O SORRISO DA IMACULADA

Imagem relacionadaQuatro anos após a definição do dogma da Imaculada Conceição, Nossa Senhora se dignou baixar à terra para confirmar de um modo estupendo a declaração do Papa Pio IX, de santa memória.

Foi em Lourdes, na França, que Nossa Senhora apareceu repetidas vezes à inocente Bernadete e na última aparição disse: Eu sou a Imaculada Conceição.

Quem refere o seguinte episódio não é nenhum devoto, nem sequer bom cristão. Ele escreve:

” Quando já se falava muito das aparições de Lourdes, achava-me em Cauterets, povoação próxima de Lourdes, mais para distrair-me do que para curar-me.

Achei graça ao ouvir que a Virgem sorrira para Bernadete e resolvi ir a Lourdes para ver a Vidente e surpreendê-la na mentira. Fui a casa dos Soubirous e encontrei Bernadete sentada à porta cerzindo umas meias. Pareceu-me o seu rosto bastante vulgar; apresentava sinais de enfermidade crônica ao par de muita doçura. A instâncias minhas contou-me as aparições com toda a simplicidade e convicção.

– Mas é verdade que a Virgem sorriu?

– Sim, sorriu.

– E como sorria?

– A menina olhou-me com ar de espanto, e disse

– Mas , senhor seria preciso ser gente do céu para repetir aquele sorriso.

– Não o poderia repetir para mim? Sou incrédulo e não creio nas aparições.

O rosto de Bernadete tornou-se triste e severo.

– Então julga o senhor que menti?

Senti-me vencido. Não, aquela menina tão cândida não podia mentir. Ia pedir-lhe desculpas, quando ela acrescentou:

– Bem; se o senhor é um pecador, tentarei imitar o sorriso de Nossa Senhora.

A menina ergueu-se lentamente, juntou as mãos e um reflexo celeste iluminou seu rosto. Um sorriso divino, que jamais vi em lábios mortais, encantou os meus olhos… Sorria ainda, quando caí de joelhos, vencido pelo sorriso da Imaculada nos lábios da ditosa Vidente.

Desde aquele dia nunca mais se me apagou da imaginação aquele sorriso divino. Passaram-se muitos anos, mas a sua recordação enxugou-me muitas lágrimas ao perder minha esposa e minhas duas filhas… Parece-me estar só no mundo e vivo no sorriso da Virgem”.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

NÃO IREI DORMIR EM PECADO

Resultado de imagem para confissão criançaQuando fez a sua primeira comunhão, tomou um menino a resolução de nunca ir dormir em pecado mortal na consciência.

O seu propósito era: “Se tivesse a desgraça de cair em falta grave, irei confessar-me no mesmo dia e não irei para a cama antes de me haver conciliado com Deus”.

Alguns meses mais tarde teve a fraqueza de cometer um tal pecado. Era sábado, fazia mau tempo e a igreja era distante. Ele dizia:
– Amanhã, quando for à missa, procurarei o confessor e me confessarei.

Lembra-se, porém, de sua promessa e uma voz interior lhe diz:
– Fazei o que prometeste, vai te confessar…

Contudo, não se resolvia ir e, nessa luta, ajoelhou-se e implorou o auxílio de Nossa Senhora, rezando uma Ave-Maria para que lhe fizesse conhecer a vontade de Deus. Apenas terminara a sua oração, sentiu-se mais vivamente impelido a ir confessar-se imediatamente. Levanta-se, corre à igreja e confessa-se.

De volta encontra-se com sua madrinha, que lhe pergunta de onde vem.

– Acabo de confessar-me, diz com rosto alegre e feliz: cometi um pecado e não quis ir dormir sem alcançar o perdão; agora, sim, tendo recuperado a graça de Deus, posso dormir tranquilo…

Sua mãe tinha o costume de deixá-lo dormir um pouco mais aos domingos; por isso não foi despertá-lo cedo. Às sete horas bate à porta, chama-o pelo nome… Não responde. Passa um quarto de hora e o menino não aparece. Chama-o de novo, mas sem resultado algum.

Inquieta, abre a porta, abeira-se da cama onde o filho jaz imóvel; pega-lhe, está fria; fixa-o um instante, dá um grito e desmaia… O menino estava morto!

E se não tivesse ido confessar-se?

 

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

OS DOIS SOLDADOS

Imagem relacionadaFoi na guerra de 1914-18. Um soldado francês narra o seguinte fato:

“Nunca me esquecerei de um episódio, que eu mesmo presenciei. Atacamos à tarde; depois de algumas oscilações, penetramos na trincheira inimiga, onde jaziam cadáveres horrendamente massacrados pelos canhões 75.

No momento do novo ataque, uma metralhadora inimiga camuflada abateu alguns dos nossos; eu fui um deles. Passados os primeiros instantes de terrível impressão pelo ferimento recebido, olhei ao redor. Dois soldados jaziam por terra agonizantes: um alemão, bávaro, louro e muito moço, com o ventre dilacerado, e ao lado dele um francês, igualmente jovem. Ambos manifestavam já a palidez da morte; a minha maior dor era de não poder mover-me para socorrer ou ao menos suavizar a morte do meu camarada.

