INDICAÇÃO DE LEITURA: O RENO SE LANÇA NO TIBRE

reno_1De nada adianta discutir sobre um evento do porte do Concílio Vaticano II se não se conhece sua história. O autor deste livro é um padre que teve como papel estabelecer um Centro de Imprensa no Vaticano, durante o Concílio.

Acompanhando seu desenrolar, entrevistando os bispos, analisando documentos, cartas, regimentos, deixou-nos por escrito o que se pode chamar dos Bastidores do Concílio. Dentro deste contexto, o que mais impressionou ao autor foi a força do grupo de bispos da Europa Central, que se denominaram Aliança Européia, diante de pequenos grupos mais conservadores que tentavam segurar a avalanche de reformas e novidades. Uma leitura viva, apaixonante e que não deixará nossos leitores indiferentes. Prefácio de Dom Lourenço Fleichman OSB.

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INDICAÇÃO DE LEITURA: CATECISMO DA CRISE NA IGREJA

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Na crise atual, este livro é um verdadeiro compêndio das Verdades atacadas pelos erros modernos. Coloca em plena luz, de um modo particularmente esclarecedor, a posição que deve ser sustentada para se permanecer fiel à Igreja.

A apresentação sob forma de perguntas e respostas tem o mérito de tornar o raciocínio do autor facilmente acessível e de assim permitir, a todos, uma boa compreensão sobre a crise e sobre os seus remédios.

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SÍNODO: PORQUE RELER O “LIBER GHOMORRIANUS” APÓS REVELAÇÃO DE UM MONSENHOR DO VATICANO

DV2145629-kQPC-U43120444437538ev-512x350@Corriere-Web-Nazionale-407x278Fonte: Corrispondenza Romana – Tradução: Dominus Est

“Se esse vício absolutamente vergonhoso e abominável não for imediatamente interrompido com um punho de ferro, a espada da ira divina cairá sobre nós, levando muitos à ruína”, diz São Pedro Damião  no Liber Gomorrhianus,referindo-se a sodomia difundida entre o clero de seu tempo. Estas palavras têm uma atualidade impressionante tendo em conta as declarações feitas, às vésperas do Sínodo, ao “Corriere della Sera” por D.  Krzysztof Charamsa, oficial da Congregação para a Doutrina da Fé e secretário adjunto da Comissão Teológica Internacional do Vaticano, bem como professor na Pontifícia Universidade Gregoriana e do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum.

O prelado polonês declarou entre outras coisas: “Quero que a Igreja e minha comunidade saibam quem sou: um padre homossexual, feliz e orgulhoso de sua identidade. Estou pronto a pagar as conseqüências, mas é tempo da Igreja abrir seus olhos para os crentes gays e entender que a solução que lhes oferece: a abstinência total da vida de amor, é desumana.”  A sodomia, infelizmente, foi praticada ao longo dos séculos, mas nenhum sacerdote da Cúria Romana chegou a gabar-se publicamente e nenhuma assembléia de bispos estabeleceu na ordem do dia de seu trabalho a compreensão e a “misericórdia” para os “casais” homossexuais.   Continuar lendo

CONSTRUIR, NÃO DESTRUIR

lef3Vinte anos se passaram, podia-se crer que as reações suscitadas pelas reformas conciliares se apaziguariam, que os católicos perderiam a esperança na religião na qual haviam sido criados, que os mais jovens, não a tendo conhecido, entrariam nas fileiras da nova. Tal era ao menos a aposta feita pelos modernistas. Eles não se admiravam demasiadamente das contracorrentes, seguros de si mesmos nos primeiros tempos. Eles o ficaram menos em seguida: as múltiplas e essenciais concessões feitas ao espírito do mundo não davam os resultados antecipadamente gozados, ninguém queria mais ser sacerdote do novo culto, os fiéis se afastavam da prática religiosa, a Igreja que se queria a Igreja dos pobres tornava-se uma Igreja pobre, obrigada a recorrer à publicidade para fazer recolher o dinheiro do culto, e a vender seus imóveis.

Durante este tempo, a fidelidade à tradição se fortificava em todos os países cristãos e particularmente na França, na Suíça, nos Estados Unidos, na América Latina. O artífice da nova missa, Mons. Aníbal Bugnini, foi ele mesmo obrigado a verificar esta resistência mundial no seu livro póstumo1. Resistência que não cessa de se desenvolver, de se organizar, de atrair o mundo. Não, o movimento “tradicionalista” não está “em perda de velocidade”, como escrevem de tempos em tempos os jornalistas progressistas para se tranqüilizarem. Onde há tanta gente na missa como em São Nicolau de Chardonnet, e também tantas missas, tantas visitas ao Santíssimo Sacramento, tantos belos ofícios? A Fraternidade de São Pio X conta no mundo setenta casas com ao menos um sacerdote, igrejas como a de Bruxelas, a que compramos ultimamente em Londres, a que foi colocada à nossa disposição em Marselha, escolas, quatro seminários.   Continuar lendo

RATZINGER NÃO PODIA “VENDER NEM COMPRAR”

Da coluna de Maurizio Blondet | Tradução: Gercione Lima – FratresInUnum.com – Um outro leitor, estimulado pelo mesmo artigo, me envia um blog com uma notícia digna de nota: http://sauraplesio.blogspot.it/2015/09/giallo-vaticano.html

Quando, em fevereiro de 2013, o Papa Bento XVI renunciou de modo súbito e inexplicável, o IOR [conhecido como “Banco do Vaticano”] tinha sido excluído da rede SWIFT. Assim, todos os pagamentos do Vaticano se tornaram impossíveis e a Igreja foi tratada como um Estado-terrorista (secundum América) como o Irã. Era a ruína econômica, bem preparada por uma violenta campanha contra o IOR e que foi confirmada pela abertura de investigações criminais da justiça italiana (que nunca deixa de obedecer a certas ordens internacionais).

Poucos sabem o que é a SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication): em teoria, é uma “clearing house” (câmara de compensação) mundial que une 10500 bancos espalhados por 215 países. Na verdade, é o centro mais oculto e exclusivo do poder financeiro globalista-americano, o centro de resgate sobre o qual se apoia a hegemonia do dólar, o meio mais poderoso de espionagem econômica e política (em prejuízo especialmente de nós, europeus) e o meio mais temível com o qual a rede financeira global esmaga as pernas dos estados que não a obedecem.

