NUNCA PISAREI EM MEU DEUS!

Domingos de Val – Wikipédia, a enciclopédia livreNasceu S. Dominguinho em Saragoça (Espanha), pelo ano de 1240. Quando sua mãe lhe deu o primeiro abraço, descobriu-lhe no ombro a marca de uma cruz e, sob os cabelos louros, um círculo encarnado, como de uma coroa de espinhos.

O brasão da família, descendente dum cruzado francês, ostentava uma grande cruz sobre fundo encarnado com quatro estrelas nos ângulos.

Isto significa (dizia-lhe o pai) que nós estamos sempre dispostos a derramar o sangue por Jesus Cristo e procuramos exercitar-nos nas virtudes“.

O menino foi educado no colégio da catedral. Era de ver a piedade com que servia ao altar e a voz angélica com que entoava os cantos sacros. Os mestres elogiavam-lhe mormente a aplicação e docilidade.

Os Judeus de Saragoça resolveram assassinar um menino cristão para regar com seu sangue os pães ázimos da ceia pascal. Encarregado pela sinagoga, um deles sequestrou o inocente Dominguinho, quando regressava da catedral e, à noite, levou-o aos judeus. Continuar lendo

PADROEIRO DA BOA MORTE

Resultado de imagem para são joséJosé teve a felicidade de morrer nos braços de Jesus e de Maria, e não pode deixar de vir com êles, visível ou invisívelmente, para receber seus devotos.

Numa paróquia de Lyon (França) vivia um piedoso ancião, muito devoto de S. José, que não cessou durante cinqüenta anos de pedir-lhe a graça de uma boa morte. Para isso rezava, pela manhã e à noite, fervorosas orações, jejuava e fazia alguma esmola tôdas as quartas-feiras. Para êle, o dia da festa de S. José (19 de março) era o mais belo do ano.

A 15 de março de 1859, na idade 86 anos, caiu doente. Pediu imediatamente os santos sacramentos e recebeu-os com uma fé que comoveu a todos os assistentes. A 19 de março mandou celebrar uma santa missa e pediu que lhe rezassem as orações dos agonizantes. O sacerdote estava a terminar a consagração, quando o doente, erguendo os olhos ao céu, cruzando os braços, pronunciou distintamente os santíssimos nomes de Jesus, Maria e José, e exalou suavemente o último suspiro.

Sua alma voou para o céu precisamente no momento em que o sacredote, no Memento, ia pedir a Deus que recebesse as almas dos fiéis no lugar do refrigério, da luz e da paz eterna.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

O NIGROMANTE SANTO

Gerardo Majella – Wikipédia, a enciclopédia livreA vida do Irmão coadjutor redentorista, que veneramos em nossos altares e se chama Geraldo Majela, está semeada de maravilhas.

Regressava, um dia, ao seu convento. Sua batina muito pobre; seu chapéu muito velho. Atravessava uma floresta e, com o pensamento em Deus, murmurava atos de amor. Andava também por ali um moco com o péssimo intento de assaltar os viajantes para roubar-lhes o dinheiro que encontrasse. Viu o jovem religioso e ficou admirado.

“Esse homem – dizia – não é um religioso, deve ser um nigromante, um desses homens que têm trato com os espíritos do outro mundo e que possuem a rara virtude de encontrar tesouros nas entranhas da terra”.

E sem mais, aproxima-se do Irmão e diz: – Não negues: li em teus olhos, todo o teu porte me diz que és um nigromante. És um feiticeiro poderoso, possui os segredos da Natureza e sabes as entranhas que guardam tesouros.

O Santo Irmão fitou nele um olhar cheio de surpresa e de bondade. Deus fê-lo compreeder imediatamente que era aquele pobrezinho salteador de estrada que assim falava, e respondeu: – Não te enganaste. Tenho realmente o segrêdo de um grande tesouro. Eu to poderia ensinar, mas… não me atrevo. Para isso seria mister que fôsses homem de muita coragem… mas não sei se o serás…

– Sou, sim, replicou o salteador. Não tremo diante de crime algum; a mim não me espanta nem mesmo o diabo. Tenho roubado, matado, enfrentando inimigos… Nem o sangue das vítimas, nem o brilho das armas me intimida. Quando quero alguma coisa, eu a consigo, ainda que tenha que passar por cima de cadáveres.
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ESTAIS SEGUROS DE VOSSA SALVAÇÃO?

Irineópolis começa a estruturar roteiro Turístico do Contestado -  AMPLANORTE - Associação dos Municípios do Planalto Norte CatarinenseFrei Gil, o bendito leigo franciscano, temendo pela sua salvação, abandonara o mundo. Uma gruta às margens de um rio ofereceu-lhe abrigo, e ali vivia todo consagrado ao serviço de Deus. A água cristalina matava-lhe a sede, e as árvores ofereciam-lhe seus frutos. O sol surpreendia-o em oração e as estrelas da noite eram testemunhas de suas assombrosas penitências.

Um dia, três cavaleiros, que andavam à caça, chegaram à gruta de Frei Gil. Este recebeu-os amavelmente, entreteve-se com eles sobre coisas espirituais e notou que, embora bons cristãos, gostavam mais do mundo do que de Deus.

Ao despedirem-se, um deles disse:

–  Santo bendito, desde hoje recomenda-nos a Deus.

–  Em verdade, senhores, vós é que haveis de pedir a Deus por mim, porque tendes mais fé e mais esperança do que eu.

–  Como assim? Nós?…

–  Sim, disse Frei Gil, porque estou aqui retirado de todo trato com os homens, vestido de burel, dormindo no chão, e sempre ando com medo de condenar-me; e vós, cercados de prazeres e comodidades, alimentando vícios e paixões, estais tão seguros de vossa salvação!… Tendes, na verdade, mais fé, mais esperança do que eu.

O Santo tinha razão. É preciso assegurar a nossa salvação por meio da penitência, pois a eterna Verdade diz: “Se não fizerdes penitência, perecereis”.

Tesouro de Exemplos – Vol. II – Pe. Francisco Alves

O VIAJANTE E SÃO JOSÉ

Resultado de imagem para são joséFoi a 18 de março de 1888. Viajava um sacerdote no trem de Mogúncia a Colônia, quando, ao passar por Bonn, notou que seu vizinho se persignou, juntou as mãos e pôs a rezar.

