ESPECIAIS DO BLOG: A LEI ANTIGA E A LEI EVANGÉLICA SEGUNDO O VATICANO II E SEGUNDO A TRADIÇÃO CATÓLICA

Concílio trouxe maior participação dos leigos na missão de evangelizar -  Vatican News

Qual é a posição tradicional da Igreja em relação ao povo judeu e qual foi a posição que os homens da Igreja adotaram a partir do Concílio Vaticano II?

Para responder a esta questão, o autor deste estudo primeiro mostra a posição adotada pelos homens da Igreja desde o Concílio Vaticano II (1962-1965) e depois a contrasta com o ensinamento tradicional de Santo Tomás de Aquino em sua Suma Teológica, percorrendo os trechos da Ia-IIa que vão desde a questão 98 até a 107, que corresponde ao Tratado da lei; segundo o célebre dominicano tomista Thomas Pégues (1866-1936), sob certo aspecto este tratado é o mais teológico de toda a Suma. E para arrematar o assunto, adicionamos como apêndice um texto já publicado de outro autor que aborda de maneira mais resumida o mesmo assunto.

Introdução

Parte I

Parte II

Parte III

Parte IV

Apêndice A revolução realizada pela declaração “Nostra Aetate”: “A Antiga Aliança nunca foi revogada” (por Agobardo)

A LEI ANTIGA E A LEI EVANGÉLICA SEGUNDO O VATICANO II E SEGUNDO A TRADIÇÃO CATÓLICA – PARTE IV (FINAL)

Fonte: Sì Sì No No – Tradução: Dominus Est

A Nova Lei cumpre a Antiga, porque cumpre tudo que a Lei Antiga prometia e realiza suas figuras (S. Th., I-II, q. 107, a. 2)

Nosso Senhor Jesus Cristo afirmou: “Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas; não vim (para os) abolir, mas sim (para os) cumprir” (Mt. V, 17). Santo Tomás explica que por tal afirmação a Nova Lei está para a Antiga como o perfeito para o imperfeito. Agora, o que é perfeito completa o que está faltando no imperfeito. Nesse sentido, a Nova Lei completa a Antiga, pois preenche aquilo que faltava à Antiga. Ora, na Lei Antiga duas coisas podem ser consideradas:

1°) o fim, que é tornar os homens justos e virtuosos para que possam obter a Bem-aventurança (e este é o objetivo de toda lei). Portanto, a finalidade da Lei Antiga era a santificação dos homens, que, no entanto, excede as capacidades da Lei mosaica, enquanto a Lei Evangélica aperfeiçoa e cumpre a Lei Antiga, porque justifica em virtude da Paixão de Cristo. São Paulo, inspirado por Deus, escreve: “O que era impossível à Lei [Antiga], porque se achava sem força por causa da carne, Deus o realizou, enviando seu Filho em carne semelhante à do pecado, por causa do pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça prescrita pela Lei [Nova] fosse cumprida em nós” (Rom. VIII, 3). Por este lado, a Nova Lei dá aquilo que a Antiga Lei apenas prometia e ainda não podia conferir: a graça do Espírito Santo pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo;

2°) os preceitos que Cristo cumpriu com sua obra e doutrina. Com a obra sendo circuncidado e observando todas as práticas legais até então em vigor. Com seus ensinamentos completou a Lei Antiga de três maneiras: a) explicando seu verdadeiro “significado” (o “espírito” que vivifica); isso fica claro quanto ao assassinato e adultério, para dar um exemplo; segundo os escribas e fariseus, com efeito, bastava não cometer o ato externo para não pecar, mas esse não era o verdadeiro sentido da Lei Antiga e Jesus Cristo lembra disso ensinando que mesmo o único ato interno, o pensamento consentido, já é pecado para a Lei de Moisés, então distorcida pela lei rabínica; b) indicando uma forma mais eficaz e segura de observar as regras da Lei Antiga. Por exemplo, a Lei Antiga ordenava o não perjúrio e Nosso Senhor nos ensina que para ter mais certeza de observar este preceito (que Ele não veio abolir), devemos abster-nos completamente de jurar, exceto em casos de necessidade (por exemplo, no Tribunal); c) acrescentando à Lei Antiga alguns conselhos de perfeição que facilitem o cumprimento dos Dez Mandamentos. Portanto, a Nova Lei abole a observância da Antiga Lei apenas em seus preceitos cerimoniais, que prefiguravam o Cristo vindouro (ad 1um), mas não em seus preceitos morais, que são completados nas três maneiras mencionadas acima, e portanto não foram ab-rogados. Continuar lendo

