MISERICÓRDIA DE DEUS EM CHAMAR O PECADOR À PENITÊNCIA

penitLaboravi clamans; raucae factae sunt fauces meae – “Cansei-me chamando; enrouqueceram-se as minhas fauces” (Ps. 68, 4)

Sumário. Depois da queda de Adão, quão pasmados não deviam ficar os anjos ao ver que Deus o ia buscando e quase chorando o chamava! O mesmo tem Deus feito para conosco chamando-nos a si por meio de suas inspirações, dos remorsos da consciência, das práticas, das tribulações, da morte dos nossos amigos, ou de inúmeros outros modos. Parece que perdeu a voz a chamar-nos. E nós, como é que temos respondido?… Ah, meu irmão, lembramo-nos de que o Deus que agora nos chama, será um dia nosso juiz e juiz inexorável.

****************************

Quando Adão se revoltou contra o Senhor, e depois, envergonhado do seu pecado, fugiu da presença de Deus, que pasmo deve ter causado aos anjos o verem como Deus ia à procura dele e como chorando o chamava: Adam, ubi es (1) – “Adão, onde estás?”

“Estas palavras”, comenta Pereira, “são o grito do pai aflito que procura o filho que perdeu.” Quantas vezes não tem Deus feito o mesmo por ti, meu irmão! Fugias para longe de Deus e Deus te ia chamando, ora com inspirações, ora com remorsos da consciência, ora com as prédicas, ora com tribulações, ora com a morte de teus amigos. Parece que Jesus Cristo se refere a ti quando diz: Cansei-me chamando; enrouqueceram-se as minhas fauces – Meu filho, quase perdi a voz a chamar-te. “lembrai-vos, ó pecadores”, diz Santa Teresa, “de que o Senhor que vos chama é o mesmo que um dia vos deve julgar.”

Meu irmão, quantas vezes te fizeste surdo para Deus que te chamava? Merecias que não te chamasse mais. Mas não, teu Deus não deixou de te chamar continuamente, porque queria celebrar paz contigo e salvar-te. Ó céus! Quem é que te chamava? Deus de majestade infinita. E quem eras tu, senão um verme miserável e nojento! E para que é que te chamava? Unicamente para te fazer sair da tua tibieza, para te restituir à vida da graça que tinhas perdido: Revertimini et vivite (2) – “Voltai e vivei”. Continuar lendo

OITAVO DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES: O FEITOR INFIEL E O DIA DAS CONTAS

feitRedde rationem villicationis tuae; iam enim non poteris villicare – “Dá conta da tua administração; já não poderás ser meu feitor” (Luc. 16, 2).

Sumário. De todos os bens que temos recebido de Deus, não somos donos, senão simplesmente administradores; e na hora da morte teremos de dar contas exatas a Jesus Cristo, o juiz inexorável. É o que nos ensina a parábola proposta no Evangelho deste dia. Examinemos, pois, que uso temos feito até hoje dos talentos recebidos e dos bens da graça, e se acharmos que estivemos em falta, tomemos a resolução de nos emendar quanto antes. Quem sabe, meu irmão, dentro de que breve tempo se nos dirá também: Redde rationem – “Dá conta“?

*******************************

I. Dos bens que temos recebido de Deus, nós não somos donos, de maneira que possamos dispor deles a nosso bel prazer, mas somente administradores. Devemos, pois, empregá-los segundo a vontade de Deus e dar à hora da morte conta deles a Jesus Cristo, o juiz inexorável — É isto o que, no dizer dos santos Padres, significa a parábola que no Evangelho deste dia o Senhor propõe à nossa consideração.

“Havia um homem rico”, diz Jesus, “que tinha um administrador, do qual lhe denunciaram que dissipava seus bens. Chamando-o, disse-lhe: Que ouço dizer de ti? Dá conta de tua gestão, porque d’aqui em diante não poderás mais ser administrador.”

Pára aqui um pouco e considera o rigor do juízo divino. Os santos, posto que tivessem feito o melhor uso possível dos talentos que lhes foram confiados e os houvessem feito frutificar, uns dois por um, outro cinco, outro dez (1); posto que tivessem empregado todo o tempo da sua vida em preparar o livro das contas, todavia, quando estavam para passar desta vida para a eternidade, julgaram nada terem feito e tremiam. Continuar lendo

DO JUÍZO UNIVERSAL – PONTO III

Resultado de imagem para juízo universalComeçará o julgamento, abrindo-se os autos do processo, isto é, as consciências de todos (Dn 7,10). Os primeiros testemunhos contra os réprobos serão do demônio, que dirá — segundo Santo Agostinho:

“Justíssimo juiz, sentencia, que são meus aqueles que não quiseram ser teus”

A própria consciência dos homens os acusará depois (Rm 2,15). A seguir, darão testemunho, clamando vingança, os lugares em que os pecadores ofenderam a Deus (Hb 2,11). Virá, enfim, o testemunho do próprio Juiz que esteve presente a quantas ofensas lhe fizeram (Jr 29,23). Disse São Paulo que naquele momento o Senhor “porá às claras o que se acha escondido nas trevas” (1Cor 4,5). Descobrirá, então, ante os olhos de todos os homens as culpas dos réprobos, até as mais secretas e vergonhosas que em vida eles ocultaram aos próprios confessores (Na 3,5). Os pecados dos eleitos, no sentir do Mestre das Sentenças e de outros teólogos, não serão manifestados, mas ficarão encobertos, segundo estas palavras de David:

“Bem-aventurados aqueles, cujas iniquidades foram perdoadas, e cujos pecados são apagados” (Sl 31,1).

Pelo contrário — disse São Basílio — as culpas dos réprobos serão vistas por todos, ao primeiro relancear d’olhos, como se estivessem representadas num quadro. Exclama São Tomás, “Se no horto de Getsêmani, ao dizer Jesus: Sou eu, caíram por terra todos os soldados que vinham para o prender, que sucederá quando, sentado no seu trono de Juiz, disser aos condenados: “Aqui estou, sou aquele a quem tanto haveis desprezado!”

Chegada a hora da sentença, Jesus Cristo dirá aos eleitos estas palavras, cheias de doçura:

“Vinde, benditos de meu Pai, e possuí o reino que vos está preparado desde o princípio do mundo” (Mt 25,34). Continuar lendo

DA CONFIANÇA QUE DEVEMOS TER EM MARIA, COMO NOSSA MÃE

mariaDeinde dicit discipulo: Ecce mater tua — “Depois diz ao discípulo: Eis aí tua mãe” (Io. 19, 27)

Sumário. Se Jesus Cristo é o Pai de nossas almas, porque as regenerou à vida da graça, Maria, que é a Mãe verdadeira de Jesus, deve igualmente ser chamada nossa Mãe espiritual, porque pelas suas dores cooperou para nossa redenção. Ponhamos, pois, nela a nossa confiança e sejamos quais crianças que têm sempre o nome de mãe na boca e em qualquer perigo levantam a voz e chamam sua mãe em socorro. Para sermos, porém, facilmente atendidos, imitemos as suas virtudes, especialmente as que são próprias do nosso estado.

