O COMBATE DO GETSÊMANI

Meditemos um pouco sobre a agonia de Nosso Senhor no Horto das Oliveiras onde, “triste até a morte”, aceitou o cálice de sua Paixão para a salvação de nossas almas.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

A nossa redenção dependeu de dois fiat: o de Maria, na Anunciação, quando aceitou tornar-se mãe do Salvador, e o de Nosso Senhor no Horto das Oliveiras, quando a sua vontade humana se submeteu à vontade do Pai. “Não a minha vontade, mas a sua (1)”. Por três vezes repetiu esta oração em um lugar que nunca mereceu tanto o nome de Getsêmani”, o “lagar” de olivas. Alí, a alma do Salvador sofreu uma agonia (αγωνία, combate em grego), uma tristeza, uma angústia tão extrema que, segundo suas próprias palavras, poderia ter causado sua morte. São Lucas nos dá uma ideia da violência desta luta, dessa luta, ao descrever o suor de sangue que provocou(2). O Coração de Jesus foi prensado, esmagado como uma oliva para que nossas almas pudessem ser ungidas com o óleo da graça.

Nunca Nosso Senhor pareceu tão humano, pedindo a Pedro para vigiar, mesmo que por apenas uma hora, com Ele(3) e implorando a seu Pai que removesse este cálice de tão horrível amargura. Qual é a natureza deste cálice? Quais são os sofrimentos apresentados a Jesus? Continuar lendo

SERMÃO DE D. LEFEBVE EM POITIERS, FRANÇA, 1977 – “DESOBEDIÊNCIA APARENTE, MAS OBEDIÊNCIA REAL…”

VALIDADE NÃO É SUFICIENTE PARA FAZER QUE UMA MISSA SEJA BOA – PALAVRAS DE  D. LEFEBVRE | DOMINUS EST

Querido Padre, hoje tendes a alegria de celebrar a Santa Missa em meio aos vossos, rodeado de vossa família, de vossos amigos, e com grande satisfação nos encontramos hoje perto de vós para dizer-vos também toda nossa alegria e todos os nossos augúrios para vosso apostolado futuro, pelo bem que fareis às almas

Rezamos neste dia especialmente a São Pio X, nosso santo padroeiro, cuja festa celebramos hoje e que esteve presente em todos vossos estudos e em toda vossa formação. Pediremos-Lhe que vos dê um coração de apóstolo, um coração de santo sacerdote como o Seu. E já que estamos aqui, próximo da cidade de Santo Hilário e de Santa Radegunda e do grande Cardeal Pie, pois bem!, pediremos a todos estes protetores da cidade de Poitiers que venham em vosso auxílio para que sigais seu exemplo, e para que conserveis, como eles o fizeram em tempos difíceis, a Fé católica. Poderíeis ambicionar uma vida feliz, talvez fácil e cômoda no mundo, já que já preparastes estudos de medicina.

Poderíeis, por conseguinte, desejar outro caminho que o que escolhestes. Mas não, tivestes a valentia, inclusive em nossa época, de vir pedir a formação sacerdotal em Ecône. E, por que em Ecône? Porque aí encontrastes a Tradição, porque aí encontrastes o que correspondia a vossa Fé. Isto foi para você um ato de valentia que vos honra.

E é por isso que queria responder, com algumas palavras, às acusações que foram feitas nestes últimos dias nos jornais locais por causa da publicação da carta de Dom Rozier, Bispo de Poitiers. Oh!, não para polemizar. Tenho muito cuidado de evitá-lo, não tenho por costume responder a essas cartas e prefiro guardar silêncio. No entanto, parece-me que seja bom que vos justifique porque nesta carta estais implicado como eu. Por que isto ocorre? Não por causa de nossas pessoas, senão pela eleição que fizemos. Somos incriminados porque escolhemos a suposta via da desobediência. Mas trata-se de entender precisamente sobre o que é a via da desobediência. Penso que podemos em verdade dizer que se escolhemos a via da desobediência aparente, elegemos a via da obediência real. Continuar lendo

UCRÂNIA: QUANDO O GOVERNO PEDE ÀS BRUXAS UM RITUAL CONTRA PUTIN

Fonte: Média Presse Info – Tradução: Dominus Est

Aqueles que pensam que a Ucrânia está lutando em defesa do Ocidente cristão contra as hordas bolcheviques terão uma surpresa – e não apenas porque os soldados do Donbass (DNR, LNR) ou dos exércitos russos na ofensiva descobriram altares e atributos satânicos em posições ucranianas abandonadas ou destruídas.

Em 22 de março, um tal Oleksi Arestovitch, companheiro político do presidente ucraniano Zelensky e porta-voz não oficial do governo ucraniano, pediu “às bruxas e magos de Kiev que realizassem um ritual contra Putin ”.