– Amanhã é a festa de S. José!… talvez que seja o seu patrono, disse o padre.

– Não, sr., mas minha esposa chama-se Josefina… e gostaria de estar amanhã em sua companhia. Tenho, porém, outro motivo de dar graças; e, se interessar ao senhor, contar-lhe-ei a minha história, pois um sacerdote a entenderá.

– Certamente.

– Quando menino, recebi de minha boa mãe uma educação piedosa. Infelizmente, bem cedo morreu minha mãe; meu pai não se ocupou de minha educação religiosa e logo abandonei todas as práticas de piedade. Encontrei, mais tarde, uma jovem excelente e, desejando fazê-la minha esposa, fingi sentimentos religiosos que não possuía. Uma vez casados, quase morreu de pesar, quando lhe abri meu coração e me pus a zombar de suas devoções. Há cinco anos, na sua festa onomástica, fiz-lhe um rico presente, mas ela, quase receosa, me disse:

– Há outro presente que me faria mais feliz…

– Qual?

– A tua alma, querido, respondeu entre soluços.

– Pede-me o que quiseres: eu o farei.

– Vem comigo amanhã, dia de S. José, à Igreja de N. N. Haverá sermão e bênção.

– Se fôr só isso, podes enxugar tuas lágrimas, que te acompanharei.
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OS QUARENTA LEGIONÁRIOS

Resultado de imagem para QUARENTA LEGIONÁRIOSA famosa Legião Fulminante, junto com outras fôrças, estava acampada na cidade de Sebaste (na Armênia), quando por ordem do governador daquela região, o feroz Agrícola, se leu um edito do imperador Licínio, em que se ordenava aos cristãos que oferecessem sacrifícios aos deuses falsos.

Quarenta daqueles legionários se negaram a cumprir a ordem do imperador. Conduzidos à presença de Agrícola, responderam aos seus agrados e ameaças dizendo: “Tu mesmo reconheces que pelejamos heróicamente pelo imperador da terra. Combatemos, todavia, com mais valor pelo do céu”.

Entre outros suplícios, quebraram-lhes os dentes com pedras e arrancaram-lhes as carnes com garfos. Finalmente, levaram-nos a um tanque gelado e ali tiveram de passar a noite despidos, no maior frio do inverno.

Junto ao tanque, Agrícola mandou pôr alguns banhos, cuja água, aquecida por braseiros, convidava os mártires a renegar sua fé e a submergir-se nelas. Durante a noite, os guardas adormeceram; só ficou acoradada a sentinela. Um dos quarenta cristãos não resistiu à tentação. Gritando que renegava a Cristo, saiu do tanque e submergiu no banho quente; mas aquela mudança, por demais rápida, ocasionou-lhe a morte, perdendo, assim, a vida temporal e a eterna.

Em seguida, a sentinela viu um anjo que, descendo do céu, coroava sucessivamente os trinta e nove que haviam permanecido no tanque. Ficou o anjo com uma coroa na mão, parecendo aguardar alguém que substituísse o apóstata. A sentinela, iluminada e movida pelo Espírito Santo, exclamou: “Eu também sou cristão”. Seus companheiros, que despertaram ao grito, viram-no despir-se e entrar no tanque gelado, onde o anjo o esperava para coroá-lo. Não era cristão, mas recebeu o batismo de sangue.
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SÃO CLEMENTE MARIA

Resultado de imagem para SÃO CLEMENTE MARIANasceu S. Clemente a 26 de dezembro de 1751 numa aldeazinha da Áustria. Contava sete anos apenas, quando lhe morreu o pai. A mãe, tomando um dia o filhinho pela mão, levou-o à igreja e, diante de um belo e devoto Crucifixo, disse-lhe: “Meu filho, de hoje em diante teu pai é Jesus; não te apartes jamais do caminho que lhe agrada”. Esse conselho ficou gravado no coração e na memória de Clemente, servindo-lhe de estímulo nas horas difíceis de sua vida. Depois de ter sido, sucessivamente, aprendiz, eremita, peregrino e estudante, entrou, afinal, na Congregação dos Padres Redentoristas, em Roma, ordenando-se sacerdote, quando já contava 34 anos de idade.

S. Afonso, ouvindo falar dele, disse profeticamente: “Esse Padre fará grandes coisas para a glória de Deus”.

Em favor das crianças pobres e órfãs saía o Santo a esmolar, expondo-se a humilhações e vexames. Sacrificava-se pelo bem das crianças. Saiu, um dia, a esmolar e vendo na varanda duma casa muitos homens em alegre reunião, julgou que ali receberia um bom auxílio para o orfanato. Aproximando-se modestamente de um daqueles senhores disse-lhe:

– Meu amigo, venho pedir-lhe um auxílio para os meus órfãozinhos.

O homem, nada amigo de padres, e ainda menos disposta a dar esmolas, cobriu-o de injúrias e, exaltando ao extremo, com sumo desprezo escarrou-lhe no rosto. Clemente, com grande calma e paciência, toma o lenço, limpa o rosto, e diz:

– Meu amigo! isto foi para mim; agora dê-me alguma coisa para os meus órfãozinhos.
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SÃO JOSÉ E O PRIMEIRO ASILADO

Resultado de imagem para são joséEm 1863 chegava a Barcelona um grupo Irmãzinhas dos Pobres para fazer a sua primeira fundação na Espanha. Foram muito bem recebidas pelos catalães, que precisavam não pouco de um asilo para tantos infelizes velhos abandonados que costuma haver nas grandes capitais. O Asilo foi, como de costume, colocado sob a proteção de S. José, a quem chamam as Irmãs de Procurador da Casa. No comêço, por falta de local, admitiam somente mulheres velhas. Mas, eis que S. José, um belo dia, lhes traz o primeiro velho. Era um homem de 80 anos que se apresentou, dizendo à Irmã:

– Venho aqui para internar-me.

– É impossível, replicou a Superiora; ainda não podemos receber nenhum homem.

– Seja, mas não há remédio; ficarei assim mesmo.

– Como se chama o Sr.?

– Chamo-me José.

Este nome chamou a atenção das Irmãs; além disso era dia consagrado a S. José. Não há remédio, recebê-lo-emos em nome de São José.

