Menino Jesus não se entristeceu com esta proposta, mas, ao contrário, comprazeu-se nela e a aceitou com amor e alegria: “como um esposo procedente de seu tálamo, exultou como gigante a percorrer seu caminho” (Ps. 18,6). E desde o primeiro momento de sua encarnação se entregou por completo ao homem e abraçou com gosto todas as dores e ignomínias que havia de sofrer na terra por amor dos homens. Esses foram, segundo São Bernardo, as colinas e vales que com tanta pressa devia atravessar Jesus Cristo, segundo o Cântico dos Cânticos, para salvar os homens. Ei-lo que vem saltando pelas montanhas, brincando pelas colinas. Continuar lendo

O PARTO DA ALMA PENITENTE

nascEm sentido místico, podemos considerar que o parto da bem-aventurada Virgem Maria significa o parto da alma penitente, conforme a Escritura (Is 26, 17): Assim como a que concebeu, quando está próximo ao parto, confrangendo-se, dá gritos no meio das suas dores, assim somos nós, Senhor, diante da tua face.

A este parto convém místico convém o lugar do nascimento de Cristo, Belém. Diz São Bernardo: “Si também fores Belém pela contrição do coração, de modo que tuas lágrimas sejam teu pão de dia e de noite, e esta refeição te proporcione alegria contínua (Belém interpreta-se como a casa de pão), e se fores Judá pela confissão e cidade de David pelas obras de satisfação, nascera Cristo em ti, e encherá teu coração de alegria, hoje na graça, amanhã, na glória”. 

Deve-se advertir que, depois do parto da penitência, a alma penitente deve envolver-se com os panos da caridade contra a torpeza do pecado, que consiste na desordem interior da alma;   Continuar lendo

QUATRO UTILIDADES DO NASCIMENTO DE CRISTO

partUm menino nasceu para nós, para que imitemos sua pureza e humildade, para sermos comovidos pela sua amabilidade e termos confiança na sua misericórdia. 

[1] Este pequenino nasceu para nós em sacramento de pureza. Narra a Escritura (Mt 1, 21): ele salvará o seu povo. Comenta são Bernardo, “eis que o próprio Cristo nos purgará de nossos delitos, eis o que limpará nossas misérias”. E santo Agostinho: “Ó bem-aventurada infância, pela qual foi reparada a vida de nosso gênero humano. Ó tão grato e deleitável vagido, pelos quais escapamos do pranto e ranger de dentes. Ó felizes panos, com os quais se limpou a sordidez de nossos pecados” 

[2] Nasceu para nós como exemplo de humildade. Diz São Bernardo: “Tratemos de imitar este pequenino; aprendamos dele que é manso e humilde de coração. Certamente, o grande Deus não se fez pequenino por nada. Por isso é intolerável atrevimento, após ter a própria Majestade rebaixado-se, inchar-se e engrandecer-se o  vermezinho.” 

[3] Nasceu para nós para acréscimo de caridade (Lc 12, 49): Eu vim trazer fogo à terra. Diz São Bernardo: “O Senhor grande, digno de todo louvor, fez-se pequenino e amável. Um menino nasceu, diz a Escritura. Ele nos é de todo amável, Ele que é pai, irmão, Senhor, ministro, recompensa e exemplo”. Noutro lugar: “Quanto mais humilhou-se ao tomar nossa humanidade, tanto maior revelou-se sua bondade. E quanto maior revelou-se sua bondade, tanto mais inflamou-se nosso amor”.  Continuar lendo

SÃO JOÃO EVANGELISTA

EvangelistaUm dos seus discípulos, ao qual Jesus amava, estava recostado sobre o seio de Jesus (Jo 13, 23) 

Este discípulo é são João Evangelista, que escreve sobre si mesmo como se falasse de outro, querendo com isso evitar a jactância, conforme o fizeram outros que escreveram as Escrituras. Moisés, nos livros que escreveu, fala de si como se de outro: Falou Deus a Moisés. Também o faz são Mateus: viu um homem que estava sentado no telônio, chamado Mateus. E são Paulo: Conheço um homem… 

São João diz três coisas de si mesmo: 

[1] O amor que lhe fazia repousar em Cristo: estava recostado, i. é, repousava. Diz a Escritura (Jó 22, 26): Então porás tuas delícias no Onipotente, e levantarás o teu rosto para Deus. E noutro lugar (Sl 22, 2), conduz-me junto das águas para descansar. 

[2] O conhecimento dos segredos que Cristo lhe revelava, especialmente na redação deste Evangelho. Por isso diz que recostava sobre o seio de Jesus; ora, por seio se significa o secreto: O Unigênito, que está no seio do Pai, ele mesmo é que o deu a conhecer (Jo 1, 18).  

