CONFISSÕES E COMUNHÕES DOS ESCRUPULOSOS
Sob este título, não queremos falar das dificuldades, das penas, dos temores que eles experimentam nas suas confissões e comunhões; já falamos disto mais acima, e ainda falaremos noutro lugar. Aqui se trata das confissões e das comunhões mais ou menos frequentes a permitir ou a prescrever aos escrupulosos. Deve-se fazê-los comungar amiúde? deve-se fazê-los confessar-se frequentemente?
Não se pode repetir demasiado, primeiramente que as práticas de piedade devem sempre harmonizar-se com as obrigações de cada um, com a posição, a idade, o engenho, a cultura de espírito que lhe é própria; de tal sorte que a frequência dos sacramentos ou os exercícios espirituais não impeçam o penitente de cumprir os deveres do seu estado, de fazer as suas práticas de piedade de maneira conveniente, e sirvam ao seu progresso e à sua consolação segundo as diversas necessidades de sua alma. Cumpre, também, em regulando o presente, pensar no futuro, e não fazer abraçar coisas de mais, a fim de poder o penitente perseverar.
A frequência da confissão depende necessariamente das circunstâncias individuais. Em geral, as pessoas que comungam de oito em oito dias, ou mesmo várias vezes na semana, habitualmente se confessam de oito em oito dias; há outras, entretanto, que, ou por vivacidade natural, ou por violência das paixões, ou por obstáculos mais numerosos, ou por dificuldades de conservarem a pureza de coração, precisam confessar-se mais vezes. Não obstante, é para desejar que elas se acostumem, pouco a pouco, a caminhar sozinhas, e a ser bastante firmes para só se confessarem uma vez na semana. Os verdadeiros escrupulosos, os que são incessantemente roídos pela apreensão, ora devem ser admitidos a uma confissão mais frequente, ora não devem sê-lo. Ao confessor é que compete julgá-lo. Deve este considerar as faltas que eles acusam ordinariamente. Se são verdadeiros pecados veniais caracterizados, ele deve ouvi-los; se são faltas que não são formalmente pecados veniais, se são censuras vagas, inquietações, não deve ele ouvi-las senão uma vez por semana, no máximo, ainda mesmo quando eles comungassem várias vezes na semana. Geralmente, há muitos inconvenientes em que um escrupuloso insista muitas vezes sobre essas espécies de faltas ou de pretensas faltas. Continuar lendo →
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