O Banco Central do Irã, por exemplo, por pressão judaica, foi excluído da rede SWIFT em retaliação ao alegado programa nuclear. Isso significa que o Irã não pode mais vender seu petróleo em dólares, que seus cartões de crédito não valem no exterior, e que nenhuma transação financeira internacional pode ser conduzida por Teerã, exceto por dinheiro vivo e na clandestinidade, sob formas ilegais de acordo com a ordem internacional. Em 2014, o banco francês BNP Paribas foi condenado pela “justiça” a pagar (para os EUA) 8,8 milhões de dólares por ter ajudado Teerã a contornar o bloqueio da SWIFT. Continuar lendo

AS FAMÍLIAS DEVEM REAGIR

lef2É o tempo apropriado de reagir. Quando Gaudium et Spes fala do movimento da história que “se torna tão rápido que cada um tem dificuldade de o seguir”, pode-se entender este movimento como uma precipitação das sociedades liberais na desagregação e no caos. Acautelemo-nos de o seguir!

Como compreender que dirigentes apelem para a religião cristã ao passo que destroem toda a autoridade no Estado? Importa ao contrário restabelecê-la, que foi querida pela Providência nas sociedades naturais de direito divino cuja influência neste mundo é primordial: a família e a sociedade civil. É a família que recebeu nestes últimos tempos os mais rudes golpes; a passagem para o socialismo em países como a França e a Espanha não fez senão acelerar o processo. 

As leis e medidas que se sucederam mostram uma grande coesão na vontade de arruinar a instituição familiar: diminuição da autoridade paterna, divórcio facilitado, desaparecimento da responsabilidade no ato da procriação, reconhecimento administrativo dos casais irregulares e mesmo de duplas homossexuais, coabitação juvenil, casamento de experiência, diminuição das ajudas sociais e fiscais às famílias numerosas… O mesmo Estado, em seus interesses próprios, começa a perceber as conseqüências disto no que toca à diminuição da natalidade, ele se pergunta como, num tempo próximo, as jovens gerações poderão assegurar os regimes de retração daquelas que deixaram de ser economicamente ativas. Mas os efeitos são consideravelmente mais graves no domínio espiritual. 

Os católicos não devem seguir mas ponderar com todo o seu peso, uma vez que são também cidadãos, para endireitar tudo o que for preciso. É por isso que eles não poderiam ficar à margem da política. Portanto seu esforço será sobretudo sensível na educação que proporcionam a seus filhos.  Continuar lendo

NEM HEREGE NEM CISMÁTICO

lef1A declaração de 21 de novembro de 1974 que desencadeou o processo do qual eu acabo de falar, terminava por estas palavras: ”Agindo assim… nós estamos convencidos de permanecer fiéis à Igreja Católica e romana, a todos os sucessores de Pedro, e de ser os fiéis dispensadores dos mistérios de Nosso Senhor Jesus Cristo.” O “Osservatore Romano”, publicando o texto, omitiu este parágrafo. Há dez anos e mais, nossos adversários estão interessados em rejeitar-nos da comunhão da Igreja deixando entender que não aceitamos a autoridade do papa. Seria bem cômodo fazer de nós uma seita e declarar-nos cismáticos. Quantas vezes a palavra cisma foi pronunciada a nosso respeito!

Não cessei de repetir: se alguém se separa do papa, este alguém não serei eu. A questão se resume nisto: o poder do papa na Igreja é um poder supremo, mas não absoluto e ilimitado, pois está submetido ao poder divino, que se exprime na tradição, na Sagrada Escritura e nas definições já promulgadas pelo magistério eclesiástico. De fato este poder encontra seus limites no fim para o qual ele foi dado sobre a terra ao Vigário de Cristo, fim que Pio IX definiu claramente na Constituição Pastor aeternus do concílio Vaticano I. Não exprimo, pois, uma teoria pessoal ao dizê-lo.

A obediência cega não é católica; ninguém esta isento da responsabilidade por ter obedecido aos homens mais que a Deus, aceitando ordens duma autoridade superior, seja ela do papa, se se revelam contrárias à vontade de Deus tal como a tradição no-la faz conhecer com certeza. Não se poderia considerar uma tal eventualidade, certamente, quando o papa compromete sua infalibilidade, mas ele não o faz senão num número reduzido de casos. É um erro pensar que toda a palavra saída da boca do papa é infalível.
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SÚPLICA AO SANTO PADRE – MONS. BERNARD FELLAY

fellay_supplique_saint_pere_150915Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Santíssimo Padre,

É com grande preocupação que constatamos ao nosso redor a degradação gradual do matrimônio e da família, origem e fundamento de toda a sociedade humana. Esta dissolução está se acelerando com força, sobretudo através da promoção legal dos comportamentos mais imorais e mais depravados. A lei de Deus, mesmo simplesmente natural, é hoje pisoteada publicamente, os pecados mais graves se multiplicam de modo dramático e clamam vingança ao Céu.

Santíssimo Padre,

Não podemos negar que a primeira parte do Sínodo dedicado aos “desafios pastorais da família no contexto da evangelização” nos deixou profundamente alarmados. Temos ouvido e lido, de grandes autoridades eclesiásticas – que se atribuem vosso respaldo, sem serem desmentidas – afirmações tão contrárias à verdade, tão opostas à doutrina clara e constante da Igreja sobre a santidade do matrimônio, que nossa alma tem ficado profundamente perturbada. Todavia, o que mais nos preocupa são algumas das suas palavras que dão a entender que poderia haver uma evolução da doutrina para responder às novas necessidades do povo cristão. Nossa preocupação brota da condenação que São Pio X fez, na encíclica Pascendi, do alinhamento do dogma a supostas exigências contemporâneas. Pio X e vós, Santo Padre, receberam a plenitude do poder de ensinar, santificar e governar em obediência a Cristo, que é a cabeça e pastor do rebanho em todo tempo e em qualquer lugar, e de quem o Papa deve ser o verdadeiro Vigário na terra. O objeto de uma condenação dogmática não pode se converter, com o tempo, em uma prática pastoral autorizada.