Foi quando o francês, com supremo esforço, procurou com a mão alguma coisa que estava sobre o peito, debaixo do capote. E tirou um pequeno crucifixo que levou aos lábios; depois, com voz fraca, mas ainda clara, rezou: Ave, Maria…

Vi então outra coisa. O alemão, que até aquele momento não dera sinal de vida, abriu os olhos azuis e meio apagados, virou a cabeça para o francês e respondeu: Santa Maria Mãe de Deus…

O francês, um tanto, surpreendido, olhou para o seu vizinho; seus olhares encontraram-se; o francês apresentou o crucifixo ao bávaro, que o beijou; apertaram-se as mãos num frêmito de amor a Deus e à pátria; seus olhos fecharam-se, e o espírito desprendeu-se do corpo, enquanto o sol os iluminava através de púreas nuvens… “Amém, disse, e fiz o sinal da cruz”.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

UM GRANDE DEVOTO DE MARIA

Resultado de imagem para Garcia MorenoO célebre presidente da República do Equador, Garcia Moreno, assassinado pela maçonaria em 1875, era devotíssimo de Nossa Senhora.

Achando-se um dia entre operários irlandeses, que mandara vir dos Estados Unidos para montar uma serraria mecânica, interrogou-os sobre os costumes religiosos de seu país e perguntou-lhes se sabiam algum cântico em honra de Maria Santíssima.

Os bons irlandeses puseram-se logo a cantar. Garcia Moreno ouvia-os cheio de comoção. Terminado o cântico, perguntou:

– Vós, irlandeses, amais muito a Nossa Senhora?

– Sim, senhor, de todo o coração, – responderam.

– Então, meus filhos, acrescentou o Presidente, ajoelhemo-nos e rezemos o rosário, a fim de que preserveis no amor e no serviço de Deus.

E todos, ajoelhados ao redor do Presidente, rezaram, com grande fervor e com os olhos úmidos de pranto, a coroa mariana.

Foi na devoção a Nossa Senhora que Garcia Moreno encontrou a força daquela fé viva que, diante dos assassinos, lhe pôs nos lábios, como um grito de desafio, a palavra memorável: “Deus não morre!”

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

VALOR DIGNO DE IMITAÇÃO

1O famoso orador P. Sarabia narra o seguinte fato.

“Vivíamos então em plena revolução comunista. As greves socialistas tinham envenenado os nossos operários e cada dia era maior o número dos que militavam sob bandeiras vermelhas. Eram muitos e muito ousados… porque os governos liberais não defendiam os direitos da ordem e da verdade.

Poucas eram as procissões, que, naquele tempo, saíam à rua; em algumas regiões, as poucas que saíam raramente voltavam à igreja em paz sem serem molestadas.

Certo dia, em Bilbao, os católicos organizaram uma soleníssima procissão. Todas as forças católicas, levando suas bandeiras e estandartes, haviam de subir ao santuário de sua rainha e Senhora, a Virgem de Begoña.

E marchavam aquelas filas intermináveis de fervorosos católicos, ao som de magníficos hinos religiosos, com a fronte erguida e o coração tranquilo… e marchavam como quem exerce um direito e representava a verdade e a glória. De repente ouve-se um tiro… Houve um momento de confusão… Soou outro tiro… e logo mais outro… Não restava dúvida, os ferozes socialistas estavam escondidos atrás de alguma sacada e dali descarregavam suas armas, impunemente, sobre os católicos… Houve um momento em que as filas se cortaram e alguns correram a esconder-se nas estradas das casas. Não foi mais do que um instante.

Logo se refizeram os valentes bilbaínos e subiam à igreja à frente da santa imagem de sua Rainha e Senhora. E não eram poucos os valentes que se metiam pelas ruas e pelas casas à caça dos covardes que pretendiam estorvar o triunfo da Virgem.
Contudo os tiros aumentavam… O alvo preferido era o estandarte da Imaculada carregado pela presidente das Filhas de Maria… Estava já várias vezes perfurado de balas…
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DIANTE DA IMAGEM DE MARIA

jovemEra Margarida uma jovem de dezesseis anos. Seu pai fora maçom; sua mãe, nada piedosa.

Educaram-na numa escola onde não se pronunciava o nome de Deus; mas Nosso Senhor amava aquela menina. De caminho para a escola, ao passar por uma igreja, sentia-se impelida a entrar a ali permanecia algum tempo a olhar para o altar.

Muitas vezes e de maneira maravilhosa falou Deus ao coração daquela menina, que, às escondidas, chegou a confessar-se e a comungar.

A falta de religião no lar bem depressa a fez esquecer essas inspirações divinas.

Não era má, nunca dera escândalo, mas nunca rezava nem ia à Missa. Só pensava em divertir-se com as amigas, entregando-se com elas a bailes e passeios. Deus, porém, não permitiu que seu coração se manchasse de impurezas.

Era o primeiro dia da novena de Nossa Senhora do Carmo. Algumas moças, levando jarros, velas e flores, entraram na igreja, onde ia começar a novena solene. Margarida, que passava por ali com suas alegres companheiras, sentiu um não sei o quê no coração e, dirigindo-se às outras, disse: Continuar lendo

NÃO CHORES, MINHA MÃE

estaCarlos, menino muito devoto de Nossa Senhora, caiu gravemente doente. Seus pais, sumamente aflitos e angustiados, levaram-no ao hospital. Chegaram os médicos, examinaram o enfermo e disseram:

– É preciso operá-lo; seu estado é grave.

Fizeram-se os preparativos e o enfermeiro já estava pronto para dar-lhe clorofórmio, que é um líquido que faz o doente adormecer e ficar insensível às dores da operação, quando ele começou a falar:

– Não, respondeu, não quero clorofórmio; garanto-lhes que ficarei quietinho. E dirigindo-se à mãe, que estava do lado, disse:

– Mamãe, dá-me o crucifixo; quero sofrer por Jesus.

