O NIGROMANTE SANTO

Gerardo Majella – Wikipédia, a enciclopédia livreA vida do Irmão coadjutor redentorista, que veneramos em nossos altares e se chama Geraldo Majela, está semeada de maravilhas.

Regressava, um dia, ao seu convento. Sua batina muito pobre; seu chapéu muito velho. Atravessava uma floresta e, com o pensamento em Deus, murmurava atos de amor. Andava também por ali um moco com o péssimo intento de assaltar os viajantes para roubar-lhes o dinheiro que encontrasse. Viu o jovem religioso e ficou admirado.

“Esse homem – dizia – não é um religioso, deve ser um nigromante, um desses homens que têm trato com os espíritos do outro mundo e que possuem a rara virtude de encontrar tesouros nas entranhas da terra”.

E sem mais, aproxima-se do Irmão e diz: – Não negues: li em teus olhos, todo o teu porte me diz que és um nigromante. És um feiticeiro poderoso, possui os segredos da Natureza e sabes as entranhas que guardam tesouros.

O Santo Irmão fitou nele um olhar cheio de surpresa e de bondade. Deus fê-lo compreeder imediatamente que era aquele pobrezinho salteador de estrada que assim falava, e respondeu: – Não te enganaste. Tenho realmente o segrêdo de um grande tesouro. Eu to poderia ensinar, mas… não me atrevo. Para isso seria mister que fôsses homem de muita coragem… mas não sei se o serás…

– Sou, sim, replicou o salteador. Não tremo diante de crime algum; a mim não me espanta nem mesmo o diabo. Tenho roubado, matado, enfrentando inimigos… Nem o sangue das vítimas, nem o brilho das armas me intimida. Quando quero alguma coisa, eu a consigo, ainda que tenha que passar por cima de cadáveres.
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