Deus, autor da natureza, estabeleceu a união estável entre homem e mulher com vistas a perpetuar a espécie humana. A Revelação do Antigo Testamento nos ensina de modo claríssimo que o matrimônio, único e indissolúvel, entre um homem e uma mulher, foi estabelecido por Deus, e que suas características essenciais foram subtraídas à livre escolha dos homens para permanecer sob a proteção divina particular: “Não cobiçarás a mulher do teu próximo” (Ex 20, 17). Continuar lendo

A MISSA DITA “DE S. PIO V”, MISSA DE SEMPRE

Um fato sem dúvida não deixou de surpreender-vos: em nenhum momento desta questão se tratou da missa, a qual, não obstante, está no coração do conflito. Este silêncio forçado constitui a confissão de que o rito chamado de São Pio V continua bem autorizado.

Nesta matéria, os católicos podem estar perfeitamente tranqüilos: esta missa não foi interditada nem o pode ser. São Pio V que, repitamo-lo, não a inventou mas “restabeleceu o missal segundo a regra antiga e os ritos dos Santos Padres”, nos dá todas as garantias na bula Quo Primum, assinada por ele a 14 de julho de 1570. ”Decidimos e declaramos que os Superiores, Administradores, Cônegos, Capelães e outros padres de qualquer título por que sejam designados, ou os Religiosos de qualquer ordem, não podem ser obrigados a celebrar a missa de modo diferente do que fixamos, e que jamais, em tempo algum, quem quer que seja poderá constrangê-los e forçá-los a deixar este missal ou a ab-rogar a presente instrução ou modificá-la, mas que ela permanecerá sempre em vigor e válida, em toda a sua força… Se entretanto alguém se permitisse uma tal alteração, saiba que incorreria na indignação de Deus Todo Poderoso e de seus bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo.”

Supondo que o papa pudesse voltar atrás a respeito deste indulto perpétuo, seria preciso que o fizesse por um ato também solene. A constituição apostólica Missale Romanum de 3 de abril de 1969 autoriza a missa dita de Paulo VI, que não contém interdição alguma expressamente formulada da missa tridentina1. A tal ponto que o cardeal Ottaviani podia dizer em 1971: “O rito tridentino da missa, que eu saiba, não foi abolido”. Mons. Adam que pretendia, na assembléia plenária dos bispos suíços, que a constituição Missae Romanum tinha interditado celebrar, salvo indulto, segundo o rito de São Pio V, teve de retratar-se, depois de lhe pedirem que dissesse em que termos esta interdição teria sido pronunciada.  Continuar lendo

AS SANÇÕES ROMANAS CONTRA ECÔNE

lef3Vós sois talvez, leitores perplexos, daqueles que vêem com tristeza e angústia o rumo que tomam as coisas, mas não obstante receiam assistir a uma verdadeira missa, apesar do desejo que experimentam, porque lhes fizeram crer que esta missa estava interditada. Sois talvez daqueles que não mais se dirigem aos padres de blusão mas que consideram com uma certa desconfiança os padres de batina, como se eles estivessem sob o golpe de alguma censura; aquele que os ordenou não é um bispo suspenso a divinis? Tendes medo de colocar-vos fora da Igreja; em princípio este temor é louvável, mas é mal esclarecido. Quero dizer-vos em que consistem as sanções, as quais foram postas em evidência, e com que os franco-maçons e os marxistas se regozijaram ruidosamente. Um curto apanhado histórico se revela necessário para que se compreenda bem.

Quando fui enviado ao Gabão como missionário, meu bispo me nomeou logo professor no seminário de Libreville, onde formei durante seis anos seminaristas, dentre os quais alguns, em seguida, receberam a graça do episcopado. Feito bispo por meu turno, em Dakar, pareceu-me que minha preocupação principal devia ser procurar vocações, formar os jovens que correspondessem ao apelo de Deus e de conduzi-los ao sacerdócio. Tive a alegria de conferir o sacerdócio ao que devia ser meu sucessor em Dakar, Dom Thiandoum e a Dom Dionne, o atual bispo de Thiès, no Senegal.  Continuar lendo

A VERDADEIRA OBEDIÊNCIA

lef2A indisciplina está por toda a parte na Igreja, comissões de padres enviam intimações a seus bispos, os bispos desprezam exortações pontifícias, as próprias recomendações e decisões conciliares não são respeitadas e apesar disto não se ouve jamais pronunciar a palavra desobediência salvo para aplicá-la aos católicos que querem continuar fiéis à tradição e simplesmente conservar a fé.

A obediência constitui um assunto grave, ficar unido ao magistério da Igreja e particularmente ao Pontífice Supremo é uma das condições da salvação. Nós temos profunda consciência disto e também ninguém mais do que nós é apegado ao sucessor de Pedro atualmente reinante, como nós o fomos a seus predecessores, e eu falo aqui de mim e dos numerosos fiéis rejeitados das igrejas, dos sacerdotes obrigados a celebrar a missa em granjas como durante a Revolução Francesa, e a organizar catecismos paralelos nas cidades e nos campos. 

Somos apegados ao papa enquanto ele se faz o eco das tradições apostólicas e dos ensinamentos de todos os seus predecessores. É a definição mesma do sucessor de Pedro guardar este depósito! Pio IX nos ensina na Pastor aeternus: “O Espírito Santo com efeito não foi prometido aos sucessores de Pedro para permitir-lhe publicar, segundo suas revelações, uma nova doutrina mas para conservar estritamente e expor fielmente, com sua assistência, as revelações transmitidas pelos Apóstolos, isto é, o depósito da fé.” 

A autoridade delegada por Nosso Senhor ao papa, aos bispos e ao sacerdócio em geral está ao serviço da fé. Servir-se do direito, das instituições, da autoridade para aniquilar a fé católica e não mais comunicar a vida, é praticar o aborto ou a contraconcepção espirituais. É por isso que estamos submissos e prontos a aceitar tudo o que é conforme à nossa fé católica, tal como foi ensinada durante dois mil anos, mas recusamos tudo o que lhe é contrário.  Continuar lendo

QUE É A TRADIÇÃO?

lef1É bem o modernismo que mina a Igreja do interior, em nossos dias como ontem. Tomemos ainda na encíclica Pascendi alguns trechos correspondendo ao que estamos vivendo. “Desde o momento em que seu fim é inteiramente espiritual, a autoridade religiosa deve despojar-se de todo este aparato exterior, de todos estes ornamentos pomposos pelos quais ela se dá como um espetáculo. Nisto eles se esquecem que a religião, se ela pertence propriamente à alma, apesar disto não se confina a ela, e que a honra prestada à autoridade recai sobre Jesus Cristo que a instituiu.”