O velho não possuía mais que farrapos e estava coberto de insetos. Roupa de homem não havia. A Superiora, chamando duas Irmãs, disse-lhes:

– Saiam as Senhoras à procura de roupa, enquanto vamos lavá-lo e penteá-lo.

Durante este breve colóquio ouviu-se a campainha da portaria: era uma senhora desconhecida que, entregando um embrulho, se retirou sem dizer nada. Abriram e viram, com grande surpresa, que era um traje completo para homem.

O pobre velho chegou ao cúmulo da alegria; não menos, porém, as Irmãs que compreenderam que S. José as convidava a ampliar seus planos de caridade.

O Asilo cresceu tranqüila e constantemente e dentro de poucos anos abrigava mais de duzentos velhos sem que lhes faltasse o pão de cada dia, nem as carinhosas atenções das boas Irmãs.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

SÃO JOSÉ E AS CRIANÇAS

Resultado de imagem para são joséa) Nas horas em que não havia ninguém na igreja, notou o irmão sacristão que um menino de cinco anos vinha passar longo tempo diante do altar de S. José. Ora encostado à grade, ora de joelhos e ora assentado, ali permanecia horas olhando para o Santo.

O bom irmão sentiu-se impelido a fazer esta breve invocação:

– Ó bom S. José, ouvi a oração dêsse pequenino, não lhe recuseis a graça que vos pede com tanta piedade e inocência!

O pobrezinho rezava pela conversão do pai…

– Amiguinho, disse-lhe o sacristão, se você quer dirigir a S. José uma bela oração, diga: “S. José, rogai por nós”.

Tomou-o ao pé da letra o menino e, trocando de oração, começou a ir e vir diante do Santo e, ajoelhando-se, dizia: “S. José, rogai por nós; S. José, rogai por nós!”

Nisso se ocupava quando chegou sua mãe para buscá-lo. Teve que sair. Duas horas depois, o papai, que havia doze anos não se confessava, entrou na igreja para reconciliar-se com Deus.

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b) Um menino da Diocese de Montpellier contava assim um favor que alcançara de S. José:

” Quando brincava na esquina de uma rua, fui atropelado por um carro que me esmagou contra uma parede; meu corpo tornou-se uma massa informe. O médico não dava nenhuma esperança. Meus pais apressaram-se a chamar um padre para me dar a extrema-unção.

Uma religiosa amiga, muito devota de S. José, enviou-me um cordão bento do Santo.

Pedia-me que me encomendasse a ele com fé e confiança. Assim o fiz.

Dormi logo depois e tive um sonho muito esquisito. Parecia-me estar vendo S. José, que garantia a minha cura. Anunciou-me, além disso, que eu seria padre. Despertei alegre e contente a visão à minha mãe.

O sonho realizou-se. Até esta data estou bom e são… e não penso senão em ser sacerdote”…

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

UM LOBO QUE SE TORNA CORDEIRO

Resultado de imagem para são josé imagemEstava no hospital uma infeliz mulher que, há vinte e dois anos, abandonara sua família para se entregar aos vícios mais vergonhosos. Fôra, enfim, internada naquela casa pela polícia.

A vida que levara, de tal modo a embrutecera que parecia louca; e o médico, não descobrindo nenhuma doença, queria despedi-la do hospital para que não perturbasse os verdadeiros enfermos.

Pediram-lhe as religiosas que a deixasse alguns dias ainda, enquanto recorriam a S. José. Bem inspiradas, vestiram-na com o hábito e com o cordão de S. José e puseram-se a pedir com fervor que êle tivesse compaixão daquela pobre alma.

O auxílio de S. José não se fêz esperar. Poucos dias depois a mulher recobrou a paz, confessou-se com muita dor e arrependimento. Era um verdadeiro lobo e tornou-se tão manso cordeiro que pediu a seu protetor lhe alcançasse antes a morte que voltar à vida de pecado.

Atendeu o Santo a tão pios desejos, vindo a convertida a falecer com os mais sinceros sentimentos de dor. Antes da morte pediu humildemente perdão a todos os que escandalizara com seus vícios.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

RECUPEROU A VISTA

Resultado de imagem para são joséEm Vinovo, aldeia pouco distante de Turim, na Itália, uma moça chamada Maria Stardero teve a desgraça de perder totalmente a vista.

Desejando recuperá-la, fêz uma visita a S. João Bosco, que então construía, com as esmolas do povo de Turim, a magnífica igraja de Maria Auxiliadora. A môça, depois de ter rezado diante de uma imagem de Nossa Senhora, falou com S. João Bosco, que lhe perguntou:

– Faz muito tempo que perdeu a vista?

– Sim, muito; faz um ano que não vejo nada.

– Tens consultado os médicos?

– Ah! padre, já não sabem o que receitar-me.

– Distingues os objetos grandes ou pequenos?

– Não; como disse, não vejo nem pouco nem muito.

– Mas não vês a luz desta janela?

– Não, senhor; nada.

– Queres recuperar a vista?

– Sr. padre, sou pobre e preciso dela para ganhar a vida.

– Servir-te-ás da vista para proveito de tua alma e não para ofender a Deus?

– Prometo-o sinceramente.

– Confia, pois, em Nossa Senhora e S. José. – E, em tom solene, D. Bosco acrescentou: – Para a glória de Deus, da SS. Virgem e de S. José, dize: que é que tenho na mão?

A moça abre os olhos, que antes não viam nada, e diz:

– Uma medalha de Nossa Senhora.

– E isto, que é?

– Um ancião com a vara florida; é S. José.

Estava operando o milagre. Pode-se imaginar a alegria da môça e de seus pobres pais!…

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

SÃO JOSÉ CHAMA O PADRE PARA UM DOENTE

Resultado de imagem para são joséCerto dia, apresentou-se na casa paroquial um ancião desconhecido, pedindo ao padre que fosse socorrer uma agonizante.

Ele mesmo o acompanharia até à casa. Como a rua era de má fama e a noite se aproximava, o padre desconfiou de alguma cilada, mas o ancião insistiu:

– É preciso que o senhor vá logo, porque se trata de administrar os sacramentos a uma velha que está nas últimas.

