A CORRUPÇÃO DA MORAL ATRAVÉS DA MODA IMODESTA

modesTraduzido e adaptado por Andrea Patrícia

“A religião não teme a ponta da adaga, mas pode desaparecer sob a corrupção. Não vamos nos cansar de corrupção: nós podemos usar um pretexto, como o esporte, a higiene, os recursos da saúde. É necessário corromper, que nossos meninos e meninas pratiquem o nudismo no vestir. Para evitar muita reação, deve-se avançar de forma metódica: despir-se, em primeiro lugar até o cotovelo e, depois, até os joelhos, depois braços e pernas completamente a descoberto, mais tarde, a parte superior do tórax, ombros, etc., etc.”

International Review of Freemasonry (Revista Internacional de Maçonaria), 1928

Uma ex-apresentadora de boletins meteorológicos no canal do tempo, modelo, atriz e Miss Michigan National Teen-Ager, Colleen Hammond viveu o sonho americano e descobriu que isso é um pesadelo. Enquanto trabalhava na televisão, ela voltou à fé católica. No momento em que seu primeiro filho nasceu, Colleen “viu a luz” e abandonou sua carreira de grande sucesso na televisão para se tornar dona-de-casa e mãe, agora vivendo com o marido e seus quatro filhos no norte do Texas.

Em 2004 a Sra. Colleen Hammond escreveu um livro intitulado “Dressing With Dignity” (vestindo-se com dignidade), que se tornou um best-seller instantâneo. Este inovador livro desafia a moda de hoje e fornece as informações que você precisa para se proteger e proteger seus amados da investida do mau gosto do vestuário imodesto.

Nós publicamos aqui excertos do Capítulo IV do presente livro, “Desenhos Contra a Modéstia e Reação Católica”, que fala sobre as forças por trás da revolução da moda feminina no século 20: Continuar lendo

A GRAVE FALTA CONTRA A MODÉSTIA CRISTÃ

ap2Desde este ponto de vista não podemos deixar de condenar a cegueira de quantas mulheres de todas as idades e condições; feitas tontas pelo desejo de agradar, elas não veem a que nível a indecência de suas vestes chocam a todo homem honesto, e ofendem a Deus. A maioria delas teriam, em outras épocas, se envergonhado com esses estilos por grave falta contra a modéstia Cristã; e já não é suficiente que elas se exibam na via pública; elas não tem medo de cruzar as portas da Igreja, a assistir o Santo Sacrifício da Missa, e até de levar a comida sedutora das suas paixões vergonhosas até o Altar da Eucaristia onde recebemos o Autor celeste da pureza. E nós não estamos falando das exóticas e bárbaras danças recentemente importadas dos círculos fashion, cada uma mais chocante que a outra; não podemos imaginar nada mais apropriado para banir o que resta da modéstia”.

Trecho da Encíclica Sacra Propediem – Bento XV

IMPRESSÕES SOBRE O SÍNODO DA FAMÍLIA: O ESPÍRITO CONTRA A LETRA

12088425_10153058478025723_4365017566234380313_nPor Pe. Romano | FratresInUnum.com

As três últimas semanas, para a Igreja Católica, foram vividas com muita intensidade e ansiedade. De fato, era grande a expectativa sobre as conclusões que os Padres Sinodais e, em última instância, o Papa, iriam dar às questões mais problemáticas envolvendo as famílias, em especial aos divorciados em segunda união e à possibilidade dos mesmos poderem ter acesso aos sacramentos, isto é, à confissão e à comunhão. Tal debate, iniciado no Sínodo extraordinário do ano passado com a proposta do cardeal Kasper e de outros purpurados e teólogos, havia suscitado forte apreensão por parte de milhares de fiéis – clérigos e leigos – que se chocaram diante de uma posição frontalmente contrária à doutrina sobre a indissolubilidade do matrimônio, divinamente revelada e confirmada, ao longo dos séculos, pelo magistério da Igreja, a despeito de fortes pressões e perseguições.

Como se encerra o Sínodo? Desde o Concílio Vaticano II, nenhuma assembleia da cúpula da Igreja havia suscitado tanto interesse, sobretudo por parte da mídia. E, a despeito de se afirmar que o centro do debate era a família, e não a questão da comunhão para os divorciados em segunda união, o que se viu foi uma dura batalha, no interior da aula sinodal, sobre esta questão, entre posições bastante divergentes: de um lado, os inovadores; do outro lado, os fiéis à doutrina católica. O segredo, que deveria ser mantido ao longo dos trabalhos, deixou de sê-lo, desde o início, e foi despudoradamente apresentado à mídia. A imagem que se queria passar, evidentemente, era a de uma Igreja mais “humana”, samaritana, misericordiosa, que punha ao centro o homem, na sua situação concreta. Esta imagem é a que o Papa Francisco, desde o início de seu pontificado, tem se esforçado para passar. E não é difícil perceber de que lado está o Papa. Para se entender o que virá depois do Sínodo, não é tanto ao texto das propostas dos Padres Sinodais  ao Papa que devemos nos ater. Francisco sabe o que quer, e irá até o fim em seu projeto revolucionário. Continuar lendo

SOBRE A AREIA…

areiaMas vão ainda mais além os modernos destruidores do matrimônio, ao substituir o sincero e sólido amor, fundamento do íntimo prazer e da fidelidade conjugal, por uma cega conveniência de caracteres e harmonia de gestos, a que chamam simpatia, cessada a qual sustentam que se afrouxa o vínculo único por que se unem as almas e que se dissolve plenamente. Que será isto senão edificar uma casa sobre a areia? Diz Cristo Nosso Senhor que, apenas ela seja assaltada pelas vagas da adversidade, logo vacilará e ruirá: “E sopraram os ventos, e investiram contra essa casa, e ela caiu, e foi grande a sua ruína” (Mt 7, 27). Ao contrário, uma casa que tenha sido construída sobre a rocha, isto é, sobre o mútuo amor entre os cônjuges e firmada numa consciente e constante união das almas, jamais será sacudida ou abatida por nenhuma adversidade.