É sob a pressão destes “dizedores de novidades” que Paulo VI abandonou a tiara, que os bispos se despojaram da batina roxa e mesmo da batina negra, assim como de seu anel, que os sacerdotes se apresentam em traje civil e na maior parte do tempo numa postura voluntariamente negligenciada. Não são somente as reformas gerais já postas em obra ou reclamadas com insistência que são Pio X mencionou como sendo o desejo “maníaco” dos modernistas reformadores. Vós os reconheceis nesta passagem: “No que toca ao culto (eles querem) que se diminua o número de devoções exteriores ou ao menos que se lhes detenha o crescimento… Que o governo eclesiástico se transforme numa democracia, que se dê uma parte no governo ao clero inferior e mesmo aos leigos; que a autoridade seja descentralizada. Reforma das congregações romanas, sobretudo das do Santo Ofício e do Índice… Há enfim quem, fazendo eco a seus mestres protestantes, desejam a supressão do celibato eclesiástico.”

Vedes que as mesmas reclamações são formuladas hoje e aí não há nenhuma imaginação nova. Para o pensamento cristão e a formação dos futuros sacerdotes, a vontade dos reformistas do tempo de Pio X era o abandono da filosofia escolástica, que devia ser relegada “à história da filosofia entre os sistemas caducos” e eles preconizavam “que se ensine aos jovens a filosofia moderna, a única verdadeira, a única que convém a nossos tempos… que a teologia dita racional tenha por base a filosofia moderna, a teologia positiva, por fundamento a história dos dogmas”. Neste ponto, os modernistas obtiveram o que queriam, e mais ainda. No que se tem em lugar de seminário, ensina-se a antropologia e a psicanálise, Marx em substituição a Santo Tomás de Aquino. Continuar lendo

BOMBA: AS REUNIÕES SECRETAS PARA A ELEIÇÃO DE BERGOGLIO

Máfia eclesiástica.

A eleição de Jorge Bergoglio foi o fruto de reuniões secretas que cardeais e bispos, organizados por Carlo Maria Martini, mantiveram por anos em St. Gallen, Suíça. É o que revelam Jürgen Mettepenningen e Karim Schelkens, autores de uma biografia recém-publicada do cardeal belga Godfried Danneels, que chamou o grupo de cardeais e bispos de “Mafiaclub”.

Por Marco Tosatti, La Stampa, 24 de setembro de 2014 | Tradução: Gercione Lima – FratresInUnum.comDanneels, segundo os autores, teria trabalhado por anos para preparar a eleição do papa Francisco, realizada em 2013. Ele próprio, além disso, em um vídeo gravado durante a apresentação do livro, em Bruxelas, admite ter feito parte de um clube secreto de cardeais que se opunham a Joseph Ratzinger. Rindo, ele o define como “um clube no estilo máfia que tinha o nome de St. Gallen”.

O grupo queria uma reforma drástica da Igreja, muito mais moderna e atual, com Jorge Bergoglio-Papa Francisco no comando, como depois veio a acontecer. Além de Danneels e Martini, segundo revelado no livro, faziam parte também do grupo o bispo holandês Adriaan Van Luyn, os cardeais alemãos Walter Kasper e Karl Lehman, o cardeal italiano Achille Silvestrini e o britânico Basil Hume, entre outros.

Assim escreve o jornal belga “Le Vif”: “Em 13 de março de 2013, um velho conhecido estava ao lado do novo Papa Francisco: Godfried Danneels. Oficialmente, ele estava lá como decano dos cardeais-presbíteros, mas, na realidade, trabalhou durante anos como o discreto criador do rei”.

Danneels foi convidado novamente pelo Papa Francisco para participar do Sínodo sobre a Família, a ser realizado em outubro, em Roma. Sua participação, no entanto, foi muito criticada. Ele havia tentado dissuadir uma vítima de abuso sexual de denunciar o autor, um bispo (tio da vítima), e, por esta razão, na época do Conclave em 2013, na Bélgica havia muitos que não queriam que ele participasse da eleição do novo Papa.

Além disso, as suas posições sobre o casamento gay e o aborto (de acordo com a revelação de dois parlamentares belgas, ele teria escrito pessoalmente ao Rei da Bélgica, exortando-o a assinar a lei [autorizando-os], com a qual ele [Danneels] concordava) não parecem em sintonia com o Magistério da Igreja. E até mesmo com o que o Papa Francisco afirma.

O NEO-MODERNISMO OU “PIERRE VIVANTES” EM RUÍNAS

LEFNo vocabulário inteiramente renovado dos homens da Igreja, algumas palavras sobreviveram. Fé é uma delas. Contudo é empregada nas mais diversas acepções. Ora, existe uma definição da fé, não se pode mudá-la. É a ela que se deve referir o católico quando não entende mais nada do palavreado confuso e pretensioso que se lhe apresenta.

A fé é a adesão da inteligência à verdade revelada pelo Verbo de Deus. Nós cremos numa verdade que vem de fora e que não é, de maneira alguma, segregada por nosso espírito. Nela acreditamos devido à autoridade de Deus que no-la revela, não é preciso buscar alhures. 

Esta fé ninguém possui o direito de no-la tomar para substituí-la por uma outra. Vemos ressurgir uma definição modernista da fé, já condenada por Pio X há oitenta anos, e segundo a qual ela seria um sentimento interior: não seria preciso procurar a explicação da religião fora do homem: ”É pois no próprio homem que ela se encontra e, como a religião é uma forma de vida, na vida mesma do homem.” Ela seria alguma coisa de puramente subjetivo, uma adesão da alma a Deus sendo Ele próprio inacessível à nossa inteligência, cada um por si, cada um na sua consciência. 