**************************

Não é por acaso, nem debalde, que os devotos de Maria a chamam Mãe e parece que não sabem invocá-la com outro nome, nem se fartam de chamá-la Mãe. Mãe, sim, porque se Jesus Cristo, reconciliando-nos com Deus, se fez Pai de nossas almas, conforme a predição do Profeta: Pater futuri saeculi(1) — “Pai do século futuro”, Maria deve ser chamada e é verdadeiramente nossa Mãe espiritual.

Segundo a explicação dos Doutores, esta grande Mãe pelo seu amor gerou-nos à graça, quando consentiu em que o Verbo Eterno se fizesse seu filho, porque, no dizer de São Bernardino de Sena, ela desde então pediu a Deus com afeto imenso a nossa salvação e de tal sorte a procurou, que bem se pode dizer que desde então nos trouxe em suas entranhas como mãe amorosíssima. Pelo que Santo Ambrósio aplica à Virgem as palavras dos sagrados Cânticos: Venter tuus sicut acervus tritici, vallatus liliis (2) — “Teu seio é como um monte de trigo, cercado de açucenas”.

O tempo em que Maria nos deu à luz, foi quando (vendo o amor do Eterno Pai para com os homens, em querer seu Filho morto pela nossa salvação e o amor do Filho em querer morrer por nós), afim de conformar-se com este amor excessivo do Pai e do Filho para com o gênero humano, ela também consentiu com toda a sua vontade que seu Filho morresse e fez o doloroso sacrifício d’Ele no Calvário. — E isto quis exatamente dizer nosso Salvador, quando, antes de expirar, olhando para sua Mãe e acenando para o discípulo predileto, lhe disse: Mulier, ecce filius tuus (3) — “Mulher, eis aí teu filho”. Como se lhe dissesse: Eis aí o homem que em consequência da oferta que tu fazes de minha vida pela sua salvação, já nasce para a graça; eu te declaro sua mãe. Continuar lendo

CURA DO BARÃO COTTA

Resultado de imagem para nossa senhora auxiliadoraNo ano de 1865 o Barão Cotta, banqueiro de Turim e senador da Itália, achava-se moribundo no leito. D. Bosco chega para fazer-lhe uma visita.

– Meu Padre, esta será a última vez que vos vejo, disse-lhe o enfermo com voz apenas perceptível; eu me vou; não poderei passar de hoje.

– Oh! Não, senhor Barão. A Santíssima Virgem necessita de vós neste mundo e quer que a ajude na construção de sua igreja. (O Santo estava ajuntando dinheiro para construir o belíssimo Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora).

– Teria muito gosto nisso, porém os médicos já não me dão a menor esperança.

– Que bem faríeis se Maria Auxiliadora vos sarasse?

– Ah! Se eu sarasse, daria, por seis meses, dois mil francos cada mês para sua igreja.

– Perfeitamente, disse o Santo. Volto ao Oratório para pôr em oração a todos os meus meninos. Ânimo!

Três dias depois, estando D. Bosco em seu escritório, anunciaram-lhe uma visita: era o Barão Cotta, completamente são, que vinha apresentar sua primeira oferenda a Maria Auxiliadora.

Como Maria Santíssima é boa! – Frei Cancio Berri C. F. M.

DA VIL ESTIMA DE SI PRÓPRIO ANTE OS OLHOS DE DEUS

Resultado de imagem para ajoelhadoA alma: Ao meu Senhor falarei, ainda que seja pó e cinza (Gn 18,27). Se eu me tiver em maior conta, eis que vos ergueis contra mim, e ao testemunho verdadeiro que dão meus pecados, não posso contradizer. Mas se me tiver por vil e me aniquilar, deixando toda a vã estima de mim mesmo, e me reduzir a pó, que sou na verdade, ser-me-à propícia a vossa graça, e a vossa luz há de vir em meu coração, e todo sentimento de amor-próprio, por mínimo que seja, perder-se-á no abismo do meu nada e perecerá para sempre. Ali me dais a conhecer o que sou, o que fui, a que ponto cheguei; porque sou nada – e não o sabia. Abandonado a mim mesmo, sou um puro nada e a mesma fraqueza; tanto, porém, que lançais um olhar sobre mim, logo me sinto forte e cheio de nova alegria. E é grande maravilha que tão sabiamente me levantais e tão benigno me abraçais, a mim, que pelo próprio peso pendo sempre para a terra.

Isto é obra do vosso amor, que me previne gratuitamente, socorrendo-me em mil necessidades, guardando-me de males, para bem dizer, infindos. Perdi-me, amando-me desordenadamente; mas, buscando a vós unicamente, e amando com puro amor, a mim me achei e a vós também, e este amor me fez ainda mais aprofundar-me em meu nada. Porque vós, ó dulcíssimo Senhor, me tratais além do meu merecimento, e mais do que ouso esperar ou pedir.

Bendito sejais, meu Deus, pois conquanto eu seja indigno de todo bem, ainda assim não cessa vossa liberalidade e bondade infinita de fazer bem até aos ingratos e aos que de vós andam apartados. Convertei-nos a vós, para que sejamos gratos, humildes e devotos, pois vós sois nossa salvação, nossa virtude e fortaleza.

Imitação de Cristo – Tomás de Kempis

A MEDITAÇÃO DA PAIXÃO DE JESUS CRISTO É UMA ESCOLA DO DIVINO AMOR

paixIgnem veni mittere in terram; et quid volo, nisi ut accendatur? – “Eu vim trazer fogo à terra; e que quero se não que ele se acenda?” (Luc. 12, 49).

Sumário. Jesus Cristo é amado de poucos, porque poucos são os que refletem nas dores que Ele padeceu por nós. O que as considera freqüentemente, não pode viver sem amar a Jesus; porquanto ficará de tal modo preso pelo seu amor, que lhe será impossível não amar um Deus que chegou a morrer exausto de sangue para ganhar o nosso amor. Roguemos à divina Mãe, Maria, que nos obtenha do seu Filho a graça de entrarmos em suas chagas sagradas por meio de uma meditação contínua.

*************************

Ó amante das almas, nosso amantíssimo Redentor, declarou que veio à terra e se fez homem para acender em todos os corações o fogo do santo amor:Eu vim trazer o fogo à terra. Oh! De que belas chamas de caridade não tem Ele abrasado tão grande número de almas, especialmente por meio dos sofrimentos que quis suportar em sua morte, afim de nos mostrar a imensidade do seu amor para conosco! Oh! Quantos corações felizes se inflamaram de tal modo nas chagas de Jesus, como em outras tantas fornalhas de amor, que não hesitaram em sacrificar-Lhe os bens, a vida, a si mesmo todos inteiros, vencendo corajosamente todas as dificuldades que encontravam na observância da divina lei!

Com efeito, quem pode deixar de amar a Jesus, vendo-O, em todo o correr da sua vida, atormentado e desprezado, e afinal morrer exausto de sangue sobre a cruz, afim de ganhar o nosso amor? – Frei João de Alvernia, cada vez que lançava os olhos para Jesus coberto de chagas, não podia reter as lágrimas. Frei Thiago de Tuderto, ouvindo ler a Paixão do Redentor, não somente derramava sentidas lágrimas, mas rompia em suspiros profundos, oprimido pelo amor em que ardia por seu divino Mestre.