Partiu o padre levando o Santíssimo e os Santos Óleos. A noite era glacial, mas o velho parecia não senti-lo; ia adiante até chegar a uma casa de péssima reputação; teve o padre um momento de vacilação e temor, mas o ancião animou-o dizendo:

– Eu o esperarei aqui.

Bateu o padre à porta repetidas vezes e, como não abrissem, o ancião deu umas pancadas esquisitas e a porta abriu-se imediatamente.

– O Sr. entre, suba a escada, abra a porta do fundo do corredor e encontrará a agonizante.

Disse essas palavras com tal força e autoridade que o padre não vacilou mais. Encontrou estendida numa cama miserável uma mulher abandonada que repetia aos gritos:

– Um padre! um padre! Deixar-me-eis morrer sem um padre?…

– Filha, aqui estou, sou o padre que a Sra. chama. Um ancião foi buscar-me…
Ela não queria acreditar.
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A POMBA MENSAGEIRA DE SÃO JOSÉ

Resultado de imagem para são josé imagemHá acontecimentos que parecem novelas: que os nossos leitores tomem-nos a seu gosto.

A família do Sr. B… sua esposa e uma filha, Josefina, de 20 anos, havia gozado em N. de uma bela fortuna; mas, a enfermidade do pai e alguns maus negócios a haviam obrigado a viver só do trabalho da filha.

A moça era inteligente, enérgica, alegre e, o que é mais, piedosa. Um dia, porém, voltou para casa com uma notícia triste: não quiseram pagar-lhe as costuras, e comunicaram-lhe que, por algumas semanas, não haveria trabalho.

Que fazer? Que comer? Mas ela não desanima; confia, não nos homens, mas no paternal auxílio de seu poderoso patrono S. José, cuja festa será celebrada no dia seguinte.

Senta-se, escreve num papelzinho a sua situação penosa e, abrindo uma gaiola onde tem uma pombinha mansa, ata-lhe debaixo da asa a sua missiva e, beijando-a, solta dizendo:

– Vai, querida, aonde te guie S. José a fim de que encontres pão para nós e para ti.

Passada meia hora, se muito, eis que se apresenta à entrada da casa um moço que pede para falar com Josefina; acompanhava-o um criado com um pesado embrulho. Diante da família admirada conta que, sendo devoto de S. José, lhe prometera atender o primeiro pedido de auxílio que se apresentasse. Ora, apenas fizera a sua promessa, entrou pela sua janela uma pombinha em cuja asa viu um papelzinho e a petição a S. José.
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A ESTATUAZINHA DE SÃO JOSÉ

Resultado de imagem para são josé estatuaDois carroceiros estavam suas carroças com os escombros de um casarão que fôra demolido. Eram bons e honrados, mas, em matéria de religião, completamente indiferentes e ignorantes. De repente um deles tirou com sua pá do montão de entulho uma estatuazinha de S. José.

– Toma – disse ao seu companheiro – um deusinho…

– Não o quebres: isto te traria má sorte.

– Tu crês em contos de avozinhas?

– É melhor que mo dês, pois, embora não sendo muito de igreja, prefiro levar um santinho para minha casa a atirá-lo no carro. Isso me sairia mal depois.

– Tens razão, replicou o outro, lembrando-se talvez do tempo de sua primeira comunhão: é melhor levá-lo…

Passaram-se anos. O carroceiro era já um velho inválido, estendido num leito de madeira carcomida. No quarto, duas cadeiras desconjuntadas, uma mesinha cambaleante e uns pedaços de cobertores. Acabava seus dias na miséria. A seu lado uma netinha de treze anos…

– Vovô, o Sr. quer, eu vou chamar o padre que nos dá catecismo; ele é bom.

– Não, filha, ainda não estou tão mal…

É sempre assim. Os pobrezinhos nunca julgam estar muito mal. Mas S. José cuidou dele.

– Mariazinha, traga-me a estátua de S. José que está ali… ela quer me falar… eu a ouço…

– Pobre vovô! a febre devora-o…

Põe-lhe nas mãos a imagem de São José e põe-se a chorar. Parece-lhe chegado o momento de insistir:

– Vovozinho, o Sr. quer falar com o vigário? Ele é tão bom; o Sr. conhece…

– Falar? falar é coisa muito vaga; diga-lhe que quero confessar-me, ouviu?

– Obrigada, meu S. José. Salvais a quem vos respeitou; obrigada, obrigada, dizia a menina, correndo em busca do padre.

Reconciliado com Deus, e beijando a estatuazinha, dizia às pessoas presentes: – Não vos esqueçais de Deus, dos deveres religiosos, da missa aos domingos. Eu não fazia nada disso e estou arrependido. S. José me salvou.

Alguns dias depois o velho carroceiro morria santamente abraçado à estatuazinha do seu grande benfeitor S. José.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

SÃO JOSÉ E A PRIMEIRA COMUNHÃO

Resultado de imagem para são joséO célebre Pe. Leonard, grande missionário na Itália, chorava toda vez que tinha de pregar um retiro de primeira comunhão.

– Mas, Padre, que é que tem o Sr.? perguntavam-lhe.

– Ah! não sabeis (respondia) que se preparam para o dia da primeira comunhão vários calvários, onde Jesus Cristo será de novo crucificado? Nada mais comum do que este crime entre os meninos. Não sabeis que muitos ocultam seus pecados na confissão; outros se confessam mal; outros não têm arrependimento; outros, enfim, não compreendem a grandeza do ato que vão fazer? Por pouco que se ame a Deus, é impossível não chorar e não sentir horror de semelhante atentado.

Impressionado com estas palavras, um piedoso Diretor de Colégio mandava rezar todos os dias do mês de março para que nenhum dos alunos cometesse tão horrendo pecado.

Nove dias antes da comunhão deviam fazer uma novena a S. José, a fim de que todos se preparassem bem para a primeira comunhão e não se encontrasse nenhum Judas entre os mesmos. Certa vez, no último dia da novena, véspera da primeira comunhão, um menino muito sobressaltado veio cedinho à procura do confessor, dizendo-lhe antes de confessar-se.

