A CARIDADE PROÍBE A INVEJA

O que é a inveja?

O que a caracteriza é um amor-próprio violento que aspira a ter tudo em detrimento dos outros; um egoísmo que não quer repartir com ninguém ; um desejo ardente de ser amado de maneira exclusiva; um sofrimento secreto à vista da felicidade de outrem, ou uma alegria maligna com as suas desditas, enfim uma paixão imoderada das distinções, das preferências e das atenções.

Um crítico pretendeu que todas as mulheres são mais ou menos invejosas. Sem dúvida é exagerado. Porém, mesmo assim, cumpre tomar cuidado com certos movimentos instintivos que poderiam surdir das profundezas da má natureza. Parecem bastante raras as almas femininas que não trazem em si o germe odioso deste vício. Um grande coração deve elevar-se acima das vilanias de uma paixão tão mesquinha e tão degradante.

Para conceber mais vivo horror dela, examinai as devastações que ela causa, assim na alma que ela tiraniza como mas outras a quem persegue.

Suas devastações

– A invejosa não tem mais nem alegria nem prazer: dir-se-ia que um véu fúnebre a circunda; ela sofre com a sua própria desgraça e com a felicidade dos outros.

– A invejosa julga sempre ver ironia no olhar das pessoas, a quem detesta; escuta incessantemente, para surpreender palavras malévolas nos lábios de outrem. Vigia as amigas para ver se o afeto delas é sincero; não tolera provas de benevolência cuja melhor parte não seja para ela. Continuar lendo

VOSSA ALMA: SEU IDEAL

Cantinho Feminino: A MULHER DE DEUSQue é o ideal?

O ideal é a flama do nosso pensamento, que brilha e ilumina toda a nossa vida; é farol que devemos sempre manter e tornar cada vez mais luminoso, a fim de que a sua simples presença baste para nos conduzir ou nos reconduzir pelo reto caminho.

O ideal é uma força, a grande força; é uma paixão, e por conseguinte uma potência. Já o teremos sentido muitas vezes em seguida a um contato mais intimo com Deus, num retiro, após uma grande emoção. Tem-se ele posto a brilhar vasto e profundo, no céu de nossa alma, condensando todas as idéias numa só, e encarnando-se numa resolução mais enérgica e mais firme.

O ideal é como um sol que ilumina e aquece toda uma vida, que faz ver claro e belo na existência, e que a transforma. Apagai esse sol, todo o vosso ser recairá na sombra, ficareis triste, sentireis frio. Pelo contrário, deixai-vos empolgar, deixai-vos hipnotizar por ele: sua influência ser-vos-á preciosa, pois ele vos fará andar na luz e num vida intensa.

O ideal é a isca de que Deus se serve para atrair a Si! É alguma coisa que os olhos não vêem, que os sentidos não tocam, mas que brilha, alumia e guia. É como que um reflexo escapado ao sol divino. Sem ele, a alma não vive, vegeta; não anda, arrasta-se; não sobe, hesita, escorrega e cai. Mas com ele, e sempre mais bem excitada pela sua claridade, eleva-se, arroja-se e atinge até à beleza suprema. Continuar lendo

“EU PRECISO TANTO DE UMA MÃE!”

Covid-19. Área de isolamento nas escolas só pode ser usada por uma pessoa -  Semanário VUm dia conta-nos um vigário dos subúrbios de Paris, notei uma ovelha estranha misturada ao rebanho do meu catecismo. Aquela figurinha pálida e apoucada, que se insinuara na ponta do último banco, não me era totalmente desconhecida; minha memória lembrou-me logo que o intruso era filho do contramestre da fábrica, homem de opiniões violentas e exaltadas, orador de clube, inimigo de padres, etc. Aliás, o pequeno parecia deslocado no santo lugar.

Olhava para todos os lados e tinha uma atitude constrangida na extremidade do seu banco. Não aparentei reparar na presença dele, mas, após acabar de interrogar os meus meninos, fui a ele e fi-lo levantar. Ele segurava um gorro na mão e olhava-me com grandes olhos tristes. As suas roupas belas e bem feitas careciam de frescor. Ao vê-las, adivinhava-se que não as preparava um mãe.