Durante toda a operação não se queixou nem chorou, mas oferecia a Deus as suas dores, com os olhos fixos no Crucifixo. Os médicos ficaram admirados de ver tanto valor e coragem num menino.

Desde aquele dia não pôde articular palavra; fazia-se entender por escrito.

Seu professor, um Irmão Marista, deu-lhe uma estampa de Nossa Senhora com uma inscrição que dizia: ”Quem me ama siga-me”.

E Carlos, considerando como dirigido a si aquele convite da Mãe de Deus, escreveu: – Mamãe, eu amo muito a Nossa Senhora e quero segui-la.

E como a mãe se pusesse a chorar, Carlos continuou escrevendo:

– Não chores, minha mãe; vou para o céu, onde rezarei por ti e por papai e estarei em companhia de Nossa Senhora; dá-me um abraço.

Depois de abraçar sua mãe, a quem muito amava, Carlos fixou com ternura a imagem de Maria, beijou-a e expirou.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

SENHORA, SÊDE VÓS A MINHA MÃE

terezaEra no mês de novembro. Amarelas e secas caíam as folhas das árvores, como secas e murchas caem do coração as ilusões da vida, quando se aproxima o inverno da velhice.

Em Ávila, numa nobre casa, está agonizando na primavera da vida uma distinta e piedosa senhora: dona Beatriz Ahumada. Já os sacerdotes, ali reunidos, rezavam as orações dos agonizantes, quando aquela senhora abriu os olhos, olhou ao redor de si e com voz apagada, disse:

– Teresa! chamem a Teresa.

Uma menina de uns doze anos, de singular modéstia e extraordinária formosura, penetrou no quarto e aproximou-se da cabeceira da mãe agonizante. Esta, fixando a filha, e como se Nosso Senhor lhe revelasse os futuros destinos daquela menina, exclamou: – Bendita… bendita! E expirou.

Levantando-se a menina desfeita em pranto, beijou pela última vez aquelas mãos frias e retirou-se a um aposento, onde havia um quadro de Nossa Senhora pendurado na parede. Ali deixou correr livremente suas lágrimas. Depois, erguendo os olhos com inefável ternura e uma fé imensa, disse do fundo da alma estas comovedoras palavras:

– Senhora, eis que não tenho mãe; sede vós a minha mãe daqui em diante.

Aquela menina, protegida da Mãe do céu, veio a ser uma das maiores mulheres da História, S. Teresa de Jesus, que mereceu as honras dos altares.

Tanto bem lhe adveio por haver tomado a Maria Santíssima por Mãe desde os primeiros dias de sua vida.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

AMOR DE UM VELHINHO

Resultado de imagem para S. Afonso RodríguezUm dia estava rezando, diante de uma imagem de Maria, S. Afonso Rodríguez, irmão leigo jesuíta, muito bom e muito santo.

Já era velhinho e passava longas horas aos pés de sua boa Mãe do céu. Às vezes punha-se a chorar como uma criança; às vezes sorria como um anjo. Tinha algum sofrimento? Ia logo comunicá-lo a Nossa Senhora.

Sentia alguma alegria? Depressa, ia contá-la à Mãe do céu. Tentavam-no os demônios? Corria aos pés da Imaculada e pedia-lhe que não o desamparasse nem na vida nem na morte.

Naquele dia estava ele a dizer a Nossa Senhora que a amava de todo o seu coração. E parecia ao santo velhinho que a Virgem Santíssima lhe sorria amavelmente. Ouviu, enfim, ou pareceu-lhe ouvir do fundo de sua alma uma voz que dizia:

– Afonso, quanto me amas?

E o bom do velho respondeu:

– Olha, minha boa Mãe do céu: amo-te tanto, tanto, que é impossível me possas amar tanto como eu te amo.

A Senhora, ouvindo isso, levanta a mão amorosa, dá-lhe uma leve bofetada e diz:

– Cala-te, Afonso, cala-te!… que estás dizendo? Eu te amo imensamente mais do que tu me podes amar.

Eis por que devemos amar a Maria: ama-nos tanto que jamais poderemos compreender toda a grandeza de seu amor.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

UMA CURA EM LOURDES

Uma gruta de Lourdes no Marrocos | Diocese de Porto NacionalQuando Jesus andava pelo mundo, bastava a sua palavra e, às vezes, um olhar seu para curar os doentes e ressuscitar os mortos.

A hóstia consagrada, onde se acha oculto, tem o mesmo poder, quando ele o quer.

É muito notável um caso referido pelo célebre médico Dr. Boissarie em seu relatório dos milagres em Lourdes.

Margarida de Sabóia chegou à gruta em estado lastimável: entrevada, metida num caixão como se fora um cadáver, pálida, sem voz, sem carnes, tendo embora 25 anos, pesava apenas 16 quilos.

Quando partiu para Lourdes disseram-lhe os médicos que não teria mais de 15 dias de vida; e os da gruta não se atreveram a tocá-la, por que mal ainda respirava. Nem sequer pensaram em levá-la à piscina, mas contentaram-se de colocá-la diante da Virgem ali mesmo.

Ao passar o Santíssimo, uma sacudida forte e irresistível atirou-a para fora de sua maca. Quando Margarida se deu conta de que estava de joelhos ao pé da caminha, levantou-se por si mesma, sem auxílio de ninguém, e gritou com toda a força:

– Estou curada!

A mãe, atônita, corre ao encontro da filha que a abraça e diz com voz forte:

– Mãe, estou curada!

No mesmo dia – diz o Dr. Boissarie – entrou em nosso escritório, bem segura sobre seus próprios pés, embora meio morta pela debilidade. O seu contentamento era tão grande, a sua alegria tal que nem sentia fraqueza.