– Padre, a noite passada não pude dormir. Parecia-me ver S. José, que, irado, me dizia: “Infeliz, pedem-me os meninos que não haja entre eles nenhum Judas e tu queres ser um, pois ocultaste teus pecados de impureza”… É por isso que aqui estou para reparar todas as minhas confissões sacrílegas e dizer-lhe tudo o que tenho na consciência.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

OS TRÊS DEGRAUS DA FORCA

Imagem relacionadaEra no tempo da famosa rainha Isabel que governou a Inglaterra de 1558 a 1603. Foi uma rainha cruel e mandou matar fria e injustamente a muitíssimos de seus vassalos simplesmente por serem católicos convictos e fervorosos.

Entre as inúmeras vítimas de seu ódio satânico estava João Post, natural de Pereth (Cumberland), grande devoto da Mãe de Deus. Ainda na hora trágica da morte deu prova desta sua devoção.

Foi assim: Ao ser conduzido à forca, em presença de inúmeras espectadores, ajoelhou-se no primeiro degrau da forca e rezou em voz alta: ” O anjo do Senhor anunciou a Maria; e ela concebeu do Espírito Santo”. E rezou logo em seguida uma Ave-Maria.

Subiu, depois, ao segundo degrau e rezou com voz forte: “Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a vossa palavra. E rezou outra Ave-Maria.

Subiu, enfim, ao terceiro degrau, que era o último do cadafalso, ajoelhou-se pela última vez e rezou: “E o Verbo de Deus se fez homem e habitou entre nós”. Rezou a terceira Ave-Maria, encomendando-se fervorosamente a Nossa Senhora.

Entregou-se então ao carrasco e sofreu heróicamente o martírio, sendo enforcado por causa de sua fé inabalável em Jesus Cristo e na santa Igreja Católica.

Meu irmão, também nós estamos condenados à morte. Todos havemos de morrer. Pode-se dizer que nos aproximamos dela, subindo também três degraus: um pela manhã, outro ao meio-dia e o terceiro à tarde.

Imitemos o exemplo desse santo mártir, rezando três vezes ao dia, como é costume entre os bons católicos, o “Anjo do Senhor”.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

ESCAPARAM DA GUILHOTINA

Resultado de imagem para moça rezandoFoi em Paris, na época mais triste da Revolução Francesa. Para alguém ser preso e condenado à morte, bastava que o acusassem de monarquista ou católico intransigente.

Também os pais de Júlia Janau, uma criança de 11 anos, foram presos por causa de sua religião. Júlia, que ficara só com uma velha criada, chorava dia e noite, temendo pela sorte de seus pais.

Em sua grande aflição rezava continuamente o rosário à compassiva Mãe do Céu para que salvasse seus pais. Essa devoção do rosário ensinara-lhe sua boa mãe, dizendo-lhe que, em todo o perigo e necessidade, recorresse a Maria com muita confiança e seria socorrida.

Estava a menina ajoelhada, rezando o seu rosário, quando um representante do partido revolucionário penetrou na casa à procura de mais alguma vítima para a guilhotina.

À vista daquela criança, inocente e tímida, o carrasco sentiu-se inexplicávelmente comovido.

Dirigindo-se à pequena, perguntou: Continuar lendo

UM PECADOR SE CONVERTE

Resultado de imagem para leito de morteDiz S. Brígida que “assim como o magnete atrai o ferro, assim também Maria Santíssima atrai a Deus os corações”. É um fato.

Um dia foi S. Francisco Regis chamado para um enfermo que não queria de modo algum preparar-se para a morte. O infeliz negava-se a aceitar os socorros da religião, sabendo embora que o seu fim era iminente. Convencendo-se S. Francisco de que os meios humanos eram inúteis, tirou de seu breviário uma imagem de Nossa Senhora e, mostrando-a ao enfermo, disse:

– Olha! Maria te ama.

– Como! – replicou o pecador, como se acordasse de um sonho – então ela não me conhece.

– Mas eu sei que ela te ama! tornou o santo.

– Então ela não sabe que reneguei a minha fé e desprezei a minha religião?

– Sabe.

– Que insultei a seu Filho e calquei aos pés o seu sangue?

– Sabe.

– Que estas mãos estão manchadas de sangue inocente?

– Sabe.

– Padre, o Sr. fala a verdade? Continuar lendo

ÚLTIMA AVE-MARIA, ÚLTIMO SUSPIRO!

Imagem relacionadaAchava-se num asilo de velhos um antigo soldado que, apesar de sua vida de caserna e acampamento, se conservava dócil e acessível às verdades religiosas.

Um sacerdote, que o visitava com freqüência, falou-lhe da devoção do rosário e ensinou-lhe o modo de rezá-lo.

Deu-lhe a Irmã um rosário e o velho militar achou tamanho consôlo em rezá-lo, que sentia muito não o ter conhecido antes, dizendo que o teria rezado todos os dias.

– Irmã, (perguntou um dia), quantos dias há em sessenta anos?

– A Irmã fez o cálculo e respondeu:

– 21.900 dias.

– Irmã, e quantos rosários teria eu que rezar cada dia para, em três anos, chegar a êsse número?

– 20 cada dia, disse-lhe a Irmã.

Daí em diante viam-no, dia e noite, com o rosário na mão.

Após três anos de sofrimentos, suportados com grande paciência, chegou ao seu último rosário.

Ali o esperava a morte, pois não viveu nem um dia nem uma hora mais. Ao terminar a última Ave-Maria, deu o último suspiro, entregou sua alma a Deus.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

SALVO PELO ROSÁRIO

Pin on Un caballero de verdadEra em maio de 1808. Os habitantes de Madrid tinham-se levantado contra o intruso José Bonaparte, que usurpara o trono dos Bourbons.

Os insurretos, cheios de ódio contra os franceses, matavam sem piedade os soldados que podiam surpreender nas ruas e nas casas.

Certa manhã encontrou-se o célebre Dr. Claubry com uma turba de insurretos que, pelo seu traje, viram que pertencia ao exército invasor.

O Dr. era grande devoto de Nossa Senhora e pertencia à Confraria do Rosário.

Naquele dia mesmo recebera a comunhão numa igreja dedicada a Nossa Senhora e voltava tranquilamente para casa.

Quando percebeu o perigo, levantou as mão ao céu e invocou os santos nomes de Jesus e Maria.

Já estavam prestes a matá-lo, acoimando-o de renegado e ímpio, quando uma feliz ideia lhe passou pela mente.