Contra o Sacramento

Até aqui temos reivindicado, Veneráveis Irmãos, os dois primeiros e excelentes benefícios do matrimônio cristão, que têm sido atacados pelos subversores da sociedade moderna. Mas, assim como este terceiro benefício que é o Sacramento está muito acima dos outros, assim também não é de admirar que principalmente esta excelência seja por esses mesmos adversários muito mais vigorosamente atacada. Ensinam em primeiro lugar que o matrimônio é coisa exclusivamente profana e meramente civil, que de forma alguma deve confiar-se à sociedade religiosa, isto é, à Igreja de Cristo, mas unicamente à sociedade civil; e acrescentam, ademais, que o laço nupcial deve ser liberto de qualquer vínculo de indissolubilidade, não só tolerando-se mas sancionando-se legalmente as separações ou divórcios dos cônjuges, donde se seguirá finalmente que o matrimônio, despojado de toda a santidade, fique no número das coisas profanas e civis. Continuar lendo

PIO XII E OS PROBLEMAS MODERNOS: A MULHER MODERNA

mulher-mod2O caráter da vida da mulher e a iniciação da cultura feminina eram inspirados, conforme a mais antiga tradição, pelo seu instinto natural que lhe atribuía como reino próprio de atividade a família, a não ser no caso de, por amor de Cristo, preferir a virgindade. Retirada da vida pública e à margem das profissões públicas, a jovem, como flor que cresce guardada e reservada, estava destinada por sua vocação a ser esposa e mãe. Junto da mãe aprendia os labores femininos, os cuidados e negócios da casa e tomava parte na vigilância dos irmãos e irmãs menores, desenvolvendo assim as forças, o engenho, e instruindo-se na arte e no governo do lar. […] Hoje, pelo contrário, a antiga figura feminina está em rápida transformação. Podeis ver que a mulher, e, sobretudo a jovem, sai de seu retiro e entra em quase todas as profissões, até aqui exclusivo campo de ação e vida do homem. [1]

Digamos imediatamente que para Nós o problema feminino, tanto em seu complexo, como em cada um de seus múltiplos aspectos particulares, consiste todo na conservação e no incremento da dignidade que a mulher recebeu de Deus. […] Em que consiste, portanto esta dignidade que a mulher tem de Deus?

Em sua dignidade de filhos de Deus, o homem e a mulher são absolutamente iguais, como também a respeito do fim último da vida humana, que é a eterna união com Deus na felicidade do céu. É glória imortal da Igreja ter colocado em luz e em honra esta verdade e haver livrado a mulher de uma degradante servidão contrária à natureza. Mas o homem e a mulher não podem manter e aperfeiçoar esta sua igual dignidade, senão respeitando e colocando em ato as qualidades particulares, que a natureza lhes concedeu a um e a outra, qualidades físicas e espirituais indestrutíveis, das quais não é possível mudar a ordem sem que a própria natureza sempre novamente a restabeleça. […] Ainda mais. Os dois sexos, por sua própria qualidade particular, são ordenados um para o outro de tal modo que esta mútua coordenação exercita seu influxo em todas as múltiplas manifestações da vida humana social. Continuar lendo

ALOCUÇÃO DE PIO XII SOBRE A MODA

mulher-catolicaDe todo o coração vos damos as boas-vindas paternais, caros filhos e filhas, promotores e associados de “União Latina de Alta Moda”, que desejastes vir à Nossa presença para Nos testemunhar a vossa filial devoção, e ao mesmo tempo, implorar os favores celestiais sobre a vossa União, colocando-a, desde o seu nascimento, sob a proteção d’Aquele para cuja glória deve encaminhar-se toda a atividade humana, mesmo as profanas em aparência, segundo o preceito do Apóstolo dos Gentios:“Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”(I Cor 10, 31). Proponde-vos enfrentar com vistas a desígnios cristãos um problema tão delicado quanto complexo, cujos imprescindíveis reflexos morais foram, em todo tempo, objeto de atenção e de ansiedade para aqueles que, por ofício, na família, na sociedade e na Igreja, esforçam-se para preservar as almas das insídias da corrupção e a comunidade inteira da decadência dos costumes, isto é, o problema da moda, especialmente feminina.

É justo que, aos vossos generosos propósitos, correspondam a gratidão Nossa e da Igreja e os ardentes votos de que a vossa União, nascida e inspirada por uma são consciência religiosa e civil, atinja, mediante a esclarecida autodisciplina dos próprios artífices da moda, o duplo escopo declarado nos vossos estatutos: moralizar este importante setor da vida pública e contribuir para elevar a moda a instrumento e expressão de uma bem entendida civilização.

Ansiosos por encorajar tão louvável empreendimento, consentimos de bom gosto no pedido a Nós feito de vos expor algumas das ideias, especialmente sobre a reta formulação do problema e sobre os seus aspectos morais, fazendo-vos, outrossim, algumas sugestões práticas, aptas a assegurar à União uma bem aceita autoridade num campo frequentemente tão discutido. Continuar lendo

CONTRA A FIDELIDADE DOS CÔNJUGES

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E agora, para tratarmos de outra fonte de erros que dizem respeito à fé conjugal, qualquer pecado que se comete em prejuízo da prole é conseqüentemente também, de alguma forma, pecado contra a fé conjugal, visto que os benefícios do matrimônio são conexos entre si. Mas, além disso, devem enumerar-se separadamente tantas fontes de erro e corrupção contra a fé conjugal quantas são as virtudes domésticas que esta fé compreende: a casta fidelidade de um e de outro cônjuge, a honesta sujeição da mulher ao marido, e finalmente o firme a sincero amor entre os dois.