O modernismo não é uma invenção recente, ele já não o era em 1907, data da famosa encíclica; é o espírito perpétuo da Revolução, que nos quer fechar na nossa humanidade e colocar Deus fora da lei. Sua falsa definição não busca senão corromper a autoridade de Deus e a da Igreja.  Continuar lendo

CONÚBIO DA IGREJA COM A REVOLUÇÃO

lefebvre2Na origem da revolução, que é “o ódio de toda a ordem que o homem não estabeleceu e na qual ele não é rei e Deus ao mesmo tempo” encontra-se o orgulho que já tinha sido a causa do pecado de Adão. A revolução na Igreja se explica pelo orgulho de nossos tempos modernos que se crêem tempos novos, tempos em que o homem enfim “compreendeu por si mesmo a sua dignidade, em que tomou uma maior consciência de si mesmo” a tal ponto que se pode falar de metamorfose social e cultural cujos efeitos repercutem sobre a vida religiosa… O próprio movimento da história se torna tão rápido que cada um tem dificuldade em segui-lo… Em poucas palavras, o gênero humano passa duma noção antes estática da ordem das coisas a uma concepção mais dinâmica e evolutiva: daí nasce uma imensa problemática nova que provoca novas análises e novas sínteses”. Estas frases surpreendentes figurando, com muitas outras semelhantes, na exposição preliminar da constituição “A Igreja no mundo deste tempo” auguram mal o retorno ao espírito evangélico; vê-se que este dificilmente sobrevive a tanto movimento e a tantas transformações.

E como compreender o seguinte: ”Uma sociedade de tipo industrial se estende pouco a pouco, transformando radicalmente as concepções da vida em sociedade” senão que se dá como certo o que se deseja ver produzir-se: uma concepção da sociedade que nada terá a ver com a concepção cristã, segundo a doutrina social da Igreja? Tais premissas não poderão senão conduzir a um novo Evangelho, a uma nova religião. Ei-la: “Que eles vivam (os crentes) em união muito estreita com os outros homens de seu tempo e que se esforcem em compreender a fundo suas maneiras de pensar e de sentir, tais como se exprimem na cultura. Que eles unam o conhecimento das ciências e das novas teorias, como as descobertas mais recentes, com os costumes e o ensino da doutrina cristã, para que o senso religioso e a retidão moral caminhem a par, neles, do conhecimento científico e dos incessantes progressos técnicos; eles poderão assim apreciar e interpretar todas as coisas com uma sensibilidade autenticamente cristã” (Gaudium et Spes, 62-6). Singulares conselhos, enquanto que o Evangelho nos manda evitar as doutrinas perversas! E que não se diga que podem ser entendidas de duas maneiras: a catequese atual as entende como queria Schillebeeckx: ela aconselha às crianças freqüentar a escola dos ateus, porque estes têm muito a lhes ensinar e que de resto, para não crer em Deus, eles têm suas razões, que é proveitoso conhecer. Continuar lendo

“VATICANO II, É O 1789 NA IGREJA”

revolucao-francesaA aproximação que eu faço da crise da Igreja com a Revolução Francesa não é uma simples metáfora. Nós estamos na continuidade dos filósofos do século XVIII e do transtorno que suas idéias provocaram no mundo. Os que transmitiram este veneno à Igreja são os mesmos a confessá-lo. É o cardeal Suenens exclamando: ”o Vaticano II, é o 1789 na Igreja”, e acrescentava, entre outras declarações desprovidas de precauções oratórias: ”Não se compreende nada da Revolução Francesa ou russa se se ignora o antigo regime ao qual elas puseram fim… Igualmente em matéria eclesiástica, uma reação não se julga senão em função do estado de coisas que a precedem.”

O que precedeu e que ele considerava como devendo ser abolido, é o maravilhoso edifício hierárquico que tinha no seu cimo o papa, vigário de Jesus Cristo sobre a terra: ”O concílio Vaticano II marcou o fim duma época, por menos que se recue, ele marcou mesmo o fim de uma série de épocas, o fim de uma era”. 

O padre Congar, um dos artífices das reformas não falava de outra maneira: “A Igreja fez, pacificamente, sua Revolução de outubro.” Plenamente consciente, ele notava: “A declaração sobre a liberdade religiosa diz materialmente o contrário do Syllabus”. Eu poderia citar um grande número de testemunhos deste gênero. Em 1976, o Pe. Gelineau, um dos chefes de fila do centro nacional de pastoral litúrgica, não deixava nenhuma ilusão àqueles que querem ver no novo ordo alguma coisa um pouco diferente do rito que era universalmente celebrado até então, mas nada de fundamentalmente chocante: ”A reforma decidida pelo segundo concílio do Vaticano deu o sinal do degelo… lanços inteiros de muralha desabam… Que não haja engano a respeito: traduzir não é dizer a mesma coisa com outras palavras. É mudar a forma… Se as formas mudam, o rito muda. Se se muda um elemento a totalidade significativa é modificada… É preciso dizer sem circunlóquios: o rito romano tal como nós o conhecemos, não existe mais. Foi destruído” 1 Continuar lendo

LIBERDADE RELIGIOSA, IGUALDADE COLEGIAL, FRATERNIDADE ECUMÊNICA

Liberdade-igualdade-e-fraternidade-imagem-destacadaMas donde provém então que as portas do inferno dirijam neste momento uma tal sarabanda? A história da Igreja foi sempre agitada por perseguições, heresias, conflitos com o poder temporal, pela conduta licenciosa em certas épocas, duma parte do clero, mesmo de alguns papas. Desta vez a crise parece mais profunda, uma vez que atinge a própria fé. O modernismo contra o qual nos chocamos não é uma heresia do mesmo tipo que qualquer outra, mas a cloaca coletora de todas as heresias; as perseguições não provêm somente do exterior, mas do interior do santuário; o escândalo de um clero demissionário ou dissoluto pretende institucionalizar-se, os mercenários que abandonam as ovelhas ao lobo são encorajados e cobertos de honras.

Reprovam-me por vezes o fato de eu denegrir a situação, de lançar um olhar reprovador, por não sei que complacência rabugenta, sobre uma evolução em resumo lógica e necessária. Mas o próprio papa, que foi a alma do Vaticano II, verificou muitas vezes seguidas a decomposição da qual falo com tristeza. A 7 de dezembro de 1969, Paulo VI dizia: “A Igreja se encontra numa hora de inquietude, de autocrítica, dir-se-ia mesmo, de autodestruição. É como uma reviravolta interior, aguda e complexa. Como se a Igreja se golpeasse a si própria.” 