– Não, disse, não sou infiel nem blasfemo e se querem uma prova, vede o que tenho comigo. E mostrou-lhes o rosário que estava rezando.

Diante disso os assaltantes baixaram imediatamente as armas, dizendo:

– Este homem não pode ser mau como os outros, pois reza o rosário.

Precisamente naquele instante, como que enviado por Nossa Senhora, surgiu ali o sacristão da igreja em que o Doutor comungara e, vendo-o cercado pelos insurretos, gritou bem alto:

– Não lhe façam mal; é devoto de Nossa Senhora; eu o vi comungar esta manhã em nossa igreja.

Ouvindo isto, os agressores acalmaram-se, beijaram o crucifixo do rosário de Claubry e levaram-no a um lugar seguro.

Regressando à sua pátria, o piedoso Doutor publicou o favor recebido e continuou tôda a sua vida rezando o rosário.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

A DEVOÇÃO A MARIA DÁ VALOR

Resultado de imagem para santíssima virgemMuito tempo faz encontrava-se entre os religiosos trapistas de Sept-Fons, na França, um irmão leigo, muito velho e enfermo, que tinha na mão o seu rosário.

Era o irmão Teodoro, o qual outrora fora um soldado valoroso.

Quando em 1812 o exército francês, vencido voltava da Rússia, a coluna de Teodoro, extenuada de cansaço e de fome, encontrou-se em frente de uma bateria russa que barrava o caminho de fugida.

Um verdadeiro desespero se apoderou de todos: oficiais e soldados atiravam suas armas ao solo. Que fazer? Era no rigor do inverno e haviam caminhado longas horas sobre a neve e o gelo. Que fazer? Voltar era impossível. Ir adiante?

Ali estava a poderosa bateria inimiga. Permanecer naquele posto? Era condenar-se a morrer de frio e de inanição.

De repente adianta-se um oficial:

– Venham comigo os valentes!…

Coisa rara nos anais de nossa guerra: nem uma voz respondeu.

Engano-me. Um só homem, um só, o irmão Teodoro, saiu da fila dizendo:

– Irei sozinho, se o Sr. quiser.

Dizendo isto, tira a mochila e o fuzil e ajoelha-se na neve, persigna-se diante de todos e reza uma dezena do rosário com fervor como nunca. Toma novamente o fuzil e, de cabeça baixa, lança-se a passo de carreira, com tanta confiança como se dez mil homens o seguissem.

Estava para alcançar a bateria inimiga, quando os russos, crendo que os franceses queriam apanhá-los pelas costas, enquanto se ocupassem de um só inimigo, abandonaram sua peça e bagagem e fugiram.

Dono do campo, disse nosso herói com admirável naturalidade:

– Eis aí! para sair de apuros, não há coisa melhor do que rezar o rosário.

O oficial entusiasmado corre para ele, tira sua própria Cruz de Honra e pendura-a ao peito do jovem, exclamando com lágrimas nos olhos:

– Valente soldado, tu a mereces mais do que eu!

– Comandante (respondeu Teodoro), não fiz mais do que meu dever.

Cinquenta anos mais tarde, com seu hábito de trapista, quando, no mais rigoroso inverno, passava a maior parte do dia de joelhos rezando o rosário, gostava de repetir:

– Não faço mais do que o meu dever!

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

O SENHOR AMA A SUA MÃE?

Resultado de imagem para santíssima virgemFoi um valente soldado o cabo Pedro Pitois, que fez essa pergunta a Napoleão.

Pedro estava sempre na primeira linha de combate, não temia as balas inimigas, e, a 6 de julho de 1809, na batalha de Wagram, ainda pelejou valorosamente.

Depois desapareceu. Desertara do exército… Não demorou muito foi preso e condenado à morte.

– Tu, um dos mais valentes, por que fizeste isso? perguntavam-lhe os companheiros.

– Não me arrependo – respondia – não fiz mal.

À meia-noite, na véspera da execução, um oficial entrou na cela de Pedro. Era Napoleão e o preso não o reconheceu.

Tomando-o o pela mão, o Imperador disse-lhe com carinho: “Amigo, eu como oficial sempre admirei o teu valor nos combates. Agora venho saber se tens alguma recordação para tua família, que a enviarei depois da tua morte.

– Não, nenhuma.

– Não queres mandar um adeus a teu pai, a teus irmãos ou irmãs?

– Meu pai é falecido; não tenho irmãos nem irmãs.

– E a tua mãe?

– Ai! não a nomeie, porque, quando ouço nomeá-la, tenho vontade de chorar e um soldado não deve chorar.

– Por que não? replicou Napoleão. Eu não teria vergonha de chorar ao lembrar-me de minha mãe.

– Ah! o Sr. quer bem a sua mãe? Vou contar-lhe tudo.

De tudo que existe no mundo, nada amei tanto como minha mãe. Quando parti, deu-me sua bênção e disse-me: “Se me amas, cumpre o teu dever”.

Nas batalhas, diante das balas, sempre me recordei de suas palavras. Não tinha medo algum. Um dia soube que estava gravemente enferma; pedi licença para ir abraçá-la pela última vez e… não me deixaram partir. Recebi, afinal, a notícia de que falecera e pedi licença para ir vê-la ao menos morta. Segunda vez me disseram que não. Não aguentei mais: era preciso ir depositar uma flor ao menos sobre a sua sepultura. Fui, chorei e recolhi esta flor de miosótis que aqui trago sobre o meu coração. Morrerei amanhã, mas a morte não me amedronta.

Napoleão, depois de algumas palavras de conselho, retirou-se grandemente comovido. No outro dia foi o preso conduzido ao lugar do suplício.

Estando a guarda para disparar, chegou o Imperador a cavalo, poupou a vida de Pedro Pitois e nomeou-o oficial.

– Amais a vossa mãe do céu?

Respondereis certamente com S. Estanislau: “Como não a hei de amar, se é minha Mãe?”

E ela vos diz: “Cumpri o vosso dever, e eu vos alcançarei a perseverança, a graça final”.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

O ROSÁRIO NOS PERIGOS

Resultado de imagem para rosárioJá faz bastante tempo, deu-se na cidade de Cartago, na república de Costa Rica, um terremoto tão violenta que a destruiu quase por completo.