Dissemos que pesava 16 quilos; poucos dias após a cura pesava já 44. O crescimento tomou seu curso natural e a estatura aumentou de sete a oito centímetros. Isto na idade de 25 anos!

Aqui não se trata de cura, mas de ressurreição. A virtude do Deus da Eucaristia operou este milagre.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

ESTE MENINO SERÁ PADRE

Resultado de imagem para são joão boscoO que vamos narrar é um episódio da vida de S. João Bosco.

Um dia foi procurá-lo a condessa D. Z. para suplicar-lhe que abençoasse seus quatro filhinhos. Dom Bosco, sempre amável e amigo das crianças, com muito afeto deu uma poderosa bênção aos pequenitos.

A Sra. Condessa, que também se ajoelhara, levantou-se certa de que a bênção daquele sacerdote, que ela considerava um Santo, atrairia sobre toda a família graças copiosas de Deus.

Depois, apertando a si os filhos e sabendo, como era notório, que D. Bosco lia no futuro, perguntou-lhe:

– Dom Bosco, que será de meus filhos?

D. Bosco, gracejando referiu-se a cada um, a começar pelo mais velho, profetizando bem a todos. Quando chegou ao último, pôs-lhe a mão sobre a cabeça, contemplando-o com particular interesse.

– Qual será a sorte desse, D. Bosco?

– Da sorte deste último não sei, Sr. Condessa, se ficará contente…

– Diga, pois, o que lhe parece.

– Bem! deste digo que será um ótimo padre.

A estas palavras a cena transformou-se de repente; a nobre dama empalideceu, apertou a si o menino como para livrá-lo de uma desgraça, e fora de si exclamou: Continuar lendo

NÃO OS AFASTEIS DOS SACRAMENTOS

Resultado de imagem para jovem desanimadoHavia em Tolosa (França) uma família pouco religiosa. Como o colégio dos Jesuítas era sem dúvida o melhor da cidade, os pais resolveram internar nele seu primeiro filho.

O menino, mais dado à piedade que seus pais, começou a frequentar os sacramentos e disso tirava grande proveito espiritual.

Tendo notícia desse fato, correu a mãe do menino no Diretor do colégio e disse-lhe:

– Padre, o Sr. está fazendo de meu filho um beato, um carola. Saiba que não quero que ele seja um frade ou um vigário.

Não contente com isso, e para vigiá-lo melhor, mudou-se para a cidade e pôs o filho no colégio como externo. Assim poderia impedir as comunhões frequentes.

Pobre mãe! Tinha medo que o menino se desse todo a Deus e que fosse um cristão fervoroso.

Que é, porém que aconteceu? Eis: pouco a pouco as comunhões do jovem foram sendo mais raras… até que, afinal, nem uma por ano, nem pela Páscoa… O mais se adivinha facilmente. A corrupção invadira o coração do rapaz e tomara o lugar da virtude e da piedade.

Quando o percebeu a infeliz mãe, correu alvoroçada a suplicar ao Diretor que fizesse seu filho voltar à comunhão e à moral cristã. Mas o Padre deu-lhe uma resposta:

– Minha senhora, é demasiado tarde; seu filho está perdido. Cumpri com o meu dever; era preciso que a senhora cumprisse com o seu.

E o Padre tinha razão. Não levou muito tempo o desgraçado jovem morreu consumido de vícios horrendos e vergonhosos.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

UMA PRIMEIRA COMUNHÃO E UMA CURA

Imagem relacionadaLuís e Zélia Martin, pais de S. Teresinha, tinham uma filhinha chamada Maria, que se preparava para a primeira comunhão. Ao mesmo tempo a Irmã Maria Dositéia, tia da pequena, estava afetada de tuberculose. Um dos conselhos mais veementes que Zélia dava à filha era o de arrancar de Deus a cura da Irmã Dositéia.

 ”No dia da primeira comunhão, repetia ela a cada passo, alcança-se tudo o que se pede”.

A criança assim o entendeu. Estudou o catecismo com entusiasmo e fez uma verdadeira ofensiva de orações e sacrifícios. Estava certa do milagre, como se já o visse feito. O que ela queria, em sua ingênua teimosia, era, se fosse necessário, fazer mudar a vontade de Deus. S. José servia-lhe de advogado.

Chegou , enfim, o grande dia da primeira comunhão: 2 de julho de 1869. A pequenita ainda não completara nove anos e meio. Falando da neo-comungante, dizia a mãe:

– Oh! como ela estava bem preparada; parecia uma santinha. O Pe. Capelão disse-me que estava muito satisfeito com ela e deu-lhe o primeiro prêmio de catecismo.

Maria, após a comunhão, dizia que havia rezado tanto pela tia Dositéia que tinha a certeza de ser ouvida por Deus.

Realmente a tia começou a melhorar: as lesões pulmonares foram cicatrizando rapidamente. Mais tarde, não sem uma certa melancolia, havia de dizer à sobrinha:

– A você é que devo estes sete anos de vida.

A pequenita, por seu lado, atribuía as honras da cura a S. José, e na confirmação, quis que acrescentassem ao seu nome o de Josefina.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

O PASTORZINHO VEIO A SER PAPA

Resultado de imagem para Sixto VUm dia, lá pelo ano de 1530, um frade de Áscoli, na Marca de Ancona (Itália), perdera o caminho. Encontrando por acaso um pastorzinho, aproximou-se do pequeno e perguntou-lhe:

– Por onde é que se vai a Áscoli?

– Áscoli? Sei, sim, senhor. Caminhemos devagar, a passo de meus cordeirinhos, e eu o levarei até lá – Disse o menino.