31 ANOS DA MORTE DE D. LEFEBVRE

Pale Ideas - Tradição Católica!: Dom Marcel Lefebvre fala

“Se minha obra é de Deus, Ele saberá mantê-la e fazê-la servir ao bem da Igreja. Nosso Senhor no-lo prometeu: as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

É por isso que eu me obstino, e se quereis conhecer a razão profunda desta obstinação, ei-la. Eu não quero, na hora de minha morte, quando Nosso Senhor me perguntar: “Que fizeste de teu episcopado, da tua graça episcopal e sacerdotal?” ouvir de sua boca estas palavras terríveis: “Tu contribuíste para destruir a Igreja com os outros.”

D. Marcel Lefebvre

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PONTO DE VISTA: QUAIS SÃO OS “VALORES DO OCIDENTE” A SE SUSTENTAR CONTRA A RÚSSIA?

O conflito entre Rússia e Ucrânia é apresentado pela grande mídia como uma cruzada pela defesa dos “valores ocidentais”, pela liberdade e pela democracia. Seria o caso então de se perguntar qual a natureza exata desses valores.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

É assim que antes de se unir — eventualmente — a todos os seus contemporâneos, numa vasta unanimidade consensual, Davide Lovat, um leitor do blog do vaticanista Aldo Maria Valli, prefere — de maneira sensata — refletir sobre quais são os valores do Ocidente hoje. Eis as partes principais da sua resposta, tais como elas foram relatadas pelo vaticanista italiano em 1 de março de 2022:

“Quais são os valores do Ocidente hoje? Houve um tempo em que eles consistiam em valores cristãos, mas hoje esses valores foram totalmente deixados de lado e são combatidos sem descanso. Então quais são eles? Tentarei listá-los aqui, adicionando um breve comentário, mas não necessariamente por ordem de importância.

“Então comecemos: há a celebração da memória da Shoah [nota do blog: o holocausto judeu da segunda guerra], o orgulho gay para afirmar socialmente a teoria de gênero, o cientificismo, o positivismo jurídico, o sincretismo religioso, o ecologismo, o imigracionismo para nutrir o multiculturalismo, a libertinagem (isto é, a pornografia, a prostituição, o aborto, a eutanásia, os “baseados” e as drogas), o estatismo elevado à dimensão continental e a cultura do cancelamento ligada ao progressismo ideológico. Continuar lendo

A SITUAÇÃO DA MISSA TRADICIONAL DESDE A REFORMA LITÚRGICA

Qual é a situação “jurídica” do Missal de São Pio V desde a promulgação da reforma de Paulo VI e do Novus Ordo Missae? Como, e sob quais condições, podemos utilizar esse rito imemorial? Por quais meios ele se manteve e se desenvolveu? O mais recente motu proprio do Papa Francisco, Traditionis Custodes, nos dá a oportunidade de analisar esses pontos.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Não é difícil descobrir cinco etapas entre 1970, data da promulgação do novo rito, e 2021 que testemunhou a publicação de Traditionis Custodes.

1970-1984: O novo missal da nova Igreja

A entrada em vigor do missal de Paulo VI em 1970 congelou a celebração segundo o rito tridentino. Sacerdotes e leigos foram testemunhas da aparição do Novus Ordo Missae (NOM) em substituição ao antigo rito. Em 14 de junho de 1971, a Congregação para o Culto Divino publicou uma nota indicando que, depois da aprovação das traduções do NOM, todos deveriam usar “unicamente a forma renovada da Missa”.

O uso do rito antigo só era concedido aos sacerdotes de idade avançada ou doentes, em privado e com permissão do Ordinário, até sua extinção. Durante essa época, os sacerdotes fiéis tomaram uma posição aparentemente “contra a lei”. Até pelo menos 1988, os únicos sacerdotes ordenados para celebrar a Missa Tridentina eram os de Monsenhor Lefebvre.