No ano seguinte ele confessava: “Em numerosos domínios, o concílio não nos deu até o presente a tranqüilidade mas antes suscitou perturbações e problemas não úteis à consolidação do Reino de Deus na Igreja e nas almas.”  Continuar lendo

OS CAMARADAS E OS IRMÃOS

alcoResumamos. O bom senso cristão se choca a cada instante com a nova religião. O católico está exposto a uma dessacralização geral; tudo se lhe mudou, adaptou. Faz-se-lhe compreender que todas as religiões trazem a salvação, que a Igreja acolhe indistintamente os cristãos separados e mesmo o conjunto dos crentes, inclinem-se eles diante de Buda ou de Krishna. Explica-se que os clérigos e os leigos são membros iguais do “Povo de Deus” de modo que leigos designados para funções particulares assumem tarefas clericais (vêem-se celebrar sozinhos os enterros e encarregar-se do viático aos doentes, enquanto que os clérigos assumem as tarefas dos leigos, se vestem como eles, vão trabalhar nas usinas, se inscrevem nos sindicatos, fazem política. O novo direito canônico reforça esta concepção. Ele confere prerrogativas inéditas aos fiéis, reduzindo a diferença entre estes e os sacerdotes e instituindo o que chama de “direitos”: teólogos leigos podem ter acesso às cátedras de teologia nas universidades católicas, os fiéis participam do culto divino no que estava reservado a certas ordens menores e à administração de certos sacramentos: distribuição da comunhão, participação no testemunho ministerial, nas cerimônias do casamento.

Fórmula suspeita, pois a doutrina de sempre ensina que a Igreja de Deus é a Igreja Católica.             

De outra parte lê-se que a Igreja de Deus “subsiste” na Igreja Católica. Se se aceita esta formulação recente, pareceria que as comunidades protestantes e ortodoxas façam igualmente parte dela, o que é falso, uma vez que elas se separaram da única Igreja fundada por Jesus Cristo: Credo in unam sanctam Ecclesiam.

O novo direito canônico foi redigido às pressas e na confusão, e a prova disto é que, promulgado em janeiro de 1983, ele conhecia, em novembro do mesmo ano, 114 modificações. Também isto desconcerta o cristão, que tinha o hábito de se referir à legislação eclesiástica, como a qualquer coisa de fixo.
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A LIBERDADE RELIGIOSA

assisi_oneb_thumbNo concílio, foi o esquema sobre a liberdade religiosa que suscitou as mais acirradas discussões. Isto se explica facilmente pela influência que exerciam os liberais e pelo interesse que tinham nesta questão os inimigos hereditários da Igreja. Passaram-se vinte anos e é possível ver agora que nossos receios não eram exagerados quando este texto foi promulgado, sob a forma duma declaração que reunia noções opostas à Tradição e ao ensinamento de todos os últimos papas. Tanto isto é verdadeiro que princípios falsos ou expressos dum modo ambíguo têm infalivelmente aplicações práticas reveladoras do erro cometido em adotá-los. Vou mostrar, por exemplo, como os ataques dirigidos contra o ensino católico na França pelo governo socialista são a conseqüência lógica da nova definição dada à liberdade religiosa pelo Vaticano II.

Façamos um pouco de teologia para compreender bem com que espírito esta declaração foi redigida. A argumentação inicial — e nova — fazia repousar a liberdade, para cada homem, de praticar interior e exteriormente a religião de sua escolha, sobre a “dignidade da pessoa humana”. Era, portanto, esta dignidade que fundamentava a liberdade, que lhe dava sua razão de ser. O homem podia aderir a qualquer erro em nome de sua dignidade.

Isto era pôr o carro à frente dos bois, apresentar as coisas pelo avesso. Pois aquele que adere ao erro decai de sua dignidade e, ademais, nada se pode estabelecer sobre o erro. De outra parte, o que fundamenta a liberdade não é a dignidade, mas a verdade: “A Verdade vos tornará livres”, disse Nosso Senhor.

Que se entende por dignidade? O homem a tira, segundo a doutrina católica, de sua perfeição, isto é do conhecimento da verdade e da aquisição do bem. O homem é digno de respeito segundo sua intenção de obedecer a Deus e não segundo seus erros. Estes geram indefectivelmente o pecado. Quando Eva, a primeira pecadora, sucumbiu, disse: ”A serpente me enganou.” O seu pecado e o de Adão acarretaram a degradação da dignidade humana da qual sofremos desde então.
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O GOLPE DE MESTRE DE SATANÁS

Livro onde S.E.R. Dom Marcel Lefebvre fala  sobre a obediência responsável e os frutos da obediência cega.

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GOLPENota: A publicação on-line deste livro tem como único objetivo a divulgação para uso doméstico. Fica proibido o uso para fins comerciais.

O ECUMENISMO

250px-portrait_msg_marcel_lefebvre_1960sExiste, nesta confusão de idéias em que os cristãos parecem comprazer-se, uma tendência particularmente prejudicial à fé e tanto mais perigosa quanto ela se apresenta sob as aparências de caridade. A palavra, que apareceu em 1927 por ocasião dum congresso realizado em Lausanne, deveria por si própria prevenir os católicos se eles se referiam à definição que lhe dão todos os dicionários: ”Ecumenismo: movimento favorável à reunião de todas as Igrejas cristãs numa só.” Não se podem misturar princípios contraditórios, é evidente, não se podem reunir de maneira a fazer deles uma só coisa, a verdade e o erro. A não ser que se adotem os erros e se rejeite toda ou parte da verdade. O ecumenismo se condena por si mesmo.
O termo conheceu uma tal voga desde o último concílio, que penetrou a linguagem profana. Fala-se de ecumenismo universitário, de ecumenismo informático, e lá sei mais ainda, para exprimir um gosto ou uma idéia preconcebida de diversidade, de ecletismo.
 
