A Fé pode aumentar, a Fé pode diminuir e se perder. A Fé, consistindo essencialmente na adesão de nosso espírito à verdade revelada, aumenta ou diminui segundo seja a adesão mais ou menos firme. Ora, sendo a alma humana ativa por natureza, é indispensável que sua Fé aumente ou diminua. Ela aumenta se a alma avança no conhecimento do Pai e do Filho e do Espírito Santo, se a alma penetra melhor nas verdades do Credo, em uma palavra, se a alma progride no caminho da verdade.
Mas como a Fé requer, juntamente com assentimento do espírito, o movimento de piedade da vontade que quer crer, evidentemente a Fé também pode e deve crescer pelo caminho da vontade que se submete cada vez mais docilmente, cada vez mais amorosamente à verdade divina. Assim, duas coisas ajudarão singularmente a Fé em seu progresso, a saber: a instrução e a piedade. A instrução, o cristão a encontrará na pregação, no Catecismo, nas leituras santas; a piedade consistirá sobretudo na fidelidade às promessas do batismo; o cristão ajudado pela oração e pelos sacramentos, crescerá na Fé.
Todo cristão que quer crescer na Fé, deve vigiar com redobrada atenção contra tudo que for capaz de enfraquecer a Fé. Ele deve tomar cuidado para não se deixar levar pelas máximas deste mundo, pois o mundo, enquanto mundo, só se ocupa das coisas sensíveis; a Fé, ao contrário, nos mostra o preço inestimável das coisas invisíveis. O mundo só vê o presente; a Fé, que nos esclarece tanto sobre o passado quanto sobre o presente, nos faz velar principalmente sobre o futuro. O mundo está todo voltado para os gozos da terra; a Fé nos ensina que este é o tempo das privações e das penitências e nos mostra que Deus é o único bem verdadeiro em que podemos repousar nossas almas e esperar os verdadeiros gozos. Continuar lendo