Liberdades perversas

Primeiro que tudo, corrompem a fidelidade os que entendem dever-se ter indulgência com as idéias e os costumes do nosso tempo acerca da falsa e prejudicial amizade com terceiras pessoas e sustentam dever-se consentir aos cônjuges maior liberdade de pensar ou de atuar no que respeita a essas relações, tanto mais que (como dizem) não poucos têm uma constituição sexual congênita tal, que a não podem satisfazer dentro dos estreitos limites do matrimônio monogâmico. Donde entendem que aquela rígida disposição de espírito por que os cônjuges honestos condenam e recusam qualquer afeto e ato impuro com terceira pessoa é uma antiga mesquinhez da inteligência e do coração ou um abjeto e vil ciúme, e por isso têm na conta de nulas ou, pelo menos, acham que devem ser anuladas as leis penais do Estado acerca da obrigação da fidelidade conjugal. Continuar lendo

SÍNODO: VÍDEO INSPIRADOR DA PROCISSÃO REALIZADA PELA FSSPX NOS EUA

Publicamos abaixo um vídeo inspirador, da SSPX-USA com  Tradução nossa: Dominus Est, da procissão realizada pela Capela da Assunção (FSSPX), na cidade de St. Mary, Kansas (EUA) no domingo passado, 4 de outubro.

As intenções dos rosários da procissão foram para o Sínodo, para que se defenda a santidade do matrimônio e da família.

O DIVÓRCIO

divorcioOs legisladores contemporâneos, que se declaram partidários convictos dos mesmos princípios do direito, não podem defender-se contra as vontades pervertidas dos homens de que falamos, por mais que sinceramente o quisessem, e por isso concluem que é necessário contemporizar com a época e outorgar a faculdade do divórcio. É isto mesmo o que, por outro lado, também nos ensina a história. Passando em silêncio muitos outros fatos, basta recordar que nos fins do século passado se pretendeu legitimar por meio de leis a separação dos cônjuges, quando a França, envolvida em grandes perturbações, estava em estado de conflagração, quando a sociedade toda, tendo banido a Deus, se precipitara no seio da desordem. Muitos há neste tempo que desejam renovar estas leis, porque querem expulsar a Deus, e arrancar a Igreja do meio da sociedade humana, julgando estultamente que é em leis de tal natureza que deve procurar-se o remédio para a corrupção crescente dos costumes. Continuar lendo

O EXEMPLO DE UMA VERDADEIRA COMUNIDADE CATÓLICA

Há poucos lugares no mundo como a Nossa Senhora das Dores. Localizado no sul de Phoenix, Nossa Senhora das Dores é uma comunidade católica que oferece uma vida completamente centrada em torno da Missa em latim e as tradições da fé.

Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est

ESTÍMULOS NECESSÁRIOS

estiEmbora seja impossível formar-se a consciência sem aplicar punições, quando oportunas, convém não esquecer que o educando é um ser fraco, que precisa ser incentivado e sustentado em seus esforços. Ele o será por meio de recompensas adequadas, como os castigos, à sua idade e ao seu temperamento, mas orientadas por uma espiritualização mais elevada. A mais humilde recompensa diriger-se-á ao corpo e à sensibilidade; a mais elevada, aos sentimentos e às aspirações superiores. Na idade em que a criança vive apenas pelas sensações, ela se confundirá com um prazer corporal. Mais tarde, poré, é à sua inteligência e às suas faculdades morais que será conveniente fazer apelo.

Não é contra-indicada a multiplicação dos estímulos. Todavia, é preciso velkar para não incentivar no filho o hábito de esperar sempre algum proveito de seus esforços pessoais. É o que aconteceria se os pais cometessem a falta de tato de “pagar” sempre com alguma compensação a boa vontade do filho. Este viria a agir apenas visando vantagens e jamais atingiria o verdadeiro desinteresse moral. Permaneceria sempre no grau inferior da moral utilitária.

Outro perigo seria desenvolver o amor-próprio e o orgulho, ao multiplicar os elogios. Incensada demais, a criança acabaria julgando-se de uma essência superior e desprezando os que não obtêm êxitos tão facilmente quanto ela. Continuar lendo

DESPERTAR ALMAS – PARTE 3 (FINAL)

Pais3Não se deve prolongar demasiadamente esses colóqios, que assim perderiam todo seu valor; tampouco, jamais impô-los; aí, ainda, é necessário muito tato e intuição.

Abstenhamo-nos de insistir inabilmente quando percebemos que não estamos sendo ouvidos, a fim de não provocarmos enfado pela reflexão interior, fator tão importante na educação dos nossos filhos.

Vós me direis: Mas isto não é educação, é sugestão! Ao que responderei: A educação é uma sugestão, uma insinuação lenta, persuasiva e progressiva dos princípios imutáveis que devem reger toda vida. A sugestão educativa normal não tem a menor relação com o magnetismo ou hipnotismo; raciocinada, razoável, ela age sobre o consciente, desperta os bons hábitos, tornando-os firmes e, por assim dizer, inconscientes.

Somente aqueles que amam verdadeiramente a criança encontram sugestões felizes, que contrabalançarão com as outras pernicosas, que ela terá de enfrentar no correr dos anos, seja por meio de colegas, de livros ou de cinema. Implantemos, pois, solidamente os bons princípios na alma de nossos filhos; que sejam os primeiros a dominá-la. Evitemos sempre empregar negativas, dizendo: “Você é preguiçoso, mentiroso, mau”, acabaríamos por estabelecer um fato que a criança aceitará, acreditando na irresistibilidade de suas tendências. Pelo contrário, devemos persuadi-lo de que ama a verdade, para que venha a amá-la e que, se mentiu, foi por engano ou brincadeira. Se é preguiçoso, vamos dizer que hoje não estudou bem, mas certamente, amanhã estudará melhor. Despertemos a bondade em sua alma; a meiguice, os carinhos, os afagos de um pequenino revelam suas disposições para a bondade. À medida em que for crescendo, será preciso explicar-lhe que ser bom é agir. Agir, para o bem daqueles que amamos, no interesse deles ou simplesmente para lhes dar prazer, aceitando algumas privações ou esforço de algum trabalho. A verdadeira bondade não é apenas sentimental, é virtude da bondade. “Ter coração, é saber dedicar-se”. Continuar lendo

DESPERTAR ALMAS – PARTE 2

familia_catolica2Como despertar uma alma?