– Vais à escola, – disse-lhe eu, – já ouviste falar de Deus Nosso Senhor? – Silêncio, gesto vago e indiferente.

– Da Santíssima Virgem? – O pequeno levantou a fronte e subitamente o semblante se lhe animou.

– Ouvi, – disse-me ele baixinho, misteriosamente. – Ouvi dizer que os meninos do catecismo têm uma Mãe, a SS.Virgem. Foi por isso que eu vim… – E grossas lágrimas rolaram-lhe pelas faces, enquanto ele acrescentava: ” Eu preciso tanto de uma mãe!”

Esse grito comoveu-me. Assim que meus alunos saíram, voltei ao pequeno estranho, e lhe disse: ” Vem cá, vou-te levar à tua Mãe.” – Ele deitou-me um olhar profundo. ” Aquela que substituirá tua mãe”, continuei. E conduzi-o ao branco altar que as Filhas de Maria ornamentam com desvelo piedoso. Quando o menino avistou a bela imagem coroada do diadema de ouro, rodeada de flores e iluminada pelo reflexo dos vitrais, exclamou de mão postas: ” Ah! lá está ela! Como é bela! Continuar lendo

VIRTUDES QUE TORNAM A ALMA BELA: A HUMILDADE

A Biblioteca da Moça Católica | A formação da moça católica

1º – O que é a humildade

A humildade, dizia Lacordaire, não consiste em ocultarmos os nossos talentos e as nossas virtudes, em nos julgarmos pior ou mais medíocre do que somos, mas em reconhecermos o que temos; em suma, é o respeito da verdade.”

É a franqueza e a lealdade de uma alma que quer que a verdade seja conhecida, e que triunfe mesmo se esse triunfo deve confundi-la.

A humilde dá uma noção verdadeira de Deus, dos outros e de nós mesmos, apreciando cada um pelo seu justo valor e dando-lhe de todo modo o que lhe é devido. Mas essa virtude tão bela, tão oportuna, tão razoável, encontra grandes dificuldades na nossa natureza viciada e pede um poderoso recurso de graças.

Ela é qualquer coisa de tão grande, de tão heróico, que os próprios Apóstolos tiveram grande dificuldade em aprendê-la. Depois de seguirem três anos inteiros o Filho de Deus e de com Ele aprenderem, depois de terem sob os olhos seus exemplos de profundo abaixamento, eles ainda disputavam entre si para saber a quem era que cabia o primeiro lugar entre eles.

A humildade, diz também São Bernardo, “é uma virtude pela qual a gente se conhece e se despreza”. Mas por que então encontramos tão poucas almas humildes? É que poucas se conhecem; e não se conhecem porque não têm a coragem de fazer essa introspecção de si mesmas que as convenceria da sua miséria ou do seu nada. Continuar lendo

A COQUETEIRA

Resultado de imagem para moça modestaOutro perigo do mundo consiste em levar aquelas que lhe querem agradar a se ataviarem com um luxo de vestuário extravagante, e a caírem na coqueteria, ou garridice, que é um desejo extremado de agradar pelo abuso dos enfeites. As jovens das classes mais modestas não estão isentas desta miséria!

O grande Fénelon temia muito este perigo para as jovens; por isso, no seu livro sobre a Educação, escreve:

Nada temais tanto como a vaidade nas meninas: elas nascem com um desejo violento de agradar… aspiram à beleza e a todas as graças exteriores, são apaixonadas pelos adornos. Um chapéu, uma ponta de fita, um cacho de cabelo mais alto ou mais baixo, a escolha de uma cor, são para elas outros tantos negócios importantes.”
E esse defeito não se acha só numa certa sociedade, encontra-se mesmo entre as que fazem profissão de vida séria. Toda mulher é naturalmente coquete, ou faceira, andaria errada negando-o.