Pelo caminho iam conversando. O frade notou que o pequeno era vivo, amável e de boa prosa. Foi interrogando-o e soube, então, que era filho de um trabalhador muito pobre, que morava num casebre ali perto, e mal ganhava para comer. Em vista disso, havia posto o filho a ciudar das ovelhas e porcos de um vizinho mais abastado. O menino não sabia ler. Entretinha-se a cantar alguns cânticos religiosos, que lhe ensinara sua boa mamãe. Era tudo.

O frade ficou encantado com o rapazinho e, depois que este lhe mostrou o caminho e a cidade não muito longe, convidou-o a visitá-lo em seu convento em Áscoli.

O pastorzinho não se fez revogar. Foi ver o amigo e, daí em diante, o seu passeio favorito, quando tinha tempo, era ir conversar com o frade, seu conhecido. Um dia, tendo apresentado o menino ao superior do convento, perguntou-lhe se não era pena deixar sem instrução um rapaz tão desembaraçado e inteligente. O superior foi da mesma opinião. Era preciso fazer estudar aquele pastorzinho. Continuar lendo

O VALOR DA COMUNHÃO

Resultado de imagem para menino comungandoa) Lê-se na biografia do Cardeal Newman um episódio edificante. Ele, antes de se tornar católico, era protestante e alto dignatário da Igreja anglicana com um vultuoso estipêndio anual, pago pelo governo inglês.

Mesmo nessa condição quis estudar as razões e fundamentos da Igreja Católica; e, conhecida a verdade, abraçou-a prontamente. Como se sabe, tornou-se um católico fervorosíssimo; preparou-se, fez-se sacerdote e foi um apóstolo da Eucaristia.

Antes da conversão procurou-o um amigo e disse-lhe:

– Pense sériamente no passo que vai dar; saiba que, fazendo-se católico, o governo não lhe dará mais nada e lhe retirará a prebenda.

Newman pôs-se em pé e exclamou com ar de desprezo:

– Que é um punhado de ouro, em confronto com uma comunhão?

E logo depois fez-se católico.

Aquelas palavras merecem ser meditadas.

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Resultado de imagem para menino comungandob) Luísa compreende o valor da comunhão. Tem apenas nove anos e não pode ir comungar senão aos domingos na missa, às dez horas. Sua mãe, temendo que ela adoeça por ter de ficar tanto tempo em jejum, proíbe-lhe a comunhão. Luísa, usando de esperteza, finge quebrar o jejum, mas durante a semana inteira, não come nem bebe antes do almoço.

– Mamãe, a Sra. me dá licença de comungar amanhã?

– Não, filhinha; a comunhão é muito tarde… você ficaria doente.

– Mas, mamãe, eu passei toda a semana em jejum até o almoço e não me sinto mal…

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

NOVO JUDAS

meninoUm menino, chamado Fúlvio, fazia seus estudos num dos principais colégios da França. Enquanto a mãe o conservou sob suas vistas, foi o menino preservado dos graves perigos que ameaçam os pequenos; mas no colégio apegou-se Fúlvio a dois colegas maus e corrompidos com os quais vivia em estreita amizade.

Bem depressa, por causa deles, perdeu a inocência e com ela a paz do coração. Alguns livros imorais, que lhe deram os companheiros, acabaram de perdê-lo.

Aos doze anos foi admitido à primeira comunhão; infelizmente não a fez por devoção, mas apenas para obedecer à mãe, sem propósito de mudar de vida nem de abandonar as más companhias. Confessou-se sacrílegamente, calando certos pecados vergonhosos e, assim, com o demônio no coração, com o pecado mortal na alma, teve a temeridade de receber a comunhão.

Os pais, enganados pelas aparências, julgaram-no bem comportado e mandaram-no de novo ao colégio. Fúlvio, porém, por sua indisciplina e preguiça nos estudos, teve um dia de ser severamente castigado pelo diretor e encerrado por algumas horas na prisão do colégio.

Chegada a hora de o pôr em liberdade, vão ao quarto que servia de prisão e, antes de abrir a porta, escutam do lado de fora… Não ouvem nada… nenhum movimento… Bate-se à porta, e ninguém responde. Abre-se, afinal, a porta, e que é que se vê? Ai! que horror! O infeliz rapaz enforcara-se: estava morto!

Imaginem-se os gritos e gemidos no colégio.

Sobre a mesa foi encontrada uma carta, na qual estavam expressos os sentimentos de uma alma ímpia, desesperada, sacrílega.

Tal foi o fim do desditoso rapaz, vítima de maus companheiro, e que, tendo pecado como Judas, teve também a morte de Judas.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

GERALDO E A EUCARISTIA

comumGeraldo, quando muito pequeno ainda, tinha a felicidade de brincar com o Menino Jesus, que, ao despedir-se, lhe dava um pãozinho muito alvo e saboroso. Desde essa tenra idade portava-se na igreja com tamanho recolhimento que o tinham por um anjo.

Sua piedade verdadeiramente angélica comovia os corações de todos os que viam e, certamente, mais ainda, o de Deus.

Nosso Senhor recompensava-lhe a terna devoção aparecendo-lhe, durante a santa missa, em forma visível. Seu coração parecia todo inflamado e, quando, depois da comunhão do sacerdote, o Senhor desaparecia, ficava Geraldo triste e seus olhos enchiam-se de lágrimas.

Desde aquela época sentia um atrativo sobrenatural e irresistível pela igreja, pelo augusto santuário, onde Jesus sacramentado o enchia de delícias inefáveis.

