O ESTADO, EDUCADOR UNIVERSAL?

Quando as leis ameaçam a boa educação dos filhos, é necessário, nestes tempos de início de ano letivo, recordar os princípios naturais e católicos: da família, da Igreja e da nação – quem é responsável em matéria de educação?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Para enervar a influência do ambiente familiar, acresce hoje o facto de que, quase por toda a parte, se tende a afastar cada vez mais da família a juventude, desde os mais tenros anos, da família”. Essas observações são de uma atualidade premente. Criticam o crescente papel do Estado na educação, sempre sob o pretexto do melhor para a criança. No entanto, eles foram escritos há quase 90 anos pelo Papa Pio XI!

Quem é responsável por ensinar e educar as crianças? A resposta a esta pergunta parece ter sido estabelecida na França desde a Revolução Francesa: é o Estado que reivindica e estabelece a si o monopólio da educação, depois de ter hesitado por muito tempo entre “instrução pública” e “educação nacional”. Com efeito, dependendo do período, cabia ainda aos pais e à Igreja educar os filhos.

Desde que as congregações docentes foram expulsas do país no final do século XIX, o Estado tomou, de fato, o lugar da Igreja para ensinar a maioria das crianças da França. Hoje, o Estado é responsável pela instrução e educação, a fim de garantir um modelo de vida social comum. Os diversos totalitarismos do século XX fazem parte dessa herança, e no século XXI quase todos estão convencidos da validade dessa situação. Desde o fim do Primeiro Império, que instituiu o monopólio estatal, nenhum regime contestou essa situação. Pode ser interessante consultar o magistério da Igreja para conhecer a perene doutrina católica sobre esta questão. Continuar lendo

O NOVO LADRÃO CHINÊS

Pe. Philippe Bourrat, FSSPX 

É agora, por meio de uma ditadura sanitária, que as maiores restrições e perdas de liberdade emergem.

Conheçamos, primeiramente, a tática do “ladrão chinês”. Quando quer roubar um objeto, ele o move alguns centímetros todos os dias do seu lugar. Seu dono se acostuma a ver o objeto sair gradativamente de seu campo visual, a ponto de não se lembrar mais de seu lugar de origem. O ladrão, então, só tem que roubar o objeto cobiçado e seu dono nem perceberá o seu desaparecimento.

Qualquer que seja a evolução das técnicas de roubos contemporâneos, há uma área onde o processo descrito está sendo claramente revisitado. Desde 2020, fomos roubados de muitas liberdades, em graus variados e sob restrições variáveis e cíclicas que fazem com que muitos esqueçam as liberdades de que gozavam anteriormente. Proibição de visitar os idosos, de ultrapassar um perímetro ridículo de distância, redução da liberdade de culto, impossibilidade de comprar e vender certos produtos considerados não essenciais perto de casa e até de ir à escola. Assim, cortar o cabelo, comprar roupas, oferecer flores eram considerados, nos primeiros confinamentos, atividades perigosas e propícias à contaminação do vírus, enquanto comprar e fumar cigarro, jogar a Française des Jeux [1] obviamente não envolviam nenhum perigo… para os cofres do Estado.

É agora, através de uma ditadura sanitária, que as maiores restrições e perdas de liberdade surgirão. Para agradar às empresas farmacêuticas e de informática que ditam sua lei do lucro e do controle populacional, sob a autoridade de órgãos científicos cujos conflitos de interesse são da esfera pública, trata-se de fazer com que aqueles que se recusam a se vacinar se sintam culpados e fiquem à margem do Estado, que prevê o controle de tudo e de todos. E como a adesão ao processo de vacinação encontrou forte oposição na França, procedemos em etapas. O novo “ladrão chinês” opera de forma diferente de seu ancestral: ele rouba as liberdades, mas as restitui, as rouba de novo e assim por diante. De início, acreditamos ter recuperado nossos bens, mas no alívio das poucas liberdades que foram recuperadas, esquecemos que tínhamos muito mais do que nos foi devolvido. O ladrão os guarda zelosamente e põe em prática um mecanismo que funciona muito bem Continuar lendo