Estes responderam favoravelmente e comunicaram sobre este ritual que aconteceu em 31 de março: “no dia 31 de março, 29º dia lunar, dia de maldições e feitiços, nós, bruxas ucranianas, em cooperação com nossos colegas estrangeiros, faremos um ritual de punição ao inimigo do povo ucraniano, Vladimir Putin […] um primeiro círculo de 13 bruxas foi  reunido e as facas para fazer sacrifícios às forças todo-poderosas estão sendo afiadas ”.

A imprensa ucraniana, leal ao regime de Kiev, publicou orgulhosamente estas declarações.

PARA QUE O TEMPERAMENTO SE TORNE CRISTÃO

Jesus foi dotado das mesmas paixões que nós, porém, as dominava.

Revesti-nos de Cristo” para desenvolver a virtude correspondente às nossas fraquezas passionais.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Antigamente a virtude manifestava a eminência humana. Atualmente, a espessura da carteira é o critério de sucesso. Um grande homem tinha, certamente, um temperamento, mas também brilhava por uma ou outra virtude. Os santos, dos quais se diz com demasiada facilidade que são mais admiráveis ​​do que imitáveis, refletiam as virtudes de Nosso Senhor e, acima de tudo, mostravam o poder de Sua graça. Seguiam constantemente a ordem do Apóstolo aos Romanos: “Revesti-vos de Nosso Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências“.

Na medida em que pertencemos ao corpo místico de Nosso Senhor, participamos de sua graça capital. Essa graça não apenas nos cura desses males e fraquezas que carregamos como herdeiros de Adão, mas nos eleva à vida divina. A partir daí somos capazes de feitos grandiosos, de magnanimidade, de heroicidade. Mas é preciso que as nossas paixões sejam harmoniosamente ordenadas,  ou seja, que nossas virtudes venham temperar com a razão nossa vida sensível. E sem a graça este longo e difícil empreendimento seria impossível. Eis porque devemos nos revestir de Nosso Senhor, isto é, nos entregar cada vez mais à sua influência, nos deixar impregnar pelo seu espírito. 

Cremos que Jesus assumiu perfeitamente a nossa condição humana. Ele foi, por conseguinte, como nós, dotado de todas aquelas paixões que são reações às impressões que o mundo sensível provoca em nós. Jesus pôde, então, ter sido voluntariamente provocado, mas sem jamais ser perturbado ou dominado por suas emoções, das quais, no entanto, todas conheceu. O Evangelho nos revela a sua admirável calma, a sua constante quietude, sua imperturbável serenidade. Quer se trate de uma tempestade violenta, um apóstolo recalcitrante ou um adversário injurioso, nada ou ninguém o fez perder esse autodomínio: o de sua personalidade divina, que assume uma natureza humana cuja harmoniosa beleza é extraordinária.

No entanto, Jesus também experimentou, em certa medida, emoções violentas e dolorosas: a ira, por exemplo, ou a indignação sob o impulso dos quais queria pronunciar palavras veementes ou ameaças terríveis. Haverá algo mais impressionante do que esta série de infortúnios anunciados aos escribas e fariseus (Mt 23)? Mas, acima de tudo, Jesus teve a dolorosa experiência do medo que deprime profundamente a alma, do temor que aperta o coração, da tristeza e do desgosto que se inclinam ao desânimo. Que angústia nesta queixa: “Minha alma está triste até a morte“! Assim, sob o pretexto de que Nosso Senhor constantemente tinha, diante de seus olhos, a ingratidão e a insensibilidade de seu povo, alguns concluíram erroneamente que Nosso Senhor era melancólico. Mas como homem perfeito, Jesus mistura todos os temperamentos e quer mostrar sua riqueza humana. Ele usa como quer, e quando necessário, a variedade e a variação de seus sentimentos para manifestar toda a sua personalidade. São Paulo diz bem: “Não temos um pontífice que possa compadecer-se de nossas enfermidades, mas que foi tentado em tudo à nossa semelhança, exceto no pecado”.

“Cabe a nós desenvolver a virtude que corresponde às nossas fraquezas passionais.”

Jesus é a cabeça do corpo místico e nos conduz em suas pegadas. Ele sempre nos mostra o exemplo e nos dá a ajuda que precisamos para reproduzir sua ação. Continua São Paulo: “Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e de encontrar graça, para sermos socorridos em tempo oportuno”. Portanto, seja qual for nosso temperamento e, portanto, qualquer que seja a paixão que mais ameace perturbar nosso equilíbrio natural ou sobrenatural, cabe-nos desenvolver a virtude que corresponde a essa fragilidade. E para isso temos o modelo, Jesus, que sempre se ajusta ao nosso progresso individual, se estivermos “revestidos de Cristo”. Todos conhecem, por exemplo, a lendária ira de São Francisco de Sales que se tornou um anjo de doçura e benignidade; até mesmo seu fígado mesmo, trazia a marca dos esforços que ele fez para superar aquela paixão que tem alí teve seu lugar! Cabe-nos, então, discernir nosso temperamento, ler o dossiê deste número; mas sobretudo fazer nosso este abandono de São Paulo: “Tudo posso naquele que me fortalece”.