Finalmente, para não mencionar muitos outros, foi na doce escola do Crucifixo que São Francisco se tornou um serafim de amor. Chorava tão continuamente quando meditava nos sofrimentos de Jesus Cristo, que quase chegou a perder a vista. Um dia foi encontrado dando gritos lastimosos, e perguntou-se-lhe o que tinha. “Ah! Que posso ter?” respondeu, “choro as dores e as afrontas do meu Senhor. E minha dor”, assim acrescentou, “aumenta vendo a ingratidão dos homens que não o amam, e vivem sem pensar n’Ele.” Todas as vezes que ouvia balar um cordeiro, sentia-se movido de compaixão, pelo pensamento da morte de Jesus, o Cordeiro imaculado, imolado sobre a cruz pelos pecados do mundo. Abrasado todo em amor, este Santo não sabia recomendar outra coisa com mais empenho a seus irmãos do que a lembrança freqüente da Paixão de Jesus. Continuar lendo

DO JUÍZO UNIVERSAL – PONTO II

Resultado de imagem para juízo universalAssim que os mortos ressuscitarem, farão os anjos que se reúnam todos no vale de Josafá para serem julgados (Jl 3, 14) e separarão ali os justos dos réprobos (Mt 13, 49). Os primeiros ficarão à direita; os condenados, à esquerda… Profunda mágoa sente quem se vê separado da sociedade ou da Igreja. Quanto maior será a dor de ver-se banido da companhia dos Santos! Que confusão experimentarão os ímpios, quando, apartados dos justos, se sentirem abandonados!. Disse São João Crisóstomo que, se os condenados não tivessem de sofrer outras penas, essa confusão bastaria para dar-lhes os tormentos do inferno.

Haverá filhos separados de seus pais; esposos, de suas esposas; amos, de seus servos… (Mt 24, 40) Dize-me, meu irmão, em que lugar crês que te acharás então?… Queres estar à direita? Abandona, portanto, o caminho que conduz à esquerda.

Neste mundo, têm-se por felizes os príncipes e os ricaços, e se desprezam os Santos, os pobres e os humildes… Ó cristãos fiéis, que amais a Deus! Não vos aflijais por viverdes tão atribulados e vilipendiados neste mundo.

“Vossa tristeza se converterá em gozo” (Jo 16, 20)

Então verdadeiramente sereis chamados bem-aventurados e tereis a honra de ser admitidos à corte de Cristo. Em que celestial formosura resplandecerá um São Pedro de Alcântara, que foi injuriado como apóstata; um São João de Deus, escarnecido como louco; um São Pedro Celestino, que, renunciando ao Pontificado, morreu num cárcere! Que glória alcançarão tantos mártires entregues outrora à crueza dos verdugos! (1Cor 4,5). Que horrível figura, pelo contrário, fará um Herodes, um Pilatos, um Nero e outros poderosos da terra, condenados para sempre!… Ó amigos e cortejadores deste mundo! Ide para o vale, naquele vale vos espero. Ali, sem dúvida, mudareis de parecer; ali, chorareis vossa loucura. Infelizes! Tendes de representar um brevíssimo papel no palco deste mundo e preferis o de réprobos na tragédia do juízo universal! Os eleitos serão colocados à direita, e para maior glória — segundo afirma o Apóstolo — serão elevados aos ares, acima das nuvens, e esperarão com os anjos a Jesus Cristo, que deve descer do céu (1Ts 4, 17). Os réprobos, à esquerda, como reses destinadas ao matadouro, aguardarão o Supremo Juiz, que há de tornar pública a condenação de todos os seus inimigos. Continuar lendo

DA PREPARAÇÃO PARA A SANTA COMUNHÃO E DA AÇÃO DE GRAÇAS

Imagem relacionadaPraeparate corda vestra Domino, et servite ei soli – “Preparai os vossos corações para o Senhor, e servi a Ele só” (I Reg. 7, 3).

Sumário. Três coisas são necessárias para a alma colher muito fruto da santa comunhão. Primeiro, o desapego das criaturas, banindo do coração tudo que não é de Deus ou para Deus. Segundo, o desejo de receber a Jesus Cristo com o único fim de mais o amar. Terceiro, a devida ação de graças depois da comunhão; imaginando que reside na alma como num trono de graças. Oh! Que tesouros de graças perde o cristão que pouco pensa em orar depois da comunhão!

*************************

Pergunta o cardeal Bona: “Onde vem que tantas almas, apesar das suas muitas comunhões, fazem tão pouco progresso no caminho de Deus?” e responde: “Defectus non in cibo est, sed in edentis dispositione– Não é falta de virtude em o nutrimento, é falta de preparação  naquele que o recebe.” O fogo pega depressa na madeira seca e dificilmente na verde; porque esta não está disposta para arder. Os santos tiraram grandes frutos das suas comunhões porque punham muito cuidado em se preparar.

A preparação para a comunhão exige principalmente três coisas. A primeira é o desapego das criaturas, banindo do coração tudo que não é de Deus ou para Deus. Ainda que a alma esteja em estado de graça, mas com o coração cheio de apetites terrenos, quanto mais lugar ocupar a terra, tanto menos lugar restará para o amor divino. – Santa Gertrudes perguntou um dia ao Senhor, que preparação exigia que ela fizesse para comungar. E Jesus lhe respondeu: Só esta, que venhas receber-me bem vazia de ti mesma.

A segunda coisa necessária para comungar com grande fruto, é o desejo de receber a Jesus Cristo com o único intuito de mais o amar. Diz Gerson que neste banquete não são saciados senão os que têm grande fome. – Por isso, escreve São Francisco de Sales, que a principal intenção de uma alma que comunga deve ser progredir no amor de Deus. – “Importa”, diz o Santo, “receber por amor àquele que se nos dá só por amor.” Eis porque Jesus disse a Santa Mechtildes: “Quando fores comungar, deseja possuir todo o amor que jamais um coração teve para comigo e eu aceitarei teu amor como se fosse tal como o desejas.” Continuar lendo

SEGUNDO COMUNICADO DA CASA GERAL DA FRATERNIDADE SACERDOTAL SÃO PIO X: ELEIÇÃO DOS ASSISTENTES GERAIS

news-header-image

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

O novo Superior Geral da Fraternidade São Pio X, o Pe. Davide Pagliarani, e outros 40 membros do capítulo decidiram eleger os dois Assistentes Gerais, no final da tarde.

O primeiro Assistente eleito é D. Alfonso de Galarreta, Bispo Auxiliar da Fraternidade São Pio X, de nacionalidade espanhola. Atualmente com 61 anos, foi ordenado sacerdote em 1980 em Buenos Aires, Argentina, onde viveu por muito tempo. Dirigiu o Seminário Nossa Senhora Co-redentora, em La Reja (Argentina), assim como a Casa Autônoma da Espanha e Portugal. Ele foi Segundo Assistente de 2002 a 2006 e residia, até o momento, em Genebra (Suíça).

O segundo Assistente Geral eleito é o Pe. Christian Bouchacourt, de nacionalidade francesa. Atualmente com 59 anos, foi ordenado sacerdote em 1986 por Mons. Lefebvre. Por muito tempo em Paris, especialmente em Saint-Nicolas du Chardonnet, foi Superior do Distrito da América do Sul, antes de ser nomeado em 2014 Superior do Distrito da França.