Na linguagem religiosa, o ecumenismo se estendeu ultimamente às religiões não cristãs, traduzindo-se bem depressa em atos. Um jornal do Oeste nos indica por um exemplo preciso a maneira pela qual se processa a evolução: numa pequena paróquia na região de Cherburgo, a população católica se preocupa com trabalhadores muçulmanos que acabam de chegar para uma construção. É uma atitude caridosa pela qual não se pode deixar de felicitá-los. Numa segunda fase, vemos os muçulmanos pedir um local para festejar o Ramadã e os cristãos oferecer-lhes o sub-solo de sua igreja. Depois começa a funcionar neste lugar uma escola corâmica. No fim de dois anos, os cristãos convidam os muçulmanos a festejar o Natal com eles, “em torno de uma prece comum preparada com extratos dos capítulos do Corão e com versículos do Evangelho. A caridade mal entendida levou estes cristãos a pactuarem com o erro.
 
Em Lille, os dominicanos ofereceram uma capela aos muçulmanos para ser transformada em mesquita. Em Versalhes, pediu-se auxílio financeiro nas igrejas para “a aquisição dum lugar de culto para os muçulmanos”. Duas outras capelas foram-lhes cedidas em Roubaix e em Marselha, assim como uma igreja em Argentenil. Os católicos se fazem os apóstolos do pior inimigo da Igreja de Cristo, que é o Islão e oferecem seus óbulos a Maomé! Há, parece, mais de 400 mesquitas na França e em muitos casos são os católicos que deram o dinheiro para sua construção.

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A NOVA TEOLOGIA

lefebvre2As devastações da catequese são visíveis nas gerações que já tiveram que as sofrer. Eu tinha incluído na Ratio Studiorum de meus seminários, como a Sagrada Congregação dos seminários e universidades obrigou desde 1970, um ano de espiritualidade colocado no início dos estudos que duram seis anos. Espiritualidade, isto é, ascetismo, mística, formação na meditação e na oração, aprofundamento das noções de virtude, de graça sobrenatural, de presença do Espírito Santo…
Foi-nos preciso muito pouco tempo para desiludir-nos. Nós nos demos conta de que estes jovens, tendo vindo com um vivo desejo de se tornarem verdadeiros sacerdotes, possuindo uma vida interior mais profunda que muitos de seus contemporâneos e o hábito da oração, não conheciam mesmo as noções fundamentais de nossa fé. Não se lhes haviam ensinado. Durante o ano de espiritualidade, foi preciso ministrar-lhes o catecismo!
 
Eu contei muitas vezes o nascimento do seminário de Ecône. Nesta casa situada no Valais entre Sion e Martigny, estava previsto que os futuros sacerdotes não fariam ali senão este primeiro ano de espiritualidade: em seguida eles seguiriam os cursos da universidade de Friburgo. Se a criação dum seminário completo foi muito rapidamente visada é porque a universidade de Friburgo não assegurava mais um ensino verdadeiramente católico.
 
A Igreja sempre considerou as cátedras universitárias de teologia, de direito canônico, de liturgia e de direito eclesiástico como órgãos de seu magistério ou pelo menos de sua pregação. Ora é coisa certa que atualmente em todas ou quase todas as universidades católicas, não é mais a fé católica ortodoxa que se ensina. Não vejo uma só para fazê-lo nem na Europa livre, nem nos Estados Unidos, nem na América do Sul. Há nelas professores que sob o pretexto de pesquisas teológicas, se permitem emitir opiniões que vão contra nossa fé e não somente em aspectos secundários.

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COMUNICADO DO PE. CHRISTIAN BOUCHACOUT SOBRE O SÍNODO DA FAMÍLIA

bouchacourt_141027Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Dentro de alguns dias, terá início o Sínodo sobre a família. As orientações da primeira sessão, as declarações de alguns participantes e o documento preparatório dessa segunda sessão nos fazem temer um grande perigo para a Igreja. Após a destruição da fé consequente do Vaticano II e as reformas que se seguiram, eis que surge um questionamento da moral que a Igreja sempre ensinou. Um certo número de bispos e cardeais, eles próprios, soaram o alarme nos últimos meses.

Diante de tal perigo para nossas almas e da sociedade, não podemos permanecer passivos. Devemos pedir a Deus que tenha misericórdia da Santa Igreja. Além disso, durante a semana de 26 de Setembro a 3 de outubro, convido os fiéis e membros da Fraternidade Sacerdotal São Pio X:

– a recitar o rosário em família ou em nossas igrejas e capelas suplicando à Virgem Maria que proteja a Igreja de tal desastre.
– além disso, que em todos os lugares possíveis, um dia desta semana, seja organizada uma Hora Santa ou uma vigília de oração diante do Santíssimo Sacramento.
– que durante esta semana (1), sejam adicionados às orações da Missa do dia os “pro quacumque tribulatione“.
– à essas orações, unam a penitência a fim de que nosso Senhor cuide de seu Vigário para que não caia nas mãos dos inimigos da Igreja.

Como bons filhos da Igreja, sejamos generosos na resposta a este apelo a fim de que o Espírito Santo ilumine os membros do sínodo e fortaleça o Papa na fé. “Ut Domnum Apostólicum et omnes ecclesiásticos órdines in sancta religióne conserváre dignéris, te rogámus, audi nos (2).”

Pe. Christian Bouchacourt, Superior do Distrito da França da FSSPX, 17 de setembro 2015, na festa da impressão dos Estigmas de São Francisco

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(1) Com exceção do domingo, 27 de setembro, da terça-feira 29 de setembro e das missas cantadas.
(2) Ladainha dos Santos, “Para que Vos digneis conservar na Santa religião o Sumo Pontífice e todas as ordens da hierarquia eclesiástica. Nós vos pedimos, ouvi-nos.

DO CATECISMO HOLANDÊS A “PIERRES VIVANTES”

mons-marcel-lefebvreNas fileiras católicas eu ouvi freqüentemente e continuo a ouvir esta observação: “Querem impor-nos uma religião nova.” O termo é exagerado? Os modernistas que se infiltraram por todos os lados na Igreja e que comandam o jogo tentaram primeiramente tranqüilizar: “Mas não, vós tendes esta impressão porque formas caducas foram substituídas por outras, por razões que se impunham: não se pode mais rezar exatamente como se fazia antigamente, era preciso sacudir a poeira, adotar uma linguagem compreensível aos homens de nosso tempo, praticar a abertura em direção de nossos irmãos separados… Mas seguramente nada mudou.”
 