A maioria das mulheres, diz Luís Veuillot, ficam na terra entre a graça e o pecado, que as disputam e que elas talvez sonhem conciliar. Na missa pela manhã, no baile à noite; querendo agradar e temendo agradar demais, sentindo este receio pela manhã mais do que à noite; mas dispostas, à noite, a arriscar-se a agradar demasiado do que a resolver-se, pela manha, a não agradar absolutamente; mui fácil e mui sinceramente tocadas de arrependimento, quando percebem que agradaram demais, porém de um arrependimento que não é sem doçura e sem um pouco de vontade de recomeçar.”

Aí está, pois, uma verdade que poderá desagradar, talvez, mas que é preciso ter a coragem de afirmar. Santo Ambrósio já dizia às mulheres do seu tempo: “Vede essas matronas que pintam o rosto porque receiam não agradar. Querem corrigir a natureza, e por isso mesmo se julgam e se condenam. Porquanto, ó mulher, que juiz mais sincero da tua fealdade teremos nós do que tu mesma que receias mostrar-te tal qual és? Se és bela, porque te disfarças? Se és feia, porque mentires aos olhos, no desejo de pareceres o que não é?” Continuar lendo

A SIMPLICIDADE

Resultado de imagem para moça modestaUm dia os Apóstolos discutiam para saber qual deles teria o primeiro lugar no reino dos céus. Tomando então uma criança, Nosso Senhor colocou-a no meio deles, e depois disse: “Em verdade vos digo, se não vos fizerdes semelhantes a esta criança, não entrareis no reino dos céus!”

Que é que mais notamos na criança? Não é a candura, a simplicidade? Ela não tem nenhuma astúcia, diz o que pensa, acredita o que lhe dizem, anda simplesmente, francamente, direitinho. Eis aí o vosso moldelo.

1º – O que é a simplicidade

Poder-se-ia defini-la: uma virtude pela qual se vai direito a Deus, direto à verdade, direto ao dever.

a)Ir direto a Deus

Quer dizer não ver em tudo senão a Sua santa vontade, sem se preocupar com o juízo dos homens. Tudo por Deus! Ele é o princípio e o fim das nossas ações; deve-se viver como se houvesse só Ele e nós neste mundo. A alma simples vai a Deus “direto como uma bala de canhão“.

b)Ir direto à verdade

Como Nosso Senhor nos ensina quando nos recomenda falarmos assim: “Isto é, isto não é, tudo o que se acrescenta bem do Mau”, deveríeis ter a tal ponto essa franqueza, que a vossa palavra equivalesse a um juramento! É tão belo achar uma pessoa bem franca e ler-lhe toda a alma no olhar claro e límpido!

c) Ir direto ao dever

É sacrificar tudo por Ele. O dever é uma coisa sagrada, é a senha! Deve-se ir a ele através de tudo, e lançar-se nele com toda a alma, com todo o coração, mesmo se o sofrimento ou a dor deverem achar-se no caminho. Continuar lendo

PERIGOS DO MUNDO – TEATRO

Resultado de imagem para teatro pinturaGeralmente é imoral

Mesmo quando ele não fosse (e o é com freqüência) o acionamento de uma tese contrário aos princípios de uma santa moralidade, ainda quando não se achasse nele senão a pintura viva de costumes condenáveis, o jogo dramático das paixões humanas mais arrastadoras, nem por isso o teatro deixaria de ser um divertimento dos mais perigosos para uma jovem cuidosa de não criar de propósito, para a honestidade de sua vida, perigos e inextricáveis dificuldades.

As máximas mais falsas são nele correntemente aplaudidas, as paixões mais baixas são exaltadas, todas as desordens são pintadas e todas as fraquezas desculpadas. Nele ridiculariza-se por vezes a virtude ou procura-se torná-la odiosa; em compensação, o vício muitas vezes é coberto de flores. As instituições mais santas, os deveres mais sagrados da família e da sociedade são nele tratados com uma leviandade voluntária e um escandaloso desprezo. Como não haveriam tais espetáculos de ser condenados pela moral?