Com suas eleições, o Capítulo Geral começará a tratar, amanhã, das muitas questões que se deve estudar até 21 de julho de 2018.

Ecône, 11 de julho de 2018

COMUNICADO DA CASA GERAL DA FRATERNIDADE SACERDOTAL SÃO PIO X: ELEIÇÃO DO SUPERIOR GERAL

imagem Notícia-headerFonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Em 11 de julho de 2018, o 4º Capítulo Geral da FSSPX, que irá durar até 21 de julho, no Seminário São Pio X de Ecône (Suíça), elegeu o Padre Davide Pagliarani como Superior Geral por 12 anos. .

De nacionalidade italiana, o novo Superior Geral tem 47 anos. Ele recebeu o sacramento da Ordem das mãos de Mons. Bernard Fellay em 1996. Ele exerceu seu apostolado em Rimini (Itália), depois em Cingapura, antes de ser nomeado Superior do Distrito da Itália. Desde 2012, ele é diretor do Seminário Nossa Senhora Co-Redentora, em La Reja (Argentina).

Depois de aceitar seu cargo, o eleito pronunciou a Profissão de fé e o Juramento Anti-Modernista. Cada um dos membros presentes prometeu-lhe respeito e obediência, antes do canto do Te Deum em ação de graças.

Os 41 capitulantes prosseguirão amanhã com a eleição dos 2 Assistentes Gerais,por mandato também de 12 anos.

Ecône, 11 de julho de 2018

**************************

Rezemos pelo Pe. Pagliarini, pela sua santificação, pela sua nova missão e que o Espírito Santo o guie no governo da atual depositária da Tradição Católica, para que não caia nas armadilhas e seduções da Roma modernista.

O PECADO DA MURMURAÇÃO: QUÃO FÁCIL É FALAR E QUÃO DIFÍCIL É CALAR!

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

A Murmuração é uma língua de víbora, que de um só golpe fere três pessoas (Rm 1,30): O murmurado, o que ouve e o murmurador, odiado por Deus (São Bernardo).

A) Aquele de quem se murmura

As Sagradas Escrituras e os Santos Padres frequentemente chamam a murmuração de homicídio, porque arrebata a vida social, mais estimável que a do corpo.

“Os pecados cometidos contra o próximo são medidos pelos danos que causam … O homem desfruta de um triplo bem, a saber: o da alma, o do corpo e a dos bens exteriores … Entre esses últimos, a fama supera muito as das riquezas, porque se opõe aos bens espirituais, pela qual se diz nos Provérbios (22,1): “O bom nome vale mais do que riquezas“. Portanto, a murmuração, embora seja um pecado menor que o homicídio e o adultério é, sem dúvidas, maior que o roubo” (São Tomás de Aquino).

Matéria grave é ferir a reputação de alguém, uma vez que é o maior bem do homem, e perde-la lhe impede trabalhar muitos bens que seriam capazes”, conforme o Eclesiástico (41,15): “Cuide do seu nome, que permanece mais que milhares de tesouros ” (São Tomás de Aquino).

O homem de juízo dá por bem empregado qualquer dispêndio destinado a recuperar sua boa reputação. Então aquele que o priva dela prejudica-o mais que roubando-lhe. Eis como o murmurador profissional é mal visto. Apesar disso, temos vergonha de ter cometido um roubo e não temos de haver murmurado vinte vezes. Continuar lendo

ANGÚSTIAS DO PECADOR MORIBUNDO

pecadVirum iniustum mala capient in interitu – “Do varão injusto se apoderarão os males na morte” (Ps. 139, 12).

Sumário. Desgraçado do pecador que deixa passar o tempo das misericórdias divinas e adia a conversão até à hora da morte! Então o desgraçado se verá cercado de demônios, atormentado pelos remorsos da consciência, com o espírito escurecido e o coração endurecido. Numa palavra, visto que até então ele amou, juntamente e com o pecado, o perigo da condenação, é com justiça que o Senhor permitirá que ele pereça neste perigo, pelo peso da própria malícia. Ah, meu Jesus! Pelo amor de Maria Santíssima livrai-me de tão grande desgraça; quero a todo o custo emendar-me antes que a morte venha.

**************************

Não só uma, mas muitas e muitas serão as angústias do infeliz pecador moribundo. De uma parte atormenta-lo-ão os demônios. Na morte, estes terríveis inimigos empregam todos os esforços para perder a alma que vai sair deste mundo, sabendo que só pouco tempo lhes resta para se apoderarem dela, e que, escapando-se-lhes então, se lhes escapará para todo o sempre (1). E, como diz Isaías, não somente um, mas inumeráveis espíritos infernais girarão ao redor do moribundo para o perderem: Replebuntur domus eorum draconibus(2) – “As suas casas serão cheias de dragões”.

Um demônio lhe dirá: Nada receies; sararás. Dir-lhe-á outro: Pois que! Tu foste surdo à voz de Deus durante tantos anos e Ele agora há de usar de misericórdia para contigo? Mais outro dirá: Como poderás nesta hora reparar os danos que causaste e as reputações que tiraste? Outro ainda: Não vês que todas as tuas confissões foram nulas, porque feitas sem verdadeira dor, sem propósito? Como poderás remediá-las?

Por outro lado, o moribundo se verá cercado dos seus pecados: Os males cairão sobre o homem injusto no dia da sua morte. “Os pecados”, diz São Bernardo, “como outros tantos satélites, acercar-se-ão dele e lhe dirão: Opera tua sumus, non te deseremus – Somos as tuas obras, não te queremos deixar, acompanhar-te-emos à outra vida e contigo nos apresentaremos ao eterno Juiz.” Continuar lendo

DO JUÍZO UNIVERSAL – PONTO I

Imagem relacionadaCognoscetur Dominus judicia faciens – “Conhecido será o Senhor, que faz justiça” (Sl 9, 17)

Não há neste mundo, quando bem se considera, pessoa mais desprezada que Nosso Senhor Jesus Cristo. Respeita-se mais a um aldeão que o próprio Deus; porque se teme que esse aldeão, vendo-se injuriado e oprimido, se vingue, movido por violenta cólera. Mas a Deus se ofende e se ultraja sem receio, como se não pudesse castigar quando quisesse (Jó 22, 17).

Por isso, o Redentor destinou o dia do juízo universal (chamado com razão, na Escritura, o dia do Senhor), no qual Jesus Cristo se fará reconhecer por todos como universal e soberano Senhor de todas as coisas (Sl 9,17). Esse dia não se chama dia de misericórdia e perdão, mas “dia da ira, da tribulação e da angústia, dia de miséria e calamidade” (Sf 1, 15). Nele o Senhor se ressarcirá justamente da honra e da glória que os pecadores quiseram arrebatar-lhe neste mundo. Vejamos como há de suceder o juízo nesse grande dia.

A vinda do divino Juiz será precedida de maravilhoso fogo do céu (Sl 96,3), que abrasará a terra e tudo quanto nela exista (2Pd 3,10).