Descobrindo seu ponto sensível; sem abandonar o nosso “eu” (nosso posto de observação), encontrar o do nosso filho. Para isto, é necessário, evidentemente, certa habilidade, e o senso de adaptação, de observação. Infelizmente, a perspicácia é uma qualidade de que os educadores mais carecem; eis porque tantas palavras ficam inúteis, não esclarecem; ora, despertar uma alma é iluminá-la. Importa, pois, primeiramente, que delas nos aproximemos com simpatia, suscitando-lhe confiança e amor. Se nas famílias tantas almas caminham sozinhas lado a lado, e não se compreendem, embora recebendo iguais contribuições num mesmo ambiente, é porque não foram tocadas na região impenetrável e misteriosa que somente a intuição e o carinho podem descobrir.

Fala-se muito de ciências familiais; e com razão; a educação é uma ciência, mas é mais ainda – uma arte, um conhecimento intuitivo das incógnitas, uma “adivinhação”.

A grande infelicidade, quando pais inteligentes e cultos, muitas vezes “fracassam” e não têm nenhuma influência sobre os filhos, é de não procurarem, ao menos, fazer seu exame de consciência com lealdade e humildade. Em vez de dizer: “Faltam-me a psicologia, a paciência, não sou bastante arguto, nem carinhoso”, declaram: “Não há nada a fazer com esta criança, ela é insensível, teimosa e orgulhosa”. Continuar lendo

DESPERTAR ALMAS – PARTE 1

MaeFilho1Não pode existir algo de mais comovente e patético do que assistirmos ao despertar de uma alma, às primeiras manifestações do espírito; desde três meses, vemo-lo surgir; como é belo um bebê e sua mamãe que, unidos pelos olhares, procuram um ao outro e se encontram. Se o bebê de três a doze meses pudesse desvendar os mistérios de suas descobertas inefáveis, ficaríamos … maravilhados! Quando um destes pequeninos pousa sobre sua mãe, sorridente e extasiado, o olhar calmo e a fixa com aquela gravidade, que lhes é peculiar, não se poderia duvidar de que esteja recebendo a revelação do mais grandioso amor. Certamente, aos dezoito anos, o amor lhe será manifestado sob outros aspectos, mas o homem, inconscientemente, procura encontrar na mulher esse infinito de amor que aos três meses lhe foi revelado pela mãe. Que coisa extraordinária, a procura de uma emoção, da qual a memória não guardou a lembrança, porque, desse período unicamente ultra-sensível, tudo se desvanece para ir atapetar o subconsciente, que é uma de nossas maiores riquezas!

Mas, é principalmente entre três e sete anos que poderemos ajudar esse renascimento que se impõe, e que traremos à tona aquela potência adormecida que espera de nós um desabrochar feliz; e é somente por nós que a criança tomará consciência de si própria; ajudemo-la a descobrir as possibilidades que lhe são inerentes, a fim de que desde cedo participe da formação de sua personalidade e nela colabore ativamente.

Comecemos pçor criar o clima favorável ao desenvolvimento de sua capacidade criadora, não abafemos essa sensibilidade apaixonante, a única que põe em contato com o mundo exterior; não multipliquemos as ordens, contra-ordens, interdições, ameaças; procuremos descobrir seus gostos, suas aptidões latentes, suas necessidades profundas e ajudemo-la a realizá-las. Continuar lendo

AMIGAS QUE ESCOLHERÁS A DEDO (AS LEITURAS)

helen-allingham-inglaterra-menina-lendo-sem-data-aquarelaQuais são? As páginas dos livros que queres ler. Pois a influência dessas amigas é terrível. Próprio é da amizade encontrar semelhantes ou fazê-los tais. É ilusão pensar a senhorita que um livro não lhe fará mal, ainda que mau seja. Devagar, ela tornar-se-á cúmplice de certas atitudes citadas no livro, depois acertar-lhe-á  as idéias, lhe aprovará as descrições. Finalmente, entregar-lhe-á ao livro com ele já entregou à sua leitora.

E então acontece, aquilo que Perreyve chama de “magno ilogismo”. Vemos muita leitora ser amiga de livros, conviver com eles, quando não teria coragem se ser amiga e conviver com… os autores desses livros. O autor passa por ser inconveniente por causa das coisas que escreve. Entretanto, essas coisas que ele escreveu tornam-se íntimas confidentes da candíssima leitora! A moça escusa-se de uma má companhia, porque o povo falaria dessa duvidosa companhia. Fecha a porta da sua casa a tal pessoa, mas aceita-lhe o livro mau de que é autor! Continuar lendo

FILHO NÃO É DOENÇA

familiaPor ventura é doença para a árvore o fruto sorrindo entre as folhas?

Para apresentar “os frutos da natividade”, fez o Criador a mulher, uniu-a ao homem no casamento e presta seu concurso para dar uma alma ao corpo que ambos formaram. Por isso também, em geral, encontra a mulher sua saúde nas funções da maternidade.