Depois eles tomaram menos precauções e os mais ousados passavam mesmo às declarações quer em grupos pequenos diante de pessoas já ganhas à sua causa, quer publicamente. Um padre Cardonell se ufanava bastante anunciando um novo cristianismo no qual seria contestada “a famosa transcendência que faz de Deus o monarca universal” e arrogando-se abertamente o modernismo de Loisy: “Se vós nascestes numa família cristã, os catecismos por vós aprendidos são esqueletos da fé.” “Nosso cristianismo, proclamava ele, aparece o melhor possível de forma neo-capitalista”. O cardeal Suenens, após ter reconstruído a Igreja a seu modo, convocava a “abrir-se ao mais largo pluralismo teológico” e reclamava o estabelecimento duma “hierarquia das verdades” com o que se deveria crer muito, com o que se deveria um pouco e com o que não tinha mais importância.
 
Em 1973, nos edifícios do arcebispado de Paris, o padre Bernardo Feillet ministrava um curso, da maneira mais oficial, dentro do quadro da “formação cristã dos adultos” onde afirmava várias vezes: “Cristo não venceu a morte. Ele foi levado à morte pela morte… No plano da vida, Cristo foi vencido e todos nós o seremos. É que a fé não foi justificada por nada, vai ser este grito de protesto contra este universo que acaba, como dizíamos há pouco, pela percepção do absurdo, pela consciência da condenação e pela realidade do nada.”

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REVOLTA CONTRA FRANCISCO

papst-2Fonte: La Porte Latine – Tradução: Cidade Católica

Para eles, a taça está cheia. Em três semanas, os bispos católicos do mundo todo vão se reunir no Vaticano para debater a estratégia a ser seguida pela Igreja. Em Roma, os padres sinodais vão encontrar um aparato que definitivamente declarou guerra ao papa. Nos recintos sagrados da Cúria circula um dossiê, que pode ser lido no “Christ und Welt“, suplemento do jornal Die Zeit. Nele são enumerados sistematicamente os supostos pecados do papa. “Francisco deixou cair a máscara”, diz um alto prelado do Vaticano.

O último texto promulgado pelo papa argentino, hoje com 78 anos, colocou lenha na fogueira do que se pode seguramente definir como o princípio de uma resistência organizada contra Francisco. Publicando na terça-feira passada um documento que permite, de modo mais fácil e mais rápido, uma anulação do matrimônio religioso, o papa colocou a Igreja diante um fato consumado. Mitis Iudex Dominus, assim se intitula este edito, ou seja, o “Senhor, juiz clemente”. Todavia, desta clemência, que Francisco quer oferecer aos crentes em conflito com as regras da Igreja, a Cúria não quer ouvir falar. Muitos dos Monsenhores, que estão nominalmente nos comandos da Igreja universal, estão fora de si.

Vê-se isto em um dossiê de linguagem mordaz que circula nestes dias nos mais importantes escritórios do Vaticano, entre os quais é preciso contar também a Congregação para a Doutrina da Fé e a Secretaria de Estado. Nele, o motu proprio sobre a atenuação da declaração de nulidade matrimonial  é examinado juridicamente, em seus pormenores. Continuar lendo

OS NOVOS PADRES

Monsenhor-Lefebvre-322x320Há cada vez menos sacerdotes, é um lugar comum, o homem da rua mais indiferente às questões religiosas é informado disto por seu jornal em intervalos regulares. Faz já mais de quinze anos que aparecia um livro intitulado Amanhã, uma igreja sem padres? Mas a situação é ainda mais grave que parece. Seria preciso acrescentar: Quantos sacerdotes ainda têm fé? E mesmo pôr uma terceira questão: Certos padres ordenados nestes últimos anos, o foram verdadeiramente? De outra maneira, as ordenações, ao menos em parte, são válidas? A dúvida é idêntica à que pesa sobre os outros sacramentos. Ela se estende a certas sagrações de bispos, por exemplo àquela que se realizou em Bruxelas durante o verão de 1982, na qual o bispo sagrante disse ao ordenando: “Sê apóstolo como Gandhi, Helder Câmara e Maomé!” Podem-se conciliar estas referências, ao menos no que concerne a Gandhi e a Maomé, com a intenção evidente de fazer o que quer a Igreja?
 
Eis o fascículo duma ordenação sacerdotal que se desenrolou em Toulouse há alguns anos. Um “animador” começa a celebração apresentando o ordenando, designado por seu nome próprio: C. e dizendo: “Ele decidiu viver (o dom total, que fez a Deus) mais em profundidade, consagrando-se totalmente ao serviço da Igreja na classe operária.” C. efetuou seu “encaminhamento”, ou seja, seu seminário, em equipe. É esta equipe que o apresenta ao bispo: “Nós vos pedimos reconhecer, autenticar o seu proceder e ordená-lo sacerdote. “O bispo lhe faz então várias perguntas consideradas como definição do sacerdócio: Queres ser ordenado sacerdote “para ser, com os crentes, Sinal e Testemunha do que buscam os homens, em seus esforços de Justiça, de Fraternidade e de Paz” “para servir ao Povo de Deus”, “para reconhecer na vida dos homens a ação de Deus em modos de vida, culturas e opções múltiplas”, “para celebrar a ação de Cristo e assegurar este serviço”, queres participar comigo e com o conjunto dos bispos da responsabilidade que nos foi confiada para o serviço do Evangelho”?
 
A matéria do sacramento foi preservada: é a imposição das mãos que se deu a seguir e a forma igualmente: são as palavras da ordenação. Mas se é obrigado a notar que a intenção não é clara. O Padre é ordenado para o uso exclusivo duma classe social e antes de tudo para estabelecer a justiça, a fraternidade e a paz num plano que parece ademais limitado à ordem natural? A celebração eucarística que segue, a “primeira missa”, em suma, do novel sacerdote se processa neste sentido. O ofertório foi composto para a circunstância do momento: “Nós te acolhemos, Senhor, recebendo de tua parte este pão e este vinho que nos ofereces, nós queremos representar com isso todo o nosso trabalho, nossos esforços por construir um mundo mais justo e mais humano, tudo o que tentamos instituir a fim de serem asseguradas melhores condições de vida…” A oração sobre as oferendas é ainda mais duvidosa: “Olha, Senhor, nós te oferecemos este pão e este vinho; que eles se tornem para nós uma das formas de tua presença.” Não, as pessoas que celebram desta maneira não têm a fé na Presença real!

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