Palácios, templos, cidades, povos e reinos, tudo se reduzirá a um montão de cinzas. É mister purificar pelo fogo esta grande casa, contaminada de pecados. Tal é o fim que terão todas as riquezas, pompas e delícias da terra. Mortos os homens, soará a trombeta e todos ressuscitarão (1Cor 15,52). Dizia São Jerônimo: Continuar lendo

TEMOS DE ESCOLHER ENTRE UMA ETERNIDADE FELIZ E OUTRA INFELIZ

escolhaAnte hominem vita et mors, bonum et malum; quod placuerit ei dabitur illi — «Diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal; o que lhe agradar, isso lhe será dado» (Ecle. 15, 18).

Sumário. Deus quer certamente que todos os homens se salvem, mas não à força. Por isso Deus põe diante de nós dois caminhos a seguir, deixando a escolha a cada um. Mas, como poderá chegar ao céu quem quiser seguir o caminho do inferno? Avivemos a nossa fé; examinemos atentamente aonde nos leva o caminho trilhado até hoje, e tomemos desde já as providências para nos assegurar a salvação eterna. Deixemos, se for necessário, o mundo: São pequenas todas as cautelas, quando corre risco a eternidade.

*************************

Deus quer certamente que todos os homens se salvem, mas não quer que nos salvemos à força. Deus, diz o Eclesiástico, pôs diante de cada um a vida e a morte; ser-nos-á dado o que escolhermos: Quod placuerit ei dabitur illi. Jeremias diz igualmente que o Senhor pôs diante de nós dois caminhos a seguir, o do céu e o do inferno: Ego do coram vobis viam vitae et viam mortis[1]. — Por isso está escrito: O homem irá para a casa de sua eternidade. Deus diz: ibit, ele irá, para significar que cada qual se dirigirá à morada que escolher; não será levado, mas irá por sua própria vontade. Mas como poderá chegar ao paraíso, o que quer seguir o caminho do inferno?

Coisa estranha! todos os pecadores se querem salvar, e entretanto se condenam por si próprios ao inferno, dizendo sempre: Espero salvar-me. Quem seria tão louco, diz Santo Agostinho, que quisesse tomar veneno na esperança de se curar? Nemo vult aegrotare sub spe salutis. No entanto, quantos cristãos, quantos insensatos se dão à morte pelo pecado, dizendo: Mais tarde pensarei no remédio. Ó funesta ilusão, que tantas almas tem arrastado ao inferno!… Não sejamos tão insensatos; e lembremo-nos de que se trata da eternidade.

Quanto trabalho se não dão os homens para se construírem uma casa cômoda, bem arejada, num sítio salubre, pela lembrança que nela hão de passar toda a vida! Porque, pois, são tão descuidados, quando se trata da casa que lhes será morada eterna? Negotium pro quo contendimus, aeternitas est — «O negócio pelo qual trabalhamos», diz Santo Eucherio, «é a eternidade». Não se trata de uma casa mais ou menos cômoda, mais ou menos arejada: trata-se de habitar, ou num lugar cheio de delícias entre os amigos de Deus, ou no abismo de todos os tormentos entre a chusma infame de tantos celerados, hereges e idólatras. — E isto por quanto tempo? Não por vinte ou quarenta anos, mas por toda a eternidade. É um negócio de alta monta! Não é negócio de somenos; é tudo para nós. Continuar lendo

TIBIEZA: CONTENTAR-SE COM NÃO OFENDER A DEUS PELO PECADO MORTAL, MAS NÃO QUERER EVITAR O PECADO LEVE

Resultado de imagem para tibiezaFonte: Capela Santo Agostinho

Que é a tibieza?

A tibieza é uma doença espiritual e das mais graves e perigosas. É o verme roedor da piedade. Micróbio terrível! Mina o organismo espiritual sem que o enfermo perceba. Enfraquece a pobre alma. Amortece as energias da vontade. Inspira horror ao esforço. Afrouxa vida cristã. Espécie de langor ou torpor, diz Tanquerey, que não é ainda a morte, mas que a ela conduz sem se dar por isso, enfraquecendo gradualmente as nossas forças morais. Pode-se compará-la a estas doenças que definham, como a tísica, e consomem pouco a pouco algum dos órgãos vitais. É uma sonolência, um sistema de acomodações na vida espiritual.

O tíbio não quer lutar. Tem horror ao combate da vida cristã. Não compreende a palavra de Nosso Senhor: Eu não vim trazer a paz, mas a guerra!

Guerra ao pecado, guerra às paixões, guerra à indiferença.

Quem não é por mim, é contra mim!

O tíbio não compreende este radicalismo sublime do Evangelho e da cruz. Numa palavra o define bem o Espírito Santo: é morno. Nem frio, nem quente.

Nem o ardor da caridade, o fogo do amor, nem o gelo da descrença e da impiedade e da morte da alma.

A tibieza é uma inércia espiritual. Um estado lamentável da alma.

É a mediocridade que se contenta com não ofender a Deus pelo pecado mortal, mas não quer evitar o pecado leve, fugir do relaxamento da vida espiritual.

Enfim, para defini-la com precisão e distingui-la do que a ela apenas se assemelha, como a aridez e outras provações da vida espiritual, vamos dar a sua definição. Continuar lendo

VALOR DO TEMPO

tempoFili, conserva tempus et devita a malo — “Filho, guarda o tempo e evita o mal” (Ecllus. 4, 23)

Sumário. Um só momento de tempo vale tanto como Deus, porque o homem pode a cada instante, por um ato de contrição ou de amor, adquirir a graça de Deus e aumentar a glória eterna. E tu, meu irmão, em que empregas o tempo tão precioso? Porque adias sempre para amanhã o que podes fazer hoje?… Reflete que o tempo passado já não te pertence; que o futuro não está em tua mão. Só tens o tempo presente para fazeres o bem e este é brevíssimo! Mister é, pois, que o aproveites depressa, se não o quiseres chorar depois como perdido irremediavelmente.

*************************

Meu filho, diz o Espírito Santo, sê cuidadoso em conservar o tempo, porque é a coisa mais preciosa e o maior dom que Deus pode dar ao homem na terra. Até os próprios pagãos sabiam o que vale o tempo. Dizia Sêneca que não há valor igual ao do tempo: Nullum temporis pretium. — Os Santos, porém, avaliaram muito melhor ainda o valor do tempo. Diz São Bernardino de Sena que um só momento vale tanto como Deus; porque o homem pode a cada instante, por um ato de contrição ou de amor, adquirir a graça de Deus e aumentar a glória eterna: Tempus tantum valet, quantum Deus.

O tempo é um tesouro que só se acha nesta vida; não se encontra na outra, nem no inferno, nem no céu. No inferno o grito contínuo dos réprobos é este: Oh, si daretur hora! — “Oxalá se nos desse uma hora!” Comprariam por todo o preço uma hora de tempo, que lhes bastaria para reparar a sua ruína; mas essa hora não a terão mais. No céu não há tristeza; mas se os bem-aventurados pudessem estar tristes, a sua única tristeza seria de terem perdido tempo nesta vida, tempo em que podiam adquirir maior glória e que não existe mais para eles.