À tarde, onde quer que estivesse, ao ouvir o sino chamar para a visita ao Santíssimo, deixava os brinquedos e dizia aos companheiros:

-Vamos, vamos visitar a Jesus que quis fazer-se prisioneiro por nosso amor.

E era de ver com que fervor e devoção o menino ali ficava ajoelhado, imóvel e abismado no seu Deus.

Tinha um desejo imenso de comungar; mas, por não ter a idade requerida, não lho permitiam. Deus, porém, quis satisfazer ao desejo ardente de Geraldinho, que recebeu a comunhão miraculosamente das mãos de um anjo.

Aos dez anos fez sua primeira comunhão solene com o ardor de um serafim; e daí em diante a Eucaristia foi o pão necessário de sua alma. Também, não tardou muito, o confessor lhe permitiu a comunhão diária.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

ESTOU VENDO CHINESES

c0303a3f5a9f67c73726bd55fd77d0caJusto de Bretennières foi martirizado na Coréia a 8 de março de 1866; mas desde 6 anos de idade se sentira chamado a ser sacerdote missionário.

Era em 1844. Estava Justo brincando com seu irmãozinho Cristiano de quatro anos e faziam buracos no chão. De repente Justo interrompe a conversa do irmãozinho: – Cala-te! cala-te, e, pondo-se a olhar por um daqueles buracos, acrescentava: Vejo os chineses. Vamos fazer um buraco mais fundo e logo chegaremos até eles. Cavemos mais fundo.

Cristiano inclina-se, espia e jura que não vê coisa alguma. Justo, entretanto, insiste e diz que está vendo o rosto, os trajes, o rabicho… Inclina-se outra vez e diz:

– Agora estou os ouvindo.

Cristiano corre , chama a mamãe e ela também não vê nem ouve nada. Então Justo muito convencido diz:

– Não os ouvis porque não é a vós que eles falam; mas eu os ouço. Sim mamãe, do fundo do buraco, lá de longe, me chamam. E é preciso que eu os vá salvar.

E foi, na verdade, missionário famoso na China e na Coréia. Os inimigos da religião fizeram-no sofrer horrível martírio. No momento de morrer por Jesus Cristo, disse cheio de alegria:

– Vim à Coréia para salvar as almas. Com gôsto morro por Deus e por elas.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

NUM TRIBUNAL REVOLUCIONÁRIO

Resultado de imagem para revolução francesa igrejaNa revolução francesa de 1793, a igreja de São Pedro de Besançon foi entregue a um padre cismático. Os padres católicos, porém, fiéis às leis da Igreja, eram presos e assassinados pelos revolucionários.

Um destes padres, chamado João, ficara entre seus paroquianos disposto a sofrer tudo por Deus e pela Igreja. Andava disfarçado: botas largas, blusa de carroceiro, lenço grande ao pescoço e chicote em punho, lá ia pelas ruas visitando as casas de seus paroquianos. Levava pendurada ao cinturão uma caixinha em que se achava o necessário para administrar os sacramentos, bem como uma píxide de prata onde guardava o Santíssimo.

Passaram-se muitos meses sem que a polícia suspeitasse que naquele carroceiro se ocultava um sacerdote, que desempenhava seus ministérios. Afinal, um dia, foi descoberto e imediatamente conduzido ao tribunal revolucionário.

– Cidadão, que és tu?

– Sou o Padre João, ministro de Jesus Cristo.

– A lei não te proíbe exercer teu ministério? Continuar lendo

QUERO IR AONDE ESTÁ JESUS

Resultado de imagem para luz sacrarioUm pastor protestante, inclinado já ao catolicismo, foi um dia com sua filhinha em visita à capital da Inglaterra. A menina contava apenas cinco anos.

O pai levou-a primeiro a uma igreja Católica e a atenção da pequena ficou muito tempo presa a lâmpada do Santíssimo.

– Papai, – disse – para que aquela lampadazinha?

– Filha, é para lembrar a presença de Jesus atrás daquela portinha dourada.

– Papai, eu quero ver Jesus!

– Filha, a porta está trancada e Ele está escondido debaixo de um véu, não o poderás ver…

– Ah! papai, quanto eu quisera ver Jesus!…

Saindo dali, entraram logo depois num templo protestante, onde não havia nem imagens, nem lâmpada nem sacrário.

– Papai, por que não há lâmpada aqui? Continuar lendo

A GRAVATA BRANCA

Resultado de imagem para GRAVATA BRANCA CRIANÇAJorge era um verdadeiro anjinho que a todos edificava por suas virtudes. Fez a primeira comunhão num colégio de Rouen.

Entre outros fez o seguinte propósito: “Levarei comigo a gravata branca da minha primeira comunhão até o dia em que, por suma desventura, venha a perder a graça de que ela é símbolo”.

Jorge crescera… conservando sempre a gravata branca. Quando rebentou a guerra franco-prussiana, alistou-se como voluntário entre os zuavos do general De Charette. Em janeiro de 1871, por ocasião da vitória de Mans, foi ferido mortalmente. O capelão aproximou-se dêle imediatamente. “Obrigado, Sr. capelão… confessei-me há dois ou três dias; nada me pesa na consciência; estendei-me sobre um pouco de palha e trazei-me o santo Viático, porque vou morrer”.
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DOIS LINDOS EXEMPLOS

Resultado de imagem para comunhão criança tridentinaa) O AMOR DOS PEQUENINOS

Perguntaram a uma piedosa jovenzinha:

– Que é a Primeira Comunhão?

– É um dia de céu na terra.

Perguntaram-lhe em seguida:

– E que é o céu?