A tomada de posição de Paulo VI durante o consistório de 24 de maio de 1976 é inequívoca: “A adoção do NOM certamente não está relegada à discrição dos sacerdotes ou dos fiéis”, e a Instrução de 14 de junho de 1971 previa a celebração da Missa segundo o rito antigo, com a autorização do Ordinário, unicamente para os sacerdotes de idade avançada ou doentes, que oferecem o Divino Sacrifício sine populo. Continuar lendo

A LEI ANTIGA E A LEI EVANGÉLICA SEGUNDO O VATICANO II E SEGUNDO A TRADIÇÃO CATÓLICA – PARTE III

Fonte: Sì Sì No No – Tradução: Dominus Est

A Nova Lei é em primeiro lugar a graça do Espírito Santo e em segundo a Lei escrita (S. Th., I-II, q. 106, a. 1)

Santo Tomás inicia com a citação de Jeremias: “Estão a chegar os dias, diz o Senhor, em que farei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá” (XXXI, 31). Depois cita São Paulo, que explica assim a profecia, citando a Jeremias: “Mas esta é a aliança que estabelecerei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei as minhas leis no seu espirito, gravá-las-ei no seu coração” (Heb. VIII, 10).

O Angélico desenvolve o dado revelado afirmando que cada coisa é constituída pelo seu elemento principal. Ora, aquilo que é principal no Novo Testamento é a graça do Espírito Santo, que deriva da Fé em Jesus Cristo. Por conseguinte, a Nova Lei é principalmente a graça do Espírito Santo, concedida a todo aquele que crê em Jesus Cristo. São Paulo, com efeito, chama de Lei a graça da Fé [‘per Legem fidei’] (Rom. III, 27), e em termos ainda mais explícitos escreve: “Com efeito, a lei do Espirito de vida em Jesus Cristo me livrou da lei do pecado e da morte” (Rom. VIII, 2). É por isso que Santo Agostinho ensina que “assim como a lei das obras foi escrita nas tábuas de pedra, assim a lei da fé foi escrita nos corações dos fiéis” (De Spiritu et littera, c. 24).

Todavia – continua Santo Tomás – a Nova Lei contém alguns dados, seja em matéria de Fé ou Costumes, os quais são como elementos aptos a predispor à graça do Espírito Santo ou a viver desta graça por meio das boas obras; e eles são aspectos secundários da Lei, que os cristãos devem aprender. Donde a conclusão que a Nova Lei é principalmente uma Lei infusa e secundariamente uma Lei escrita. Continuar lendo

TRÊS GRAÇAS ESPECIAIS QUE NOS ALCANÇA A INTERCESSÃO DE SÃO JOSÉ

O que é o Manto Sagrado de São José

Fonte: Hojitas de Fe n° 238 – Tradução: Dominus Est

Toda a grandeza de São José provém das estreitíssimas relações que teve, pela própria Providência de Deus, com a Santíssima Virgem e o Verbo Encarnado: escolhido para ser esposo da Mãe de Deus, guarda de sua virgindade e de sua reputação, o solícito guardião do Filho de Deus feito homem, o representante do Pai eterno aos olhos do divino Jesus. E esta mesma glória e grandeza que fez a Igreja reconhecê-lo como seu Patrono universal: tendo essas duas vestes preciosíssimas sob seu cuidado e tutela, coube-lhe agora ter a santa Igreja de Deus sob sua tutela; tendo sido o protetor de Jesus em sua pessoa, ele teve que zelar por Jesus em seu corpo místico.

A Igreja se dirige especialmente a São José e ao seu Patrocínio nos momentos calamitosos que tem que viver, e isto é muito compreensível: a ação de São José foi mais evidente quando teve que salvar a vida ameaçada do Menino Jesus, quando teve que libertá-Lo daqueles que procuravam matá-lo. Por isso, o Papa Leão XIII pediu que a devoção a São José se difundisse cada vez mais entre os fiéis e, por isso, o proclamou solenemente Patrono da Igreja Universal, em 1870, quando a Igreja entrava em uma desencadeada perseguição contra ela por todos os inimigos de Deus, e que ainda continua a ocorrer.

Há muitas coisas que San José deve proteger, muitas coisas que devemos lhe pedir. Mas há três graças que lhe são especialmente confiadas, por ter uma relação especial com a missão que recebeu na Sagrada Família; três graças que correspondem a três bens seriamente ameaçados hoje, especialmente na juventude: 1º – a castidade perfeita; 2º – a vida interior; 3º – a perseverança final. Vejamos. Continuar lendo

DEVOÇÃO DAS 7 DORES E 7 ALEGRIAS DE SÃO JOSÉ

Quais são as 7 alegrias de São José?

Fonte: Hojitas de Fe n° 134 – Tradução: Dominus Est

Já é costume da Igreja, e profundamente enraizado no povo cristão, dedicar o mês de março a São José e promover a devoção a este grande Santo, que a Igreja estabeleceu como seu Padroeiro universal. Testemunha conhecida dessa devoção é Santa Teresa de Jesus, que expõe, no capítulo 6 de seu Livro da Vida, como escolheu este Santo como seu advogado especialíssimo, e recomenda a todos que façam o mesmo, garantindo os muitos frutos e benefícios que dele obterão.