A Revista “América”, dos Jesuítas de Nova York, narrando os pormenores da pavorosa catástrofe, chamou a atenção dos leitores para o fato seguinte:

Ezequiel Gutiérrez, que fôra presidente daquela república, no momento do cataclismo, achava-se em sua casa rezando o rosário acompanhado de toda a sua família. Algumas pessoas quiseram interromper a reza e fugir para a rua, mas o chefe obrigou-as a ficar até terminar o rosário.

Acabada a oração, saíram à rua e qual não foi o assombro de todas ao verem as casas convertidas em ruínas. Em toda a redondeza nenhum edifício ficara intacto; a desolação era completa; somente a casa do ex-presidente não sofrera nenhum dano, nem sequer um abalo.

Evidentemente Nossa Senhora a tomara sob a sua especial proteção, porque ali se rezava o seu rosário.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

NOSSA SENHORA E O FAMOSO CAÇADOR

Imagem relacionadaCerto manhã, pouco antes do almoço, descia do trem em Lourdes um senhoraço, completamente indiferente, que mal se resolvera a acompanhar a esposa e a filha ao balneário. Não pensava em demorar-se ali mais que o tempo que medeia entre dois trens: era tudo o que conseguiram alcançar dele a esposa e a filha.

Apenas lá chegadas, correram as duas à gruta para rezar pelo chefe da família, que tanta pena lhes causava por sua irreligião.

Ele, porém, mais preocupado com o estômago do que com a alma, foi à procura do melhor hotel e, chamando o garçom, disse:

– Enquanto espero minha senhora e minha filha prepare para nós três um bom almoço.

– Deseja o Sr. comida como de sexta-feira?

– Como? De sexta-feira?

– É que hoje é dia de abstinência e quase toda gente o guarda, pelo menos aqui.

– Que me importa o dia? diz o livre-pensador. Ora essa! O almoço tem que ser substancioso, e demais sou caçador, quero carne, ouviu?

O garçom inclinou-se respeitoso e deu ordem ao cozinheiro de preparar bife, frango, etc.

Acendendo um bom charuto, o nosso homem dizia de si para si:

– Não hão de dizer que não vi a famosa gruta… irei ver aquilo.

Chegou lá muito antes que as duas senhoras tivessem terminado suas visitas à gruta, à basílica e à cripta, em toda a parte rezando e suplicando por seu querido rebelde… Continuar lendo

SALVO POR NOSSA SENHORA

Resultado de imagem para desesperoUm jovem seminarista francês, por instigação de um parente, abandonou a vocação.

Seus pais e mestres fizeram tudo para abrir-lhe os olhos e segurá-lo. Obstinou-se e partiu para a capital, onde conseguiu ótima colocação e ganhava bom dinheiro. Desgraçadamente seus maus amigos o arrastaram aos vícios e de suas práticas religiosas só conservou o “Lembrai-vos”, que todas as noites rezava em louvor de Maria Santíssima.

Ao cabo de alguns anos perdeu a colocação e caiu na mais profunda miséria; e, como já não contava com o auxílio da religião, entregou-se ao desespero e resolveu acabar com a vida. Ia já lançar-se ao rio para afogar-se, quando, por inspiração singular, quis antes rezar o seu “Lembrai-vos” a Nossa Senhora. Ajoelhou-se e rezou…

Ao levantar-se, um terror estranho se apoderou dele: parecia-lhe ver um abismo aberto e fogo abrasador diante de seus olhos; em sua mente agitada pelo remorso começavam a despertar as recordações da infância. Percebeu que um passo apenas o separava do inferno. Fugiu atemorizado pelas ruas de Paris, sem saber aonde ia… Ao acaso? Não. Nossa Senhora guiou-lhe os passos até uma igreja, em que entrou arrastado por uma força invisível.

Uma grande multidão de fiéis rezava em silêncio diante da imagem de Maria adornada de luzes e flores.
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UM SACRISTÃO E UMA VOZ MISTERIOSA

Resultado de imagem para nossa senhora das dores barrocoNa pequena cidade de Ostra-Brama, Polônia, há uma bela igreja onde, há séculos, se venera uma devota imagem de Nossa Senhora das Dores.

No mês de março de 1896, um forasteiro, falando polonês com sotaque russo, apresentou-se ao sacristão com dois grossos círios, dizendo que queria ardessem diante da milagrosa imagem até se acabarem.

– Fiz promessa – disse – que fiquem acesos até amanhã depois da missa sem que se apaguem. Tendo um grande negócio, que amanhã se há de decidir e só me resta este tempo para recomendá-lo a Nossa Senhora. Se quiser, irei junto para colocá-los na igreja.

– Eu o farei com gosto – replicou o sacristão – mas o caso é que, quando se deixam luzes na igreja, tenho de passar a noite lá, por temor de um incêndio.

– Sei – disse o desconhecido – mas por esse seu trabalho dou-lhe agora mesmo dois rublos.

A filha do sacristão preparou ao pai a ceia e roupas quentes e o russo foi com ele acender os círios, rezou alguns minutos e foi-se embora.

O sacristão, uma vez sozinho, tocou as Ave-Marias, fechou as portas, rezou sua oração da noite, sentou-se numa cadeira, na sacristia, e logo começou a cochilar.

De repente ouve uma voz que lhe grita:

– Apaga, apaga os dois círios!

Assustado, levanta-se, olha para todos os lados e não vê ninguém. Julga ter sido um sonho e torna a dormir; mas, pouco depois, desperta-o a mesma voz misteriosa:
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DEUS ME CHAMA

Resultado de imagem para leito de morteUm missionário Lazarista, falecido na Itália em fins do século passado, pregava retiro a umas jovens de Constantinopla precisamente nos dias em que a cólera invadia a infeliz cidade.

Na manhã do terceiro dia, bem cedo, viu o missionário chegar uma das jovens retirantes, que lhe disse:

– Padre, desejo confessar-me e fazer uma boa comunhão esta manhã. Depois da missa lhe direi o motivo.

Comungou com singulares mostras de fervor. Depois da ação de graças veio dizer-me:

– Padre, esta noite, passei-a acordada e tive a sensação de que chegara para mim o momento da morte e minha alma, separada do corpo, era levada por meu anjo da guarda ao tribunal do soberano Juiz.