Objeção contra o argumento a favor dos filhos é a fadiga, as doenças que os filhos trazem às mães. Mas isso é uma idéia absolutamente falsa. O prazer é quase sempre um empréstimo com juros elevados. Ao lado da maternidade colocou a natureza, porém, ótimas vantagens para a saúde e longevidade. A fecundidade e a gravidez fortificam, ao passo que a esterilidade mirra o organismo. Parece moça a mãe de vários filhos ao lado da esposa cautelosa que sacrificou alguns anos somente ao prazer das relações.” (Dr.Bergeret)

O afamado Dr. Pinard afirma que somente com o terceiro filho encontra a mulher a plenitude de sua saúde. Três verdades ficam estabelecidas por célebre ginecologista (Dr.Desplat): Continuar lendo

PRESENTEAR EXAGERADAMENTE UMA CRIANÇA… UM GRANDE PERIGO!

preseNa escola fora feita uma sondagem sobre os desejos das crianças, por ocasião da festa de Natal. Apareceu então o seguinte relatório. Queriam bicicletas completas, bolas de futebol, chuteiras, relógios-pulseiras, carros com bonecas, casas para elas com iluminação completa, máquinas fotográficas e de filmagens, etc. Uma  ou outra criança mencionava um par de sapatos, uma boneca qualquer. A grande maioria descreveu cuidadosamente as qualidades dos presentes desejados.

Dirão os pais que isso prova a mentalidade moderna e técnica da infância atual. E também pode provar como anda exigente essa infância moderna. A razão está na mania de muitos pais, sempre desejosos de atender às vontades mais contra-indicadas pela situação financeira da família. Saem prejudicadas as finanças e também os filhos. Uma criança que não sabe moderar seus desejos, ou melhor, os tem sempre atendidos pelos pais, está sendo educada para uma fracassada na vida.

Longe de mim advogar o método de recusar presentes aos pequenos. Eles precisam dessas provas de afeto. Mas o exagero em entupir os filhos com presentes é igualmente funesto na vida. Não há dúvida, hoje requer-se muita coragem dos pais neste particular. A moda anda por aí: muitos e belos e caros presentes aos filhos. É claro, também a vaidade ou exibição falam neste assunto. Querem brilhar perante outros pela forma dos presentes que fazem. Continuar lendo

INVESTIDAS CONTRA A UNIÃO CONJUGAL – PARTE 2

VictorianPostcardInsídias contra a fecundidade

Mas, para tratarmos agora, Veneráveis Irmãos, de cada um dos pontos que se opõem aos diversos bens do matrimônio, falemos primeiro da prole, que muitos ousam chamar molesto encargo do casamento e afirmam dever ser evitada cuidadosamente pelos cônjuges, não pela honesta continência (permitida até no matrimônio, pelo consentimento de ambos os cônjuges), mas viciando o ato natural. Alguns reclamam para si esta liberdade criminosa, porque, aborrecendo os cuidados da prole, desejam somente satisfazer a sua voluptuosidade, sem nenhum encargo; outros porque, dizem, não podem observar a continência nem permitir a prole, por causa das dificuldades quer pessoais, quer da mãe, quer da economia doméstica.

Mas nenhuma razão, sem dúvida, embora gravíssima, pode tornar conforme com à natureza e honesto aquilo que intrinsecamente é contra a natureza. Sendo o ato conjugal, por sua própria natureza, destinado à geração da prole, aqueles que, exercendo-a, deliberadamente o destituem da sua força e da sua eficácia natural procedem contra a natureza e praticam um ato torpe e intrinsecamente desonesto.

Não admira pois que, segundo atesta a Sagrada Escritura, a Majestade divina odeie sumamente este nefando crime e algumas vezes o tenha castigado com a morte, como recorda Santo Agostinho: “Ainda com a mulher legítima, o ato matrimonial é ilícito e desonesto quando se evita a concepção da prole. Assim fazia Onã, filho de Judá, e por isso Deus o matou” (Sto. Agost., De conjug., livro, II n. 12; cf. Gn 38, 8-10.). Continuar lendo

INVESTIDAS CONTRA A UNIÃO CONJUGAL – PARTE 1

MATRConsiderando, Veneráveis Irmãos, tamanha excelência das castas núpcias, mais doloroso Nos parece ver como esta divina instituição, especialmente nos nossos tempos, é tantas vezes e com tanta facilidade desprezada e vilipendiada.

É um fato, em verdade, que não já em segredo, nas trevas, mas abertamente, posto de parte todo o sentido do pudor, quer oralmente, quer por escrito, pelas representações teatrais de todos os gêneros, pelos romances, pelas novelas e leituras amenas, pelas projeções cinematográficas, pelos discursos radiofônicos, enfim, por todas as descobertas mais recentes da ciência, se calca aos pés e se ridiculariza a santidade do matrimônio; ao passo que ou se louvam os divórcios, os adultérios e os vícios mais ignominiosos, ou pelo menos se pintam com tais cores, que parecem querer mostrá-los como isentos de qualquer mácula e infâmia. E não faltam livros que para tal se apresentam como científicos, mas que na realidade o mais das vezes não têm de ciências senão umas tinturas, com o fim de se poderem mais facilmente insinuar nos espíritos. E as doutrinas neles defendidas preconizam-se como maravilhas do espírito moderno, isto é, daquele espírito que se vangloria de amar só a verdade, de se ter emancipado de todos os velhos preconceitos, no número dos quais inclui e relega a tradicional doutrina cristã do matrimônio.

E até se fazem penetrar tais máximas entre todas as condições de pessoas, ricos e pobres, operários e patrões, letrados e ignorantes, solteiros e casados, crentes e descrentes, adultos e jovens; e particularmente a estes últimos, como à presa mais fácil, se lançam os laços mais perigosos. Continuar lendo

TRABALHO DE EDUCAÇÃO

familia-oleo-sobre-telaÉ a correção puro trabalho educativo, em que nós somos apenas instrumentos extrínsecos e transitórios, dispensados tão logo esteja terminada a tarefa, e a criança é o elemento primordial, a ser interessada na autodisciplina.