– É uma Primeira Comunhão que nunca terá fim – respondeu ela graciosamente.

E respondeu muito bem, porque a felicidade dos Anjos e Santos no céu consiste em possuir a Deus eternamente. Ora, não é justamente a Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que possuímos na Santa Comunhão?

b) DENTES DE LEITE

Escrevia em 1915 um missionário: Uma orfãzinha do Orfanato de Trichinopoli, que poderia ter dois palmos de altura, veio um dia suplicar-me que a admitisse à Primeira Comunhão.

– Que idade tens? perguntei-lhe.

– Ah! isso não sei.

Recolhida de lugar desconhecido, não pode saber quantos anos tem; nem as Irmãs o puderam descobrir.

– Mostra-me os dentes – disse.

Com um sorriso gracioso descobre a inocentinha duas filas de alvíssimos dentinhos.

– Oh! exclamei; os teus dentes de leite dizem-me que não tens nem sete anos. Portanto, este ano não farás a Primeira Comunhão.

Meu Deus! quem o acreditaria? tendo ouvido aquelas palavras, a menina, sem dizer a ninguém, corre ao quintal, toma uma pedra e, intrepidamente, faz saltar da boca todos os dentinhos. Depois, com a bocaensanguentada, mas com ar de triunfo, volta e diz-me:

– Padre, não tenho mais nem um dente de leite. Dai-me, oh! dai-me Jesus! Eu o quero muito bem!…

Chorando de comoção – diz o missionário – tomei-a em meus braços e segredei-lhe ao ouvido:

– Filha, amanhã te darei Jesus…

Sim, não podia deixar de atendê-la.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

A FORÇA PARA O SACRIFÍCIO

Em 1901 começou, na França, o fechamento de todos os conventos e a expulsão dos religiosos. Foi nesse ano que se deu, em Reims, o caso seguinte contado pelo Cardeal Langenieux, arcebispo daquela cidade. Havia em Peims, entre outros, um hospital que abrigava somente os doentes atacados de doenças contagiosas, que não encontravam alhures nenhum enfermeiro que quisesse cuidar deles.

Em tais hospitais somente as Irmãs de caridade costumam tratar dos doentes e era essa a razão por que ainda não haviam expulsado as religiosas daquela casa.

Um dia, porem, chegou ao hospital um grupo de conselheiros municipais (vereadores), dizendo à Superiora que precisavam visitar todas as salas e quartos do estabelecimento, porque tinham de enviar um relatório ao Governo. A Superiora conduziu atenciosamente aqueles senhores à primeira sala, em que se achavam doentes cujos rostos estavam devorados pelo cancro. Os conselheiros fizeram uma visita apressada, deixando perceber em suas fisionomias quanto lhes repugnava demorar-se ali.
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A PRODIGIOSA CALMA DO CORONEL

Na guerra da Criméia um coronel francês recebe a ordem de apoderar-se de um fortim. Sem hesitar um instante, avança à frente de seu regimento, que ficou também eletrizado à vista de tamanha coragem. Calmo e impassível no meio das metralhadoras e baionetas, como se se encontrasse numa parada militar, toma de assalto a bateria inimiga, terrivelmente defendida pelos russos.

Seu general, admirado de tão prodigiosa calma, exclama perante o Estado Maior:

– Coronel, que sangue frio! Onde aprendeste tamanha calma no meio de tão grande perigo?

– Meu general, responde com tôda a simplicidade o coronel, é porque eu comunguei esta manhã.

Honra ao coronel valoroso e cristão, e valoroso justamente porque cristão: e cristão não daqueles, que se envergonham de sua fé ou se contentam com a comunhão de Páscoa, mas dos fervorosos que sabem alimentar-se do Pão dos fortes com frequência e particularmente nas circunstâncias difíceis da vida.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves

A COMUNHÃO DÁ FORÇA

comunEstava a vózinha no terreiro, assentada à sombra de uma viçosa parreira.

– Vovózinha?

A avó levanta os olhos, um pouco surpreendida, pois até aquela hora a netinha não lhe mostrara muito amor; era atenta, mas não afetuosa.

– Que queres, filha?

– Vovó, eu queria saber por que tens uma perna de pau.Andaste a combater?

– Não, Lina; mas isso não é pergunta para a tua idade.

Não foi uma bala de canhão, que me cortou a perna, nem mesmo um acidente.

– Então, o que foi?
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UM MÁRTIR DA CONFISSÃO E DA EUCARISTIA

cristeros1 (1)Em 1927 dominavam no México os inimigos da Igreja Católica. Os ministros de Jesus Cristo eram perseguidos, presos e fuzilados sem compaixão. Do número desses mártires foi o ancião Pe. Mateus Correa.

Estava em casa de um amigo, num dos bairros mais radicais, quando o foram chamar para um pobre índio que queria receber os últimos sacramentos. Apesar do perigo que corria, o padre quis cumprir com esse dever de caridade. Tomando consigo o Santíssimo, dirigiu-se com o amigo à casa do doente.

Escolheram de propósito os caminhos menos frequentados, mas, assim mesmo, os soldados de Calles os surpreenderam e, vendo que o Padre levava o Santíssimo, quiseram arrancar-lho à força para o profanar. Mas o Pe. Correa foi mais esperto que os soldados, pois, consumindo imediatamente a sagrada partícula, disse:

– Matai-me, se quiserdes: mas não a Jesus não o profanareis.

Depois de maltratarem cruelmente ao pobre Padre, levaram-no à cidade de Valparaíso, onde o meteram no cárcere. Acusado de ter cumplicidade com os Cristeros que combatiam nos arredores, detiveram-no até que o General Ortiz o levou consigo a Durango.
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DAI-ME JESUS ! E SEREI BOAZINHA…….