É uma ocasião de pecado

Tudo o que nele se vê e tudo o que nele se ouve é de natureza a leval ao mal. Os assuntos que nele se tratam são, muitas vezes, arriscados, os costumes que nele se vêem, a sociedade que nele se acotovela, aqueles cenários, aquelas luzes, aquela música, aqueles relatos apaixonados, aqueles enredos amorosos, tudo isso produz na imaginação de um jovem, no seu organismo sensível e nervoso, uma superexitação que cedo triunfará da sua consciência.
Continuar lendo

PERIGOS DO MUNDO – A DANÇA

Resultado de imagem para dançaO que ela é do ponto de vista filosófico

Um prelado assim se exprime:

O Espírito Santo falou justo quando chamou à dança “uma vertigem, uma loucura”. Para apreciar bem essas pessoas que têm a paixão de rodopiarem e de fazerem momices compassadas, há só que as olhar tampando os ouvidos. Lord Byron compara os valsantes a “dois besouros enfiados no mesmo alfinete, em torno do qual giram, giram, giram”. Nunca, a não ser por motivos pouco definíveis, poderá a razão explicar-se que vantagem acha uma mulher sensata em fazer o exercício de uma enceradora de assoalhos, nos braços de um valsante que não é seu marido nem seu irmão.”

O que ela é do ponto de vista moral

Continua ele:

Sabereis, jovens, como proceder quando vós mesmas tiverdes filhas grandes a vigiar. Enquanto isso, deixai-me lembrar-vos a palavra de Job: “Os filhos dos homens gostam de saltar para se alegrarem ao som dos tamborins. E, enquanto se entregam aos transportes da sua alegria, descem ao inferno.” O texto original não diz precisamente “descer”, mas “escorregam e caem de repente”. De fato, embora não se cometa necessariamente um pecado mortal por dançar, o diabo que marca o compasso bem sabe aonde quer conduzir os dançarinos. Esses assoalhos encerados sobre os quais desliza facilmente são a imagem fiel do terreno perigoso em que a pessoa se acha.” Continuar lendo

PERIGOS DO MUNDO: AS OCASIÕES PERIGOSAS

Resultado de imagem para donzelaO que é a ocasião?

É uma pessoa, uma coisa, um lugar que podem levar-nos ao mal. O mundo é cheio delas, andais nele por entre as ciladas.

Tal pessoa é para vós uma tentação; para ela vos sentis atraída de maneira violenta e apaixonada. Alto lá!

Em tal casa sabeis que vossa virtude pode ser posta à prova; lá não vades! Alto lá!

Em tal reunião ouvistes várias vezes certos avisos da vossa consciência que vos dizia: Toma cuidado! Alto lá!

Tal leitura frívola ou profana vos perturba e sugere-vos mil pensamentos loucos, levianos, e vos lança em devaneios que não ousaríeis contar a vossa mãe: ao fogo com esse livro!

Imagens, quadros, estátuas podem ser para vós uma tentação: passai e não olheis!
Continuar lendo

REMÉDIOS PARA AS TENTAÇÕES CONTRA A PUREZA

Resultado de imagem para tentaçãoOs Santos foram tentados e não se queixavam. Resistiam. Se, após algumas escaramuças, vos declarais fatigada, achando a luta dura demais e demasiado longa, é que nunca compreendestes esta palavra tão enérgica do apóstolo: “Na vossa luta contra o pecado ainda não resististes até o sangue!”

Sob a dentada das tentações, sabeis o que faziam os santos? Flagelavam-se, dilaceravam-se com cilícios e pontas de ferro, mergulhavam-se em tanques gelados, rolavam-se nos espinhos ou em carvões ardentes!

Eis aí, consoante a história, a que grau de heroísmo levavam eles a luta contra tentações terríveis. Deus não pede mortificações semelhantes. 

Pelo menos podeis reconhecer que o que Ele reclama da vossa fidelidade é bem pouca coisa em face de tais combates. Sucede, ainda, que esse pouco não se deve regateá-lo, e que o perigo aí está sempre para exigi-lo. Se importa não aumentá-loexagerando-o, também não se deve desconhecê-lo ao ponto de descurar os meios de vencê-lo.

O inimigo aí está; ronda incessantemente para empolgar a presa que ele cobiça. O esforço humano é insuficiente para triunfar dele sozinho, a vitória só de Deus pode vir.

Quais são, pois, nessa luta, os meios a que devereis recorrer e que, como auxílio divino sempre oferecido, assegurarão a derrota do inimigo?
Continuar lendo

AS TENTAÇÕES CONTRA A PUREZA

Se esta virtude é bela, é também particularmente atacada. O mundo e o demônio se aliam, mobilizando contra ela todas as suas potências e todas as suas seduções. 

… Vós jovem cristã, agarrai-vos à Cruz de Jesus e, quando vier a tentação, haurireis na Cruz a força para resistir e a coragem para a vencer. Porque tereis de lutar! a tentação ai está que vos espreita e vos espera. Sobre esse assunto tão delicado, universalmente prático e ao mesmo tempo tão grave, precisais de idéias bem claras. 

Nessas horas críticas produz-se, geralmente, um emaranhado de pensamentos, de desejos, de lutas, de êxitos, de desfalecimentos, em que os sentidos, a imaginação, o coração, a vontade intervêm alternativamente; nesse labirinto aparentemente inextricável de atividades interiores convergentes ou opostas, muitos não sabem como se orientar, como se julgar, como conservar ou retomar a serenidade interior.

Em lendo estas linhas, e mais tarde quando a tentação vier agitar-vos, pairai pois acima desse campo de batalha íntimo; vereis melhor o papel que nele desempenha a vontade, e o que deve ser posto à conta da consciência nesses múltiplos assaltos.

a) Não vos admireis das tentações.

Raras são as almas que escapam a essa humilhante tortura; é como que uma inexóral necessidade. Coisa curiosa; temos vergonha de confessar essas misérias; imaginamos que os outros nunca tiveram de sentir essas dentadas dolorosas, e que basta sermos assaltado por uma tentação para ficarmos manchado!  Continuar lendo

A BELEZA DA VIRTUDE DA PUREZA

A)Bem-aventurados os corações puros!”

A gente se sente imediatamente empolgado por esta palavra. Só um Deus podia usar semelhante linguagem. Ouvindo estas palavras divinas, a alma delicada sente em si a necessidade de realizar essa bem-aventurança. Ver a Deus! sim, ver a Deus de algum modo, mesmo desde este mundo! e é essa a recompensa prometida aos que são puros!

“Bem-aventurados os corações puros, porque verão a Deus.” Como dizer a beleza dessa virtude celestial, semelhante ao lírio branco, embalsama os que a possuem e espalha em volta deles  um perfume indefinível.

Ela é bela! porque dá à fisionomia um não sei quê que cativa, que atrai, que subjuga, que faz nascer uma simpatia respeitosa.

É bela! O Próprio Deus sente-lhe o encanto. Ele chama a alma pura sua “Amiga“: “Sois toda bela, ó minha bem-amada, e em vós não há mancha!” Chama-a “sua esposa“: “Vem, minha Esposa, vem, serás coroada!” Continuar lendo

SOIS CRISTÃ: TENDES, POIS, UMA FÉ QUE DEVE IRRADIAR

meninaveuEsplêndido é o vosso papel, com a condição, todavia, de não figurardes entre as “flores artificiais” , mas sim entre as verdadeiras florinhas de Deus. As flores artificiais apenas encantam os olhos, não têm nenhum perfume; não vivem, são inertes. Vós, sede flores bem vivas e espalhai em torno de vós o bom odor de Jesus Cristo.
Isso, aliás, é fácil para quem tem uma fé viva e compreende as obrigações que ela impõe. O título de cristã acrescenta à donzela o que a luz do dia acrescenta à flor: fá-la resplandecer. Tirai Deus do coração da donzela, e ela ainda será bela, mas de uma beleza toda profana; não terá essa candura, esse brilho particular, essa virtude que emana dela e que desarma o vício e a impiedade, clamando-lhe: Alto lá! Jesus está aqui! Em vez de levar ao bem, será ela singularmente pertubadora! Não tendo a Deus no coração, não pode comunicá-Lo! E no entanto, diz um grande orador, “a mulher deve dar a Deus a todos os que dela se aproximam“.

***

… E vós, “Filha de Deus”, haveriéis de cer que nada podeis fazer, e que não tendes de defender essa Religião que tão bem vos defendeu? Se ainda hoje o catolicismo precisa de vós, vós precisais dele!

O vosso papel não é ensinar, não é elevar vossa voz no meio do século, não! mas é fazer passar a verdade ao coração convertendo-a em amor.
Como diz Mons. Gerbet: Continuar lendo

MODA: UMA TRAMA DIABÓLICA

Porém há “a moda“! dir-se-á. E, quando se pronuncia esta palavra, diz-se tudo.

A moda é uma deusa, uma divindade à qual se sacrifica tudo! Por ela a pessoa torna-se escrava de um costureiro de fama; por ela, sacrifica os seus gostos, e veste-se de maneira excêntrica; por ela, vestidos luxuosos, berrantes, arriscados, extravagantes em excesso; por ela não cora de se parecer com as “virgens loucas”; por ela fecham-se os ouvidos aos avisos que nos vêm da Igreja, autoridade a mais sagrada que há na terra. Por ela, pra “seguir a moda”, que é que se não faz?

A invasão desses vestuários indecentes tornou-se tão grande, que os Bispos se viram obrigados a publicar contra aquelas que não se pejam de arrastá-los até o templo de Deus…. até o confessionário… até a Mesa santa… punições que deveriam fazer tremer uma cristã… mas que não bastam para corrigi-la disso!

No seu número de 15 de outubro de 1924, a “Revue des objections” publicou uma série de instruções do Cônego Coubé sobre está questão mais do que nunca na ordem do dia. Citamos algumas passagens dela:

Depois da guerra, um vento de loucura tem feito virar muitas cabeças. Não creio que nas épocas mais depudoradas do paganismo antigo se tenha ido jamais tão longe na libertinagem do vestir. E me pergunto se as mulheres mais desmoralizadas de Roma e de Babilônia não tinham mais recato, ao menos em público, do que certas cristãs dos nossos dias.”

A rainha Vasthi, esposa de Assuero, que preferiu renunciar ao trono a renunciar à modéstia e ao pudor no seu afeite régio, certamente faria pena acertas emancipadas do nosso tempo e passaria aos olhos delas por uma pequena ‘otária’.” Continuar lendo

A GENEROSIDADE DA DONZELA CRISTÃ

donzelaÉ uma virtude altiva e corajosa, que imprime à vontade a força de resistir, de sofrer e de agir segundo o dever, segundo a fé e segundo Deus. Apesar das provações, das dificuldades, dos perigos, dos desânimos, ela segue seu caminho sem se deixar abater, sem desanimar, sem tremer; à maneira do sol, que segue o seu caminho acima das tempestades e que só desaparece à tarde para iluminar outros céus e renascer no dia seguinte.

O P. de Ravignam escrevia: “quero assinalar-me no serviço de Nosso Senhor, distinguir-me para Sua glória e para Seu serviço.” Tende, também vós, esta altiva paixão. Tendes recebido tanto de Deus, sede agradecida! Vós, que sois delicada com todos, sede-o sobretudo com Nosso Senhor: “Que devia eu fazer por vós que não tenha feito?”, diz-vos Ele… Não poderíamos também dizer-vos: “Quanta coisa poderíeis ter feito por Deus e não fizeste!…”?

A generosidade pode às vezes ser ajudada, sustentada por um temperamento feliz, por uma sensibilidade maior, pelas graças trazidas por uma vocação de escolha, mas antes de tudo é uma virtude que pede esforços, renúncias e lutas.

a)Sede generosa e forte no cumprimento do dever cotidiano

Sê-lo-eis facilmente um dia, uma semana; mas todos os dias, até à morte, dura muito! É preciso uma grande soma de energia para assim saber vencer-se sempre. No fundo, basta para isso ver em cada um dos acontecimentos que formam a trama habitual da vossa vida a mão de Deus e a sua santa vontade! Continuar lendo