Uma religiosa beneditina apareceu, depois da morte, com a auréola da glória, a uma pessoa e disse-lhe que estava plenamente contente; mas, se pudesse desejar alguma coisa, seria voltar à terra e sofrer para merecer mais glória. Acrescentou que de boa mente consentiria em sofrer até o dia do juízo a doença dolorosa que tinha sofrido antes de morrer, para adquirir a glória que corresponde ao merecimento de uma só Ave-Maria. — E tu, meu irmão, em que empregas o tempo? Porque adias sempre para amanhã o que podes fazer hoje? Continuar lendo

SÉTIMO DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES: OS FALSOS PROFETAS E A NECESSIDADE DAS BOAS OBRAS

loboOmnis arbor, quae non facit fructum bonum, excidetur et in ignem mittetur – “Toda a árvore que não dá bom fruto será cortada e metida no fogo” (Mat. 7, 19).

Sumário. Persuadamo-nos de que a fé por si sós não basta para a nossa salvação. São também necessárias as obras, porquanto, como diz nosso Senhor no Evangelho de hoje: “Toda a árvore que não dá bom fruto será cortada e metida no fogo.” Estas obras não são as mesmas para todos; diferem segundo o estado em que Deus nos colocou. Quantos cristãos, desejando fazer coisas grandes, descuidam os deveres do próprio estado e se condenam! Meu irmão, põe a mão na consciência: serás tu porventura um destes infelizes?

*************************

I. No Evangelho de hoje Jesus Cristo nos põe de sobreaviso contra os corruptores da doutrina e da moral cristã; e especialmente contra os que negam a necessidade das boas obras para se conseguir a salvação eterna.

“Guardai-vos”, diz o Senhor (1), “dos falsos profetas, que vêm a vós com vestidos de ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os reconhecereis. Por ventura colhem-se uvas de espinhos, ou figos de abrolhos? Assim, toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá frutos maus.

“Não pode a árvore boa”, assim prossegue o Senhor, “dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Pelos seus frutos, portanto, os reconhecereis. Nem todo o que diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas o que faz a vontade de meu Pai, … esse entrará no reino dos céus.”

A fé, portanto, não basta por si só para a salvação; são necessárias também as obras, sem as quais a fé é morta (2). São em primeiro lugar necessárias aos inocentes porque Deus nos diz que no dia do juízo dará a cada um segundo as suas obras (3). Elas são mais necessárias ainda aos penitentes; porque a conversão não consiste somente na contrição do coração e na confissão oral, mas também em fazer dignos frutos de penitência (4). Àquele que não produz tais frutos, está reservada á sorte da árvore inútil: Será cortada e lançada ao fogo. – Examina agora, meu irmão, se tens a fé, que é acompanhada de frutos de boas obras; ou somente de folhas e flores de desejos vãos e propósitos ineficazes. Reflete bem, que muitos cristãos, teus semelhantes, estão agora queimando no inferno por haverem tido uma fé morta. Continuar lendo

NOSSA SENHORA, NOS TEMPOS DO ANTICRISTO

Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est

Este artigo do Padre Calmel, OP – uma grande figura do tradicionalismo católico – mostra-nos como havemos de pedir a intercessão da Santíssima Virgem em nosso tempo de confusão geral.

Quisera eu viver nos tempos do Anticristo” escrevia a pequena Teresa em seu leito de morte. Não há dúvida de que a carmelita, que se ofereceu como vítima de um holocausto ao Amor Misericordioso, intercederá por nós quando surgir o Anticristo, e nem há dúvida que já está intercedendo, especialmente, em nosso tempo, em que os precursores do Anticristo se infiltraram no seio da Igreja. Tampouco há dúvida de que sua oração está unida à súplica infinitamente mais poderosa da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, aquela que esmaga a cabeça do dragão infernal em sua Imaculada Conceição e sua Maternidade virginal, a que foi glorificada de corpo e alma e que reina no céu com seu Filho. Ela domina como soberana todos os períodos de nossa história e, particularmente, os momentos mais tremendos para as almas, a saber: os da vinda do Anticristo e daqueles em que seus diabólicos precursores prepararão esta vinda.

Maria se manifesta não somente como Virgem Poderosa e consoladora nos momentos de angústia para a cidade terrestre e a vida corporal, mas se mostra, sobretudo, como Virgem auxiliadora, forte como um exército em ordem de batalha, em tempos de devastação da Santa Igreja e de agonia espiritual de seus filhos. Ela é a rainha da história do gênero humano, não somente para os tempos de angústia, mas também para os tempos do Apocalipse.

A Primeira Guerra Mundial foi um desses tempos de angustia: matanças de ofensivas mal preparadas, derrota implacável sob um furacão de ferro e fogo … Quantos homens ao apertarem seus cintos saíam com a terrível certeza de perecer neste tornado alucinante sem nunca ver a vitória; mesmo às vezes, e era o mais atormentador, as dúvidas lhes vinham à mente a respeito do valor de seus chefes e a prudência em suas ordens. Mas, no final, em um ponto eles não tinham dúvidas e essa questão superava todas: a da autoridade espiritual. O capelão que auxiliava esses homens a serviço da pátria até sua morte era absolutamente firme em todos os artigos da fé e nunca teria pensado em adaptar pastoralmente a Santa Missa. Celebrava o Santo Sacrifício da Missa segundo o rito e as palavras antigas; celebrava com uma piedade muito mais profunda, que o sacerdote sem armas e seus paroquianos armados, poderiam ser chamados a unir, de um momento a outro, seu sacrifício de pobres pecadores com o único sacrifício do Filho de Deus que tira os pecados do mundo.  Continuar lendo

MARIA SANTÍSSIMA É A MEDIANEIRA DOS PECADORES PARA COM DEUS

mariaFacta sum coram eo quasi pacem reperiens — «Tenho-me tornado na sua presença como uma que acha a paz» (Cant 8, 10)

Sumário. É com razão que Maria Santíssima é comparada ao iris; porque é a medianeira e o penhor da paz entre Deus e os homens. Com efeito, quantos pecadores que agora são grandes Santos no céu, estariam talvez ardendo no inferno, se Maria não tivesse intercedido junto ao Filho para lhes obter perdão! Seja qual for o estado da nossa alma, recorramos com confiança a esta querida Mãe e seremos salvos. Lembremo-nos, porém, que para merecermos a sua proteção especial, é preciso que tenhamos ao menos a vontade de nos emendar.

*************************

O principal ofício que foi dado a Maria, quando veio à terra, consistiu em levantar as almas decaídas da graça divina e reconciliá-las com Deus. Eis como o Espírito Santo a faz falar nos sagrados Cânticos: Eu me tornei diante dele como uma que achou a paz. Eu sou, diz Maria, a defesa daqueles que a mim recorrem, e a minha misericórdia é, em benefício deles, como uma torre de refúgio, porque o Senhor me fez medianeira de paz entre os pecadores e Deus. — Oh, quantos daqueles que são agora grandes Santos no paraíso, estariam talvez a arder no inferno, se a Virgem não tivesse intercedido junto ao Filho para lhes obter perdão!

Por isso, os Santos Padres comparam Maria Santíssima, não só com a arca de Noé, onde acharam abrigo todos os animais, figuras dos pecadores; mas ainda com a pomba, que, saída da arca, para ela voltou, trazendo no bico o ramo de oliveira, em sinal da paz que Deus concedia aos homens.