Santa GemmaEntre os meninos e meninas mais pequeninos, puros e bons, costuma Jesus Menino escolher seus pajens (cruzadinhas) para que o acompanhem aonde quer que vá.

Uma dessas crianças foi S. Gema Galgani, uma santa de nossos tempos, que durante toda a sua vida recordava com prazer as primeiras práticas que tivera com Jesus Sacramentado, sendo ainda muito pequena.

O rosto de minha mãe, depois de receber a comunhão, dizia, ficava radiante de alegria e meu coração batia mais depressa, quando ela me chegava a seu peito, dizendo:

– Gema, aproxima-te de meu peito para dar um beijo a Jesus. Desde aquela idade na cessava de pedir a suas professoras capelães que lhe dessem o seu Jesus.

Eles olhavam para ela e sorriam, pois, apesar de ter nove anos, era tão pequena que parecia ter apenas seis. Naquele tempo o Papa não havia dado ainda o decreto da comunhão dos pequeninos e exigiam-se para a mesma instruções e conhecimentos cabais.

– Tem paciência, diziam-lhe, até que tenhas a idade requerida.

Mas Gema pedia, sem se cansar:

“Dai-me Jesus, dai-me…….E vereis que serei boazinha, não pecarei mais e serei bem comportada. Dai-me Jesus, porque me parece que não poderei viver sem Ele”. Continuar lendo

QUERO SER PADRE!

pedroAquele que havia de ser o fundador da Congregação do SS. Sacramento, o Pe Julião Eymard, parecia predestinado desde pequenino a ser um grande devoto da Eucaristia. Quando sua mãe, levando-o nos braços, ia à benção do Santíssimo, o menino não se cansava de olhar para Jesus na custódia.

Ia com a mãe em todas as visitas à igreja e não se cansava nem pedia para sair antes dela.

Sua irmã Mariana, que tinha dez anos mais e foi sua segunda mãe, costumava comungar com frequência. O irmãozinho, invejando-a, dizia:

– Oh! como você é feliz, podendo comungar tantas vezes; faça-o alguma vez por mim.

– E que pedirei a Jesus por você?

– Peça-lhe que eu seja muito mansinho e puro e me de a graça de ser padre.

Às vezes desaparecia durante horas inteiras. Procuravam-no e iam encontrá-lo ajoelhado num banquinho perto do altar, rezando com as mãos juntas e os olhos pregados no sacrário.

Antes mesmo do uso da razão ansiava por confessar-se; mas não o admitiam. Quando tinha nove anos quia aproveitar a festa de Natal para converte-se como dizia.

Apresentou-se ao vigário e depois ao coadjutor, mas, como estavam ocupados, não o entenderam.

Apresentou-se ao vigário e depois ao coadjutor, mas, como estavam muito ocupados, não o atenderam. Continuar lendo

QUE É QUE PEDES A JESUS?

meninaJoei era uma menina que as Irmãs de Caridade encontraram abandonada pelos pais às margens do Rio Amarelo da Grande China.

Estava a criancinha a morrer de fome e frio, quando as Irmãs a levaram para o hospital.

Logo que as vestiram e alimentaram, dando-lhe leite quente, começou a pequenina a recobrar a vida e a saúde. Foi batizada e logo brilhou a inteligência em seus olhinhos vivos e começou a conhecer a Deus e a aprender as coisas do céu. Andava já pelos oito anos e gostava de assistir à doutrina com as crianças que se preparavam para a primeira comunhão. Mas a sua memória não acompanhava o seu coração e quando o missionário foi examiná-la, teve que dar-lhe a triste notícia de que não seria admitida à primeira comunhão enquanto não soubesse melhor a doutrina.

Julgava o Padre que essa determinação a deixaria indiferente. Mas não foi assim.

Daquele dia em diante notou-se uma mudança extraordinária no comportamento da menina.
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A HONRA DE AJUDAR À MISSA

aaFoi em 1888, Ano Jubilar do Santo Padre Papa Leão XIII. Num dos altares da Basílica de São Pedro encontravam-se dois sacerdotes: um era prelado romano e cônego da Basílica Vaticana; o outro era o bispo duma diocesa italiana, vindo a Roma para assistir às festas jubilares.

O prelado romano, que se dispunha para celebrar a missa, olhava inquieto ao redor, porque seu ajudante não aparecia. O Bispo, que estava ajoelhado ali perto, aproxima-se com grande simplicidade e diz:

– Permita-me, Monsenhor, que seja eu o ajudante de sua missa?

– Não, excelência, não o permitirei: não convém a um Bispo fazer de coroinha.

– Por que não? garanto-lhe que darei conta.

– Disso não duvido, Excelência; mas seria muita humilhação. Não, não o permitirei.

– Fique tranqüilo, meu amigo. Depressa ao altar; comece: Introibo…

Dito isto, o Bispo ajoelha-se e o prelado teve que ceder. Assistido por seu novo ajudante, o prelado romano prosseguia a sua Missa com uma emoção sempre crescente.
Terminada a Missa, o celebrante se desfez em agradecimentos perante o Bispo.

Aquele pio e humilde ajudante, vinte anos mais velho que o prelado romano, era a glória da diocese de Mântua, D. José Sarto, o futuro Papa Pio X, hoje canonizado por Pio XII.

Para o Cruzadinho, amigo fervoroso de Jesus Eucarístico, não deve haver honra nem glória maior do que poder ajudar devotamente o sacerdote ao altar.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves