
Maria, Mater divinæ gratiæ
Maria, Mãe da graça divina.
Meus caríssimos irmãos, há dezoito séculos, em todos os cantos do universo, quantos lábios repetiram essa doce fórmula da liturgia sagrada! Por ela, quantas almas alcançaram a confiança e o arrependimento! Este título tão consolador, tão frequentemente reproduzido nos fulgores da piedade católica, revela-nos outro fundamento da devoção à Bem-Aventurada Mãe de Deus. Maria, Mater divinæ gratiæ.
A salvação do homem, o seu destino final, sobrenatural, só é possível pelo socorro divino da graça. Sem a graça, não há arrependimento, não há conversão, não há vitória sobre as nossas paixões, sobre o mundo e os demônios. Sem a graça, não há méritos, não há virtudes cristãs e, consequentemente, não há beatitude eterna. “Fostes salvos, diz São Paulo, pela graça, mediante a fé” (Ef 2, 8). Ao falar dos dons por excelência do divino Redentor, Davi dizia: “O Senhor vos dará a graça e a glória” (Sl 83, 12).
O grande Apóstolo pede incessantemente pelos povos dos quais a salvação lhe é confiada “a graça e a paz de Deus, o Pai, e de Nosso Senhor Jesus Cristo[1].” A Igreja, em suas súplicas, em sua liturgia sagrada, clama obstinadamente duas coisas ao seu celeste Esposo. “A graça para a vida presente e a glória para a vida eterna[2].” Ora, diuturnamente, é a Igreja que invoca a bem-aventurada Mãe do Salvador sob esse título consolador: “Maria, Mãe da graça divina.” Maria, Mater divinæ gratiæ. Esse comovente atributo da Rainha dos Anjos não é desprovido de sentido. E quando a Igreja invoca a Santíssima Virgem como Mãe da graça divina, ela não faz subir ao trono de Maria louvores exagerados, não lhe dirige votos supérfluos e impotentes. Continuar lendo



