Tomei por meu advogado e senhor o glorioso São José, encomendando-me muito a ele… Eu procurava festejá-lo com toda a solenidade … Não me lembro até hoje de ter-lhe suplicado algo que ele não tenha feito. Espantam-me muito os grandes favores que Deus me concedeu através desse bem-aventurado Santo, e os perigos, tanto do corpo como da alma, de que me livrou. Se a outros santos o Senhor parece ter concedido a graça de socorrer numa dada necessidade, a esse Santo glorioso, a minha experiência mostra que Deus permite socorrer em todas, querendo dar a entender, que São José, por ter-Lhe sido submisso na terra, na qualidade de pai adotivo, tem no céu todos os seus pedidos atendidos. O mesmo viram, por experiência própria, outras pessoas a quem aconselhei que se encomendassem a ele, também por experiência…Eu queria persuadir todos a serem devotos desse glorioso Santo, pela minha grande experiência de quantos bens ele alcança de Deus. Não conheço nenhuma pessoa que realmente lhe seja devota e a ele se dedique particularmente, que não progrida na virtude; porque ele ajuda muito as almas que a ele se encomendam. Há alguns anos, sempre lhe peço, em seu dia, alguma coisa, nunca deixando de ser atendida. Se a petição vai algo torcida, ele a endireita para maior bem meu… Só peço, pelo amor de Deus, que quem não me crê o experimente, vendo por experiência o grande bem que é encomendar-se a esse glorioso patriarca e ter-lhe devoção As pessoas de oração, em especial, deveriam ser-lhe afeiçoadas; não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo em que tanta angústia passou com o Menino Jesus, sem se dar graças a São José pela ajuda que lhes prestou. Quem não encontrar mestre que ensine a rezar tome por mestre esse glorioso Santo, e não errará no caminho.”

Para encorajar esta mesma devoção ao Santo Patriarca, não há nada mais conveniente do que oferecer aos fiéis a bela devoção das Sete Dores e Alegrias de São José, que são normalmente recitadas nos sete domingos que precedem a sua festa, mas também podem ser oferecidas ao Santo para lhe implorar alguma graça, ou para o honrar no dia da sua festa. Continuar lendo

19 DE MARÇO – FESTA DE SÃO JOSÉ

Novena de São José: receba as bençãos do santo

Algumas excelentes leituras sobre São José:

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A LEI ANTIGA E A LEI EVANGÉLICA SEGUNDO O VATICANO II E SEGUNDO A TRADIÇÃO CATÓLICA – PARTE II

Fonte: Sì Sì No No – Tradução: Dominus Est

Os preceitos da Lei Mosaica

Na questão seguinte (S. Th., I-II, q. 99), o Doutor Comum trata dos Preceitos da Lei de Moises. Na Lei Antiga haviam três tipos de preceitos: a) preceitos morais, que se resumem às normas da Lei natural; b) preceitos cerimoniais, que são especificações do culto devido a Deus; c) preceitos judiciais, que são determinações da justiça entre os homens [dar a cada um o que é seu].

Por que a Lei Antiga continha ameaças e promessas de bens temporais (S. Th., I-II, q. 99, a. 6)

Como nas ciências especulativas se propõem argumentos adequados às condições de quem escuta (começando pelas coisas mais conhecidas para chegar às menos conhecidas), da mesma maneira quem quer induzir um homem a observar preceitos deve partir das coisas as quais ele é mais afeiçoado (por exemplo, com pequenos presentes pode-se facilmente convencer as crianças a fazer alguma boa ação). Na q. 98, artigos 1, 2 e 3, vimos que a Lei Antiga predispunha a Cristo como as virtudes imperfeitas predispõem à perfeição: a Lei Antiga foi dada, portanto, a um povo ainda imperfeito.

Ora, para o homem a perfeição consiste no tender aos bens espirituais desprezando os temporais (perfeição relativa “in via”, que será completa só “in Patria”), enquanto é próprio dos imperfeitos desejar bens temporais, mas sempre em ordem a Deus; os perversos, ao contrário, colocam seu fim não em Deus, mas nos bens criados e temporais. Por isso era conveniente que a Lei Antiga conduzisse os homens ainda imperfeitos a Deus com a promessa de bens temporais (in corpore). Continuar lendo

OS PAPAS E A CONSAGRAÇÃO DA RÚSSIA

Nossa Senhora, na terceira aparição em Fátima, em 13 de julho de 1917, falou pela primeira vez sobre a consagração da Rússia e a comunhão reparadora. Nestes termos ela oferecia o único remédio decisivo e eficaz contra os males do mundo atual:

Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior […]. Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja; os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas; por fim, o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz.

Nossa Senhora retornou anos mais tarde, conforme havia prometido, a fim de pedir a consagração da Rússia. Aconteceu o retorno em 13 de junho de 1929, em Tui, na Espanha, no convento das Irmãs Doroteias, onde Lúcia ingressara:

É chegado o momento em que Deus pede ao Santo Padre fazer, em união com todos os bispos do mundo, a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio. São tantas as almas que a Justiça de Deus condena por pecados contra Mim cometidos, que venho pedir reparação; sacrifica-te por esta intenção e ora.

A Santíssima Virgem é clara na indicação de que se não deve consagrar nem o mundo nem outro país qualquer ao Seu Imaculado Coração, mas tão-somente a Rússia.

Não existe outro pedido explícito de consagração nas mensagens de Fátima, Pontevedra e Tui, recebidas entre 1917 e 1929 por Irmã Lúcia, a qual tem absoluta certeza de haver transmitido com fidelidade as palavras de Nossa Senhora. Atesta-o Pe. Alonso, o grande especialista oficial de Fátima:

De fato, Lúcia, em 1917, desconhecia a realidade político-geográfica da Rússia, desconhecia até mesmo o nome do país. Interrogada por seu diretor, o Pe. Gonçalves, para que esclarecesse como chegou ao conhecimento da Rússia ou porque se recordara do nome da Rússia, e para que transmitisse o que Nossa Senhora lhe pedira na aparição de julho, respondeu Lúcia: “Até então, só tinha ouvido falar dos galegos e dos espanhóis, não sabia o nome de nenhum país. Mas o que percebíamos durante as aparições de Nossa Senhora ficava de tal modo gravado em nós que nunca esqueceríamos. Por isso é que eu sei bem, e com certeza, que Nossa Senhora falou expressamente da Rússia em julho de 1917” (Por eso es que yo sé bien, y con certeza, que Nuestra Señora hablo expresamente de Rusia, en julio de 1917)[1].

Clique aqui e leia o estudo completo

A LEI ANTIGA E A LEI EVANGÉLICA SEGUNDO O VATICANO II E SEGUNDO A TRADIÇÃO CATÓLICA – PARTE I

Fonte: Sì Sì No No – Tradução: Dominus Est

Antigo e Novo Testamento segundo a doutrina tradicional

Santo Tomás de Aquino, sempre fiel à doutrina tradicional, divide a Lei divina em Lei Antiga (S. Th., I-II, qq. 98-105) e Lei Nova (qq. 106-108). A Lei Antiga é subdividida em preceitos morais [q. 100], preceitos cerimoniais [qq. 101-103] e preceitos sociais ou judiciais [qq. 104-105].

A Lei de Moisés era boa, mas imperfeita (S. Th., I-II, q. 98, a. 1)

Uma lei é boa se é consoante com a reta razão. A Lei Antiga, reprimindo a concupiscência contrária à razão [Ex. XX, 15] e proibindo todos os pecados, concordava com a razão e por isso era boa. Deve-se notar, porém, que o bem tem diversos graus, como afirma São Dionísio: com efeito, há um bem perfeito e um bem imperfeito. A bondade de um meio ordenado ao fim é perfeita se o meio é tal que por si é suficiente para induzir ao fim. É imperfeito, porém, o bem que faz algo para que se atinja o fim, mas não é suficiente para que se conduza ao fim. (Assim o remédio perfeitamente bom é aquele que cura o homem; o imperfeito ajuda o homem, mas não pode curar). O fim da Lei divina é levar o homem ao fim da felicidade eterna; tal fim é impedido por qualquer pecado, e não só pelos atos exteriores, mas também interiores. E assim aquilo que é suficiente para a perfeição da lei humana, a saber, de modo que proíba os pecados e imponha uma pena, não basta para a perfeição da Lei divina, mas é necessário que torne o homem totalmente idôneo para a perfeição da felicidade eterna. Ora, isso não se pode fazer a não ser pela graça do Espírito Santo. Tal graça a Lei Antiga não pode conferir; reserva-se isso a Cristo, porque, como é dito no Evangelho de São João: “A lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade foram feitas por Jesus Cristo” (Jo. I, 17). E daí é que a Lei Antiga é certamente boa, mas imperfeita, segundo a Carta de São Paulo aos Hebreus: “A Lei não levou nada à perfeição” (Heb. VII, 19).