A correção só realiza o fim se atingir o íntimo da criança, criando-lhe uma atitude interior, profunda, pessoal. Ela deseja uma mudança, determinada pelo próprio educando, o qual se convence de que agiu mal, arrepende-se e se dispõe a emendar-se.

O educador tem o seu papel, importantíssimo, indispensável (porque a criança é ainda incapaz de realizar sozinha tão dificil tarefa); mas é apenas um auxiliar. A sua função, nem sempre agradavelmente recebida, é ajudar. O trabalho decisivo é do educando. Ninguém o modifica, arrepende, delibera e corrige: é ele que se modifica, se arrepende, se delibera e se corrige. Ele não o conseguirá sem nossa ajuda; mas o trabalho de corrigir-se é dele – de sua compreensão, de sua consciência, de seus esforços.

Nossa grande virtude está em conseguirmos que ele queira corrigir-se.

Os pais e a correção

Em face da correção dos filhos, podemos classificar os pais em 5 categorias:

– os cegos: não vêem as faltas dos seus encantadores rebentos;

– os fracos: não têm coragem ou autoridade para corrigir;

– os negligentes: não cuidam da correção dos filhos;

– os ignorantes: retos, bem intencionados, não sabem, contudo, como proceder;

– os certos: mercê de Deus, os temos, e em número crescente.

Para curar os cegos, só Cristo, multiplicando por toda parte piscinas de Siloé, para que eles se lavem e vejam (Cf. Jo 9,7). Quanto aos mais, ajude-os e ilumine-os a graça de Deus, que outra finalidade não temos senão animar os fracos, despertar os negligentes, ensinar os de boa vontade, e estimular os certos.
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CORRIGIR NÃO É CASTIGAR

corrigirO que dissemos marca a diferença entre correção e castigo – aquela, essencialmente emendativa, e este, ordinariamente punitivo. Aliás, os próprios nomes falam por si.

Há mais de um século, o grande pedagogo francês Monsenhor Dupanloup acentuava esta diferença, de que não tomaram conhecimento os educadores em geral.

Para os que procuram mais o próprio sossego que o progresso moral dos filhos, castigar é mais cômodo: umas palmadas no pequenino que jogou a merenda no chão, uns bofetões no rapazola que respondeu com arrogância, chineladas na menina que entornou tinta no vestido novo, um mês sem passeio para quem não teve média na prova parcial, trancar as crianças no quarto dos fundos porque perturbaram o silêncio de que precisa o pai, e outras medidas policiais do mesmo teor dão “soluções” imediatas, que contentam o adulto desprevenido, mas nada adiantam à educação, e, pelo contrário a prejudicam.

A experiência ensina que os castigos são aplicados precisamente nas condições em que não se deve sequer tentar a correção, isto é, sob o impulso das paixões. É na hora da zanga que os filhos apanham! Quando me consultam a respeito de castigos físicos, não perco tempo em combatê-los: aprovo-os, desde que deixem passar a excitação e, amanhã ou depois, de sangue frio, cabeça serena, chamem a criança, para malhá-la.
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O TERCEIRO BEM DO MATRIMÔNIO CRISTÃO: O SACRAMENTO

matriEsse post é continuação do: SEGUNDO BEM DO MATRIMÔNIO CRISTÃO: A FIDELIDADE CONJUGAL

Entretanto, o conjunto de tantos benefícios completa-se e coroa-se por este bem do matrimônio cristão a que chamamos, com a palavra de Santo Agostinho, “sacramento”, o qual significa a indissolubilidade do vínculo e também a elevação e consagração que Jesus Cristo fez do contrato como sinal eficaz da graça.

A Indissolubilidade

E, antes de mais nada, no que respeita à indissolubilidade do contrato nupcial, o próprio Cristo nele insiste, dizendo: “Não separe o homem aquilo que Deus uniu” (Mt 19, 6); e: “Todo aquele que abandona a sua mulher e toma outra comete adultério; e todo aquele que toma a mulher abandonada pelo marido comete adultério” (Lc 16, 18).

Nesta indissolubilidade coloca Santo Agostinho, em termos claros, aquilo a que ele chama o bem do sacramento, com estas claras palavras: “Por sacramento, pois, se entende que o matrimônio seja indissolúvel e que o repudiado ou a repudiada não se una a outrem, nem sequer por causa dos filhos”. (S. Agost., De Gen. ad litt., liv. IX, c. 7, n. 12). Continuar lendo

SÚPLICA AO SANTO PADRE – MONS. BERNARD FELLAY

fellay_supplique_saint_pere_150915Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Santíssimo Padre,

É com grande preocupação que constatamos ao nosso redor a degradação gradual do matrimônio e da família, origem e fundamento de toda a sociedade humana. Esta dissolução está se acelerando com força, sobretudo através da promoção legal dos comportamentos mais imorais e mais depravados. A lei de Deus, mesmo simplesmente natural, é hoje pisoteada publicamente, os pecados mais graves se multiplicam de modo dramático e clamam vingança ao Céu.

Santíssimo Padre,

Não podemos negar que a primeira parte do Sínodo dedicado aos “desafios pastorais da família no contexto da evangelização” nos deixou profundamente alarmados. Temos ouvido e lido, de grandes autoridades eclesiásticas – que se atribuem vosso respaldo, sem serem desmentidas – afirmações tão contrárias à verdade, tão opostas à doutrina clara e constante da Igreja sobre a santidade do matrimônio, que nossa alma tem ficado profundamente perturbada. Todavia, o que mais nos preocupa são algumas das suas palavras que dão a entender que poderia haver uma evolução da doutrina para responder às novas necessidades do povo cristão. Nossa preocupação brota da condenação que São Pio X fez, na encíclica Pascendi, do alinhamento do dogma a supostas exigências contemporâneas. Pio X e vós, Santo Padre, receberam a plenitude do poder de ensinar, santificar e governar em obediência a Cristo, que é a cabeça e pastor do rebanho em todo tempo e em qualquer lugar, e de quem o Papa deve ser o verdadeiro Vigário na terra. O objeto de uma condenação dogmática não pode se converter, com o tempo, em uma prática pastoral autorizada.