Já não era o Salvador tão bom e misericordioso, de que tantas vezes nos falam os padres, mas um juiz inexorável. Iam chegando todas as partes do mundo inúmeras almas; muitas iam para o inferno, bastantes para o purgatório, muitas poucas diretas para o céu.

Perturbada e atemorizada, levantei os olhos e – ó felicidade! – minha boa Mãe, a Imaculada, ali estava a olhar para mim com uma doçura infinita. Animada com esta vista, do fundo do meu coração saiu o grito que repetia muitas vezes na terra: ” Boa Mãe, Mãe do Perpétuo Socorro, socorrei-me, salvai-me!”

Estava eu aos pés do tribunal de Deus e a minha sorte eterna ia decidir-se num instante.
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CASTIGO DE UM ESTUDANTE

Resultado de imagem para oculos de cego

Dois estudantes perversos iam certo dia pelo caminho que conduz ao santuário de Nossa Senhora se Ostaker, onde muitos enfermos recobram a saúde, bebendo água da fonte milagrosa.

Discorriam ambos sobre como se divertiriam naquele feriado, quando um exclamou:

– Sabes o que vamos fazer?

– Não.

– Um milagre; sim, um autêntico milagre. Não te rias e ouve-me. Vendar-te-ei os olhos, tu te fingirás de cego e eu te levarei à fonte.

– E depois?

– Quando chegarmos, começarás a rezar, lavarás os olhos com a água, e gritarás que estás curado, que estás vendo… assim pregaremos uma peça aos devotos. Não te parece divertido?

– Sim, ótimo. E quando voltarmos, contaremos o prodígio aos jornais e como se rirão aos leitores desses pobres imbecis que vão lá buscar saúde. Falarão de nós e nos tornaremos célebres…

– Vamos…

Assim foram nossos dois comediantes, fazendo cada um o seu papel, até a fonte milagrosa. Como sempre, havia ali muitos peregrinos. Vendo os dois jovens, aproximaram-se com sinais de simpatia como fazem os bons cristãos com os enfermos. Todos se puseram a rezar enquanto o jovem ímpio se aproximava da fonte para se lavar.
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UM CASTIGO E UMA GRAÇA

Resultado de imagem para imagem nossa senhora barrocaO Sr. Beauveau, marquês de Novian, deveu a sua conversão e vocação religiosa à Companhia de Jesus a uma vitória sobre o respeito humano para honrar a Nossa Senhora.

Em 1649, estando as tropas alemãs na Alsácia-Lorena, alguns soldados alojados em Novian, depois de haverem bebido em excesso, puseram-se a jogar. Um deles, depois de haver perdido no jogo, vendo uma estátua de Nossa Senhora colocada na parede, ficou furioso como se fora ela a causa de sua falta de sorte, e começou a golpeá-la proferindo horríveis blasfêmias. Apenas terminara, caiu por terra com um tremor em todo o corpo e dores tão fortes e contínuas que foi impossível fazê-lo tomar alimento durante quatro ou cinco dias. Tendo a tropa recebido a ordem de partir, ataram o infeliz em seu cavalo para que acompanhasse a marcha.

Soube-se que, à força de agitar-se, caíra da montaria e morrera no caminho, mordendo a terra espumando de raiva.

Naquela vila falou-se, por muito tempo, do exemplar castigo do blasfemo. Dois anos após, a pedido de um missionário, resolveu-se fazer um ato solene de reparação. Para esse fim foram àquela casa em procissão o vigário, o missionário, alguns outros sacerdotes e o povo de Novian com o marquês à frente.

Chegados ao lugar, por mais que o padre chamasse a alguns homens, nenhum se apresentou para levar a imagem à igreja. O Sr. Beauveau, indignado com semelhante indiferença para com Nossa Senhora, sentiu-se interiormente movido a levá-la ele mesmo. Apesar do respeito humano e de parecer beato aos olhos daquela gente, tomou a imagem e levou-a com respeito à capela do castelo onde, por ordem do Bispo, foi colocada com todas as honras. Maria Santíssima não tardou a recompensar esse ato de piedade, pois, segundo declarou ele mesmo, começou o marquês a receber tal abundância de graças e tão fortes inspirações para a vida perfeita que não só se tornou um cristão modelo, mas ainda abraçou a vida religiosa, onde viveu e morreu santamente.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

ENTRE NA MINHA GUARITA!

Resultado de imagem para exercito rezandoO veterano capitão Hurtaux, cavaleiro da Legião de Honra, não era católico praticante. Tinha, como muitos homens, certo temorzinho ou respeito humano de chegar-se à confissão.

Muito antes de dar o passo definitivo, gostava de invocar a SS. Virgem, indo rezar no santuário de Nossa Senhora em Chartres, onde morava.

Um dia, estando de joelhos diante de um grande Cristo na catedral, viu que um sacerdote, que o conhecia e tinha a franqueza de um militar, se aproximou, bateu-lhe no ombro e disse:

– Capitão, pouco adianta estar o Sr. aí a rezar, se não se põe na graça de Deus.

E tomando-o pelo braço acrescentou:

– Entre na minha guarita.

O capitão deixou-se levar, fez a sua confissão e saiu com o rosto radiante e a alma revestida da graça de Deus. Foi desde esse dia um cristão modelo: todos os dias fazia a sua hora de guarda aos pés de Nossa Senhora e não se levantara sem lançar um afetuoso olhar para a Mãe do céu.

Um dia, afinal, já não pôde ir fazer a guarda e teve Nosso Senhor, sem dúvida acompanhado de sua Mãe, que vir ao leito de morte de seu servo.

Recebeu os sacramentos com fé viva e, ao apresentar-lhe o padre a sagrada Hóstia, exclamou:

– Senhor, não sou digno… não sou digno que venhais à minha casa, mas sois tão bom!

O capitão não se envergonhava de suas crenças nem dissimulava suas práticas piedosas e sabia tapar a boca dos que o interpelavam.

– Aonde vais? perguntou-lhe certo dia um amigo, ao vê-lo dirigir-se a uma igreja.

– Vou aonde tu deverias ir e não tens coragem.

Com este seu gênio tão simples como firme granjeara o respeito de todos.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves