
OS CINQUENTA ANOS DA FSSPX
«Reavivar nosso ideal de fidelidade naquilo que recebemos.»
- DICI: O que representa, para a Tradição, o cinquentenário da FSSPX?
Em primeiro lugar, o jubileu é a ocasião para agradecer à Providência por tudo o que ela nos concedeu durante esses cinquenta anos, porque uma obra que não fosse de Deus não teria resistido ao desgaste do tempo. Devemos atribuir tudo isso primeiramente a Deus.
Acima de tudo, o jubileu é ocasião de reavivar nosso ideal de fidelidade naquilo que recebemos. Com efeito, após tantos anos, pode surgir um compreensível cansaço. Esse dia, portanto, deve reanimar nosso fervor no combate pelo estabelecimento do reinado de Cristo Rei, para que Ele reine primeiro em nossas almas e depois a nosso redor. É esse ponto em especial que merece nossa atenção, seguindo Dom Lefebvre.
- DICI: Por que, segundo o senhor, a herança de Mons. Lefebvre pode ser resumida nessa vontade de estabelecer o reinado de Cristo Rei?
A resposta me parece muito simples: é o amor a Cristo Rei que fez de Mons. Lefebvre um santo prelado e um grande missionário, um homem que buscou apaixonadamente estender à sua volta o reino d’Aquele que reinava antes em sua alma – e é esse amor que o conduziu à denunciar com vigor tudo aquilo que lhe era oposto. Ora, para estender esse reino e combater seus inimigos, o meio principal é o Santo Sacrifício da Missa. A voz de Mons. Lefebvre tremulava de emoção quando ele pronunciava essas palavras da liturgia, que também resumem seu amor pela Missa e por Cristo Rei: «Regnavit a ligno Deus» (hino Vexilla Regis), Deus reina pelo madeiro da Cruz. Em uma carta escrita a um antigo confrade de sua congregação de origem, pouco antes de sua morte, Mons. Lefebvre fez questão de dizer que, durante toda sua vida, a única coisa pela qual trabalhou foi pelo reino de Nosso Senhor. Eis o que sintetiza tudo o que ele foi e tudo o que ele nos legou.
- DICI: No dia 24 de setembro, a seu pedido, o corpo de Mons. Lefebvre foi transferido para uma cripta na igreja do seminário de Ecône. Apesar da crise do coronavirus, muitos padres, seminaristas, religiosos e fiéis participaram da cerimônia. Como foi esse dia?
Na verdade, essa transferência foi determinada no último capítulo geral, em 2018, e estou muito feliz que ela tenha podido se concretizar dentro do período de dois anos. Ainda que pertença apenas à Igreja um dia canonizar Mons. Lefebvre, penso que ele já merece nossa veneração num local de sepultura digno de um santo bispo. Neste ano jubilar, esse gesto é a expressão da gratidão de todos os membros da FSSPX para aquele que a Providência suscitou como instrumento para salvaguardar a Tradição da Igreja, a fé, a santa Missa, e para nos legar todos esses tesouros. O fato de rever, após trinta anos, o caixão do nosso fundador, de ver nossos padres carregá-lo sobre seus ombros como no dia do seu funeral, foi algo especialmente comovente. Vi antigos confrades comovidos até às lágrimas. Continuar lendo


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O Casamento da Virgem. Giotto, c. 1305 (afresco).
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Excerto da entrevista do Pe. DavidePagliarani, novo Superior Geral da FSSPX, publicada em
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