[3] O amor especial com que Cristo o amava. Por isso diz: ao qual Jesus amava. Não que o amasse singularmente, mas como se Jesus lhe amasse de modo mais excelente, de algum modo.    Continuar lendo

CRISTO NASCEU PASSÍVEL E MORTAL

nascimentoEnviou Deus seu Filho em carne semelhante à do pecado (Rm 8, 3)

Não foi conveniente que Deus assumisse uma carne impassível e imortal, mas antes uma carne passível e mortal.

Primeiro porque foi necessário aos homens conhecerem o benefício da Encarnação para que, por esse motivo, se inflamassem do amor divino. E foi conveniente que assumisse uma carne semelhante à dos outros homens, passível e mortal, para manifestar a veracidade da Encarnação. Porém, se tivesse assumido uma carne impassível e imortal, aos homens, que desconheciam essa carne, pareceria que fosse um fantasma, e não verdadeira carne. 

Segundo, porque foi necessário que Deus assumisse a carne para satisfazer pelo pecado do gênero humano. Ora, um satisfaz pelo outro, quando um assume voluntariamente para si a pena devida ao pecado do outro, mas não devida a si. Ora, a pena devida ao pecado do gênero humano são a morte e os sofrimentos da presente vida. Por isso, foi conveniente que Deus assumisse a carne passível, mortal e sem pecado, para que, sofrendo e morrendo, satisfizesse por nós e afastasse o pecado.  Continuar lendo

A ENCARNAÇÃO, AUXÍLIO PARA O HOMEM QUE BUSCA A BEM-AVENTURANÇA

angeli119Se alguém atenta e piamente considera os mistérios da Encarnação, encontrará neles grande profundeza de sabedoria que excede o conhecimento humano. Por isso, a quem os considera com piedade, apresentam-se cada vez mais as suas razões admiráveis.

Ora, deve-se ver que a Encarnação de Deus foi um eficacíssimo auxílio para o homem que busca a bem-aventurança:

[1] A perfeita bem-aventurança humana consiste na imediata visão de Deus. No entanto, poderia parecer a alguém que o homem jamais atingirá esse estado, porque é imensa a distância das duas naturezas. Mas, como Deus quis unir pessoalmente a si a natureza humana, fica clarissimamente manifesto que o homem pode unir-se com Deus pelo intelecto, vendo-o imediatamente. Por isso, foi convenientíssimo que Deus assumisse a natureza humana para elevar a esperança do homem na bem-aventurança. Por conseguinte, depois da Encarnação de Cristo, os homens começaram a aspirar sempre mais a bem-aventurança celeste, segundo o que ele mesmo disse (Jo 10, 10): Vim, para que tenham a vida, e a tenham em abundância.

[2] Além disso, como a perfeita bem-aventurança do homem consiste em tal conhecimento de Deus, que excede a capacidade de todo intelecto criado, foi necessário que houvesse uma certa prelibação desse conhecimento, segundo a qual o homem fosse encaminhado para aquela plenitude do conhecimento bem-aventurado, o que se realiza pela fé. Ora, o conhecimento que leva o homem ao fim último deve ser certíssimo, porque é o princípio de todas as coisas que levam para este fim. Por conseguinte, foi conveniente ao homem ser instruído pelo próprio Deus feito homem, para que tivesse certeza das verdades da fé e para que recebesse de modo humano a doutrina divina. Por esse motivo, vemos que, após a Encarnação de Cristo, os homens são ensinados com maior clareza e certeza sobre o conhecimento de Deus, segundo o que está escrito (Is 11,9): A terra encheu-se do conhecimento de Deus.
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ADESTE FIDELES

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Adeste fideles, læti triumphantes;
Venite, venite in Béthlehem;
Natum videte Regem angelórum;
Venite, adorémus, Venite adorémus,
Venite, adorémus, Dóminum.

Ingrége relicto, húmiles ad cúnas
Vocati pastores appróperante;
Et nos ovánti grádu festinémus;
Venite, adorémus, Venite adorémus,
Venite, adorémus, Dóminum.

Aetérni Paréntis splendórem ætérnum
Velátum sub cárne vidébimus;
Déum infántem, pánnis involútum,
Venite, adorémus, Venite adorémus,
Venite, adorémus, Dóminum.

Pro nóbis egénum et foéno cubántem
Piis foveámus ampléxibus;
Sic nos amántem quis nom redamáret?
Venite, adorémus, Venite adorémus,
Venite, adorémus, Dóminum.

