“O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE…”

pater553 — Muitas vezes, a grandeza da ciência e da sabedoria tornam o homem tímido, e então é preciso ter força no coração, para que o homem não desanime diante das necessidades.

O Senhor, diz Isaías (40, 29), dá força aos cansados e vigor aos que são fracos. E Ezequiel (2, 2) também diz: Entrou em,mim o Espírito, e me firmou sobre os meus pés.

O Espírito Santo, de um lado, dá força para impedir que o homem desfaleça com o medo de não ter o necessário, e por outro lado, para que o homem creia firmemente que Deus o proverá de tudo que precisar.

Assim o Espírito Santo, dispensador desta força, nos ensina a dizer: O pão nosso de cada dia nos dai hoje. E o chamamos Espírito de força.

54 — É preciso saber, que nos três pedidos precedentes do «Pai Nosso», pedimos bens espirituais, cuja possessão começa neste mundo, mas só será perfeita na vida eterna.

Com efeito, quando pedimos a santificação do nome de Deus, pedimos que reconheçamos Sua santidade; pedindo a vinda de Seu reino, pedimos alcançar a vida eterna; pedir para que a vontade de Deus seja feita é pedir que Deus cumpra Sua vontade em nós. Todos esses bens, parcialmente realizados neste mundo, só o serão perfeitamente, na vida eterna.

Também é necessário pedir a Deus alguns bens indispensáveis, cuja possessão perfeita é possível na vida presente. Por isso, o Espírito Santo nos ensina a pedir estes bens, necessários à vida presente e perfeitamente possuídos aqui em baixo.
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“…VENHA A NÓS O VOSSO REINO…”

pater334. — Como foi dito, o Espírito Santo nos faz amar, desejar e pedir retamente o que nos convém amar, desejar e pedir (no. 3). Este Espírito produz em nós, primeiro, o temor que nos leva a procurar a santificação do nome de Deus, para, em seguida, nos dar o dom da piedade. A piedade é, propriamente, uma afeição terna e devotada por um pai e também por um homem caído na miséria.

Como Deus é nosso Pai, devemos não somente venerá-lo e temê-lo, mas também alimentarmos uma terna e delicada afeição por Ele. É esta afeição que nos faz pedir a vinda do reino de Deus. São Paulo declara em Tito, 2, 11-13: A graça de Deus apareceu a todos os homens, ensinando-nos que vivamos neste mundo sóbria, justa e piamente, aguardando a esperança bem-aventurada e a vinda gloriosa de nosso grande Deus.

  1. — Mas podemos perguntar: Se o reino de Deus sempre existiu, porque pedimos a sua vinda?

Devemos responder a esta pergunta de três maneiras:

  1. a) Primeiro: o reino de Deus, em sua forma acabada, supõe a perfeita submissão de todas as coisas a Deus. Um rei não será rei, efetivamente, antes de que todos os seus súditos lhe obedeçam.

Sem dúvida, Deus pelo que é e por sua natureza, é o Senhor do universo; e o Cristo, sendo Deus e sendo homem, tem, como Deus, o senhorio sobre todas as coisas. Diz Daniel (7, 14): No mais antigo dos dias foi lhe dado o poder, a honra e a realeza. É preciso que tudo lhe seja submetido. Mas isto ainda não é assim e se realizará no fim do mundo. Está escrito (1 Cor 15, 25): É necessário que ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés. Eis porque pedimos: venha a nós o vosso reino.
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“…SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME…”

santif27. — Este é o primeiro pedido, no qual pedimos que o nome de Deus seja manifestado em nós e por nós proclamado.

Ora, o nome de Deus é antes de tudo, admirável, porque em todas as criaturas opera obras maravilhosas. O Senhor declara no Evangelho (Mc 16,17): Em meu nome, expulsarão os demônios, falarão novas línguas, e se beberem algum veneno mortal, este não lhes fará mal algum.

  1. — Em segundo lugar, o nome de Deus é amável. «Não existe debaixo do céu, diz São Pedro (At 4, 12) nenhum outro nome, entre os que foram dados aos homens, que possa salvar-nos». E a salvação deve ser buscada por todos. Santo Inácio dá-nos o exemplo do quanto devemos amar o nome de Cristo. Quando o imperador Trajano exigiu que ele negasse o nome de Cristo, Santo Inácio respondeu: «Não podereis arrancá-lo de minha boca». O tirano ameaçou cortar-lhe a cabeça e assim tirar o nome de Cristo de seus lábios; replicou o bem-aventurado: «Não o arrancarás jamais de meu coração, pois é lá que está gravado, por isto não posso deixar de invocá-lo». Ouvindo estas palavras, Trajano, desejoso de verificar-lhes a exatidão, mandou cortar a cabeça do servidor de Deus e extrair-lhe o coração. E no coração encontrou gravado, com letras de ouro o nome de Cristo. O santo possuía este nome como um selo em seu coracão.
  1. — Em terceiro lugar, o nome de Deus é venerável. O Apóstolo afirma (Fp 2, 10): Que ao nome de Jesus se dobrem todo joelho no céu, na terra e nos infernos; no céu, no mundo dos anjos e bem-aventurados; na terra, tanto os homens, que querem a glória celeste, como os que, por temerem o castigo, buscam evitá-lo; nos infernos, no mundo dos danados, que estes se prostrem com temor diante de Jesus Cristo.
  1. — Em quarto lugar, o nome de Deus é inexprimível, no sentido de que nenhuma língua é capaz de exprimir toda a sua riqueza.