Foi também figura expressiva de Maria o iris, que, na visão de São João, cercava o trono de Deus: Et iris erat in circuitu sedis (Apoc 4, 3). Sim, porque, na explicação de um intérprete, a Santa Virgem sempre assiste no tribunal divino para mitigar a sentença e o castigo devido aos pecadores; ou ainda, porque, segundo diz São Bernardino de Sena, como Deus à vista do arco-íris se lembra da paz prometida à terra, assim também, pelos rogos de Maria, perdoa aos pecadores as ofensas feitas, e faz pazes com eles. Continuar lendo

FOTOS DAS ORDENAÇÕES EM ZAITZKOFEN – ALEMANHA (2018)

Este slideshow necessita de JavaScript.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

No sábado, 30 de junho de 2018, Dom Alfonso de Galarreta, bispo auxiliar da Fraternidade São Pio X, cercado pelos padres Niklaus Pfluger, Primeiro Assistente Geral da FSSPX e Stefan Frey, Diretor do Seminário Sagrado Coração de Jesus, em Zaitzkofen, na Alemanha, ordenou 6 sacerdotes, na presença de uma multidão de quase 2.500 fiéis.

Os jovens levitas são de diferentes países: Alemanha, Áustria, Polônia, Rússia e Suíça. Nosso fundador, Mons. Marcel Lefebvre, disse uma vez, ver um sinal de Deus no fato de que jovens, animados por uma autêntica fé católica e vindos dos quatro cantos do mundo, se juntam à Fraternidade.

Rezemos pela perseverança dos ordenados de que tanto precisamos.

Deo gratias!

“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”

DA VIDA PENOSA DE JESUS CRISTO

cruzDefecit in dolore vita mea, et anni mei in gemitibus – “A minha vida tem desfalecido com a dor, e os meus anos com os gemidos” (Ps. 30, 11).

Sumário. O nosso amável Redentor, desde o primeiro instante da sua vida, teve sempre presentes os ultrajes e as dores que o esperavam pela vista horrível de todos os males que o deviam afligir. Quando nos sentirmos oprimidos pelas cruzes que se nos afiguram longas ou pesadas demais, lancemos um olhar para Jesus Cristo e lembremo-nos da vida penosa que ele levou. Assim de certo não nos ousaremos queixar da mão paternal que nos fere para nosso bem.

*************************

Deus, usando de compaixão para conosco, não nos faz conhecer, antes do tempo, as penas que nos esperam. Se a um criminoso, que expira sobre o patíbulo, tivesse sido revelado, desde o uso da razão, o suplício que o esperava, teria jamais podido experimentar alegria? Se, desde o princípio do seu reinado, tivesse sido mostrada a Saul a espada que o devia traspassar, se Judas tivesse visto de antemão o laço que o devia estrangular, quão amarga teria sido a sua vida!

O nosso amável Redentor, porém, desde o primeiro instante da sua vida, teve sempre presentes os açoites, os espinhos, a cruz, os ultrajes da sua Paixão e a morte desolada que o esperava. Quando via as vítimas sacrificadas no templo, bem sabia que eram outras tantas figuras do sacrifício que ele mesmo, o Cordeiro sem mancha, devia consumar sobre o altar da cruz. Quando via a cidade de Jerusalém, bem sabia que era ali que devia perder a vida em um mar de dores e de opróbrios. Quando lançava os olhos para a sua amada Mãe, já imaginava vê-la agonizante de dor ao pé da cruz, na qual Ele expirava.

Assim, ó meu Jesus, a vista horrível de tantos males Vos teve num tormento e numa aflição incessantes, muito tempo antes da vossa morte. E Vós aceitastes e sofrestes tudo isso por meu amor. – Ó Senhor, só a vista de todos os pecados do mundo, particularmente dos meus, fez com que a vossa vida fosse a mais aflita e penosa, de todas as existências passadas e futuras. – Mas, ó Deus! Em que lei bárbara está escrito que um Deus ame tanto a uma criatura e que depois disto a criatura viva sem amar a seu Deus; mais ainda, viva a ofendê-Lo e contrista-Lo? Ah, Senhor! Fazei-me conhecer a grandeza do vosso amor, afim de que eu deixe de Vos ser ingrato. Se eu Vos amasse, ó meu Jesus, se eu Vos amasse verdadeiramente, quão doce me seria sofrer por Vós! Continuar lendo

CONTRIBUA COM A TRADIÇÃO! AJUDE-NOS!

CAPELAPrezados amigos, prezados leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Vocês que acessam e gostam de nosso blogvocês que acompanham as ações da FSSPX pelo mundo, vocês que lutam pelo Reinado Social de Nosso Senhor, vocês que sabem que a Tradição é a única solução para a restauração a Igreja… AJUDE-NOS! 

Estamos, mais uma vez, pedindo vossa ajuda nessa campanha em prol da compra de um terreno e futura construção de mais uma Capela para a Tradição e para a Santa Igreja. Sabemos que o caminho é longo e árduo, por isso, toda ajuda é importante.

CLIQUE AQUI PARA ALGUMAS PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O PROJETO

OU

CLIQUE AQUI E LEIA O TEXTO COMPLETO DA CAMPANHA!

Faça um gesto nobre de caridade, por amor à Santa Igreja!!

Ad Majorem Dei Gloriam

Aproveitamos para agradecer a todos que nos ajudam ou ajudaram em algum momento nessa campanha, mesmo de forma anônima. Contem com nossas orações.

Que Nossa Senhora os conduza ao caminho da santidade.

MISSA DAS CRIANÇAS NA FSSPX

Como é uma Missa para as crianças na FSSPX?

Eis abaixo uma delas, em São Nicolau du Chardonnet, uma das paróquias da FSSPX em Paris.

Ao contrário do que vemos em muitas catedrais e paróquias conciliares (entregues ao modernismo e já com a total perda da noção do ridículo, visto que para esses a Missa é uma ceia, um simples memorial…), obviamente nas Missas da FSSPX não há sacerdote-palhaço, nem fantoches, nem catequistas alienados, nem musiquinhas bobas, nem animadores idiotas… porque as crianças, muito bem catequizadas, são sensíveis ao verdadeiro sacrifício da Missa, que os capta sem necessidade de outra coisa.

JESUS NO SANTÍSSIMO SACRAMENTO FAZ AS DELÍCIAS DAS ALMAS DESPRENDIDAS

santUbicumque fuerit corpus, illuc congregabuntur et aquilae — “Por toda a parte onde se achar o corpo, aí se reunirão as águias” (Luc. 17, 37)

Sumário. As almas desapegadas são aquelas águias magnânimas que se elevam acima de todas as coisas criadas e têm pelo afeto sua morada continua no céu. Ainda na terra elas acham o seu paraíso na presença de Jesus sacramentado e nunca se fartam de visitá-Lo e fazer-Lhe companhia. Se nós também quisermos achar nossas delícias no divino Sacramento, desapeguemos nosso coração de nós mesmos e de todos os bens terrestres; e quando cometermos alguma falta, refugiemo-nos logo em nosso divino Salvador, afim de que nos purifique.

***********************

Por este corpo os Santos entendem comumente o de Jesus Cristo, e pelas águias entendem as almas desapegadas, que se elevam, como estas aves, acima das coisas da terra e voam para o céu, para onde tendem sem cessar por seus pensamentos e afetos e onde têm a sua morada continua. Estas águias ainda na terra acham seu paraíso, onde quer que achem a Jesus sacramentado e parece que nunca se podem fartar de o visitarem e de ficarem na sua presença. — Se as águias, diz São Jerônimo, percebendo o cheiro de alguma presa logo se lançam para a tomar, com quanto maior ardor devemos nós correr e voar para Jesus no Santíssimo Sacramento, como para o mais precioso alimento dos nossos corações?

Os Santos, neste vale de lágrimas, correram sempre com avidez, como cervos sequiosos, para esta fonte celeste. A grande serva de Deus, Maria Diaz, que viveu no tempo de Santa Teresa, obteve do bispo de Ávila licença para morar numa tribuna da igreja, onde ficava continuamente na presença de Jesus sacramentado, a quem chamava seu vizinho. O venerável frei Francisco do Menino Jesus, carmelita descalço, passando diante das igrejas onde estava o Santíssimo Sacramento, não podia deixar de entrar nelas para o visitar, dizendo que não convém a um amigo passar diante da casa de seu amigo sem entrar ao menos para saudá-lo e dizer-lhe uma palavra.

Finalmente, o Padre Alvarez, qualquer que fosse a sua ocupação, dirigia muitas vezes os olhos para o lado onde sabia que repousava o Santíssimo Sacramento; freqüentemente o visitava e passava algumas vezes noites inteiras na sua presença. Derramava lágrimas vendo os palácios dos grandes cheios de gente, para fazerem corte a um homem, de quem esperam algum mísero bem; e tão abandonadas as igrejas, onde reside no meio de nós, como num trono de amor, o soberano Senhor do céu, rico de bens infinitos e eternos. Dizia que são muito felizes os religiosos que na sua própria casa podem visitar, quantas vezes querem, de noite e de dia, este augusto Senhor no Santíssimo Sacramento; o que não é dado às pessoas do século. Continuar lendo

UM TOUR PELO SEMINÁRIO SANTO TOMÁS DE AQUINO – DILLWYN (EUA)

Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est

O Seminário Santo Tomás de Aquino é uma casa de estudos da Fraternidade São Pio X (FSSPX), estabelecido nos Estados Unidos em 1973, para a formação de padres Católicos Romanos de acordo com o ensinamento tradicional da Igreja. O Seminário Santo Tomás de Aquino extrai das maiores riquezas dos 2.000 anos de história da Igreja a formação de seus sacerdotes. A formação que os seminaristas recebem é tradicional em todos os aspectos: doutrina, liturgia, retiros, rotinas diárias, etc. O núcleo do estudo dos seminaristas é a filosofia e a teologia de São Tomás de Aquino, enquanto que a proficiência moderada em latim é exigida antes da ordenação. Um dia típico na vida do seminarista contém três horas de oração, três horas de aula, quatro horas de estudo e uma hora e meia de recreação. Espera-se que os seminaristas alcancem a santidade exigida de um sacerdote, através dos meios oferecidos no Seminário: Missa diária, meditação, o Rosário e as horas do Ofício Divino, bem como as bênçãos, retiros Inacianos, orações de recolhimento mensais e confissões semanais e direção espiritual.

QUEM AMA A DEUS, SUSPIRA POR VÊ-LO NO CÉU

ceuHeu mihi, quia incolatus meus prolongatus est – “Ai de mim, que o meu desterro se prolongou” (Ps. 119, 5).

Sumário. As almas que amam a Deus, são como que outras tantas nobres peregrinas, destinadas a serem eternamente esposas do Rei do céu, mas ainda estão longe d’Ele sem O poderem ver. Estão, é verdade, contentes com a sua sorte, porque se conformam com a vontade de Deus que as quer deixar no exílio; sempre, porém, suspiram para irem ao céu, onde eles sabem que o Esposo as espera. Se não sentimos o mesmo desejo de nos unirmos a Deus é porque o amamos pouco. Mas querermos ficar sempre assim? – Ah, Senhor, de hoje em diante quero amar-Vos de todo o meu coração.

************************

As almas que neste mundo não amam senão a Deus, são como que umas nobres peregrinas, destinadas, pelo seu estado, a serem as esposas eternas do Rei do céu; mas que vivem longe d’Ele sem O poderem ver. Pelo que suspiram incessantemente por irem à pátria bem-aventurada onde sabem que o Esposo as espera.

Sabem que o objeto do seu amor lhes está sempre presente; mas está como escondido atrás de um reposteiro e não se deixa ver. Está, para dizer melhor, como muitas vezes o sol entre as nuvens, donde de tempo a tempo faz luzir um raio de seu esplendor, mas sem se deixar ver a descoberto. – Aquelas esposas amadas têm os olhos vendados, de sorte que não podem ver o seu amado. Vivem, todavia, contentes, conformando-se com a vontade do Senhor, que as quer deixar no exílio e longe de si; mas, apesar disso, não podem deixar de suspirar incessantemente pelo desejo de O conhecerem face a face, afim de se abrasarem mais de amor e O amarem com mais ardor.

Por isso, cada uma delas vai freqüente mas docemente queixar-se ao dileto, porque se não deixa ver, e diz: O amor único do meu coração, já que me amais tanto e me feristes com o vosso santo amor, porque é que Vos escondeis e não Vos deixais ver? Sei que sois uma beleza infinita; amo-Vos, mais que a mim mesma, ainda que não Vos tenha visto; descobri-me a vossa face formosa; quero conhecer-Vos a descoberto, afim de não olhar mais nem para mim mesma nem para outras criaturas, e não pensar mais senão em Vos amar, meu Bem supremo: Ai de mim, porque se prolongou o meu desterro! Continuar lendo

A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO – CRIME QUE CLAMA VINGANÇA AO CÉU

Resultado de imagem para contra o aborto

Fonte: Hojitas de Fe, 253, Seminário Nossa Senhora Corredentora, FSSPX
Tradução:
Dominus Est

O livro de Daniel, ao contar-nos o episódio da casta Susana, em que dois judeus iníquos, velhos maliciosos, tentaram condenar uma mulher inocente à morte, para dissimular a paixão que os inflamava e se vingarem daquela que não cedera, diz deles:

“Naquele ano tinham sido constituídos juízes dois velhos dentre o povo, daqueles de quem o Senhor falou, quando disse: A iniquidade saiu da Babilônia por meio de velhos que eram juízes, os quais pareciam governar o povo.” (Dn13 5).

O mesmo está acontecendo em nossa terra natal [Argentina]. Em 13 de junho de 2018, o projeto de lei de descriminalização do aborto foi aprovado na Argentina, na Câmara dos Deputados da Nação. Já em 25 de maio, havia sido na Irlanda, por 65% dos votos, e no Chile, em setembro de 2017. A iniquidade vem daqueles mesmos que estão encarregados de governar o povo, dando-lhes leis; os inocentes, neste caso os nascituros, são condenados à morte por aqueles mesmos que deveriam velar por suas vidas, e isso por causa de interesses sórdidos, paixões não confessadas.

Confrontado o caos de ideias e argumentos sobre a questão do aborto exibidos, é necessário fazer uma pontuação de esclarecimento, para apresentar a realidade como ela é. Iniciemos com algumas reflexões. Continuar lendo