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Vinde fiéis, e acorrei, alegres e jubilosos;
Vinde, vinde todos a Belém;
Porque este recém-nascido, é o grande Rei dos Anjos;
Vinde todos adorá-lO, Vinde todos adorá-lO,
Vinde todos adorar a Deus.

Abandonando os rebanhos, encaminham-se ao presépio
Os pastores deslumbrados;
Também nós, por nossa vez, corramos todos vibrantes;
Vinde todos adorá-lO, Vinde todos adorá-lO,
Vinde todos adorar a Deus..

O eterno esplendor do Pai
Ali veremos oculto, sob o véu da carne humana;
Ao Deus, que Se fez menino, envolto em pobres panos,
Vinde todos adorá-lO, Vinde todos adorá-lO,
Vinde todos adorar a Deus.

A Quem por nós Se fez pobre, e jaz em palhas deitado 
Abracemos e aqueçamos;
Como ficar sem amar Àquele que tanto nos ama?
Vinde todos adorá-lO, Vinde todos adorá-lO,
Vinde todos adorar a Deus.

 

PUER NATUS IN BETHLEEM

1. Puer nátus in Béthlehem, allelúia:
Unde gáudet Jerúsalem, allelúia, allelúia.
In córdis júbilo, Christum nátum adorémus,
Cum nóvo cántico.

2. Assúmpsit cárnem Filius, allelúia,
Déi Pátris altíssimus, allelúia, allelúia.
In córdis…

3. Per Gabriélem núntium, allelúia,
Virgo concépit Filium, allelúia, allelúia.
In córdis…

4. Tamquam spónsus de thálamo, allelúia,
Procéssit Mátris útero, allelúia, allelúia.
In córdis…

5. Hic jácet in praesépio, allelúia,
Qui régnat sine término, allelúia, allelúia.
In córdis…

6. Et Angelus pastóribuis, allelúia,
Revélat quod sit Dóminus, allelúia, allelúia.
In córdis…

7. Réges de Sába véniunt, allelúia,
Aurum, thus, myrrham ófferunt, allelúia, allelúia.
In córdis…

8. Intrántes dómum invicem, allelúia,
Nóvum salútant Principem, allelúia, allelúia.
In córdis…

9. De Mátre nátus Virgine, allelúia,
Qui lúmen est de lúmine, allelúia, allelúia.
In córdis…

10. Sine serpéntis vúlnere, allelúia,
De nóstro vénit sánguine, allelúia, allelúia.
In córdis…

11. In carne nóbis símilis, allelúia,
Peccáto sed dissímilis, allelúia, allelúia.
In córdis…

12. Ut réderet nos hómines, allelúia,
Déo et síbi símiles, allelúia, allelúia.
In córdis…

13. In hoc natáli gáudio, allelúia,
Benedicámus Dómino, allelúia, allelúia.
In córdis…

14. Laudétur sáncta Trínitas, allelúia,
Déo dicámus grátias, allelúia, allelúia.
In córdis…

QUEM TEM MEDO DO PRESÉPIO?

presepFonte: DICI – Tradução: Dominus Est

A Associação dos Prefeitos da França publicou um Vade-mécum da laicidade no qual ela pede que se proíba os presépios de Natal nas prefeituras. Ela também está preocupada com as “possíveis infrações ao laicismo no âmbito do apoio dado a manifestações consideradas como tradicionais (procissões, batismos de navios, bênçãos de edifícios, etc …)”.

Este pequeno catecismo da religião laica – pois é disso que se trata –  pretende erradicar o cristianismo do solo francês e deserdar as crianças deste patrimônio espiritual. Gerando desenraizados e deserdados, perfeitamente obedientes às leis da sociedade liberal, supostamente neutra e, de fato, espiritualmente vazia. Em breve dever-se-á entoar nas grandes lojas o cântico do consumismo hedonista: “nasceu o divino mercado” laico, não gratuito, mas obrigatório.

Mais ainda, diante das crenças que não adotaram o laicismo liberal – nem mesmo o ecumenismo e o diálogo inter-religioso –  este vade-mecum quer desarmar as almas cristãs. Desenraizadas, deserdadas, desarmadas, estas não passarão de almas mais receptivas e vulneráveis.

Acima do presépio, os anjos cantam em honra do Menino Jesus em sua pobre manjedoura: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens de boa vontade.” (Lc 2, 14). Eis o que aterroriza alguns, e eis o que nos alegra grandemente. Eis porque, como São Francisco de Assis, montamos presépios por todos.

Pe.  Alain Lorans