Deus, autor da natureza, estabeleceu a união estável entre homem e mulher com vistas a perpetuar a espécie humana. A Revelação do Antigo Testamento nos ensina de modo claríssimo que o matrimônio, único e indissolúvel, entre um homem e uma mulher, foi estabelecido por Deus, e que suas características essenciais foram subtraídas à livre escolha dos homens para permanecer sob a proteção divina particular: “Não cobiçarás a mulher do teu próximo” (Ex 20, 17). Continuar lendo

SEGUNDO BEM DO MATRIMÔNIO CRISTÃO: A FIDELIDADE CONJUGAL

fidelidade-conjugalEsse post é continuação do: O PRIMEIRO BEM DO MATRIMÔNIO CRISTÃO: OS FILHOS

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O segundo bem do matrimônio, mencionado por Santo Agostinho, como dissemos, é o bem da Fé, que é a mútua fidelidade dos cônjuges no cumprimento do contrato matrimonial, de sorte que tudo o que compete, por este contrato, sancionado pela lei divina, só ao cônjuge, não lhe seja negado nem permitido a terceira pessoa; e que nem ao próprio cônjuge seja concedido aquilo que não se pode conceder, por contrário às leis e direitos divinos e inconciliável com a fidelidade conjugal.

Unidade absoluta

Esta fidelidade, portanto, exige em primeiro lugar a unidade absoluta do casamento que o próprio Criador esboçou no matrimônio dos nossos primeiros pais, não querendo que ele fosse senão entre um só homem e uma só mulher. E, embora depois Deus, supremo Legislador, alargasse por algum tempo esta primeira lei, é indubitável que a Lei Evangélica restabeleceu plenamente a antiga e perfeita unidade, ab-rogando qualquer dispensa, o que claramente mostram as palavras de Jesus Cristo e a doutrina e a prática constante da Igreja. Com bom direito declarou, pois, solenemente o Sagrado Concílio de Trento: “Cristo Nosso Senhor ensinou mais claramente que por este vínculo se unem só duas pessoas, quando disse: Não são, pois, já duas, mas uma só carne” (Conc. Trident., sess. XXIV). Continuar lendo

A EDUCAÇÃO RELIGIOSA DOS FILHOS COMEÇA NOS JOELHOS DOBRADOS DA MÃE!

abcA educação não pode ser eficaz sem a instrução religiosa, a qual deve começar nos joelhos da mãe.

Ó mães cristãs, ensinai a vossos filhos a amar a Deus, o Pai nosso bondosíssimo que está no céu… que nos criou …, que nos conserva em vida, que incessantemente nos dá novos benefícios.

Infundi, em seus coraçõezinhos o santo temor de Deus, que sempre está presente, porque está em toda parte, que tudo vê, tudo ouve e a todos recompensa ou castiga.

Oh! inspirai-lhes um grande horror ao pecado, que ofende a Deus, atrai os castigos e merece o inferno. Continuar lendo

FINALIDADE DA CORREÇÃO DOS FILHOS

abcÉ triplice a finalidade da correção, cada uma marcada por valores, ligada à ordem social.

Restaurar a ordem moral

Essencial para qualquer pessoa, este aspecto é ainda mais importante para as crianças, cujo critério para distinguir o bem e o mal, é às vezes, exclusivamente, o modo de agir dos educadores. Se ela cometeu uma falta contra a moral – um pequeno furto, uma desobediência, uma mentira, etc. – , e não lhe exigimos a reparação, pode parecer-lhe não ser mal o que fez. Ou se lhe exigirmos umas vezes, e outras não, causamo-lhes confusão, pois não sabe se o seu ato foi bom ou mau.

Esse sentido de restauração da ordem moral, superior aos homens porque pertence à essencia das coisas, é indispensável à pedagogia da correção.

Emendar a criança

Do interesse pessoal do educando, aqui está o mais importante da correção. No que tange à ordem moral e à social, o trabalho seria mais fácil. A face pedagógica é mais delicada e complexa, porque lida diretamente com a criança. Em que consiste?
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NECESSIDADE DA CORREÇÃO DOS FILHOS

Menina-Brava-400x300Pensem-no embora os naturalistas e os pais mais ingênuos ou cegos de mal entendido amor, não há crianças sem defeitos. Por bem dotadas que sejam, sempre o terão. Se muito fortes, as próprias qualidades os trazem consigo. Por isso é de necessidade a correção.

Deus a ordena – “Quem poupa a vara odeia o filho; mas quem o ama corrige-o na hora oportuna” (Pv 13,24). (Não tomemos a palavra ao pé da letra, como apologia do castigo físico… falando a linguagem dos homens do seu tempo, a Bíblia quer inculcar a necessidade da correção, que é o essencial no seu pensamento, sendo o meio a parte acessória. Aqui, como em muitos outros passos da Escritura, devemos lembrar a sua própria advertência: “A letra mata, mas o Espírito vivifica”).

Não poupes a correção à criança” (Pv 13,24). “Aquele que ama o seu filho corrije-o com freqüência, para que se alegre mais tarde” (Eclo 30,1). E São Paulo, escrevendo aos efésios: “E vós, pais, não provoqueis vosso filhos à ira, mas educai-os na disciplina e na correção, segundo o espírito do Senhor” (Ef. 6,4).

A razão a requer – A situação do homem em face da moral não é apenas um dado da fé. Faz parte da Revelação, é fundamental ao Cristianismo, porque o Senhor veio para restituir-nos a graça, perdida na queda do pai da humanidade. São Paulo diz que não faz o bem que quer, e sim o mal que não quer; e sente no corpo uma força que luta contra a força do espírito (Cf. Rm 7,19-23). São Pedro, na sua primeira Epístola, fala igualmente “dos desejos da carne que combatem contra a alma” (2,11).
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O PRIMEIRO BEM DO MATRIMÔNIO CRISTÃO: OS FILHOS

familia-oleo-sobre-telaNo momento em que nos preparamos para expor quais e quão grandes sejam estes bens divinamente concedidos ao verdadeiro matrimônio, acodem-Nos à mente, Veneráveis Irmãos, as palavras daquele preclaríssimo doutor da Igreja, que recentemente comemoramos com a Encíclica Ad salutem, no XV centenário de sua morte [Enc. Ad salutem, 20 de abril de 1930]: “São todos estes os bens”, diz Santo Agostinho, “por causa dos quais as núpcias são boas: a prole, a fidelidade, o sacramento” (Santo Agost. De bono conj. c. XXIV, n. 32).

Que com bom direito se pode afirmar conterem estes três pontos um esplêndido compêndio de toda a doutrina acerca do matrimônio cristão, declara-o eloqüentemente o mesmo santo, ao dizer: “Na fidelidade, tem-se em vista que, fora do vínculo conjugal, não haja união com outro ou com outra: na prole, que esta se acolha amorosamente, se sustente com solicitude, se eduque religiosamente; com o sacramento, enfim, que não se rompa a vida comum, e que aquele ou aquela que se separa não se junte a outrem nem mesmo por causa dos filhos. É esta como que a regra das núpcias, na qual se enobrece a fecundidade da incontinência”. (S. Agost. De Gen. ad lit., livro IX., cap. VII; n. 12).

Entre os benefícios do matrimônio ocupa, portanto, o primeiro lugar a prole. Em verdade, o próprio Criador do gênero humano, o qual, em sua bondade, quis servir-se do ministério dos homens para a propagação da vida, nos deu este ensino quando, no paraíso terrestre, instituindo o matrimônio, disse aos nossos primeiros pais e, neles, a todos os futuros esposos: “crescei a multiplicai-vos e enchei a terra”. (Gen 1, 28). Esta mesma verdade a deduz brilhantemente Santo Agostinho das palavras do Apóstolo S. Paulo a Timóteo (1 Tim 5, 14), dizendo: “que a procriação dos filhos seja a razão do matrimônio o Apóstolo o testemunha nestes termos: eu quero que as jovens se casem. E, como se lhe dissessem: mas por quê?, logo acrescenta: para procriarem filhos, para serem mães de família”. (S. Agost. De bono conj. cap. XXIV, n. 32). Continuar lendo

REVOLTA CONTRA FRANCISCO

papst-2Fonte: La Porte Latine – Tradução: Cidade Católica

Para eles, a taça está cheia. Em três semanas, os bispos católicos do mundo todo vão se reunir no Vaticano para debater a estratégia a ser seguida pela Igreja. Em Roma, os padres sinodais vão encontrar um aparato que definitivamente declarou guerra ao papa. Nos recintos sagrados da Cúria circula um dossiê, que pode ser lido no “Christ und Welt“, suplemento do jornal Die Zeit. Nele são enumerados sistematicamente os supostos pecados do papa. “Francisco deixou cair a máscara”, diz um alto prelado do Vaticano.

O último texto promulgado pelo papa argentino, hoje com 78 anos, colocou lenha na fogueira do que se pode seguramente definir como o princípio de uma resistência organizada contra Francisco. Publicando na terça-feira passada um documento que permite, de modo mais fácil e mais rápido, uma anulação do matrimônio religioso, o papa colocou a Igreja diante um fato consumado. Mitis Iudex Dominus, assim se intitula este edito, ou seja, o “Senhor, juiz clemente”. Todavia, desta clemência, que Francisco quer oferecer aos crentes em conflito com as regras da Igreja, a Cúria não quer ouvir falar. Muitos dos Monsenhores, que estão nominalmente nos comandos da Igreja universal, estão fora de si.

Vê-se isto em um dossiê de linguagem mordaz que circula nestes dias nos mais importantes escritórios do Vaticano, entre os quais é preciso contar também a Congregação para a Doutrina da Fé e a Secretaria de Estado. Nele, o motu proprio sobre a atenuação da declaração de nulidade matrimonial  é examinado juridicamente, em seus pormenores. Continuar lendo

CONSIDERAÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO DO CORAÇÃO

123A educação do coração é necessária a fim de preparar os jovens para os deveres de família que os esperam. Avida familiar exigirá deles mais tarde a acaitação do sacrifício, recordações adequadas, delicadeza de sentimentos.

Mas o senso do sacrifício seria impossível para um homem cuja infância e juventude fossem entregues ao odioso egoísmo. Pretenderá ele que cabe sempre ao outro ceder. Daí todas as desordens familiares e sociais: desentendimentos, má educação dos filhos, divórcio, adultérios. Obedecendo aos próprios caprichos, torna-se exigente, tirânico, e não pode aceitar o sacrifício, inevitável um dia ou outro em toda vida em comum.

Por outro lado, se o jovem em quem se desenvolvem simultaneamente as paixões e a necessidade de amar, não receber uma educação dos sentidos e dos sentimentos, abandona-se-á às desordens sentimentais e sexuais. A educação sexual é um verdadeiro perigo se se limitar à simples higiene e não abranger a educação da consciência, da vontade e da sensibilidade. Frequentemente os jovens sabidos são os mais pervertidos.

Enfim, a união no matrimônio e a boa educação dos filhos exigem uma grande delicadeza de sentimentos. Mas para que o adolescente a descubra, aprecie e ame suficientemente para compelir seus sentidos, é necessário que suas faculdades sejam orientadas para um amor estável e fecundo, que se lhe ensine a dominar seus próprios sentidos e a pensar na alegria de criar uma família, a ponto de a garantir mediante séria preparação. Continuar lendo