A Lei do Antigo Testamento traz ao conhecimento aquilo que é bom e aquilo que é mau, mas só a Encarnação, Paixão e Morte de Cristo dão a força ao homem para que ele faça o bem e fuja do mal, ou seja, para que ele observe a Lei. Só a Lei Nova pode conduzir à felicidade eterna, porque ela é a graça do Espírito Santo derramada sobre nós pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Lei Antiga não podia conferir por si a graça santificante; podia só contribuir, de modo extrínseco, para a obtenção do fim último. Continuar lendo

A LEI ANTIGA E A LEI EVANGÉLICA SEGUNDO O VATICANO II E SEGUNDO A TRADIÇÃO CATÓLICA – INTRODUÇÃO

Fonte: Sì Sì No No – Tradução: Dominus Est

Mosaísmo e talmudismo

Segundo a doutrina católica tradicional, compendiada e sublimada pelo Doutor Comum da Igreja, Santo Tomás de Aquino, a Lei talmúdica é essencialmente má na medida em que é anticristã, enquanto a Lei mosaica é boa, ainda que imperfeita, na medida em que preparava para o Cristo vindouro.

O judaísmo atual é mais herdeiro do Talmud do que da Lei mosaica: «Se ainda os israelitas estivessem na obediência ao mosaísmo puro, […] se eles tivessem como livro sagrado somente a Bíblia [sem o Talmud, n.d.a], talvez eles tivessem se fundido à Igreja nascente[…]. Uma coisa impediu essa fusão, […] foi a elaboração do Talmud, o domínio e a autoridade dos doutores que ensinaram uma pretensa tradição [a falsa Cabala, n.d.a]. O judeu […] se entrincheirou atrás dessas cercas que havia erguido em volta da Torá Esdras e dos primeiros escribas, depois dos fariseus e dos talmudistas herdeiros de Esdras, deformadores do mosaísmo primitivo e inimigos dos profetas» (LAZARE, Bernard. L’Antisemitisme son histoire et ses causes, Documents et temoignages, Vienne, 1969, p.14).

E ainda: «Pode-se dizer que o verdadeiro mosaísmo […] teria conduzido ao cristianismo, se o farisaísmo e o talmudismo não estivessem lá para manter a massa dos judeus nos vínculos das estritas observâncias e nas práticas rituais estritas» (LAZARE, op. cit. p. 16). Continuar lendo

6000 PADRES ESPANHÓIS RECUSAM A MISSA NOVA

messe

O artigo a seguir foi publicado no nº 140 da revista Itinéraires (1), em fevereiro de 1970, poucas semanas após a celebração da nova Missa ter se tornada obrigatória, em 1º de dezembro de 1969.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

O título do artigo, o prólogo e a conclusão são de autoria da Itinéraires.

As notas de rodapé são do La Porte Latine.

Prólogo

A Associação Sacerdotal Espanhola de Santo Antônio Maria Claret conta com 6.000 sacerdotes e religiosos.

Ela deu ao mundo católico um exemplo de fidelidade sacerdotal e intrepidez no dever, dando a conhecer à Santa Sé a impossibilidade moral, intelectual e espiritual de seus membros de celebrar o Santo Sacrifício segundo o novo Ordo Missae.

Temos a autorização de seu presidente, Pe. José Bachs, e de seu secretário, Pe. José Mariné, a reproduzir as duas cartas que enviaram, em 11 de dezembro, a Paulo VI e à Mons. Bugnini(2).

Carta a Paulo VI

Santíssimo Padre,

É com profundo pesar que anexamos uma fotocópia da carta que nossa Associação acaba de enviar ao Secretário da Sagrada Congregação para o Culto Divino, e que desejamos levar ao conhecimento de Vossa Santidade.

A questão do novo Ordo tornou-se uma questão de consciência da maior gravidade para milhões de católicos, padres e leigos. Não falaremos de razões doutrinais católicas, pois não poderíamos melhor explicá-las do que o documento “Breve Exame Crítico do Novo Ordo Missae(3)”, que Vossa Santidade recebeu recentemente acompanhado de uma carta assinada pelos Cardeais Ottaviani e Bacci, e que seria necessário refutar ponto por ponto de acordo com a Doutrina do Concílio de Trento, se quiséssemos provar a ortodoxia do Novus Ordo. Continuar lendo