Pe. Benoit de Jorna, FSSPX

Retirado do Editorial da Revista Fideliter, nº 264

UMA CONTINUIDADE IMPOSSÍVEL – SOBRE A DIGNITATIS HUMANAE

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Witor Lira

Prólogo

1 – O Blog da revista La Nef publicou em sua página de 5 de julho de 2014 um estudo do Padre Basile Valuet, OSB, intitulado “Os mal-entendidos de Ecône sobre a liberdade religiosa” (abreviado aqui como BV2). Este estudo é uma resposta ao artigo publicado na edição de março de 2014 do Courrier de Rome, intitulado:Dignitatis humanae é contrário à Tradição” (abreviado aqui como CDR).

2 – Não desconhecíamos a personalidade do Padre Basile, nem o respeitável alcance de sua obra. Queríamos apenas dizer o que pensamos do estudo publicado em julho de 2013 no Bulletin de Littérature ecclésiastique (abreviado como BV1) onde o padre Basile tenta responder às “objeções dos lefebvristas” [1] bem como aos “três argumentos principais daqueles que negam a compatibilidade da Dignitatis humanae com a Tradição” [2]. Esta resposta se apresenta como suficiente por si mesma, e por isso a tomamos como tal [3]. Por outro lado, admitimos sem dificuldade (e já sabíamos) que o padre Basile teve a oportunidade de examinar em seu tempo as objeções apresentadas pela Fraternidade São Pio X contra a liberdade religiosa (a Dubia tornada pública em 1987, assim como a resposta à resposta do CDF a estas mesmas), que foram retomadas e esclarecidas durante as últimas discussões doutrinárias de 2009-2011. Mas com isso, permanece o fato de que as três objeções às quais o padre Basile tenta responder no estudo de julho de 2013 “não correspondem de forma alguma àquelas que a Fraternidade São Pio X apresentou até agora à Santa Sé” [4]. É sempre possível estar enganado, mesmo de muita boa fé, e mesmo com a melhor informação; para dissipar o mal-entendido e deixar a luz passar, é preciso começar limpando o vidro, e dos dois lados. É com este espírito que empreendemos aqui uma nova reflexão, para esclarecer o debate levantado pelo Padre Basile. Para isso, voltaremos aos principais pontos da análise publicada no Blog de La Nef. Mas, primeiro, gostaríamos de chamar a atenção do leitor para o ponto preciso que representa o verdadeiro cerne da dificuldade.

1 – A raiz do problema

3 – Devemos ler o Concílio à luz da Tradição ou a Tradição à luz do Concílio? Essa é a questão. Esta é uma questão fundamental, porque é a do método a ser seguido. E esta é a questão que ainda permanece pendente, entre a Santa Sé e a Fraternidade São Pio X, desde a famosa Declaração de 21 de novembro de 1974 Aparece regularmente na ordem do dia, e é por falta de resposta suficiente que o acordo, tão esperado de ambas as partes, se revela impossível. Sem falar que, recusar-se a fazer a pergunta é já tê-la respondido, porque é postular que a única leitura possível é aquela dada pelo magistério atual. Continuar lendo

FINALIZANDO O MÊS, UMA SELETA DE NOSSOS POSTS DE MARÇO/22

ESTE É O MEU CORPO

A TODAS AS MULHERES…

O UNIVERSO EM EXPANSÃO

“…RECONHECER POR DETRÁS DA MÃO QUE NOS ATINGE O PAI ETERNO QUE NOS PURIFICA…”

AS 7 DORES DE SANTO TOMÁS DE AQUINO

6000 PADRES ESPANHÓIS RECUSAM A MISSA NOVA

TONSURAS E PRIMEIRAS ORDENS MENORES NO SEMINÁRIO SÃO PIO X DE ÉCÔNE – 2022

19 DE MARÇO – FESTA DE SÃO JOSÉ

DEVOÇÃO DAS 7 DORES E 7 ALEGRIAS DE SÃO JOSÉ

TRÊS GRAÇAS ESPECIAIS QUE NOS ALCANÇA A INTERCESSÃO DE SÃO JOSÉ

INÍCIO DO ANO LETIVO DE 2022 NO SEMINÁRIO DA FSSPX EM LA REJA

POR UM JEJUM PUJANTE

A SITUAÇÃO DA MISSA TRADICIONAL DESDE A REFORMA LITÚRGICA

PONTO DE VISTA: QUAIS SÃO OS “VALORES DO OCIDENTE” A SE SUSTENTAR CONTRA A RÚSSIA?

31 ANOS DA MORTE DE D. LEFEBVRE

ENCONTRO DO SUPERIOR GERAL DA FSSPX COM O PAPA FRANCISCO

ESPECIAIS DO BLOG: A LEI ANTIGA E A LEI EVANGÉLICA SEGUNDO O VATICANO II E SEGUNDO A TRADIÇÃO CATÓLICA

COMO MANTER A PACIÊNCIA?