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OS BONS EFEITOS DA ORAÇÃO

maeNotemos que a oração produz três espécies de bens. 

Primeiramente, constitui um remédio eficaz contra todos os males. Livra-nos dos pecados cometidos: «Remistes, Senhor, a iniqüidade de meu pecado, diz o Salmista (Sl 31,5-6) por isso todo homem santo dirigirá a Vós sua prece». Assim pediu o ladrão sobre a cruz e obteve seu perdão, pois Jesus lhe respondeu: «Em verdade vos digo, hoje mesmo estareis comigo no paraíso». (Lc 23,43), Do mesmo modo rezou o publicano e voltou para casa justificado (cf. Lc 18,14). 

A oração nos liberta do medo dos pecados que virão, das tribulações e da tristeza. Alguém está triste entre vós? Reze com a alma tranqüila (Tg 5,3). 

A oração nos livra das perseguições dos inimigos. Está escrito no Salmo 108, 4: Em resposta ao meu afeto me fizeram mal; eu, porém, orava.

Em segundo lugar, a oração é um meio útil e eficaz para a realização de todos os nossos desejos. Tudo o que pedirdes na oração, diz Jesus, crede, recebereis. (Mc 11,24). Continuar lendo

AS CINCO QUALIDADES REQUERIDAS PARA TODAS AS ORAÇÕES

rezando menina veuA Oração Dominical (o Pai Nosso), entre todas, é a oração por excelência, pois possui as cinco qualidades requeridas para qualquer oração. A oração deve ser: confiante, reta, ordenada, devota e humilde.

A oração deve ser confiante, como São Paulo escreve aos Hebreus (4, 16): Aproximemo-nos com confiança do trono da graça, a fim de alcançar a misericórdia e achar graça para sermos socorridos no tempo oportuno. 

A oração deve ser feita com fé e sem hesitação, segundo São Tiago. (Tg 1,6): Se algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus… Mas peça-a com fé e sem hesitação. 

Por diversas razões, o Pai Nosso é a mais segura e confiante das orações. A Oração Dominical é obra de nosso advogado, do mais sábio dos pedintes, do possuidor de todos os tesouros de sabedoria (cf. Cl 2, 3), daquele de quem diz São João (I, 2, 1): Temos um advogado junto ao pai: Jesus Cristo, o Justo. São Cipriano escreveu em seu Tratado da oração dominical: «Já que temos o Cristo como advogado junto ao Pai, por nossos pecados, em nossos pedidos de perdão, por nossas faltas, apresentemos em nosso favor, as palavras de nosso advogado». 

A Oração Dominical parece-nos também que deve ser a mais ouvida porque aquele que, com o Pai, a escuta é o mesmo que no-la ensinou; como afirma o Salmo 90 (15): Ele clamará por mim e eu o escutarei. «É rezar uma prece amiga, familiar e piedosa dirigir-se ao Senhor com suas próprias palavras» diz São Cipriano. Nunca se deixa de tirar algum fruto desta oração que, segundo santo Agostinho, apaga os pecados veniais. 

Nossa oração deve, em segundo lugar, ser reta, quer dizer, devemos pedir a Deus os bens que nos sejam convenientes. «A oração, diz São João Damasceno, é o pedido a Deus dos dons que convém pedir».  Continuar lendo

MISERERE MEI DEUS

Miserere mei, Deus: secundum magnam misericordiam tuam.

Et secundum multitudinem miserationum tuarum, dele iniquitatem meam.
Amplius lava me ab iniquitate mea: et a peccato meo munda me.
Quoniam iniquitatem meam ego cognosco: et peccatum meum contra me est semper.
Tibi soli peccavi, et malum coram te feci: ut justificeris in sermonibus tuis, et vincas cum judicaris.
Ecce enim in iniquitatibus conceptus sum: et in peccatis concepit me mater mea.
Ecce enim veritatem dilexisti: incerta et occulta sapientiae tuae manifestasti mihi.
Asperges me hysopo, et mundabor: lavabis me, et super nivem dealbabor.
Auditui meo dabis gaudium et laetitiam: et exsultabunt ossa humiliata.
Averte faciem tuam a peccatis meis: et omnes iniquitates meas dele.
Cor mundum crea in me, Deus: et spiritum rectum innova in visceribus meis.
Ne proiicias me a facie tua: et spiritum sanctum tuum ne auferas a me.
Redde mihi laetitiam salutaris tui: et spiritu principali confirma me.
Docebo iniquos vias tuas: et impii ad te convertentur.
Libera me de sanguinibus, Deus, Deus salutis meae: et exsultabit lingua mea justitiam tuam.
Domine, labia mea aperies: et os meum annuntiabit laudem tuam.
Quoniam si voluisses sacrificium, dedissem utique: holocaustis non delectaberis.
Sacrificium Deo spiritus contribulatus: cor contritum, et humiliatum, Deus, non despicies.
Benigne fac, Domine, in bona voluntate tua Sion: ut aedificentur muri Ierusalem.
Tunc acceptabis sacrificium justitiae, oblationes, et holocausta: tunc imponent super altare tuum vitulos.
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NESSE REINÍCIO…

materSub tuum praesidium confugimus, sancta Dei Genetrix; nostras deprecationes ne despicias in necessitatibus nostris, sed a periculis cunctis libera nos semper, Virgo gloriosa et benedicta.

Amen.

 À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

Amen.